Nicolas
- Como você está se sentindo, querido? – Minha mãe perguntou, ao me ver chegar a mesa de jantar da minha família aquela noite.
- Não precisa falar comigo com toda essa delicadeza, mamãe. – Falei de maneira rude, me arrependendo logo em seguida por meu comportamento. – Desculpas.
Minha família não tinha culpa pelo que havia acontecido comigo. Se havia algum culpado nessa história, era eu mesmo, por ter casado sem amor, levado pela raiva por ter sido dispensado pela Laila e pela ideia de que seria pai em breve e poderia fazer aquilo dar certo, quando estava tão claro que eu e a Natasha não nos amávamos.
Faltando amor, como poderia uma relação dar certo?
- Nós conseguimos entender que você deve estar chateado, meu filho. – Meu pai falou, em seu to
Laila - O Henrique está na sala, aguardando por você. – Larissa falou, entrando no quarto. Eu estava terminando de me arrumar, para ir encontrar com a Viviane e a suas amigas em uma boate muito badalada, a qual eu sabia que era bastante frequentada pela elite paulistana. Eu não ia aceitar o convite, pois era algo totalmente fora do meu orçamento, mas como a Cecília, amiga da Vivi, havia ganho os convites para a área VIP, e eu não pretendia beber, poderia me dar ao luxo de acompanha-las aquela noite. Eu gostei bastante das duas garotas e queria desfrutar de uma noite das meninas, como elas haviam nomeado o programa. - Ele nem me avisou que estava vindo! – Comentei com a minha irmã. - Se apresse, pois, a mamãe está lá puxando conversa com ele e você sabe o quanto ela pode ser inconveniente. Concordei com a minha irmã e terminei de dar os últimos toques na minha aparência e logo estava entr
NicolasOlhei para a Laila sem entender seu pedido, mas parei o carro ainda no estacionamento do hospital.- Aconteceu alguma coisa? – Ele perguntou.- Eu... é que... – Ela gaguejou.Ficamos olhando um nos olhos do outro, pelo que pareceu uma eternidade. Eu a achava linda, meu coração teimava em ainda sentir algo por ela, mas minha mente dizia para que eu mantivesse o meu orgulho intacto, que nós não tínhamos chance de dar certo, uma vez que a Laila se mostrou imatura no momento em que eu estava apostando tudo em nossa relação. Eu entreguei meu coração a ela, mas ela rejeitou.Quando eu acreditei que ela iria falar alguma coisa, para explicar o porquê de pararmos ali, a Laila me beijou. Ela parecia receosa, mas seus lábios estavam firmes sobre o meu.A luta interna entre cérebro e coração
NicolasJá passava do meio dia e eu ainda estava deitado em meu quarto, na casa dos meus pais. Era algo que não acontecia desde que eu era um adolescente ainda, mas que já era o segundo dia seguido que eu fazia.Pensava sobre os últimos dias, quando viajei para resolver um problema jurídico da construtora, e a Natasha me ligou, me informando que estava em São Paulo, e eu tentei de todas as formas resolver a situação na obra em Fortaleza o mais rápido possível, para poder chegar em casa e ter uma conversa séria com ela.Eu queria o divórcio, era o melhor a ser feito. Mas qual não foi minha surpresa quando entrei em meu apartamento e ouvi os gemidos de prazer daquela que e
LailaEstava conversando com alguns funcionários da Alcântara, quando vi o Henrique se aproximar de onde estávamos, sua postura rígida. Tive certeza de que algo tinha acontecido. Pedi licença e fui ao encontro do meu amigo, já me sentindo apreensiva.- O que aconteceu? - Perguntei assim que estávamos próximos o suficiente.- Por que você acha que aconteceu alguma coisa? - Ele falou, tentando sorrir de maneira descontraída, mas sem sucesso.- Para de me enrolar e fala logo.- Vamos até a varanda. - Ele chamou, me deixando ainda mais curiosa.Quando estávamos distantes do salão onde estava concentrado o maior número de pessoas, ele parou e me olhou, parecendo querer me passar uma tranquilidade que nem mesmo ele parecia estar sentindo.- Fala logo, Henrique! – Falei, quand
Nicolas- Não entendo por que a senhora convidou a Alicia Guimarães. – Questionei a minha mãe.- Você sabe que seu pai tem negócios com os Guimarães e eu não podia deixar de convidá-los. – Minha mãe justificou.- Essa garota é muito arrogante e não gosto dela nenhum pouco. – Deixei claro, mais uma vez.- Não gosto de falar das pessoas pelas costas, mas preciso concordar com você, ela é insuportável. – Minha mãe falou, fazendo uma careta ao ver que a própria estava se dirigindo até onde estávamos conversando.- Preciso saber o nome da empresa de eventos que organizou sua festa, Veronica. – Alicia falou, em seu tom de superioridade de sempre.- Você gostou, Alicia? – Minha mãe perguntou, cheia de expectativa.Todos sabia
LailaQuando o Henrique se aproximou de onde estávamos, não entendi a sua cara de irritação, mas acreditei que algo havia acontecido para que ele estivesse assim, uma vez que ele era normalmente simpático de estava sempre de bom humor.Mas então lembrei da minha mãe na festa e fiquei tensa, aguardando que ele me falasse algo, uma vez que eu ainda não a havia visto. Eu tinha até mesmo chegado a pensar que ela tinha ido embora, mas agora fiquei temerosa.- Como vai, Jonas? – Henrique cumprimentou, estendo a mão para um aperto.- Tudo bem e você? – Jonas respondeu, arqueando a sobrancelha.- Ótimo! – Apesar das palavras, ele estava com a mandíbula pressionada. – O que está achando da festa?- Estou gostando. Ainda mais agora que encontrei a minha
NicolasAcordei no dia seguinte a festa de aniversário da minha mãe me sentindo completamente indisposto. Não tinha nem mesmo vontade de ir para a empresa, porém, a recordação de que eu estava cada dia mais parecido com o Ricardo, me deu forças para me arrumar e ir me juntar a minha família à mesa de café da manhã.Iria para a construtora, nem que fosse apenas para implicar com a Helen, pensei fazendo uma careta.- Bom dia, família. - Cumprimentei ao sentar à mesa.- Bom dia. - Todos responderam ao mesmo tempo, a disposição para o início de um novo dia aparente em suas vozes, ao contrário de mim.- Marquei uma reunião do Conselho para hoje à tarde. - Meu pai avisou, fazendo com que eu me sentisse automaticamente com o ânimo renovado. - Pretendemos votar as mudanças
LailaEstava sentada em minha mesa, quando o Henrique veio até a porta que ligava a sua sala à minha, ficando parado no vão da porta, com um olhar interrogativo.Voltei a olhar para o computador, pois a vontade de rir da sua cara era muito grande e eu não queria me entregar tão facilmente. Tentei manter uma expressão séria.- Você está franzindo os lábios. – Ele comentou, ainda no mesmo lugar.- O que isso quer dizer? – Perguntei sem olhar para ele, fingindo digitar algo.- Fala logo, o que aconteceu entre você e o Nicolas? – Perguntou de forma direta. – Ainda estão vivos, pelo que posso constatar. – Brincou.- Encerramos a reunião, simples assim.Eu não estava mentindo, no fim das contas. Nós realmente encerramos a reunião, pensei de forma mal