— Está cansada também, é? Sei como é. Essa semana será longa garota e ainda preciso arrumar um lugar pra você dormir.
Skyla me olhou e saiu de cima de mim, ficando nos pés da cama e deitou.
— Retiro o que eu disse, parece que você já achou um lugar pra dormir — observei rindo e ela uivou concordando.
Os dias passaram muito rápido. Meus treinamentos estavam cada vez mais intensos, Pierre pegava mais pesado a cada dia, porém eu já estava com as habilidades mais preparadas, não caia mais e já conseguia imobiliza-lo. Começamos o treinamento com armas, percebi que eu tinha mais habilidade com as espadas médias curvadas e com adagas. Conseguia travar os seus golpes muito mais rápido do que ele.
Eu já estava tendo as forças sobrenaturais aparecendo, eu corria mais ráp
O mais medonho e com certeza o mais assustador parecia ser uma criatura das trevas em decomposição debaixo d’agua, era enorme, sua boca era completamente feita com as presas afiadas que saía uma saliva venenosa, sua pele era repuxada como teias de aranha ou algo parecido, por debaixo aparecia a carne viva na qual também brilhava como se estivesse em brasa.As criaturas das trevas eram difíceis de matar, algumas sendo bem mais difíceis que as outras. Nem todas tinham rapidez, entretanto tinham ácido ou uma grande força que podia derrubar até vinte homens com um golpe só. Pierre já lutara muitas batalhas contra eles, sempre havia perdido alguns homens nessas lutas.Passamos os últimos momentos da aula com ele me dizendo quais estratégias eram as melhores para combater essas criaturas, quais eram seus pontos fracos e cegos, também seus pontos fortes.— Leve
— Quem é você e o que você fez com a minha Nat? — perguntei sussurrando em seu ouvido.Porém ela ignorou minha pergunta e voltou ao normal.Depois da Athelas comprar os colares, fomos todos para os carrinhos de bate-bate, mesmo que nenhum dos três nunca haviam brincado naquilo eles se saíram muito bem. Pierre era o menos habilidoso, eu havia batido nele mais nele do que em qualquer outro, uma pequena vingança dos seus treinos extremos.—Esse veículo está com defeito — queixou-se Pierre sem conseguir mover o carrinho.— Você que é ruim mesmo Pier, finalmente em alguma coisa — provoquei, batendo na sua traseira.— Olha que posso descontar isso no treinamento a cavalo — ameaçou.— Que golpe baixo — reclamei, batendo novamente nele e rindo.— Com certeza será um golpe, regazza — res
Mesmo já prevendo que era aquilo que ele estava preste a fazer, o beijo me deixou desprevenida. Beija-lo ainda era algo que me deixava surpresa, como se fosse sempre o primeiro beijo.Retribui o beijo na mesma hora que nossos lábios se tocaram, meu nervosismo sobre meus poderes sumiu ali, dando lugar ao sentimento que já começara a ficar familiar. As borboletas no estomago, a calmaria e a ansiedade ao mesmo tempo, o gosto agridoce da sua boca misturada com a minha e o mundo girando lentamente em nossa volta, tudo isso já estava se tornando algo costumeiro.Durante o beijo senti meus dedos ficarem mais quentes, meus braços ainda estavam parados ao lado do meu corpo, não conseguia mover nenhuma parte do meu corpo que não fosse meus lábios. Porém quando abri lentamente meus olhos enquanto nos beijávamos, vi que dos meus dedos saiam faíscas de fogo caindo na areia. Fechei minhas mãos
Depois que cheguei em casa, me tranquei dentro do quarto e liguei para Pietro.— Atende, atende, atende — murmurei para o telefone tocando, andando de um lado para outro no quarto.— Alô?! — disse Pietro animado, com barulho ao fundo. Com certeza já tinham achado um bar.— Pietro? Está me ouvindo? É a Mikaella — gritei no telefone nervosa.— Ah Mikaella, belíssima Mikaella. O que houve? — perguntou divertidamente.— Thryee. Ele está aqui — respondi. Pietro ficou mudo de repente, ouvia apenas o barulho do bar.— Pietro, você me ouviu?— Sim. Aonde você está, Mikaella? — perguntou agora com uma voz séria e o barulho do fundo sumiu, devia ter saído do bar.— Estou em casa.— Aonde você o encontrou?— Estava com Gabe na praia e vimos uma estrela
— Você não tem um luer? — perguntei, sentada na cama olhando para ele sentado no parapeito da janela.— Tenho, mas ele não caberia aqui e com certeza se ficasse lá fora ele chamaria atenção — respondeu, olhando para a rua.A lua estava cheia e brilhava como nunca, isso iluminava parcialmente o rosto dele, daria uma ótima fotografia aquele tipo de luz e a pose.— Qual é o seu luer? — falei, me levantando sorrateiramente da cama.— Ele é parecido com um leopardo de vocês, só que maior — respondeu de forma distraída.Comecei a procurar a minha câmera, não podia perder aquele momento para tirar uma foto. Ele estava perfeito.— E qual é o nome dele?— Matador.Parei de andar quando ouvi sua resposta, vendo a câmera dentro de uma bolsa antiga minha de academia.
Concordei com a cabeça, ele tinha razão. Não devia ter esse medo, porem eu tinha e era frustrante.Depois da nossa conversa, fui dormir. Pierre ficou de vigia na cadeira e Skyla tomou seu habitual lugar aos pés da cama e deitou-se. Não peguei no sono imediatamente, fiquei olhando para o teto escuro, pensando no que faria quando encontrasse Gabe outra vez ou Troy. Querendo saber com quem eu ficaria no final das contas, talvez eu devesse realmente seguir o conselho do Pierre, não viver no passado. Porém eu ainda tinha fé de conseguir ficar com Troy de novo, se ele havia voltado dos mortos, quem não garantia que não podia voltar cem por cento? Ninguém. Eu tinha esse fato ao meu favor, tinha a esperança de conseguir retomar nossas vidas da onde parou.Só que já se passaram dois anos, minha vida não parou por completo, prova disso era que Gabe entrou nela, me fazen
— Meu Deus, são incríveis! — elogiei, boquiaberta. — Mas Nat, como você, quero dizer...— Ah, fala sério. Você achou mesmo que eu não iria recompensa-la pela ideia, né? — respondeu rindo. — Você é a minha melhor amiga, você merece.Eu não sabia o que dizer, então simplesmente a puxei para um abraço, apertando nossos corpos bem juntos, usando toda a minha força para manter ela ali comigo, eu amava aquela garota fascinada pela moda, sempre iria amar.— Obrigada — murmurei perto do seu ouvido. — São lindos.Ela me abraçou forte também, acariciando meus cabelos e eu sabia que ela estava sorrindo, mesmo que não pudesse ver.— Não foi nada demais. Deixe-me mostrar o seu — pediu, desfazendo o abraço. — Esse aqui dos anos vinte é o seu, sei como
— Você não está já grandinha demais para usar essa chantagem, não?— Não quando estou com fome — falei rindo. — Você sabe que eu como de tudo. Agora me dá um pedaço vai.Meu pai enquanto me servia um pedaço da torta, quase enfiei tudo na boca de uma vez de tão gostosa que estava. Com certeza ele iria ganhar aquele concurso.— Mmmm, meu Deus que delícia — declarei com a boca cheia, mastigando. — Com certeza o senhor ganha papai, está perfeita.— Obrigado, querida — agradeceu abrindo um sorriso.Estava terminando de apreciar a torta quando meu celular tocou.— Pois não? — atendi, me afastando concurso.— Achei que tínhamos um acordo — falou Pierre zangado.Foi quando lembrei, não tinha ido para o treino a cavalo naquela manhã. Ele ia me m