Aleksandra
Odeio quando tenho que fazer uma coisa diferente do que é meu trabalho, mas não posso apenas deixar um grupo de pessoas consideravelmente influentes nas mãos de qualquer individua.
O clube pode ser uma fachada para a organização, mas é preciso manter um bom serviço de toda forma.
— Uma nova garrafa de uísque seria perfeito — fala Egor ao colocar um sorriso enorme no rosto, é do tipo de indivíduo que consegue esconder tudo atrás de um sorriso mesmo suas intenções assassinas.
Deve ser o braço direito de Nikolai agora, considerando a quantidade de trabalho que fazia antes, com as mudanças tende a ganhar mais responsabilidades, e todos sabem que os Sokolov gostam de manter os negócios em família, quem sabe seja o motivo para serem ainda mais perigosos.
— Como quiser — profiro ao fazer um pequeno cumprimento ao me preparar para deixar a sala, assim posso ficar em meu lugar apenas esperando quando decidirem pedir por algo novamente.
Contudo, não esperava que fosse ser seguida.
Nikolai acha mesmo que essa é a melhor maneira de impedir que continue pensando que tinha alguma motivação diferente para entrar naquela sala? Obviamente analisei cada uma das coisas, pedi para que as meninas fizessem o mesmo, no entanto, nada faltava. Porém, não deixa de ser estranho.
— Quer algo diferente senhor?
— Não foi assim que falou comigo anteriormente — diz ao rir deixando o rosto mais expressivo desse modo, quase como se rir não lhe fosse comum. — É diferente quando seu dinheiro depende disso.
— Meu dinheiro não depende de você, não se engane — respondo rapidamente. — Estou aqui para cumprir com o meu trabalho, se puder me dar licença.
— Você sabe que eu não estava ali por interesse, não é mesmo? Se quisesse pagar pelos seus serviços iria encontrá-la diretamente — profere com tanta convicção em suas palavras que poderia fazer com que alguém acredite no que diz, mesmo que seja uma bobagem.
— Pagar pelos meus serviços? — inquiro, e acena em confirmação. — Acho melhor manter sua boca quieta ou pode entrar em uma encrenca sem tamanho Nikolai — digo já me virando para ir embora, mas também sou alguém que não consegue ficar quieta em momentos que deveria. — Além disso, não interessa quanto dinheiro tenha para oferecer, nunca transaria com você. — Somente após essas palavras faço o meu caminho em direção ao bar.
Porque independentemente de como o ache um idiota ainda tenho trabalho a fazer.
***
Nikolai
O que pode ter acontecido agora para que tenha ficado tão irritada?
Não viu que estava apenas tentando ser claro com a situação, já que imaginei que poderia se sentir desconfortável em nos servir depois do que houve? estava tentando ser uma pessoa legal, mas o que recebi?
Nunca transaria comigo?
Como pode dizer uma coisa dessas?
Não sou qualquer um, sei bem o quanto sou bonito, e ela diz que não ficaria comigo?
Injuriado entro dentro da sala vendo que meus irmãos estão aguardando ansiosamente pela resolução do assunto, que querem ouvir em primeira mão o que pode ter acontecido, e sei que mais uma vez na mesma noite a mulher será o motivo para que riam da minha cara.
— Falou com ela? — pergunta Sofiya ligeiro, nunca soube conter sua curiosidade. –– Fiquei embasbacada com a beleza dela de perto, você sente que é um mulherão de longe.
Egor aponta para ela ao concordar com um aceno de cabeça, porém, logo volta os olhos ao fixá-los em mim, e o que eu posso falar além da verdade nua e crua? Ser um mentiroso para fingir que não lido com meus erros não faz parte de quem eu sou.
— Acho que ela ainda está irritada, quando disse que não faria aquilo só por querer transar com ela, que poderia procurá-la para ter os seus serviços ficou ainda mais esquentada e disse que nunca transaria comigo — resumo rapidamente com Avel sorrindo como um condenado ao virar uma dose da sua bebida enquanto Sofiya balança a cabeça em negativa, posso vê-la começando o seu discurso sobre não querer mais que seja o seu irmão, já Egor parece sentir pena da minha desgraça.
— Nik, não pode agir assim, nem todas as mulheres na Paradise são profissionais do sexo, a maioria delas são apenas dançarinas — Conta-me Sofiya quando uma informação como essa deveria ser dita desde o início, é uma coisa muito importante para ser revelada apenas depois disso tudo ter ocorrido.
— E você me diz isso agora? Depois de ela provavelmente me achar um pervertido escroto? — Rindo ainda mais Avel se comunica com Egor através de olhares, pois sabem que certas coisas não devem ser ditas ou quebrarei suas caras.
— Nós avisamos que não era uma boate como as outras — me recorda Egor. — Não pode chegar nas mulheres desse jeito irmão, perdeu a mão depois de se focar tanto em seu trabalho?
— Vai a merda, eu sei que estou errado, pareço um pivete para você? — Me calo quando duas batidas rápidas na porta anunciam que ela está ali, que vai entrar nos próximos segundos, e deve ter ainda mais ódio guardado contra mim agora.
Entra com a bandeja em mãos e caminha em direção a mesa de bebidas colocando a garrafa ali trocando os copos sujos por limpos e verifica a quantidade de gelo disponível para nós.
Depois de fazer o que precisa rapidamente começa o seu caminho para fora do cômodo, tenho certeza de que agora mais do que nunca quer distância de nós, que prefere que não façamos mais nenhum único pedido, mas Sofiya não é apenas uma curiosa sem limites.
— Rubi, sinto muito por como meu irmão agiu, os ares americanos parecem ter derretido o cérebro dele — a olho pedindo encarecidamente que pare com suas palavras, pois faz com que me sinta ainda pior pelo que houve, um mal entendido que pode ou não ser desfeito.
A mulher me olha, mas ignora-me ao analisar minha irmã dando-lhe um sorriso pequeno como um presente por sua sinceridade, deve ver que nos olhos dela, ainda que inebriados pela bebida não está mentindo.
— Me chamo Aleksandra, Rubi é apenas um nome para o palco — arrazoa tranquilamente. — Não se preocupe, aqui acabamos lidando com muitas pessoas que não conseguem lidar com suas próprias línguas, então estou acostumada.
Sabia que as palavras de Sofiya não iriam trazer nada de bom.
Nikolai Posso ver em seus olhos que apesar de confiar na sinceridade da minha irmã não pode apenas deixar para lá, afinal, como disse, isto ocorre corriqueiramente e deve ser tão irritante ao ponto de ela querer matar cada um dos homens que cometem esse engano novamente. — Aproveitem a noite e me chame em caso de um novo pedido — Sua voz suave é claramente uma atuação para fazer com que os clientes sejam acolhidos, quando me lembro bem do tom que usou para me expulsar de seu camarim, era forte e letal, é como ver duas pessoas diferentes em um mesmo corpo. — Tenho a impressão de que conseguiu um novo inimigo irmão — Avel atreve-se a brincar com a situação, quando eu não quero uma mulher furiosa imaginando como pode foder comigo, pois sei bem como podem ser diabólicas, já fui fodido assim uma vez. — Não fode — resolvo que tomar mais algumas doses é o melhor antes que comece a pensar muita merda por conta de uma mulher que não vai fazer diferença na minha vida. É apenas a funcionária
Aleksandra— Os Sokolov aqui de novo? — Inquire Tasya ao olhar por cima do ombro verificando a entrada do segundo andar. — Acho que estão aproveitando bem a volta do irmão. — Murmura.Somos treinadas para ficar de olho em qualquer mudança, por mais pequenas que sejam, e ter filhos da máfia aqui corriqueiramente é um motivo para termos nossa atenção voltada para eles, nossos únicos clientes de sua família que eram vistos aqui quase sempre eram Sofiya e Avel.Os dois filhos mais jovens de Pasha, o patriarca dos Sokolov, e um dos membros da cúpula que organiza a Bratva e impede que bandidos menores fodam com tudo que desejam construir.Qualquer um que queira cometer delitos dentro da Rússia precisa estar de olho na reação que ele terá ou acabará morto na beira de uma estrada antes do que pode pensar, somente um cadáver podre será entregue a sua família.— Talvez ele esteja com saudade das mulheres russas — digo ao beber meu drink com calma. — Outro sem álcool Mami. — Piscando a mulher co
NikolaiAleksandra segura no braço da dançarina a verificando falando algo em seu ouvido esperando em seu lugar quando a mesma sai voltando com um microfone e o entrega antes de sair novamente do palco.Ela comanda o show, e está provando isso.— As regras na Paradise são claras, toquem em algo que não pode e vai terminar no chão, espero que não voltem a se esquecer disso ou teremos que tornar aqui um ringue de luta ao invés de um palco de dança. — Com a imposição de uma rainha deixa o palco para ir até o lugar de onde saiu sem nem mesmo olhar para trás.Os sujeitos caídos são carregados pelos seguranças que finalmente aparecem para ter somente sacos de estrume para jogar.— É disso que nós falamos — balbucia Avel sorrindo. — Muitas das mulheres aqui também são seguranças do lugar, os homens são distrações. Vê aquela mulher ali de vestido verde musgo? Era uma das lutadoras nacionais, quando a carreira parou de render se tornou segurança aqui. Aquela linda de vestido roxo é uma modelo
Nikolai— O que temos aqui? — pergunto a Egor que me entrega uma quantia considerável de papéis. Não acredito que quer isso para poucas horas, pois terei que fazer mais do que uma leitura dinâmica.— Nossas negociações atuais com os parceiros do sudeste asiático e com os sérvios — avisa ao pôr o dedo sobre a pilha. — Faça isso devagar, ninguém vai morrer se você levar alguns dias para mastigar o que está aqui. Nosso pai ainda não morreu.— Não fale desse jeito pode atrair azar — peço ao segurar os papéis com força. — Você não parece estar se preparando para sair hoje, depois da última vez achei que iria querer correr para a Paradise sempre que possível.— Não posso querer apenas descansar? O Tolya vive fazendo isso e ninguém o critica — Tolya odeia lugares lotados e não sai de casa ao menos que seja necessário para o trabalho, o que não deixa de ser estranho em alguns momentos, mas sabemos que faz parte da personalidade dele e não o criticamos por isso, tentamos entender, afinal, não
NikolaiNosso pai pode ser uma alma velha, mas nos ama.Nós, como bons filhos, mantemos aquilo que satisfará seu coração.Se quer detalhes, podemos dá-los.— A faculdade está me matando, mas estou bem — conta Sofiya primeiro. Está cursando advocacia e está muito perto de concluir sua graduação, então entendo que esteja sentindo a pressão da reta final. — A cama é uma droga comparada a daqui.— Já disse para comprar outra — arrazoa meu pai ao engolir a sua garfada de comida. — Se continuar incomodando compre outra. Precisa dormir bem.— Eu sei pai — E não é alguém que se negue a gastar dinheiro, mas deve entender que a situação da cama é mais um problema de apego por parte dos seus sentimentos do que da cama que possui em seu apartamento.Quando você tem uma coisa por muito tempo e de repente não pode mais tê-la ao seu lado como sempre é estranho, não importa o quanto tente colocar outra coisa no lugar, o incômodo não vai sair de seu peito, somente o tempo pode causar uma mudança real.
Aleksandra — Está fazendo bolo para Valentina? — inquire Tasya ao se empoleirar sobre o balcão para olhar bem o que faço e sorri ao ver os gêmeos em suas cadeirinhas brincando com seus mordedores. — Como você é seletiva, nunca faz bolo para mim quando volto de uma missão. — Você é minha parceira, já não é o bastante? — Ah, você se considera muita coisa, não é? — Inclino a cabeça ao fechar os olhos debochando de suas palavras. — Tudo bem, de toda forma, roubarei um pedaço, não tem Valentina que me impeça. — Você faz parecer que ela não é um doce ao nos oferecer as coisas, duvido que não volte com presentes — profiro e arrasta uma cadeira para se sentar perto de mim, contudo senta-se da forma contrária ao apoiar o queixo no encosto. — Tem alguma coisa te incomodando? — Que nada, estou apenas pensando no cheiro maravilhoso disso, você tem boas habilidades na cozinha, um pacote completo — afirma ao erguer os polegares ajustando uma mecha de cabelo atrás da orelha que tem um brinco de
Aleksandra Não sei como Natascha tem conseguido colocar cada vez mais pessoas para assistir um dos meus shows mais me agarro a barra vertical com todo o empenho usado nas horas gastas para aprender uma nova coreografia e o ritmo da música perpassa todos os meus poros por estar impregnada em minha mente pela repetição contínua. Se vai fazer um trabalho o execute perfeitamente. É desse modo que encaro cada uma dessas apresentações, já que para todos me vendo neste exato momento em pequenas peças de roupa, é assim que ganho o meu dinheiro e mantenho a minha vida, assim, essa farsa não pode nunca deixar de existir, é o background perfeito para a minha real profissão. Ninguém está aqui para prestar atenção ao meu rosto ou qualquer outra coisa, tudo que querem ver é uma mulher deslizando por uma barra com poucas roupas ao som de uma música deliciosamente sexy. Quando meus saltos acertam o chão após o último movimento consigo sorrir satisfeita já que nenhum único erro foi cometido, mas
NikolaiQuando estamos saindo da Paradise, consigo ver Aleksandra junto com mais três mulheres caminhando no outro lado da rua provavelmente para irem para casa. Por algum motivo não consigo deixar de pensar que é perigoso demais, principalmente se o indivíduo for alguém que já conhece sua rotina, o momento que deixa o trabalho.Contudo, o que me interessa?Não tenho nenhuma responsabilidade pelo que acontece ou não.Tenho certeza de que sabem muito bem dos riscos, não precisam que uma pessoa de fora, que não vai fazer nada para mudar a situação meta o bedelho na situação, afinal é assim que enxergaria o todo, comigo sendo a pessoa enxerida.— O que está olhando? — pergunta Egor ao se aproximar quase se empoleirando em mim. — Oh, está vendo a Aleksandra ir embora? Está preocupado com a segurança dela? Quer dar uma carona?— O que está dizendo? — inquiro ao afastá-lo quando chega mais perto.— Apenas o que meus olhos veem. Sabemos o que pode infelizmente acontecer com mulheres andando