A viagem de Filadélfia até Dallas prometia ser repleta de desafios e emoções que se estenderia por, no mínimo, 15 horas. Hunter sabia que precisaria reunir sua equipe e fazer todos os preparativos necessários antes de partir rumo ao encontro do homem audacioso que ousara tocar em sua noiva. Antes de colocar o pé na estrada, ele fez algumas ligações cruciais, entre elas uma que se revelou particularmente importante: entrou em contato com seu investigador de confiança e compartilhou com ele todos os detalhes chocantes que havia presenciado nas imagens, uma descoberta totalmente incoerente com tudo o que havia sido desvendado sobre Aurora ao longo de meses de investigação.— Eu quero saber absolutamente tudo sobre ela. Desde suas primeiras ações ao acordar até o último suspiro antes de dormir, a partir do último ano do ensino médio — exigiu Hunter, sua voz transbordando de determinação.O investigador ficou surpreso com a requisição e tentou argumentar: — Mas senhor, eu já lhe disse ant
Hunter estava exausto, mas havia um brilho de satisfação em seus olhos. Passara as últimas vinte e quatro horas dedicado a ensinar uma lição a David Parker, não parando até que suas mãos que tocaram Aurora se tornassem completamente inúteis. A intensidade de sua missão ia além do senso de dever; algo dentro dele o impelia a prosseguir sempre que imaginava a jovem à mercê daquele homem. Com frequência, encontrava-se mergulhado em pensamentos sobre ela, sobre o pulso machucado e o vídeo perturbador que testemunhara.Aurora, uma vez uma garota assustada, havia se transformado em uma verdadeira guerreira em sua luta pela vida. Nada parecido com a mesma jovem que estivera ao seu lado um mês atrás, desprovida de habilidades de autodefesa. "Pode ter sido a adrenalina", ponderou Hunter enquanto terminava de abotoar a camisa, seu olhar vagando pelo horizonte. Fitou o telefone e visualizou as imagens captadas pelas câmeras de sua residência. Era inconcebível que aquela garota delicada, machuc
— Precisa de um médico, está gravemente ferido — o segurança falou enquanto os guiava para longe da carnificina.— Estou bem, é apenas superficial — Hunter respondeu com dificuldade. — Leve-me até James.O segurança não podia recusar uma ordem direta, então obedeceu. Dirigiu por horas até chegarem em casa, onde viu outra carnificina. Empregados mortos e feridos, o local destruído e poucos homens intactos.— O que aconteceu aqui? — o segurança perguntou assim que encontrou um dos seus colegas.— Fabian nos traiu. A casa foi atacada. A senhorita Aurora conseguiu escapar, mas… — ele parou, criando um suspense na área.— Continue — Hunter falou, sentindo que algo muito ruim estava para acontecer.— Uma cópia de todos os seus dados foi levada. Ao seu lado sua noiva não estará mais segura, senhor.Aquelas palavras ficaram na mente de Hunter. Aurora não estaria mais segura em suas propriedades, então como ele cumpriria o acordo?— Onde ela está? — ele perguntou com o coração acelerado, o me
Hunter estava melhor, ainda sentia dor, mas o trabalho tinha que continuar. Pensando nisso, pegou alguns dias de licença no hospital e refez todo o planejamento de seguranças, depósitos e datas. Remarcou todas as encomendas nacionais e dobrou a segurança das internacionais. Suas cargas eram valiosas demais para serem perdidas.Ainda assim havia uma coisa que ele não podia perder. Um pendrive com uma informação muito importante estava em sua posse, mas Hunter não confiava em mais ninguém além de James para guardar.O segurança, no entanto, procurou vários meios de guardar o pendrive em segurança, mas sabia que em todos os lugares que procurasse não teria sucesso, até que teve uma ideia genial.— Você fez o que? — perguntou Hunter quando James contou a ele o que fez.— O carro era dela, afinal, não? — o loiro respondeu abrindo uma cerveja. — Acredite, conheço Aurora muito bem e ela cuidará muito bem dele, logo suas informações estarão bem protegidas.Hunter suspirou. James era bom no qu
Um carro bateu violentamente no carro que James dirigia. O veículo balançou violentamente, sendo empurrado e esmagado com o impacto, Deixando seus ocupantes sangrando e inconscientes. Na casa, o médico não podia ajudar porque estava morto. O carro que outrora bateu em James, imediatamente começou a pegar fogo e atrás dele podia-se ver m rastro de combustível que vazava violentamente alcançando o veículo amassado.A duas quadras dali, um La Voiture rodava acima da velocidade permitida. Aurora havia acabado de receber uma ligação de sua irmã, Meg, que estava com problemas, mas ao ver a claridade da explosão, teve que tomar uma decisão difícil.— Me espere em nova Jersey, estarei lá em dois dias.— Estou com medo. Eu…— Escuta! Eu sei que você está com medo, mas tenho uma coisa muito importante para fazer antes de te ver. Cuide-se e cuide do meu sobrinho até que eu esteja com você, ok?Aurora desligou, trocou a marcha do carro e acelerou. Quando chegou no local do acidente, viu a destru
— Hey! — Aurora saiu do transe quando ouviu alguém falar.Ela olhou para cima e viu um homem de estatura media com as mãos em seus ombros.— Você está machucada?— Não, eu… estou bem. — Precisamos sair daqui, logoas autoridades chegam. Consegue dirigir?Aurora respirou fundo. Havia perdido o amor da sua vida e sequer podia chorar por isso. Ela não tinha tempo naquele momento de sentir dor ou medo, precisava agir.— Meu noivo. Precisa salvá-lo!O homem olhou para o estado decadente de Hunter. O pegou com o cuidado que pega um saco de batata e o jogou no banco traseiro do carro.— Você sabe para onde ir, estou bem atrás de você — o homem falou.Aurora assentiu e entrou no Lá Volture. Olhou pela última vez para a catástrofe e para as chamas, então deu partida e acelerou. No percurso, ligou para a única pessoa que poderia acalmá-la.— Meg…— O que está acontecendo, Aurora? Por que está chorando?— Apenas fique comigo. Eu preciso de você, por favor.— Chore, irmã. Seja lá o que fir, chore
Aurora assustou-se e deu um passo para trás, mas o homem não soltou sua mão.— Me responda! Quem é você?— James! — Aurora resmungou, chorosa. — Você está me machucando. Eu sou Aurora, sua… — Você não é ela. Aurora nunca se colocaría em perigo desnecessário.James tinha razão. Não era do feitio de Aurora arriscar sua vida assim, mas…— Eu não estou aqui porque eu quero,,, eu só… preciso.As lágrimas caíram dos olhos de Aurora, fazendo com que James se sentisse culpado.— Me desculpe, eu só estou lidando com muita pressão no momento e ver você aqui, no olho do furacão me deixa nervoso.James tentou se levantar, mas sentiu tontura. Colocou a mão na cabeça,e voltou a se deitar. — Hunter…— Ele está sendo tratado neste momento. — Aurora se aproximou e tocou seu rosto. — Não me olhe assim, meu médico é de confiança, eu também tenho interesse na vida dele.— O que? — James perguntou confuso.— Assinei um contrato com Anthony. Ainda que Hunter me libere de todas as obrigações, não é com el
Aurora ficou imóvel por alguns segundos, o suficiente para Hunter repetir a pergunta.— Eu preciso conversar com você — Aurora respondeu voltando para perto dele. — Como você está?— Vivo. — Hunter observou o ambiente. — E James?Aurora notou a visível preocupação de Hunter.— Está vivo também, não se preocupe. Aliás ele está melhor do que você.— Obrigado.Aurora sentiu alívio na voz de Hunter e se perguntou se estava imaginando coisas. Até onde sabia, James era só um peão descartável para o homem.— O que trouxe você aqui? — a voz de Hunter a tirou dos seus pensamentos.— Você mandou o carro para minha casa. Não acho justo eu ficar com ele — Aurora mentiu. — Então vim devolver.— Ele está aqui? — Hunter perguntou, preocupado.— Está. Bem, mais ou menos, está guardado. — Então pegue-o e vá para casa. Mantenha-se segura. Você não deveria estar aqui.— Está enganado — Aurora retrucou. — Aqui é o único lugar que eu deveria estar. — Ela se aproximou e colocou a chave na mão dele. — Eu q