Aleksandra— Os Sokolov aqui de novo? — Inquire Tasya ao olhar por cima do ombro verificando a entrada do segundo andar. — Acho que estão aproveitando bem a volta do irmão. — Murmura.Somos treinadas para ficar de olho em qualquer mudança, por mais pequenas que sejam, e ter filhos da máfia aqui corriqueiramente é um motivo para termos nossa atenção voltada para eles, nossos únicos clientes de sua família que eram vistos aqui quase sempre eram Sofiya e Avel.Os dois filhos mais jovens de Pasha, o patriarca dos Sokolov, e um dos membros da cúpula que organiza a Bratva e impede que bandidos menores fodam com tudo que desejam construir.Qualquer um que queira cometer delitos dentro da Rússia precisa estar de olho na reação que ele terá ou acabará morto na beira de uma estrada antes do que pode pensar, somente um cadáver podre será entregue a sua família.— Talvez ele esteja com saudade das mulheres russas — digo ao beber meu drink com calma. — Outro sem álcool Mami. — Piscando a mulher co
NikolaiAleksandra segura no braço da dançarina a verificando falando algo em seu ouvido esperando em seu lugar quando a mesma sai voltando com um microfone e o entrega antes de sair novamente do palco.Ela comanda o show, e está provando isso.— As regras na Paradise são claras, toquem em algo que não pode e vai terminar no chão, espero que não voltem a se esquecer disso ou teremos que tornar aqui um ringue de luta ao invés de um palco de dança. — Com a imposição de uma rainha deixa o palco para ir até o lugar de onde saiu sem nem mesmo olhar para trás.Os sujeitos caídos são carregados pelos seguranças que finalmente aparecem para ter somente sacos de estrume para jogar.— É disso que nós falamos — balbucia Avel sorrindo. — Muitas das mulheres aqui também são seguranças do lugar, os homens são distrações. Vê aquela mulher ali de vestido verde musgo? Era uma das lutadoras nacionais, quando a carreira parou de render se tornou segurança aqui. Aquela linda de vestido roxo é uma modelo
Nikolai— O que temos aqui? — pergunto a Egor que me entrega uma quantia considerável de papéis. Não acredito que quer isso para poucas horas, pois terei que fazer mais do que uma leitura dinâmica.— Nossas negociações atuais com os parceiros do sudeste asiático e com os sérvios — avisa ao pôr o dedo sobre a pilha. — Faça isso devagar, ninguém vai morrer se você levar alguns dias para mastigar o que está aqui. Nosso pai ainda não morreu.— Não fale desse jeito pode atrair azar — peço ao segurar os papéis com força. — Você não parece estar se preparando para sair hoje, depois da última vez achei que iria querer correr para a Paradise sempre que possível.— Não posso querer apenas descansar? O Tolya vive fazendo isso e ninguém o critica — Tolya odeia lugares lotados e não sai de casa ao menos que seja necessário para o trabalho, o que não deixa de ser estranho em alguns momentos, mas sabemos que faz parte da personalidade dele e não o criticamos por isso, tentamos entender, afinal, não
NikolaiNosso pai pode ser uma alma velha, mas nos ama.Nós, como bons filhos, mantemos aquilo que satisfará seu coração.Se quer detalhes, podemos dá-los.— A faculdade está me matando, mas estou bem — conta Sofiya primeiro. Está cursando advocacia e está muito perto de concluir sua graduação, então entendo que esteja sentindo a pressão da reta final. — A cama é uma droga comparada a daqui.— Já disse para comprar outra — arrazoa meu pai ao engolir a sua garfada de comida. — Se continuar incomodando compre outra. Precisa dormir bem.— Eu sei pai — E não é alguém que se negue a gastar dinheiro, mas deve entender que a situação da cama é mais um problema de apego por parte dos seus sentimentos do que da cama que possui em seu apartamento.Quando você tem uma coisa por muito tempo e de repente não pode mais tê-la ao seu lado como sempre é estranho, não importa o quanto tente colocar outra coisa no lugar, o incômodo não vai sair de seu peito, somente o tempo pode causar uma mudança real.
Aleksandra — Está fazendo bolo para Valentina? — inquire Tasya ao se empoleirar sobre o balcão para olhar bem o que faço e sorri ao ver os gêmeos em suas cadeirinhas brincando com seus mordedores. — Como você é seletiva, nunca faz bolo para mim quando volto de uma missão. — Você é minha parceira, já não é o bastante? — Ah, você se considera muita coisa, não é? — Inclino a cabeça ao fechar os olhos debochando de suas palavras. — Tudo bem, de toda forma, roubarei um pedaço, não tem Valentina que me impeça. — Você faz parecer que ela não é um doce ao nos oferecer as coisas, duvido que não volte com presentes — profiro e arrasta uma cadeira para se sentar perto de mim, contudo senta-se da forma contrária ao apoiar o queixo no encosto. — Tem alguma coisa te incomodando? — Que nada, estou apenas pensando no cheiro maravilhoso disso, você tem boas habilidades na cozinha, um pacote completo — afirma ao erguer os polegares ajustando uma mecha de cabelo atrás da orelha que tem um brinco de
Aleksandra Não sei como Natascha tem conseguido colocar cada vez mais pessoas para assistir um dos meus shows mais me agarro a barra vertical com todo o empenho usado nas horas gastas para aprender uma nova coreografia e o ritmo da música perpassa todos os meus poros por estar impregnada em minha mente pela repetição contínua. Se vai fazer um trabalho o execute perfeitamente. É desse modo que encaro cada uma dessas apresentações, já que para todos me vendo neste exato momento em pequenas peças de roupa, é assim que ganho o meu dinheiro e mantenho a minha vida, assim, essa farsa não pode nunca deixar de existir, é o background perfeito para a minha real profissão. Ninguém está aqui para prestar atenção ao meu rosto ou qualquer outra coisa, tudo que querem ver é uma mulher deslizando por uma barra com poucas roupas ao som de uma música deliciosamente sexy. Quando meus saltos acertam o chão após o último movimento consigo sorrir satisfeita já que nenhum único erro foi cometido, mas
NikolaiQuando estamos saindo da Paradise, consigo ver Aleksandra junto com mais três mulheres caminhando no outro lado da rua provavelmente para irem para casa. Por algum motivo não consigo deixar de pensar que é perigoso demais, principalmente se o indivíduo for alguém que já conhece sua rotina, o momento que deixa o trabalho.Contudo, o que me interessa?Não tenho nenhuma responsabilidade pelo que acontece ou não.Tenho certeza de que sabem muito bem dos riscos, não precisam que uma pessoa de fora, que não vai fazer nada para mudar a situação meta o bedelho na situação, afinal é assim que enxergaria o todo, comigo sendo a pessoa enxerida.— O que está olhando? — pergunta Egor ao se aproximar quase se empoleirando em mim. — Oh, está vendo a Aleksandra ir embora? Está preocupado com a segurança dela? Quer dar uma carona?— O que está dizendo? — inquiro ao afastá-lo quando chega mais perto.— Apenas o que meus olhos veem. Sabemos o que pode infelizmente acontecer com mulheres andando
Aleksandra — Bom dia Natascha — digo ao me sentar na cadeira em frente a sua mesa e a mulher me cumprimenta com um sorriso largo. — Parece feliz hoje, encontrou alguém bom para você? — O que está dizendo, não estou procurando ninguém — fala ao se sentar também mexendo em algumas das pastas pretas que tem sobre a mesa. — Estava pensando sobre o que você e Tasya tem esperado para o próximo trabalho. — Sabe que não nos importamos, a Tasya fica feliz só de poder matar alguém — comento e ela ri ao empurrar três pastas na minha direção, contudo, não tenho como evitar reparar que deixou algumas de lado. — Podemos escolher? — Não, os três são de vocês. — Três? Tem um tempo que não recebemos tantos alvos de uma vez, o que significa que alguém está querendo fazer uma limpeza. — É um problema? — Não, gostamos de coisas divertidas — profiro ao abrir uma das pastas notando que há muitas informações sobre o alvo, incluindo locais onde costuma passar o tempo, seja só ou com sua família. — Posso