Viviane
Nos dias que se seguiram, comecei a sentir os primeiros efeitos da gravidez. Estava me sentindo mais sonolenta e tudo que eu fazia me deixava cansada.
Eu havia pensado muito sobre o assunto e cheguei à conclusão que não poderia contar sobre minha gravidez ao João Felipe, uma vez que eu já sabia qual seria sua reação, diante do que aconteceu quando contei sobre a Júlia.
Eu não suportaria ouvir sair de sua boca que eu deveria interromper essa gravidez. Seria muito duro a confirmação de que eu e o nosso filho valíamos tão pouco para ele.
Deitei em minha cama, pensando em minha situação e nas decisões que eu precisava tomar, pois a minha maior preocupação era como eu iria explicar a todos sobre quem era o pai do meu filho.
- Filha, você tem ficado muito tempo sozinha aqui em
João FelipeEntrei na cozinha em busca de algo para comer, pois já passava das três da tarde do sábado e eu ainda não havia almoçado. Estava tão focado nos últimos detalhes para implantação de nossa filial que nem mesmo prestei atenção na hora.Estava desde cedo na biblioteca da mansão, estudando alguns contratos que firmamos com os investidores do nosso projeto e agora estava sentindo a ausência da refeição que não fiz.Encontrei o João Pedro conversando com a Lúcia, enquanto retirava alguns alimentos de dentro da geladeira e colocava dentro de um recipiente plástico.- Boa tarde!- Até que enfim você apareceu! Não tem se alimentado direito, menino. - Reclamou a Lúcia, me olhando com as mãos na cintura, em uma postura zangada.- Est
Viviane Aquela frase e a forma como falou, me magoou tanto que eu nem sabia descrever tudo o que estava sentindo naquele momento e as lágrimas desceram sem que eu nem mesmo percebesse. Não consegui nem mesmo ouvir o que o João Pedro falava, apenas olhei nos olhos do Felipe e me questionei como eu pude me envolver com alguém tão frio. Ele me olhou de volta e por um momento ainda cheguei a pensar que ele iria voltar atrás em suas duras palavras, mas ele saiu do quarto. Lembrei então da conversa que ouvi entre ele e seus amigos sobre a festa na piscina na casa do Ricardo Alcântara, quando eu ainda era praticamente uma criança e pude apenas comprovar, mais uma vez, o quão ele pode ser cruel. - Senta aqui, Vivi. Por favor! Eu segui o João Pedro até sua cama e sentei, como ele estava pedindo. - Você me desculpa? Eu não deveria ter me metido na sua situação com o Felipe. É que eu estou tão chat
Viviane- Como assim, vocês vão se casar? – O João Felipe praticamente gritou, levando todos a olharem-se de forma constrangedora.- Exatamente o que você ouviu. Eu e a Vivi decidimos nos casar e não consigo entender o motivo de tanta surpresa vindo de você, que sempre fez insinuações sobre a nossa de amizade. - João Pedro falou de maneira fria e contida.Enquanto eu, sentia todo o meu corpo tremia e eu não sabia nem mesmo onde colocar a mão, que estava mexendo, colocando por baixo da mesa e em cima das minhas pernas e depois retirava e colocava em cima da mesa.– Você não pode simplesmente chegar aqui e dizer que vai se casar com a filha dos empregados e esperar que a gente aceite isso, João Pedro! É um completo e total absurdo. – Ele insistiu.Não esper
João FelipeEstava de malas prontas e viajaria no dia seguinte para Nova York. A única coisa que me prendeu à São Paulo nos últimos dias havia sido as consultas e exames que minha mãe fez, e sua saúde que aparentemente estava debilitada. Mas ontem ela passou pelo médico e estava tudo bem com ela, pois segundo os exames, ela estava apenas uma anemia leve, que já estava sendo tratada.Diante disso, resolvi não adiar mais os meus planos de expansão de nossa empresa e seguir para me estabelecer em Nova York.Já havia contratado uma equipe de analistas financeiros que estavam dando início a fase preliminar do projeto, entre eles, um grande amigo de meu irmão, o Jack. Eu já conhecia o Jack superficialmente, de quando morei nos Estados Unidos e participei de alguns eventos ligados ao mundo das finanças e q
VivianeO João Felipe havia viajado mais uma vez aquela manhã para Nova York. Deveria estar bem feliz consigo mesmo, afinal, estava realizando seus objetivos e fazendo aquilo que mais gostava, ganhar dinheiro.Suspirei resignada.Estava saindo da universidade, dessa vez havia conseguido assistir toda a aula sem sofrer com crises de enjoos. Ao menos algo bom, pois eu já estava que não aguentava mais. Mas minha alegria durou pouco e logo que saí da sala, fui às pressas para o banheiro do meu setor de aulas, colocar todo o meu café da manhã para fora.O João Pedro foi me buscar e estávamos agora voltando juntos para casa.- Está muito pensativa hoje.- Você também. - Falei e sorri.Apesar do clima ameno entre nós, nos mantemos calados durante todo o trajeto até a mansão, uma vez que cada u
João FelipeJá estava em Nova York há um mês e tudo estava correndo exatamente da forma como eu planejei desde o primeiro momento que decidi ampliar os negócios da família para o exterior. A equipe, que eu havia escolhido cuidadosamente para me auxiliar, era formada por profissionais competentes e que estavam voltados para o sucesso de nossa primeira filial fora do nosso país.Era formada por profissionais americanos, mas eu também havia trazido um dos funcionários do meu pai da matriz em São Paulo, que era o Luiz Miguel. Ele tinha formação em Direito, mas com especialização em finanças e estavam me auxiliando de forma espetacular, nesses meus primeiros passos como CEO.O Jack era brasileiro também, mas já morava há vários anos em Nova York e eu não tinha nada a reclamar do seu trabalho
VivianeOs últimos meses não haviam sido fáceis. Tanta coisa havia acontecido, que eu me sentia atordoada só em pensar nas mudanças que aconteceram na minha vida.Depois da conversa entre eu e meus pais, eu havia decidido que tinha uma pequena parcela de culpa pela relação tensa com a Marta. Eu nunca tentei nem mesmo cumprimenta-la, durante todos esses anos de convivência. Eu apenas entendi que ela não gostava da situação e eu mesma passei a trata-la com frieza também.Diante disso, resolvi tentar uma aproximação, em nome do meu filho e do lar que eu gostaria de oferecer a ele, em que houvesse amor e carinho, além de muito respeito.Não falei para o João Pedro nada do que meus pais me contaram, uma vez que ele estava conciliando o último semestre da faculdade com o trabalho na Mendes e caso se
Viviane - Primeiro, a senhora vai me explicar melhor sobre esse resultado que recebeu, que acredito ter sido de um exame, para entendermos um pouco, de cabeça fria, qual o seu quadro. E segundo, caso a senhora não queira contar a todos, por enquanto, sobre o que está se passando, eu vou entender. Eu posso acompanhá-la a consulta, vamos ouvir o que o médico tem a dizer, qual o tratamento, se vai precisar de cirurgia... – A menção da palavra "cirurgia", dona Marta se encolheu toda, o que era bastante compreensível, tendo em vista a sua busca constante por manter-se sempre impecável. - Eu não quero que minha família saiba, Viviane. Por favor, estou confiando em você. – Ela falou de forma desolada. - Não precisa contar ainda. Acho que será melhor quando já soubermos com exatidão todas as informações. Do jeito que o senhor Rodolfo é, ele vai acabar deixando-a mais ansiosa ainda. Não é momento para especulações. A senhora gostaria que eu a