NikolaiQuando estamos saindo da Paradise, consigo ver Aleksandra junto com mais três mulheres caminhando no outro lado da rua provavelmente para irem para casa. Por algum motivo não consigo deixar de pensar que é perigoso demais, principalmente se o indivíduo for alguém que já conhece sua rotina, o momento que deixa o trabalho.Contudo, o que me interessa?Não tenho nenhuma responsabilidade pelo que acontece ou não.Tenho certeza de que sabem muito bem dos riscos, não precisam que uma pessoa de fora, que não vai fazer nada para mudar a situação meta o bedelho na situação, afinal é assim que enxergaria o todo, comigo sendo a pessoa enxerida.— O que está olhando? — pergunta Egor ao se aproximar quase se empoleirando em mim. — Oh, está vendo a Aleksandra ir embora? Está preocupado com a segurança dela? Quer dar uma carona?— O que está dizendo? — inquiro ao afastá-lo quando chega mais perto.— Apenas o que meus olhos veem. Sabemos o que pode infelizmente acontecer com mulheres andando
Aleksandra — Bom dia Natascha — digo ao me sentar na cadeira em frente a sua mesa e a mulher me cumprimenta com um sorriso largo. — Parece feliz hoje, encontrou alguém bom para você? — O que está dizendo, não estou procurando ninguém — fala ao se sentar também mexendo em algumas das pastas pretas que tem sobre a mesa. — Estava pensando sobre o que você e Tasya tem esperado para o próximo trabalho. — Sabe que não nos importamos, a Tasya fica feliz só de poder matar alguém — comento e ela ri ao empurrar três pastas na minha direção, contudo, não tenho como evitar reparar que deixou algumas de lado. — Podemos escolher? — Não, os três são de vocês. — Três? Tem um tempo que não recebemos tantos alvos de uma vez, o que significa que alguém está querendo fazer uma limpeza. — É um problema? — Não, gostamos de coisas divertidas — profiro ao abrir uma das pastas notando que há muitas informações sobre o alvo, incluindo locais onde costuma passar o tempo, seja só ou com sua família. — Posso
Aleksandra— O que foi, não gosta que te filmem sem permissão? — pergunta Tasya ao gravar o sujeito que chora desesperado, pela dor dos cortes causados em seu corpo nu, pela vergonha de estar sendo filmado dessa maneira, por tudo isso ser causado por duas mulheres. — Por que você não gosta? Tenho certeza de que vai ter alguém que ame ver você assim.Um pedido especial foi feito por quem pagou por nosso serviço, queriam uma prova indiscutível de que o sujeito sofreu pelo menos metade do dano psicológico causado à vítima, e Tasya ficou animada pela primeira vez em muito tempo com uma exigência do trabalho.— Pare de chorar, ninguém vai querer ver a sua cara inchada pelo choro — ordena minha parceira.
Aleksandra— Nós merecemos uma boa noite de descanso depois disso — diz ao ver os corpos serem apagados da história com uma das coisas novas no mercado que mais temos gostado, a cremação líquida, já que se livrar de cinzas é muito mais fácil do que de um corpo.No nosso mundo as coisas mudam rapidamente e temos que acompanhar, ainda que lidar com os corpos não seja um trabalho que fazemos corriqueiramente.— Invadimos uma casa funerária, lidamos com os corpos e até demos comida para o gato que não é nosso — diz ao olhar para o bichano que agradece a refeição, já que seus donos parecem ter calculado mal o tempo que passariam fora e a comida que precisaria.&md
Nikolai— Eu concordo com o Egor, tem certeza de que você não quer algo mais com ela? — inquire Sofiya.Deveria ter me levantado para ir embora antes de o assunto chegar nesse ponto, pois sei muito bem o estrago que podem fazer separados, mas juntos? Não tem furacão que ganhe.— É uma mulher incrível, linda, eu pegaria fácil — avisa minha irmã como se mandasse que eu me adiante antes que tome meu lugar.— Não é uma questão de pegar ou não, ninguém além de mim nota que ela me olha como se quisesse me matar? — inquiro e meus irmãos riem, mas Egor é aquele a começar a falar primeiro.— J&aacut
NikolaiAponta um dedo com ignorância para o peito do homem que meneia a cabeça sem parar apenas ouvindo as palavras que têm a dizer. Não pode retrucar se não quiser que ele acabe logo.— Quem foi? — inquiro sentindo minha raiva borbulhar. — O que já sabemos?— Não sabemos, é isto que está enlouquecendo o papai — responde ao levar uma mão ao topo da cabeça de Sofiya para que a passe alguma calma. — Ela estava com o Egor, conseguiram tirá-la do meio da confusão, mas... — Então este é o maior motivo para que haja tantos seguranças. Meu pai quer evitar que um novo ataque aconteça.— O Tolya, onde ele está? — pergunto e p
AleksandraViro-me automaticamente quase fazendo um semicírculo ao notar a entrada abrupta de Pasha na Paradise e considerando a quantidade de seguranças imagino que algo tenha acontecido e que sua conversa com Natascha será muito interessante, por isso, não estranho quando várias das minhas colegas começam a fazer sinais de que a coisa está pegando fogo em algum lugar.— Não sou a única que acabou de ver o patriarca da família Sokolov passando como uma bala em direção a sala de nossa amada chefe, sou? — pergunta Tasya ao se sentar ao meu lado trazendo Valentina com ela. — Não deveríamos ficar de prontidão?— Ele deixou os seguranças do lado de fora, mesmo que pareça com uma parede, não pod
AleksandraTeríamos continuado nessa discussão por um bom tempo se não houvesse uma movimentação nova mostrando que Pasha está saindo da sala de nossa chefe e que não parece muito satisfeito, já Natascha exibe um sorriso grandioso e o olhar em seu rosto faz com que nos movamos em sua direção enquanto o homem continua o seu trajeto sendo avaliado por seus seguranças.Dentro da sala dela a vemos sentar e buscamos informações que possam nos beneficiar antes de tê-la saindo por sua boca, não há nada em cima da mesa que mostre que Pasha trouxe um trabalho a ser feito.— Preciso de um trabalho adicional de vocês, pra ontem — comple