Laila
Eu sou uma fralde.
Coloquei o meu travesseiro na cabeça, lembrando da noite anterior e me sentindo péssima, mais uma vez. E eu nem estava me referindo a ressaca da bebida. Era a “ressaca moral" que me atormentava naquele momento.
- Está se sentindo bem, Laila? – Larissa perguntou, acredito que ainda deitada na cama ao lado.
Eu não tinha certeza, pois não tirei o travesseiro da cabeça nem mesmo para olhar para minha irmã.
- Dor de cabeça. – Menti, pois, apesar de ter tomado vários drinques no Lilo's ontem, o meu mal-estar era outro.
- Quer que te traga um analgésico? – Se ofereceu, como sempre, de maneira gentil.
A Larissa tinha conseguido entrar no curso de jornalismo como desejava, e conseguido um estágio na área há alguns meses. Era uma jovem muito focada n
Nicolas Acordei com uma dor de cabeça horrível. Parecia que tinha uma bateria de escola de samba dentro do meu cérebro. Odiava beber para me sentir assim. Sempre me controlava, bebia no máximo duas doses de whisky. Mas ontem, tinha que admitir, me excedi um pouco.A presença da Laila me desestabilizou. Ela me incomodava. Não gostava dela. Garota carente! Vivia correndo atrás do meu irmão, e no decorrer do tempo em que trabalhavam juntos, passaram a ser quase inseparáveis, não se desgrudavam. Mas mesmo assim, ninguém acreditava que houvesse um romance entre os dois. Afinal, a mulher vivia rodeada de homens.Lá no barzinho onde fomos ontem, eu fui ao banheiro e quando retornei, ela estava se agarrando com um homem qualquer. Era sempre assim. Ela nunca passava em branco. Em toda festa que eu tive o desprazer de encontrá-la,
Laila Estava no meu horário de almoço, era meu direito fazer o que bem quisesse com ele, inclusive estar aproveitando para bater papo com desconhecidos, através de um aplicativo de namoro, pensei chateada, ao recordar a cena com o Nicolas, que ocorrera no início daquela semana. A minha intenção, ao fazer esse tipo de coisa, era justamente para esquecê-lo, mas até nesses momentos, eu lembrava dele. E essa minha busca constante para encontrar um novo amor tornava-se infrutífera, pois nem mesmo enquanto eu conversava com outros homens, eu conseguia esquecer aquele arrogante. Mas eu precisava me apegar a alguma coisa, pois a vida sem esperança estava me sufocando. - Não foi almoçar? – Henrique perguntou, ao me ver sentada de maneira displicente, em minha cadeira de trabalho. - Não estava com fome. – Respondi, ainda mexendo no celular. – Como foi o almoço com os gregos? - Não adiant
Nicolas- Como você está se sentindo, querido? – Minha mãe perguntou, ao me ver chegar a mesa de jantar da minha família aquela noite.- Não precisa falar comigo com toda essa delicadeza, mamãe. – Falei de maneira rude, me arrependendo logo em seguida por meu comportamento. – Desculpas.Minha família não tinha culpa pelo que havia acontecido comigo. Se havia algum culpado nessa história, era eu mesmo, por ter casado sem amor, levado pela raiva por ter sido dispensado pela Laila e pela ideia de que seria pai em breve e poderia fazer aquilo dar certo, quando estava tão claro que eu e a Natasha não nos amávamos.Faltando amor, como poderia uma relação dar certo?- Nós conseguimos entender que você deve estar chateado, meu filho. – Meu pai falou, em seu to
Laila - O Henrique está na sala, aguardando por você. – Larissa falou, entrando no quarto. Eu estava terminando de me arrumar, para ir encontrar com a Viviane e a suas amigas em uma boate muito badalada, a qual eu sabia que era bastante frequentada pela elite paulistana. Eu não ia aceitar o convite, pois era algo totalmente fora do meu orçamento, mas como a Cecília, amiga da Vivi, havia ganho os convites para a área VIP, e eu não pretendia beber, poderia me dar ao luxo de acompanha-las aquela noite. Eu gostei bastante das duas garotas e queria desfrutar de uma noite das meninas, como elas haviam nomeado o programa. - Ele nem me avisou que estava vindo! – Comentei com a minha irmã. - Se apresse, pois, a mamãe está lá puxando conversa com ele e você sabe o quanto ela pode ser inconveniente. Concordei com a minha irmã e terminei de dar os últimos toques na minha aparência e logo estava entr
NicolasOlhei para a Laila sem entender seu pedido, mas parei o carro ainda no estacionamento do hospital.- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou.- Eu... é que... – Ela gaguejou.Ficamos olhando um nos olhos do outro, pelo que pareceu uma eternidade. Eu a achava linda, meu coração teimava em ainda sentir algo por ela, mas minha mente dizia para que eu mantivesse o meu orgulho intacto, que nós não tínhamos chance de dar certo, uma vez que a Laila se mostrou imatura no momento em que eu estava apostando tudo em nossa relação. Eu entreguei meu coração a ela, mas ela rejeitou.Quando eu acreditei que ela iria falar alguma coisa, para explicar o porquê de pararmos ali, a Laila me beijou. Ela parecia receosa, mas seus lábios estavam firmes sobre o meu.A luta interna entre cérebro e coração
NicolasJá passava do meio dia e eu ainda estava deitado em meu quarto, na casa dos meus pais. Era algo que não acontecia desde que eu era um adolescente ainda, mas que já era o segundo dia seguido que eu fazia.Pensava sobre os últimos dias, quando viajei para resolver um problema jurídico da construtora, e a Natasha me ligou, me informando que estava em São Paulo, e eu tentei de todas as formas resolver a situação na obra em Fortaleza o mais rápido possível, para poder chegar em casa e ter uma conversa séria com ela.Eu queria o divórcio, era o melhor a ser feito. Mas qual não foi minha surpresa quando entrei em meu apartamento e ouvi os gemidos de prazer daquela que e
LailaEstava conversando com alguns funcionários da Alcântara, quando vi o Henrique se aproximar de onde estávamos, sua postura rígida. Tive certeza de que algo tinha acontecido. Pedi licença e fui ao encontro do meu amigo, já me sentindo apreensiva.- O que aconteceu? - Perguntei assim que estávamos próximos o suficiente.- Por que você acha que aconteceu alguma coisa? - Ele falou, tentando sorrir de maneira descontraída, mas sem sucesso.- Para de me enrolar e fala logo.- Vamos até a varanda. - Ele chamou, me deixando ainda mais curiosa.Quando estávamos distantes do salão onde estava concentrado o maior número de pessoas, ele parou e me olhou, parecendo querer me passar uma tranquilidade que nem mesmo ele parecia estar sentindo.- Fala logo, Henrique! – Falei, quand
Nicolas- Não entendo por que a senhora convidou a Alicia Guimarães. – Questionei a minha mãe.- Você sabe que seu pai tem negócios com os Guimarães e eu não podia deixar de convidá-los. – Minha mãe justificou.- Essa garota é muito arrogante e não gosto dela nenhum pouco. – Deixei claro, mais uma vez.- Não gosto de falar das pessoas pelas costas, mas preciso concordar com você, ela é insuportável. – Minha mãe falou, fazendo uma careta ao ver que a própria estava se dirigindo até onde estávamos conversando.- Preciso saber o nome da empresa de eventos que organizou sua festa, Veronica. – Alicia falou, em seu tom de superioridade de sempre.- Você gostou, Alicia? – Minha mãe perguntou, cheia de expectativa.Todos sabia