Stela Narrando.Eu sinto que eles pensam que vão vencer essa batalha, mas mal sabem que eu tenho uma carta na manga, pronta para usar assim que me sentir ameaçada. Ninguém vai me fazer de idiota, muito menos pensar que vai me prender e me torturar.Minha raiva dessa garota imunda só cresce a cada segundo que passa, e se ela acha que vai conseguir acabar comigo, está enganada. Estou nisso há anos, e ela acabou de conhecer o que é uma máfia. Ela não tem chances contra mim, especialmente agora que vai ter um bastardinho de merda com o meu homem. Ela nunca vai se colocar em risco para tentar me pegar.A essa altura, eles já devem ter a Russa como refém, e aquela idiota vai acabar contando tudo o que sabe, inclusive que ela também não é a mãe da menina e que não tem família.Eu pouco me importo com o que vai acontecer com a criança. Tudo o que eu queria era que isso tivesse seguido em frente, e que meus planos tivessem dado certo. Agora, preciso bolar um novo plano para acabar com eles, e
Viktor Narrando.Após o banho, nos deitamos na cama e ficamos um tempo conversando, organizando nossas ideias e colocando nossos pontos principais em pauta para que possamos viver bem de agora em diante. Eu sei que errei muito, mas é fundamental que reconheçamos nossos erros e façamos valer a pena cada segundo desse recomeço.Eu estava me sentindo realizado, completamente feliz e satisfeito por tê-la de novo em meus braços. De agora em diante, nunca mais vou deixar ela escapar.— Anna? — Eu a chamei, tirando-a de seus pensamentos e focando em mim. — Preciso saber, o que você descobriu sobre a Stela?— Eu… não sei se seria a pessoa ideal para te contar o que descobrimos — ela falou, sentando-se ao meu lado.— Prefiro saber de você — pedi mais uma vez.— Bom… já que quer saber, eu vou te contar… — Ela me olhou e respirou fundo. — Stela é filha de um mafioso russo.— Desgraçada! — Saiu da minha boca sem eu ao menos pensar. — Ela esteve infiltrada todo esse tempo?— Ao que tudo indica, si
Anna narrando.Quando eu penso que as coisas não podem piorar, vem uma bomba e termina de detonar com tudo. Eu descobri muitas coisas sobre a Stela, mas parece que essas informações foram perdidas durante o percurso ou não me contaram propositalmente. Se fizeram isso, me fizeram perder o direito de vingar a morte da minha avó, e eu não sei se sou capaz de perdoar isso. Todos sabiam da minha sede de vingança e que eu estava entrando nessa justamente para descobrir o que aconteceu e tentar colocar um fim nisso. Porque imagina eu viver a minha vida inteira tentando ter paz, mas essa vontade que carrego dentro de mim me impede?!Viktor vomitou tudo sem sequer pensar e acabou abrindo minha mente para esse mesmo pensamento. Afinal, não me lembro de ninguém ter citado ter visto a Stela naquele dia. Maldita seja essa vagabunda!Eu acabei dormindo nos braços do Viktor… Estava exausta e precisava de uma boa noite de sono, mas acabei despertando assustada com o Viktor no telefone. Ele estava bas
Viktor narrando.Eu não consigo mais ficar longe da Anna. O meu corpo precisa do dela, meus braços, meu coração precisam ficar em paz pelo menos quanto a tê-la comigo de novo, e eu não posso permitir que as pessoas venham e destruam o nosso amor. Estar nessa casa e não ter ela aqui é um sofrimento. Eu me sinto incapaz longe dela, penso absurdos, fico vulnerável… Tudo de ruim que pode acontecer, acontece, porque na minha mente só tem a Anna e eu acabo me desligando das outras coisas, deixando passar coisas óbvias, como a saúde do meu pai, as mentiras daquela vagabunda e a suposta traição dentro da máfia.Eu preciso focar no meu futuro, ainda mais que agora tenho um filho com ela… e outro ponto importante, quero poder adotar a Julieta. Acabei me apegando a ela, mesmo com o meu jeito torto, mas me apeguei. Tenho certeza de que essa garotinha não tem uma família e vai acabar sofrendo nas mãos de pessoas erradas.Mesmo sabendo que agora não é o momento para isso, decidi fazer dois pedidos
Anna NarrandoNós chegamos ao hospital, fomos até a recepção e eu pedi informações. Viktor estava nervoso demais para falar com alguém, e se eu o conheço bem, era capaz de maltratar a primeira pessoa que visse, sem motivo algum.Ele estava tão ansioso que até fumou um cigarro, algo que não faz no dia a dia, pelo menos não que eu tenha visto. Ele sempre foi muito centrado, nem charuto gostava. Mas, às vezes, eu entendo. Ele carrega uma responsabilidade enorme praticamente sozinho. Afinal, Nathan só faz besteira, tem apenas 22 anos e não tem a maturidade de Viktor. É mais fácil encontrar Nathan cometendo alguma bobagem do que fazendo algo realmente relevante.A recepcionista nos informou que eles estavam na sala de espera. Ela pediu que um segurança nos acompanhasse até lá e assim ele fez. Nos deixou na porta e entramos. Viktor estava bastante receoso.Eu entrelacei nossos dedos e o puxei para perto de Carmen, Raul, Vitória e Nathan.— Como ele está? — perguntei baixinho para Vitória.—
Anna NarrandoEu cheguei à porta do quarto dele e suspirei. Eu tinha que fazer isso. Abri a porta devagar, entrei e me virei para fechá-la, sem nem olhar se havia alguém lá dentro. Quando me virei, me assustei ao ver Nathaly sentada ao lado dele.Senti meu sangue ferver ao vê-la ali, mas preferi ignorar. Se eu fizesse algo contra ela agora, poderia acabar saindo daqui presa.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, cerrando os dentes.— Eu já disse que somos irmãs… — respondeu ela, como se fosse óbvio. — Claro que eu ia cuidar do nosso pai.— Não diga que é filha dele sem fazer um teste de DNA — falei, irritada. — Não confio na sua palavra.— O que eu te fiz para merecer tanta raiva? — perguntou ela, me encarando.— Você só é apaixonada pelo meu marido… — revirei os olhos.— Não, isso é passado. Não tenho mais esse interesse — ela explicou. — Vamos focar no que importa. Tem alguém aqui que é muito mais importante que um idiota como o Viktor.— Me deixa sozinha com ele — pedi, irri
Viktor narrando.Assim que entramos na sala de espera, senti um arrepio percorrer meu corpo. Minhas mãos estavam suadas, meu corpo pesado, e a sensação era de que o mundo estava prestes a desmoronar, me levando junto. Eu não estava pronto para me despedir do meu pai, mas sabia que ele já havia lutado muito. Por mais difícil que fosse, às vezes é melhor deixar ir, descansar, do que ser egoísta e querer mantê-lo apenas para alimentar nossa alma.Eu permanecia em silêncio, evitando até mesmo falar com Raul. Não queria me aborrecer com o que aconteceu no galpão. Minha mente estava focada no meu pai. Quanto ao galpão, agora só poderiam retirar os corpos dos agentes, dar a eles um enterro digno e cuidar de suas famílias, afinal, eles tinham esposas e filhos que dependiam deles, mesmo que o dinheiro não substitua a vida de ninguém.Carmen me chamou para conversar. Eu sabia o que ela queria falar, mas não podia tomar nenhuma decisão naquele momento. Precisava respirar fundo e manter a mente c
Anna narrando.Eu e Nathaly fomos fazer o teste de DNA, e Tânia nos acompanhou. Colhemos sangue e ficamos esperando o resultado do exame. Era evidente o quanto as duas não se davam bem. Nathaly olhava para Tânia como se quisesse matá-la, e Tânia, às vezes, retribuía o olhar, outras vezes a ignorava. Eu estava no meio de um conflito, sem saber o que acontecia entre as duas.— Fica difícil ficar entre vocês. — Cruzei os braços. — Uma é minha melhor amiga, a outra, supostamente, é minha irmã. É complicado.— Essa louca cismou comigo do nada… — Tânia falou, revirando os olhos.— Agora não é o momento, mas um dia vou dizer umas verdades. — Nathaly respondeu irritada.— Chega, vocês duas… Aqui não é o lugar nem a hora de lavar roupa suja. — Levantei-me. — Nem sabia que vocês se conheciam, muito menos que havia esse clima entre as duas, então se controlem. O foco aqui é o meu pai e o meu sogro.— Concordo. — Nathaly disse, levantando-se. — Vou buscar um café, alguém mais quer?Pedi para que