Tasya
— Recomendo que você tome cuidado com o que vai dizer quando envolve o nome da minha irmã — falo e ela gosta de ter um ponto onde enfiar o dedo sem preocupação.
Sabe que Jasmine é o motivo para fazer tudo em minha vida, se isto não é a abertura para uma situação desastrosa, não sei mais o que pode ser.
— Você recomenda? Que pena que o seu pai não teve o mesmo cuidado com ela — debocha. — Está fazendo tudo isso por uma menina que pode nem se lembrar disso no futuro. Pode se rebelar contra você e te deixar completamente de lado, não é estranho?
— Como o seu filho fez com você? — pergunto e sua expressão enrijece, fica parada no lugar como se o tempo não estivesse mais passando como gostaria.
Está tão surpresa assim? Nunca passou por sua cabe&cced
TasyaConhece o seu marido melhor do que eu, entende o que pode fazer para ter o que deseja.— Mas posso dizer que me surpreendi um pouco por ele não ter interesse em saber mais sobre a mulher mantida em cativeiro. Esquece, deve ser fácil colocar uma nova no seu lugar.— Acha que eu não sei disso, mas o desespero dele é por Mikail ser a sua última oportunidade de ter um filho que o agrade, fez vasectomia depois da minha gravidez, creio que por querer foder suas putas sem medo, mas uma coisa deu errado e tiveram que ser mais invasivos. Ele não tem mais meios de produzir outro herdeiro. — O jeito como profere as palavras é azedo, quase como se um dia esse tivesse sido o pretexto para muitas risadas até perceber que perderam a chance de salvar o seu filho.— E Dimitri te culpou por dar uma criança doente a ele, certo? Pediu que resolvesse a s
Tasya— Não acha que a sua ousadia está um pouco além dos limites? — pergunto e ele sorri de canto como se não pudesse me dar uma resposta de cara.Não tem um pingo de noção sobre o quanto acaba mexendo comigo e ontem foi a gota de água para que meu coração deixasse a porta escancarada.Coração safado que se rende a um bom oral? Quem sabe. A foda em seguida foi tão boa quanto ele. Não posso julgar o coitado quando Egor também tem estado presente de tantas outras formas em minha vida. Se fosse criticá-lo, não teria que fazer o mesmo comigo?O coração pode ter sim um apelo maior sobre a mente, mas não controla tudo sozinho. Sei bem que acabei me enfiando nessa situação por conta própria.Talvez possa julgar um pouco a minha amiga por ter me deixado ainda mais pert
TasyaCertamente Miguel também ficará feliz em saber que a pessoa que criou o plano no qual a sua irmã morreria foi morta.Sofiya disse que ele se sentiu aliviado de saber que a justiça de algum modo tinha sido feita, agora, outra grande parte dela será realizada, mas é certo que a conclusão virá apenas quando tivermos a cabeça do líder da Scorpio em mãos.— Eu sei, mas alguma coisa me diz que pode ter mais — murmura Aleksandra.Não costuma ter pressentimentos sem fundamentos, desse modo, sei que pode apenas resolver o assunto quando quiser. A mulher não escapará sem que uma bomba seja jogada na casa dos Sokolov.Os seguranças não cuidam somente da casa deles agora, também estão intimados a falarem sobre qualquer atitude suspeita que outro possa ter.Qualquer medida de segurança &ea
AntesEgorO silêncio entre nós é um daqueles confortáveis, o tipo que só se encontra entre irmãos. Estou sentado em uma cadeira, uma cerveja na mão, enquanto ele mexe em algo na cozinha. A TV está ligada, mas nenhum de nós presta atenção no que está passando.— Você tá estranho, sabia? — Nikolai comenta de repente, sem me olhar.— Obrigado, sempre bom ouvir isso — resmungo, tomando um gole da cerveja.— Não, sério. — Ele aparece no batente da cozinha, com uma sobrancelha arqueada. —Desde quando você, o homem que praticamente faz fila de mulheres no telefone, está... quieto? — Essa não parece uma questão vinda de lugar nenhum.— Estou cansado — digo, levantando os ombros em um gesto despreocupado.— Cansado? Você? — Ele ri alto, como se a ideia fosse absurda. — Quem é você e o que fez com meu irmão?— Não começa, Nik.Ele cruza os braços, apoiando-se na parede. O sorriso brincalhão ainda está lá, mas há algo mais nos olhos dele: curiosidade. Como se ele estivesse tentando juntar as pe
AtualmenteEgorO quarto de brinquedos está em um estado controlado de caos. Bonecas espalhadas no chão, carrinhos estacionados de qualquer jeito em uma pista de corrida improvisada, e risadas infantis enchendo o ambiente.Todo mundo quer contribuir com algo, então há muito aqui.Estou encostado no batente da porta, observando-a no meio da confusão.Ela está sentada no tapete felpudo, a pequena irmã dela aninhada em seu colo enquanto um dos meus sobrinhos insiste para que ela veja seu "voador incrível" — um avião de brinquedo que ele lança no ar com toda a força de seus braços minúsculos.— Uau! Esse foi alto! — ela exclama, sua voz cheia de entusiasmo.O garoto sorri, orgulhoso, e corre para pegar o avião.O jeito como ela lida com as crianças me prende. É uma faceta dela que eu não vi antes, no meio de toda bagunça. Ela é tão diferente da mulher que sempre parece pronta para me afastar, me matar... Aqui, Tasya é suave, paciente, quase maternal. É impossível não se impressionar.Ela
Tasya— Você pode parar e me ouvir por um segundo? — Gostaria de o odiar tanto quanto eu quero, mas aqui estou eu, parando para escutar o que tem a dizer, mesmo que não devesse. Não percebe que o que criou entre nós não pode continuar existindo?— Egor, creio que já deixei claro que não, não posso, você também não quer o que tenho — digo e segura em meu braço, me mantém próximo a ele. Não aperta, apenas quer ter alguma segurança quanto a me ter no lugar onde poderei ouvir tudo que diz. — Porque está insistindo tanto nisso, nós transamos algumas vezes e você ficou todo emocionado.— Temos transado por vários meses, Tasya e eu acredito que você não saiu, por aí procurando outra pessoa com quem foder, assim como eu não pude. — Rio, de verdade, pois me parece inocente demais proferindo palavras como essa, mas são as máscaras mais grossas que escondem os piores monstros, sei bem disso.E pode ser que ele não seja um deles, na verdade, as chances são muito baixas, mas não quero me arriscar
AntesTasya— Seu pai continua sendo um babaca? — pergunta minha colega após ver o homem trôpego saindo de perto de mim. Não bastasse o inferno que é estar na mesma casa que ele, não tenho alívio nem mesmo no meu trabalho.— Trabalho como uma cachorra e ele continua criando mais dívidas que no final acabam no meu nome — respondo e ela bate em meu ombro, sentindo pena de mim por ter que viver com um sujeito como ele.Mas, considerando o quanto tenho que gastar durante o mês só para pagar a todos os agiotas a quem deve, não tenho como me mudar para um lugar onde não vá me encontrar nunca mais.— Você vai conseguir sair dessa — fala, mas é apenas uma esperança perdida por bons longos anos.Já estou quase nos vinte e quatro, mas desde os quinze venho vivendo para pagar tudo que criou de rombos com o seu vício alcoólico e em jogos de azar.— Pense que pelo menos a casa vai ser sua quando terminar de pagar e que, se o expulsar, não terá ninguém te criticando.— Duvido que esse seja um ponto
TasyaEmpurro a porta estranhando o fato dela estar entre aberta. Tenho certeza de que a deixei fechada. Além disso, meu pai certamente está em algum bar qualquer enchendo a cara com o dinheiro que conseguiu com o seu trabalho ontem.É tudo que ele pode fazer quando ninguém confiaria em uma pessoa como ele em um serviço melhor. Faz bicos aqui e ali que não pagam muito, mas são os únicos trabalhos que pode fazer, ainda que feda como um gambá bêbado.— Pai, você está em casa? — berro, esperando que, se não for ele, que o indivíduo que arrombou a casa dê o seu jeito de correr antes que eu entre.Olho para os cantos, mas não há literalmente nada. Os poucos móveis de valor, meu pai fez questão de vender na intenção de conseguir algum dinheiro.Se conseguiu, eu não vi a cor do dinheiro. Tudo que como tem que ser comprado no dia e, com o passar dos anos, aprendi que não poderia deixar o dinheiro em casa, pois ele a reviraria até encontrar, depois o gastaria sem pensar em como me mato diariam