Nikolai
— Hoje não é um dia especial para que estejam me trazendo até aqui — Murmuro e meus irmãos reclamam sobre como eu não sei aproveitar a vida, e que sou chato demais para fazer qualquer coisa com eles.
— Não precisa ser um dia especial para você vir a uma boate e ver umas mulheres lindas dançando — expõe Egor, como se quisesse afirmar que a parte divertida da vida eu deixei completamente para trás sem chance de buscar. — Além disso, hoje tem o show de pole dance de Rubi, então deveria me agradecer por conseguir lugares para gente, quando é show dela isso aqui lota.
Os seguranças parecem reconhecer meus irmãos, por isso, sequer pensam em revistá-los, e como Egor gosta de dizer, aqui é um paraíso onde não precisamos nos preocupar tanto com nossa segurança, pois a equipe de segurança deles é de primeira linha, tudo que alguém com dinheiro gostaria de comprar.
Porque haveria tanta segurança em um lugar como este é que não tenho ideia.
É bem claro pela organização, cheiro e decoração que não é uma boate qualquer, mas não muda o fato do que é feito aqui dentro e considerando a quantidade de andares, posso apostar que há muitas coisas que são criadas aqui.
— Sabe que ele é igual a um velho — discorre minha irmã que já está mexendo o corpo ao som da música que começa a ficar mais alta após alguns passos. Sofiya deve ser a mais energética de nós, uma noite regada a bebidas não deve ser o bastante para ela. — Aproveite irmão, está de volta em casa.
— Ela tem razão — afirma Avel ao se adiantar com ela para chegarem ao epicentro da música alta.
— Sei que pode estranhar por ter sido um plano feito por nossos pirralhos, mas eles estão certos, desde que voltou tudo que tem feito é trabalhar, precisa encontrar uma mulher gostosa e foder um pouco para aliviar a mente — atesta Egor.
— Tenho certeza de que tem feito isso por nós dois — brinco e não nega, como poderia?
Todos sabem sobre a sua fama como um belo cafajeste, tenho até pena das mulheres que um dia pensaram que poderiam ter uma chance com ele, é impossível fazer com que fique na linha.
— Eu trabalho e depois fodo, não é a ordem das coisas?
— Não sei do que está falando — digo e começa a sorri continuando a indicar o caminho para o camarote vip para o show da tal de Rubi. Não tenho ideia do que ele vê nela, mas sempre elogia o seu trabalho. — Se eu odiar você quando isso acabar não me culpe.
— Se você ficar apaixonado não me culpe — rebate ao se sentar já chamando a mulher que está aqui para nos atender.
Sofiya já está empoleirada para ver a apresentação de mais perto enquanto Avel mira algum lugar que eu não posso ver, mas está muito concentrado nisso, ao ponto de não notar que eu percebi o que está fazendo.
— Ah, ela está vindo — anuncia Sofiya. — Será que ela me daria algumas aulas se eu pedisse? — Se pergunta em voz alta quando as luzes diminuem dando um ar escuro e sexy para o palco que tem uma única barra vertical em seu centro e a mulher rouba suspiros somente com uma leve amostra de sua presença.
Veste um vestido escarlate que se agarra ao seu corpo de modo formoso trazendo os seus encantos sexys para fora até todos que babam quando nem mesmo começou a se mover ao som da música ousada, quando o faz é bem claro que respirações deixam de ser dadas, que os olhos se agarram unicamente a sua presença e aos fios escuros movendo-se junto com seu corpo
De costas para a barra arranca o vestido ficando apenas com um conjunto de lingerie da mesma cor, com as meias e cinta ligas agarrando-se a pele de modo apaixonado enquanto faz o seu show com maestria, derramando encantos que tomam suspiros e me fazem ter certeza dos motivos para que seus shows sejam lotados.
Ao terminar tem no rosto o sorriso de uma predadora que sabe que terá uma boa refeição independente de onde for agora, pois já tomou conta de todas as presas no recinto. É uma mulher impressionante de fato.
— Vixe que ele até ficou surdo — Ri Avel ao apontar para mim e não tenho ideia do que está falando até notar que Sofiya também me olha curiosa e Egor ri horrores de mim. — Tá vivo ou precisamos da Rubi aqui para fazer você funcionar de novo?
— Só ouço bosta saindo da sua boca — profiro rapidamente com ele sorrindo mais, aumentando meu constrangimento, já que não entendi quando virei o motivo para ser a piada da vez.
— Até vi coraçõezinhos em seus olhos — atesta Avel ao aumentar a brincadeira.
— Vai a merda — xingo ao me encostar no recosto do sofá ao pegar do uísque que foi deixado ali pela sujeita que não vi entrar na sala, então talvez comece a entender o porquê de meu irmão estar me tratando como uma comedia ambulante, uma vez que não sou do tipo que deixa essas coisas passarem.
Bons minutos depois onde pudemos conversar sobre outros assuntos sem que meu irmão trouxesse o momento anterior a tona, discutimos sobre como as coisas tinham se rearranjado enquanto estava fora e do quanto nosso pai está feliz em me ter em casa novamente, contudo, sei que ele quer mesmo se livrar do trabalho.
Com a bebida entrando sem parar chegou o momento em que precisei procurar por um banheiro, apertado como estava não consegui esperar que o do andar onde estamos esvaziasse e desci para procurar por outro onde pudesse me aliviar em paz.
No andar embaixo do nosso os banheiros estavam podres demais para que eu me sentisse aliviado ao invés de enojado ao usá-lo, desse modo continuei a minha procura infinita enquanto minha bexiga grita.
Quando encontrei uma sala aberta pude notar que não seria o local mais ideal para minha invasão, contudo, com a bexiga reclamando da pressão apostei que por ser um lugar onde as mulheres se trocam, as chances de haver um banheiro são grandes.
A única coisa que pude notar antes de me enfiar dentro do banheiro é que parece ser o camarim de alguma pessoa. Com a bexiga vazia e mãos limpas agradeci por não ter que procurar ainda mais antes de encontrar um banheiro usável.
— Este não é um lugar onde você pode entrar como bem quer — Levo meus olhos a voz famigerada que me açoita e seus olhos parecem ainda mais prontos para me devorar inteiro, como um filé mal passado.
NikolaiNa minha frente está a mulher que fez com que meus irmãos me zoassem por vários minutos. Neste momento usa uma calça apertada jeans e um moletom grosso em um tom de verde musgo estranho. As botas de cano curto têm saltos grossos que poderiam esmagar bolas com uma boa vantagem.— O banheiro do andar de cima está um horror e o do meu andar estava ocupado — conto, esperando que não acabemos em uma situação perigosa.— E entra em uma sala qualquer sem aviso? E se alguma das nossas garotas estivessem se trocando? O que ia fazer? — inquire. — Não pode entrar dessa forma, se retire antes que chame a segurança.— Você poderia...— E tenha certeza de não levar nada nos bolsos, saberemos se houver qualquer coisa faltando — fala e não tenho tempo para responder, já que continua falando sem parar e ainda me acusa, e de que? Roubar maquiagens?— Está achando que eu sou um pervertido? Sabe quem eu sou?— Nikolai Sokolov — diz e me surpreendo por saber realmente quem eu sou. Não fiz coisas o
AleksandraOdeio quando tenho que fazer uma coisa diferente do que é meu trabalho, mas não posso apenas deixar um grupo de pessoas consideravelmente influentes nas mãos de qualquer individua.O clube pode ser uma fachada para a organização, mas é preciso manter um bom serviço de toda forma.— Uma nova garrafa de uísque seria perfeito — fala Egor ao colocar um sorriso enorme no rosto, é do tipo de indivíduo que consegue esconder tudo atrás de um sorriso mesmo suas intenções assassinas.Deve ser o braço direito de Nikolai agora, considerando a quantidade de trabalho que fazia antes, com as mudanças tende a ganhar mais responsabilidades, e todos sabem que os Sokolov gostam de manter os negócios em família, quem sabe seja o motivo para serem ainda mais perigosos.— Como quiser — profiro ao fazer um pequeno cumprimento ao me preparar para deixar a sala, assim posso ficar em meu lugar apenas esperando quando decidirem pedir por algo novamente.Contudo, não esperava que fosse ser seguida.Ni
Nikolai Posso ver em seus olhos que apesar de confiar na sinceridade da minha irmã não pode apenas deixar para lá, afinal, como disse, isto ocorre corriqueiramente e deve ser tão irritante ao ponto de ela querer matar cada um dos homens que cometem esse engano novamente. — Aproveitem a noite e me chame em caso de um novo pedido — Sua voz suave é claramente uma atuação para fazer com que os clientes sejam acolhidos, quando me lembro bem do tom que usou para me expulsar de seu camarim, era forte e letal, é como ver duas pessoas diferentes em um mesmo corpo. — Tenho a impressão de que conseguiu um novo inimigo irmão — Avel atreve-se a brincar com a situação, quando eu não quero uma mulher furiosa imaginando como pode foder comigo, pois sei bem como podem ser diabólicas, já fui fodido assim uma vez. — Não fode — resolvo que tomar mais algumas doses é o melhor antes que comece a pensar muita merda por conta de uma mulher que não vai fazer diferença na minha vida. É apenas a funcionária
Aleksandra— Os Sokolov aqui de novo? — Inquire Tasya ao olhar por cima do ombro verificando a entrada do segundo andar. — Acho que estão aproveitando bem a volta do irmão. — Murmura.Somos treinadas para ficar de olho em qualquer mudança, por mais pequenas que sejam, e ter filhos da máfia aqui corriqueiramente é um motivo para termos nossa atenção voltada para eles, nossos únicos clientes de sua família que eram vistos aqui quase sempre eram Sofiya e Avel.Os dois filhos mais jovens de Pasha, o patriarca dos Sokolov, e um dos membros da cúpula que organiza a Bratva e impede que bandidos menores fodam com tudo que desejam construir.Qualquer um que queira cometer delitos dentro da Rússia precisa estar de olho na reação que ele terá ou acabará morto na beira de uma estrada antes do que pode pensar, somente um cadáver podre será entregue a sua família.— Talvez ele esteja com saudade das mulheres russas — digo ao beber meu drink com calma. — Outro sem álcool Mami. — Piscando a mulher co
NikolaiAleksandra segura no braço da dançarina a verificando falando algo em seu ouvido esperando em seu lugar quando a mesma sai voltando com um microfone e o entrega antes de sair novamente do palco.Ela comanda o show, e está provando isso.— As regras na Paradise são claras, toquem em algo que não pode e vai terminar no chão, espero que não voltem a se esquecer disso ou teremos que tornar aqui um ringue de luta ao invés de um palco de dança. — Com a imposição de uma rainha deixa o palco para ir até o lugar de onde saiu sem nem mesmo olhar para trás.Os sujeitos caídos são carregados pelos seguranças que finalmente aparecem para ter somente sacos de estrume para jogar.— É disso que nós falamos — balbucia Avel sorrindo. — Muitas das mulheres aqui também são seguranças do lugar, os homens são distrações. Vê aquela mulher ali de vestido verde musgo? Era uma das lutadoras nacionais, quando a carreira parou de render se tornou segurança aqui. Aquela linda de vestido roxo é uma modelo
Nikolai— O que temos aqui? — pergunto a Egor que me entrega uma quantia considerável de papéis. Não acredito que quer isso para poucas horas, pois terei que fazer mais do que uma leitura dinâmica.— Nossas negociações atuais com os parceiros do sudeste asiático e com os sérvios — avisa ao pôr o dedo sobre a pilha. — Faça isso devagar, ninguém vai morrer se você levar alguns dias para mastigar o que está aqui. Nosso pai ainda não morreu.— Não fale desse jeito pode atrair azar — peço ao segurar os papéis com força. — Você não parece estar se preparando para sair hoje, depois da última vez achei que iria querer correr para a Paradise sempre que possível.— Não posso querer apenas descansar? O Tolya vive fazendo isso e ninguém o critica — Tolya odeia lugares lotados e não sai de casa ao menos que seja necessário para o trabalho, o que não deixa de ser estranho em alguns momentos, mas sabemos que faz parte da personalidade dele e não o criticamos por isso, tentamos entender, afinal, não
NikolaiNosso pai pode ser uma alma velha, mas nos ama.Nós, como bons filhos, mantemos aquilo que satisfará seu coração.Se quer detalhes, podemos dá-los.— A faculdade está me matando, mas estou bem — conta Sofiya primeiro. Está cursando advocacia e está muito perto de concluir sua graduação, então entendo que esteja sentindo a pressão da reta final. — A cama é uma droga comparada a daqui.— Já disse para comprar outra — arrazoa meu pai ao engolir a sua garfada de comida. — Se continuar incomodando compre outra. Precisa dormir bem.— Eu sei pai — E não é alguém que se negue a gastar dinheiro, mas deve entender que a situação da cama é mais um problema de apego por parte dos seus sentimentos do que da cama que possui em seu apartamento.Quando você tem uma coisa por muito tempo e de repente não pode mais tê-la ao seu lado como sempre é estranho, não importa o quanto tente colocar outra coisa no lugar, o incômodo não vai sair de seu peito, somente o tempo pode causar uma mudança real.
Aleksandra — Está fazendo bolo para Valentina? — inquire Tasya ao se empoleirar sobre o balcão para olhar bem o que faço e sorri ao ver os gêmeos em suas cadeirinhas brincando com seus mordedores. — Como você é seletiva, nunca faz bolo para mim quando volto de uma missão. — Você é minha parceira, já não é o bastante? — Ah, você se considera muita coisa, não é? — Inclino a cabeça ao fechar os olhos debochando de suas palavras. — Tudo bem, de toda forma, roubarei um pedaço, não tem Valentina que me impeça. — Você faz parecer que ela não é um doce ao nos oferecer as coisas, duvido que não volte com presentes — profiro e arrasta uma cadeira para se sentar perto de mim, contudo senta-se da forma contrária ao apoiar o queixo no encosto. — Tem alguma coisa te incomodando? — Que nada, estou apenas pensando no cheiro maravilhoso disso, você tem boas habilidades na cozinha, um pacote completo — afirma ao erguer os polegares ajustando uma mecha de cabelo atrás da orelha que tem um brinco de