Elena caminhou pelas ruas da cidade com passos apressados, a mente girando em um turbilhão de pensamentos. A noite fria parecia refletir o estado de sua mente, que estava dividida entre o medo e a desesperança. O cartão que Anton Salvatore lhe havia dado parecia pesar mais do que qualquer carga física que ela já carregara. O brilho dourado das letras e o número de telefone estavam gravados em sua memória, como uma promessa enigmática e potencialmente perigosa.
Ela chegou ao apartamento onde morava com a mãe, um pequeno espaço em um edifício antigo e desgastado. O prédio estava quieto, a atmosfera carregada com a mesma sensação de desolação que Elena sentia. As luzes de seu apartamento estavam acesas, sinalizando que sua mãe ainda estava acordada. Elena respirou fundo antes de abrir a porta, sentindo o peso da responsabilidade esmagá-la. Quando entrou, encontrou sua mãe sentada na sala, lendo um livro. O olhar cansado e preocupado de Corina se iluminou ao ver a filha. “Como foi o trabalho, querida?”, perguntou Corina, sua voz fraca, mas cheia de carinho. Elena forçou um sorriso, tentando esconder o peso que sentia. “Foi cansativo, mas tudo bem. Nada que eu não possa aguentar.” Corina percebeu que algo estava diferente. “Você parece perturbada. Aconteceu alguma coisa?” Elena hesitou, sentindo o nó em sua garganta se apertar. Não queria preocupar a mãe mais do que o necessário, mas sabia que precisava contar a verdade. Ela se sentou ao lado de Corina, pegando a mão dela. “Eu conheci alguém hoje, no restaurante. Um homem chamado Anton Salvatore. Ele me deu um cartão e fez uma oferta… para ajudar com o tratamento. Mas… há um preço.” Corina olhou para ela com um olhar confuso e preocupada. “Que tipo de oferta?” Elena respirou fundo, seus olhos fixos no chão enquanto falava. “Ele me ofereceu dinheiro suficiente para o seu tratamento, mãe, em troca de um trabalho em um dos seus clubes noturnos. Disse que seria apenas entreter clientes, servir bebidas e talvez dançar. Não é nada fácil, e eu não sei se posso fazer isso.” O silêncio se estendeu pela sala enquanto Corina processava a informação. Finalmente, ela falou, sua voz carregada de preocupação. “Isso é muito arriscado, Elena. Não podemos saber que tipo de ambiente é esse. E se ele estiver apenas tentando te manipular?” Elena balançou a cabeça, o desespero visível em seu olhar. “Eu sei, mãe. Mas estamos tão perto de esgotar todas as opções. Não sei o que fazer. Se eu recusar, não sei como vamos pagar pelos tratamentos. Se eu aceitar, estou entrando em um mundo desconhecido e potencialmente perigoso.” Corina apertou a mão de Elena, seu olhar carinhoso e cheio de dor. “Você tem que pensar no que é melhor para você e para nós. Não deve se sacrificar de uma maneira que possa te prejudicar.” Ouvindo as palavras da mãe, Elena sentiu um peso ainda maior sobre seus ombros. Ela sabia que a decisão que estava prestes a tomar não era apenas sobre o futuro de sua mãe, mas também sobre o próprio bem-estar e dignidade. “Eu preciso de tempo para pensar”, disse ela finalmente, a voz trêmula. “Não quero tomar uma decisão precipitada.” Corina assentiu, compreendendo a complexidade da situação. “Faça o que achar certo, filha. Eu confio em você.” Elena passou o resto da noite em claro, virando-se na cama sem conseguir relaxar. O cartão de Anton Salvatore estava na mesa de cabeceira, um lembrete constante da escolha que ela teria que fazer. Ela pensou nas palavras de Anton, no toque sutil de sua mão, e no olhar penetrante que parecia ter lido cada nuance da sua alma. Pela manhã, Elena decidiu que precisava ver Anton novamente, não apenas para obter mais informações, mas para entender melhor o tipo de pessoa com quem estava lidando. Se ela fosse aceitar a oferta, precisava saber a que realmente estava se comprometendo. Ela tomou coragem, se vestiu de forma simples e pegou o cartão de Anton. Sentindo uma mistura de medo e determinação, Elena caminhou de volta para a casa de Anton Salvatore. Cada passo parecia pesar mais do que o anterior, mas ela sabia que precisava enfrentar o dilema de frente. Ao chegar, os seguranças a reconheceram e a deixaram entrar. Elena subiu as escadas até o escritório de Anton, seu coração batendo acelerado. Quando a porta se abriu, ela encontrou Anton sentado atrás da mesa, um sorriso enigmático nos lábios. “Bom dia, Elena”, disse ele, levantando-se. “Pronta para discutir o que você decidiu?” Elena respirou fundo, endireitando os ombros e enfrentando o olhar dele com uma determinação renovada. “Sim, senhor Salvatore. Eu quero saber mais sobre o que exatamente implica a oferta.” Anton sorriu, um brilho de satisfação em seus olhos. “Muito bem. Vamos conversar.” Enquanto se sentava na cadeira diante da mesa, Elena sabia que a decisão que estava prestes a tomar poderia mudar sua vida para sempre. Ela estava pronta para enfrentar o desconhecido, determinada a lutar pela mãe e por si mesma, mesmo que isso significasse navegar em um mundo que ela mal compreendia.As luzes do clube noturno eram uma mistura de néon e sombras, criando um cenário quase surreal de decadência e luxo. O som grave da música fazia o chão vibrar sob os pés de Elena enquanto ela atravessava o salão principal do Inferno, o clube exclusivo de Anton Salvatore. Era ali que ela trabalhava agora, imersa em um mundo que era tanto sedutor quanto perigoso.Elena ainda não se acostumara com o ambiente. As risadas altas, o tilintar constante de copos, o cheiro de álcool misturado com perfumes caros. Tudo era intenso demais. Ela servia os clientes, entregava bebidas, e ocasionalmente dançava, como Anton sugerira. Mas sempre sentia o peso do olhar dele sobre si, uma constante lembrança de que ele estava ali, observando-a, controlando cada movimento que fazia.Naquela noite, Elena estava de serviço no bar principal, suas mãos ágeis misturando coquetéis e atendendo pedidos. Vestia um uniforme justo, uma saia preta curta e uma blusa de seda vermelha que abraçava suas curvas, escolhidos
A noite estava fria e o vento cortante de outono passava pelas frestas das janelas do restaurante, deixando o ambiente gelado e desconfortável. Elena sentia suas pernas arrepiadas, um arrepio que começava na ponta dos pés e subia pelo corpo todo. Seus pés estavam gelados dentro do scarpin gasto de salto baixo, que mal oferecia proteção contra o chão de azulejos frios do restaurante. Ela abraçou o cardápio contra o peito, buscando um pouco de calor, mas sabia que de nada adiantaria. O uniforme que era obrigada a usar era composto por uma saia preta justa, que ia um pouco acima dos joelhos, e uma camisa social de botões brancos, cujas mangas eram três-quartos, deixando os braços dela expostos ao frio de dez graus daquela noite.Elena mordeu o lábio inferior, frustrada. Há quanto tempo já estava ali, naquele emprego sem futuro? Trabalhando até tarde da noite, sujeita ao assédio dos clientes e à grosseria de Cassian, o dono do restaurante. Mas não havia escolha. O salário era medíocre, ma
Anton encostou a cabeça no banco de couro do carro, sentindo a tensão do dia pesar sobre seus ombros. O jantar com os De Luca havia sido um sucesso, e isso significava um passo importante nos negócios. No entanto, lidar com a insistência de Isabela era mais do que ele estava disposto a aguentar naquela noite. Ele precisava de um tempo para si, um momento de silêncio. Girou a chave na ignição, sentindo o motor potente do carro rugir sob seu comando.Antes que pudesse arrancar, ouviu um leve bater na janela do passageiro. Anton virou o rosto lentamente, seu olhar frio pousando na figura elegante de Isabela. Ela estava linda, como sempre, seus cabelos loiros caindo em ondas perfeitas sobre os ombros. O vestido justo destacava suas curvas, e os olhos claros brilhavam sob a luz suave dos postes de rua. Mesmo assim, tudo o que Anton sentia por ela naquele momento era irritação.“Não vai me levar pra casa?”, a voz dela era doce, mas havia uma nota de irritação ali.Anton suspirou, um som pes