NikolaiNosso pai pode ser uma alma velha, mas nos ama.Nós, como bons filhos, mantemos aquilo que satisfará seu coração.Se quer detalhes, podemos dá-los.— A faculdade está me matando, mas estou bem — conta Sofiya primeiro. Está cursando advocacia e está muito perto de concluir sua graduação, então entendo que esteja sentindo a pressão da reta final. — A cama é uma droga comparada a daqui.— Já disse para comprar outra — arrazoa meu pai ao engolir a sua garfada de comida. — Se continuar incomodando compre outra. Precisa dormir bem.— Eu sei pai — E não é alguém que se negue a gastar dinheiro, mas deve entender que a situação da cama é mais um problema de apego por parte dos seus sentimentos do que da cama que possui em seu apartamento.Quando você tem uma coisa por muito tempo e de repente não pode mais tê-la ao seu lado como sempre é estranho, não importa o quanto tente colocar outra coisa no lugar, o incômodo não vai sair de seu peito, somente o tempo pode causar uma mudança real.
Aleksandra — Está fazendo bolo para Valentina? — inquire Tasya ao se empoleirar sobre o balcão para olhar bem o que faço e sorri ao ver os gêmeos em suas cadeirinhas brincando com seus mordedores. — Como você é seletiva, nunca faz bolo para mim quando volto de uma missão. — Você é minha parceira, já não é o bastante? — Ah, você se considera muita coisa, não é? — Inclino a cabeça ao fechar os olhos debochando de suas palavras. — Tudo bem, de toda forma, roubarei um pedaço, não tem Valentina que me impeça. — Você faz parecer que ela não é um doce ao nos oferecer as coisas, duvido que não volte com presentes — profiro e arrasta uma cadeira para se sentar perto de mim, contudo senta-se da forma contrária ao apoiar o queixo no encosto. — Tem alguma coisa te incomodando? — Que nada, estou apenas pensando no cheiro maravilhoso disso, você tem boas habilidades na cozinha, um pacote completo — afirma ao erguer os polegares ajustando uma mecha de cabelo atrás da orelha que tem um brinco de
Aleksandra Não sei como Natascha tem conseguido colocar cada vez mais pessoas para assistir um dos meus shows mais me agarro a barra vertical com todo o empenho usado nas horas gastas para aprender uma nova coreografia e o ritmo da música perpassa todos os meus poros por estar impregnada em minha mente pela repetição contínua. Se vai fazer um trabalho o execute perfeitamente. É desse modo que encaro cada uma dessas apresentações, já que para todos me vendo neste exato momento em pequenas peças de roupa, é assim que ganho o meu dinheiro e mantenho a minha vida, assim, essa farsa não pode nunca deixar de existir, é o background perfeito para a minha real profissão. Ninguém está aqui para prestar atenção ao meu rosto ou qualquer outra coisa, tudo que querem ver é uma mulher deslizando por uma barra com poucas roupas ao som de uma música deliciosamente sexy. Quando meus saltos acertam o chão após o último movimento consigo sorrir satisfeita já que nenhum único erro foi cometido, mas
NikolaiQuando estamos saindo da Paradise, consigo ver Aleksandra junto com mais três mulheres caminhando no outro lado da rua provavelmente para irem para casa. Por algum motivo não consigo deixar de pensar que é perigoso demais, principalmente se o indivíduo for alguém que já conhece sua rotina, o momento que deixa o trabalho.Contudo, o que me interessa?Não tenho nenhuma responsabilidade pelo que acontece ou não.Tenho certeza de que sabem muito bem dos riscos, não precisam que uma pessoa de fora, que não vai fazer nada para mudar a situação meta o bedelho na situação, afinal é assim que enxergaria o todo, comigo sendo a pessoa enxerida.— O que está olhando? — pergunta Egor ao se aproximar quase se empoleirando em mim. — Oh, está vendo a Aleksandra ir embora? Está preocupado com a segurança dela? Quer dar uma carona?— O que está dizendo? — inquiro ao afastá-lo quando chega mais perto.— Apenas o que meus olhos veem. Sabemos o que pode infelizmente acontecer com mulheres andando
Aleksandra — Bom dia Natascha — digo ao me sentar na cadeira em frente a sua mesa e a mulher me cumprimenta com um sorriso largo. — Parece feliz hoje, encontrou alguém bom para você? — O que está dizendo, não estou procurando ninguém — fala ao se sentar também mexendo em algumas das pastas pretas que tem sobre a mesa. — Estava pensando sobre o que você e Tasya tem esperado para o próximo trabalho. — Sabe que não nos importamos, a Tasya fica feliz só de poder matar alguém — comento e ela ri ao empurrar três pastas na minha direção, contudo, não tenho como evitar reparar que deixou algumas de lado. — Podemos escolher? — Não, os três são de vocês. — Três? Tem um tempo que não recebemos tantos alvos de uma vez, o que significa que alguém está querendo fazer uma limpeza. — É um problema? — Não, gostamos de coisas divertidas — profiro ao abrir uma das pastas notando que há muitas informações sobre o alvo, incluindo locais onde costuma passar o tempo, seja só ou com sua família. — Posso
Aleksandra— O que foi, não gosta que te filmem sem permissão? — pergunta Tasya ao gravar o sujeito que chora desesperado, pela dor dos cortes causados em seu corpo nu, pela vergonha de estar sendo filmado dessa maneira, por tudo isso ser causado por duas mulheres. — Por que você não gosta? Tenho certeza de que vai ter alguém que ame ver você assim.Um pedido especial foi feito por quem pagou por nosso serviço, queriam uma prova indiscutível de que o sujeito sofreu pelo menos metade do dano psicológico causado à vítima, e Tasya ficou animada pela primeira vez em muito tempo com uma exigência do trabalho.— Pare de chorar, ninguém vai querer ver a sua cara inchada pelo choro — ordena minha parceira.
Aleksandra— Nós merecemos uma boa noite de descanso depois disso — diz ao ver os corpos serem apagados da história com uma das coisas novas no mercado que mais temos gostado, a cremação líquida, já que se livrar de cinzas é muito mais fácil do que de um corpo.No nosso mundo as coisas mudam rapidamente e temos que acompanhar, ainda que lidar com os corpos não seja um trabalho que fazemos corriqueiramente.— Invadimos uma casa funerária, lidamos com os corpos e até demos comida para o gato que não é nosso — diz ao olhar para o bichano que agradece a refeição, já que seus donos parecem ter calculado mal o tempo que passariam fora e a comida que precisaria.&md
Nikolai— Eu concordo com o Egor, tem certeza de que você não quer algo mais com ela? — inquire Sofiya.Deveria ter me levantado para ir embora antes de o assunto chegar nesse ponto, pois sei muito bem o estrago que podem fazer separados, mas juntos? Não tem furacão que ganhe.— É uma mulher incrível, linda, eu pegaria fácil — avisa minha irmã como se mandasse que eu me adiante antes que tome meu lugar.— Não é uma questão de pegar ou não, ninguém além de mim nota que ela me olha como se quisesse me matar? — inquiro e meus irmãos riem, mas Egor é aquele a começar a falar primeiro.— J&aacut