Levamos apenas meia hora da casa do sr. Pietro até a casa dos pais do Troy, porém levamos quase quarenta minutos para sairmos de dentro do caso. Nenhum dos dois tinha realmente planejado aquilo direito, acredito que nem pensamos que iriamos vim aqui ainda hoje, achamos que conheceríamos o Pietro e passaríamos horas descobrindo algo sobre toda essa situação, só que o encontro não aconteceu e fomos direto para a casa do Troy. E agora que estando aqui, não sabemos o que fazer.
Eu não via os pais dele desde do enterro, não tivera nenhuma notícia deles durante esses anos, então não sei como eles irão reagir com a minha presença aqui, já que afinal eles nem sequer iram saber que Troy está aqui comigo. O que leva ao fato de que tecnicamente estou aparecendo sozinha depois de dois anos sem qualquer motivo para bater na porta deles.
— Acho melhor a
Quando cheguei no cinema me despedi da Natasha e fui comprar meu ingresso para assistir meu filme favorito. O cinema “Clássico Vive” era um dos meus lugares favoritos de passar o tempo, existia há quase trinta anos e sempre passava filmes antigos, o filme precisava ter pelo menos dez anos de existência no mínimo para então ser passado nesse cinema.A entrada do cinema continua sendo a mesma da inauguração, com a bilheteria do lado de fora com uma cabine para uma pessoa apenas. Os cartazes ficavam nas paredes do lado de fora também, com pequenas luzes piscando e o letreiro também continuava o mesmo, anunciando o filme da noite e embaixo informando qual seria o próximo que passaria.Depois de comprar o ingresso vou em direção a porta de vidro de empurrar, o saguão é com carpete vermelho com mais dois pôsteres de filmes antigos, tinha um círculo no mei
Ficar sozinha voltando para casa me fez pensar em teorias e hipóteses do que eu poderia ser, eu ainda tinha os livros que havíamos pegado na biblioteca e li pelo menos mais do que a metade, não foi muito revelador ler eles, porém me fez pensar no que eu poderia ser ou que eu tinha. Havia lido um livro sobre criaturas e lendas nórdicas, aquele livro me deixou fascinada e curiosa, primeiro porque eu sempre gostei sobre lendas e histórias de criaturas sobrenaturais, mesmo sabendo que não são reais eu achava incrível como as pessoas tinham criatividade para criar tal coisa.A mitologia nórdica ou também conhecida como viking ou escandinava, era uma coleção de história e crenças compartilhadas pelo povo germânico do Norte, era transmitida principalmente oralmente, passada de pai para filho, geração para geração. As criaturas principais da mitol
Acordei com alguém chamando meu nome baixinho, abri os olhos de forma sonolenta e com preguiça, estava tudo embaçado e com muita luz vindo da janela, pisquei os olhos várias vezes e quando consegui focar melhor e encontrar quem estava me chamando, vejo que era o Troy sentando em minha cama sorrindo.Rapidamente me sentei na cama e fiquei animada ao vê-lo novamente, me desvencilhei das cobertas e abri um sorriso enorme nos lábios.— Bom dia, dorminhoca — disse Troy de forma doce.— Troy! Estava com tanta saudade e fiquei tão preocupada — respondi com a voz rouca e fraca de sono — Onde você estava?— Desculpa minha Ella, perdi a noção do tempo enquanto ficava com a minha família.— E como foi? Ele estão realmente bem? O Bruno consegue te ver mesmo? — perguntei ansiosa e curiosa. Algo bom tinha que vim dessa situaç&a
Ele então olhou para a nossa direção e havia em um livro em suas mãos, ele me olhava com expectativa e também com ansiedade, até com ternura, como se estivesse conversando com uma criança que lhe perguntava se já havia visto o Papai Noel ou o Pé Grande, ele veio até nós novamente e me entregou o livro, era idêntico ao que eu estava carregando na bolsa.— Você também tem esse livro. Mas o que significa? O que está acontecendo comigo?— É, afinal ele pode me ver ou não?Pietro se sentou no sofá a nossa frente e se encostou no sofá.— Eu não tenho o seu dom Mikaella, eu não posso realmente vê-lo, não nitidamente como você. Apenas sei que tem alguém aqui e posso sentir o que ele faz. É como se eu visse um vulto ou uma sombra clara, nada mais do que isso.
— Zeakash, a destinada a realeza — respondeu calmamente. — Mikaella, você é a rainha do universo.— De novo... o que? — perguntei confusa — Eu nem sequer fui a formatura do meu colégio, porque na Itália não tem bailes e coração para isso.— Não tem? Que horror, precisamos fazer um baile para você — comentou Natasha.Lancei um olhar para ela de que aquilo não era a questão do momento.— Talvez outra hora conversamos sobre isso — murmurou por fim, ficando novamente quieta.Pietro se levantou e tocou no livro que estava em meu colo— Reconhece ele de algum lugar? — perguntou de forma gentil.— Sim, apareceu uma cópia dessas em meu quarto ontem, como?— Mandei com uma leve ajudinha — respondeu com um sorriso nos lábios. — Você conseguiu ler alg
Natasha voltou com uma bandeja e colocou em minha frente, havia um copo com suco, umas bolachas de água e sal, geleia e uma maça cortada.— Mikalica, está se sentindo melhor? — perguntou enquanto se sentava ao meu lado.— Sim, Nat. Obrigada.— Peguei algumas coisinhas para você comer, não é muito, mas você precisa forrar o estomago com alguma coisa.— Tudo bem, obrigada — agradeci, pegando uma bolacha e logo comendo.— Sinto muito se a sobrecarreguei. Devia ter ido com calma, mas eu venho esperando para conhece-la a milhares e milhares de anos, e é uma honra enorme em estar aqui com você, Mikaella.— Hum... milhares de anos? Quantos anos você tem exatamente? — perguntou Natasha.— Quase seiscentos, eu acho. O tempo aqui é diferente com o do meu mundo. Em seu mundo, tenho vinte e nove anos, pelo menos &ea
— Mikaella, você tem o universo nas mãos, mas eu tenho a sua alma na minha. Seja minha e eu serei seu, vaguei por entre esses mundos tentando te encontrar, procurei até os confins das estrelas pelo seu brilho ofuscar os meus olhos. Seja minha e nenhum mal acontecerá, mas me dê as costas e um punhal atravessará sua alma — disse a voz com um tom alarmante e rouca.O rádio voltou ao normal quando cheguei a área mais afastada da praia, estacionei de frente para o mar, apertei forte o volante do carro deixando os nós das minhas mãos ficarem brancos, mordi minha boca com força tentando controlar a minha respiração.— Eu nunca mais escuto rádio no seu carro — disse Nat finalmente.Passei a mão no rosto, apertando meus olhos. Claro que não ia ser um dia apenas com coisas boas, tinha que ter uma pitada de loucura e maldade no meio, sen&ati
Tirei meus sapatos e pisei na areia, sentindo-a entre os meus dedos. Já estava completamente escuro, apenas a Lua e as estrelas refletiam na água algum tipo de claridade. Natasha sentou-se um pouco afastada d’agua e ficou me observando.— Ok, como você pretende fazer o que você está pensando? — perguntou depois de ficar me olhando enquanto eu ficava parada de frente para o oceano.— Eu não sei, apenas sinto que preciso puxar alguma coisa — confessei, mexendo os dedos das minhas mãos.— Como o que?— Eu não sei.— Você sabe de alguma coisa, afinal? — perguntou frustrada.— Sei que você está para ser transformada em um sapato senão parar de me apressar — ameacei brincando.— Me transforma em um sapato de grife, por favor. Nada menos do que quinhentos reais, tá? &mdas