Acordei com alguém chamando meu nome baixinho, abri os olhos de forma sonolenta e com preguiça, estava tudo embaçado e com muita luz vindo da janela, pisquei os olhos várias vezes e quando consegui focar melhor e encontrar quem estava me chamando, vejo que era o Troy sentando em minha cama sorrindo.
Rapidamente me sentei na cama e fiquei animada ao vê-lo novamente, me desvencilhei das cobertas e abri um sorriso enorme nos lábios.
— Bom dia, dorminhoca — disse Troy de forma doce.
— Troy! Estava com tanta saudade e fiquei tão preocupada — respondi com a voz rouca e fraca de sono — Onde você estava?
— Desculpa minha Ella, perdi a noção do tempo enquanto ficava com a minha família.
— E como foi? Ele estão realmente bem? O Bruno consegue te ver mesmo? — perguntei ansiosa e curiosa. Algo bom tinha que vim dessa situaç&a
Ele então olhou para a nossa direção e havia em um livro em suas mãos, ele me olhava com expectativa e também com ansiedade, até com ternura, como se estivesse conversando com uma criança que lhe perguntava se já havia visto o Papai Noel ou o Pé Grande, ele veio até nós novamente e me entregou o livro, era idêntico ao que eu estava carregando na bolsa.— Você também tem esse livro. Mas o que significa? O que está acontecendo comigo?— É, afinal ele pode me ver ou não?Pietro se sentou no sofá a nossa frente e se encostou no sofá.— Eu não tenho o seu dom Mikaella, eu não posso realmente vê-lo, não nitidamente como você. Apenas sei que tem alguém aqui e posso sentir o que ele faz. É como se eu visse um vulto ou uma sombra clara, nada mais do que isso.
— Zeakash, a destinada a realeza — respondeu calmamente. — Mikaella, você é a rainha do universo.— De novo... o que? — perguntei confusa — Eu nem sequer fui a formatura do meu colégio, porque na Itália não tem bailes e coração para isso.— Não tem? Que horror, precisamos fazer um baile para você — comentou Natasha.Lancei um olhar para ela de que aquilo não era a questão do momento.— Talvez outra hora conversamos sobre isso — murmurou por fim, ficando novamente quieta.Pietro se levantou e tocou no livro que estava em meu colo— Reconhece ele de algum lugar? — perguntou de forma gentil.— Sim, apareceu uma cópia dessas em meu quarto ontem, como?— Mandei com uma leve ajudinha — respondeu com um sorriso nos lábios. — Você conseguiu ler alg
Natasha voltou com uma bandeja e colocou em minha frente, havia um copo com suco, umas bolachas de água e sal, geleia e uma maça cortada.— Mikalica, está se sentindo melhor? — perguntou enquanto se sentava ao meu lado.— Sim, Nat. Obrigada.— Peguei algumas coisinhas para você comer, não é muito, mas você precisa forrar o estomago com alguma coisa.— Tudo bem, obrigada — agradeci, pegando uma bolacha e logo comendo.— Sinto muito se a sobrecarreguei. Devia ter ido com calma, mas eu venho esperando para conhece-la a milhares e milhares de anos, e é uma honra enorme em estar aqui com você, Mikaella.— Hum... milhares de anos? Quantos anos você tem exatamente? — perguntou Natasha.— Quase seiscentos, eu acho. O tempo aqui é diferente com o do meu mundo. Em seu mundo, tenho vinte e nove anos, pelo menos &ea
— Mikaella, você tem o universo nas mãos, mas eu tenho a sua alma na minha. Seja minha e eu serei seu, vaguei por entre esses mundos tentando te encontrar, procurei até os confins das estrelas pelo seu brilho ofuscar os meus olhos. Seja minha e nenhum mal acontecerá, mas me dê as costas e um punhal atravessará sua alma — disse a voz com um tom alarmante e rouca.O rádio voltou ao normal quando cheguei a área mais afastada da praia, estacionei de frente para o mar, apertei forte o volante do carro deixando os nós das minhas mãos ficarem brancos, mordi minha boca com força tentando controlar a minha respiração.— Eu nunca mais escuto rádio no seu carro — disse Nat finalmente.Passei a mão no rosto, apertando meus olhos. Claro que não ia ser um dia apenas com coisas boas, tinha que ter uma pitada de loucura e maldade no meio, sen&ati
Tirei meus sapatos e pisei na areia, sentindo-a entre os meus dedos. Já estava completamente escuro, apenas a Lua e as estrelas refletiam na água algum tipo de claridade. Natasha sentou-se um pouco afastada d’agua e ficou me observando.— Ok, como você pretende fazer o que você está pensando? — perguntou depois de ficar me olhando enquanto eu ficava parada de frente para o oceano.— Eu não sei, apenas sinto que preciso puxar alguma coisa — confessei, mexendo os dedos das minhas mãos.— Como o que?— Eu não sei.— Você sabe de alguma coisa, afinal? — perguntou frustrada.— Sei que você está para ser transformada em um sapato senão parar de me apressar — ameacei brincando.— Me transforma em um sapato de grife, por favor. Nada menos do que quinhentos reais, tá? &mdas
— Parece que seu irmão está em casa — comentei.— É, espero que ele tenha feito jantar, estou com fome — respondeu distraída. — Obrigada pela carona, gata.— Sem problemas. Ei, só para saber... conhece a namorada do Gabe? — perguntei, tentando parecer despreocupada.Natasha me olhou e abriu um sorriso de lado.— Namorada? Meu irmão? Melhor colocar no plural, então qual das? — respondeu com ar de divertimento.— Nossa, mais de uma? Com certeza ele é seu irmão — brinquei. — Deixa quieto, perguntei apenas porque lembrei que vi ele com uma garota que disse que era a namorada dele.— Somos os Olivers, com certeza a gente não fica no singular. Ele sempre está com umas amizades coloridas por aí, duram um pouco mais que os meus casos — informou, ignorando o meu deixa quieto.&m
— E o seu irmão? O que ele irá me ensinar?— Ele vai te ensinar a lutar. Você aprenderá a se defender, como usar seus poderes para a batalha.— Uau! Serei uma guerreira também? Eu não consigo nem abrir um pote de geleia — comentei rindo.— Ou matar uma barata, você tem pavor de baratas — brincou Troy, rindo.— Hahaha, seu chato. Pare — pedi, fazendo uma careta em sua direção.— Já pensou se o Thryee tem uma barata gigante como bichinho de estimação? Me remexi no sofá, imaginando a cena e fiz novamente uma careta com a imagem que surgiu em minha mente.— Você sabe mesmo me deixar com calafrios, hein? — me queixei.— Sei te deixar com muitas coisas, querida — respondeu e piscou para mim.— Desculpa professor, pode conti
Comecei a esticar a massa ao lado dele e a dividir em tiras, minha mente começou a divagar, pensando nas coisas que estão acontecendo comigo e percebi que até hoje eu nunca contei sobre o que está havendo comigo para a minha família. Minha família me ama e eu sei disso, porem comecei a ficar com medo de que eles não me amariam mais se eu contasse o que está acontecendo comigo e se iriam me apoiar com tudo isso. Meus pais não nos criaram em uma religião em si, apenas nos ensinou sobre acreditar que tudo o que acontece havia um motivo maior e que coisas boas aconteciam com pessoas que eram boas. Nunca devíamos roubar, desrespeitar os mais velhos, nunca mentir e sempre acreditar no amor e no melhor das pessoas, eles criaram a gente na crença de Deus, entretanto nunca nos forçou a frequentar a igreja ou coisa do tipo. Então fiquei preocupada se contava para eles que existia mesmo um Deus e