ELIZA NARRANDO Acabamos de aterrizar, trazendo um mundo de sensações conflituosas dentro de mim. Esse encontro que no fundo foi tão esperado por mim um dia, foi totalmente diferente do que imaginei. Imaginava algo mais agressivo, algo mais perigoso, digamos assim. Diferente disso, eu o ataquei mais do que fui atacada e ele ainda me deixou uma sensação de que naquele momento não seria capaz de fazer nada comigo. Sou tirada dos meus pensamentos pelo Tom. — Vamos amor? —Ah, desculpa, estava com a cabeça longe. - E estava mesmo, sentia que não conseguia me concentrar direito. — Está tudo bem com você amor?- Ele passa a mão no meu rosto e da beijo na minha testa. — Está sim, dentro do possível. - Dou o meu melhor sorriso para ele. — Ah, esqueci de falar, as nossas coisas já foram para nosso novo apartamento, que é bem mais espaçoso. — Ah que bom. - Seguimos para o carro, onde tinha o motorista do Sr Fernando e o do Tom. Nos despedimos e seguimos para casa. O p
ELIZA NARRANDO Já estava quase perto quando algo me assola. Mas o que será que essa mulher vai fazer? Será que isso é uma armadilha? Vou ligar para o Tom. Droga, sem bateria. A sorte é que eu já tinha colocado no GPS do carro o endereço. Essa louca vive o tempo todo falando que vai me matar, o que eu estou indo fazer dando de cara com a bandida, afinal como ela sempre ressalta que é mafiosa. Vou voltar, melhor ir para casa e de lá ligar para o Tom e saber o que fazer. Ao fazer o retorno sinto que estou sendo seguida, mas não me parece os meus seguranças. Ando por várias ruas, tentando despistá-los, mas conheço pouco aqui. Cheguei num ambiente que já era mais barra pesada e estava meio deserto. Droga, que merda eu fiz. Fico presa nos meus pensamentos quando vejo, tem dois carros em cima de mim, e tive que parar. Saem 4 pessoas de cada carro com fuzis e metralhadoras apontando para mim. O medo foi tanto que tenho que abrir a porta. — Vamos, desce agora, anda- Eles es
FERNANDO NARRANDO. Estou mais confiante quanto a minha cirurgia, vendo tudo que o Dr Davide falou-me, eu estou realmente com grandes esperanças. Aquele encontro da Eliza com o Marco para mim foi surpreendente. Eu achei ele muito calmo apesar de uma fala meio sarcástica num dado momento. Engraçado que apesar da Eliza ser a cara da Ana, vê-los juntos me fez pensar que a Eliza poderia muito bem passar como filha dele, porque lembra ele. Mas não, era o que menos esperava que ela fosse filha esse verme. Eu já a amo como filha. Chegando em casa a coisa não estava nada bem, eu realmente não sei o que mais fazer com a minha esposa. Ela está demais. — Olá Márcia, como você está? - dou um beijo no seu rosto. — Soube que a norinha foi na viagem com você e o meu filho. — Sim, a Eliza foi, porque algum problema? — E o que ela foi fazer em uma viagem de negócios de vocês e você nunca me levou. — Corrigindo você, inúmeras viagens de negócios eu levei você, mas muitas dessas
MARCO NARRANDO Depois dessa viagem eu nunca mais fui o mesmo, em todos os sentidos, quer seja com a minha família, os meus negócios e acima de tudo com aquela que passei quase metade da minha vida procurando. Com ela eu mudei todos os meus conceitos, sem nem se quer conversar. Desde aquele dia que eu não consigo tirá-la da minha cabeça, e o pior sem nem saber se é minha família um novo sentimento de pai anda nascendo em mim. Eu preciso me resguardar quanto a isso, porque se ela não for? se ela nunca quiser fazer o teste de DNA? Isso está me martirizado. O Salvatore trouxe a notícia que o Denaro aceita falar comigo e para mim isso já é algo muito importante, ele em um outro momento não aceitaria, sinal que ele quer muito a proteção dela. Estou no escritório e o Vittorio entra. — Pai, posso conversar com você?? - Parece meio preocupado. — Pode filho, senta aí. Coisas da empresa? — Não pai, coisas minhas. Sei que aqui não é o lugar ideal para conversar, mas eu já e
TOM NARRANDO Estou sem acreditar em tudo que está acontecendo, saí de casa, deixo a minha esposa feliz, tranquila, a minha mãe também estava bem, dentro daquela normalidade estranha que ela vivia desde que eu e a Liza casamos.. Agora esse turbilhão de coisas, a minha mãe morta com vários tiros supostamente pela mulher que é a razão da minha vida, como lidar com essa dor? Como descrever tudo que eu estou sentindo em palavras, nada faz sentido. A Liza não é isso eu sei, mas que malditas provas são essas que a colocam como a principal suspeita?. Eu não consigo aceitar isso, minha mãe morta, a minha mãe, que dor é esse meu Deus, que dor. Sinto a mão do meu pai no meu ombro. Estávamos no avião a caminho de Palermo. — Chore meu filho, sei bem essa dor, ponha para fora tudo o que você está sentindo, essa dor é muito maior que nós. — Ow pai, porque foram tão cruel com ela, porque desse jeito me diz? — Vamos pegar quem fez isso ou não me chamo Fernando Denaro. Acredite fil
MARCO NARRANDO Depois que conversei com o Fernando acionei toda a minha equipe incluindo juízes que comem na minha mão. Nesse momento a Eliza está muito fragilizada, o Tom e o Fernando estão numa avalanche de dor pela perda. Chamei o Salvatore, mandei ele falar com o Enzo para trabalharmos em conjunto e isso foi bem importante. Começamos a fazer um mapa de tudo que aconteceu ontem. Meus advogados estavam com ela na hora do interrogatório e eles falaram que parecia que ela só falava verdades. Ficamos debruçados fazendo todo o trajeto do que foi relatado. Os seguranças não terem ido atrás dela foi suspeita. Dois foram parecem ter sido dopados e os outros sumiram e nas suas casas não morava mais ninguém. Chamei o pessoal de TI para nos ajudar e eles começaram a trabalhar nas mensagens do celular de Márcia e Eliza. Foi aí que tudo começou a acontecer a nosso favor. O celular da Márcia tinha um aplicativo que fazia com que pessoas conseguissem ter acesso remoto a seu ce
ELIZA NARRANDO Quando o Tom entrou por aquelas grandes, eu pensei em mil coisas. Pelo seu semblante, o que era mais do que aceitava ele perdeu a mãe que tanto amava. Quando ele me deu a oportunidade de defesa eu fiquei aliviada, e quando o nosso amor e respeito prevaleceu sei que ele só viu verdades em meu olhar e isso para mim, foi o que eu mais precisava. Estou aqui com a cabeça em seu ombro pensando na volta que a vida nos dá, o que antes era perseguição, hoje acolhimento, o que antes era medo, hoje é paz, o que antes era solidão, hoje é estar rodeada de pessoas só me querem meu bem. Como em meses eu fui de um a órfã que era confortada por cartas, ou por pessoas que não era parentes de sangue, mas que não menos importante. Hoje tenho uma família, onde posso até ter irmãos. De tudo que me aconteceu até agora, o que mais enche o meu coração é a possibilidade de ter irmãos, e irmãos tão incríveis pelo que parece. Sei que para isso terei que ser filha dele, e confesso que
TOM NARRANDO O meu encontro com a Liza na cadeia foi pura emoção, eu não posso dizer que por fração de segundos eu duvidei dela, porque duvidei, eram tantas provas contra. Elas não se davam bem, mas no fundo eu sabia que era mais fácil o contrário acontecer, a minha mãe não era fácil e tinha um temperamento de mafiosa, e isso é fato, no passado ela já matou sem dó nem piedade, sem remorso, mas sei que a Liza, não faria isso. Foi reconfortante o seu abraço, as suas palavras, o seu acalanto. Eu não poderia ter encontrado melhor esposa para dividir o resto da minha vida. Vê-la naquela cela foi difícil, antes uma mulher altiva de força, agora uma garota de olhos assustados, mas com uma benevolência em acalmar o meu coração que me deixa mais apaixonado ainda. A ida do Marco à delegacia causa uma mudança nela. Sinto ela dividida, como se a se sentisse culpada por ser filha dele e disso o perdão pudesse macular a alma de sua mãe. A entendo, como perdoar o homem que matou a sua