Egor
As coisas estão muito piores do que imaginava.
Dimitri não deixa o seu telefone de lado a algum tempo já.
Parece muito perto de ter um colapso nervoso e toda vez que o seu filho é mencionado somente piora o modo como demonstra estar. As pessoas estão se afastando cada vez mais de onde estamos, com a noite chegando não há quem queira estar aqui, contudo, é certo que nos tornamos especialistas em beber o café de onde estamos.
Gostaria de ter uma audição melhorada para entender o que diz.
Sou uma negação em leitura labial, então, mesmo quando está virado para nós, não consigo entender muito do que diz, a não ser nos momentos em que basicamente começa a gritar ao dizer que é preciso fazer como ele disse, que não se importa com os custos disso.
— Creio que a posiç&ati
TasyaPerguntar para as pessoas o que elas se dispõem a fazer para manter o que amam é interessante.Suas respostas podem dizer muito sobre as suas personalidades. Os altruístas farão qualquer coisa em seu alcance. Os egoístas não se importam com as consequências caso possam se safar. Os sádicos podem desejar ver o sofrimento alheio e haverá outros que ainda amarão ser os responsáveis por causar a dor sentida.Onde ele pode se encaixar é o que quero ver…— Está me dizendo que quer me usar como uma moeda de troca? — questiona-me, mas o fato de ter um sorriso em seu rosto não é um bom sinal.Acreditei que este poderia ser um ótimo plano, dado que Dimitri continua mantendo Egor e Nikolai como reféns.Apesar de perceber que não mais colocará as mãos nas crianças, n&a
Tasya— Uau, você escolheu um belo de um covil para nos receber — digo e Dimitri me olha verifica a pessoa encapuzada do meu lado sendo segurada por duas das agentes da Sumbra que usam vestes que escondem os seus rostos. — Não acha, baby? — Aleksandra dá um pequeno aceno com a cabeça.— Você veio rápido, ficou com medo de que eu matasse o seu namoradinho? — Questiona-me com a sua voz intragável soando em meu ouvido como um barulho que eu gostaria de fazer desaparecer.— Se você quer manter as suas bolas se manterá nos limites Dimitri — digo movendo-me o suficiente para sacar a arma a mirando na cabeça de Aleksei que permanece em seu lugar quieto, como disse que faria. — Não quer perder o seu herdeiro, certo?— Acha que está em uma posição de negociar aqui? — indaga, mas deveria se
Dimitri“Essa mulher só pode estar louca”, penso após ver que mantém a arma apontada para sua cabeça sem ligar para como as pessoas ao redor lhe olham.Está mesmo se dispondo a isso? Além disso, eu não deveria estar agindo desse modo. Pode estar apenas blefando.— Sei o que pode estar passando por sua cabeça — começa a dizer rapidamente, independentemente de como Egor faça sons pedindo para que pare.Meus homens sofrem para o manter em seu lugar.— Como ela sabe disso? Você se pergunta. Bem, depois de quebrar as pernas da sua esposa, ela facilmente me disse tudo que eu gostaria de saber — conta Tasya com um sorriso grande no rosto. — Não tem ideia de como as pessoas falam ligeiro quando querem manter a sua vida. Tenho certeza de que ela não te contou sobre estar procurando doadores por conta p
Tasya— Estava louca, como pôde brincar daquele jeito com a sua vida? — reclama alto demais para que eu possa apenas ignorar o que diz. Não vê como estamos muito perto de causar um conflito maior? Por que acha que essa é uma conversa necessária? Nem se importa de Aleksandra estar na sala conosco. — Nem você consegue impedir que ela tenha esse tipo de comportamento?Aleksandra dá de ombros, o que somente o desagrada ainda mais.Tudo que eu queria nesse momento era tomar um belo banho e dormir agarrada à minha irmã até meu coração entender que ela está em segurança.Mas, como o que houve hoje não melhorará em nada nos próximos dias, estou aqui procurando o que pode ser usado para destruir Dimitri.O que poderia ser muito mais rápido se ele pudesse se conter para somente me ajudar. Não v&e
AntesEgorO silêncio entre nós é um daqueles confortáveis, o tipo que só se encontra entre irmãos. Estou sentado em uma cadeira, uma cerveja na mão, enquanto ele mexe em algo na cozinha. A TV está ligada, mas nenhum de nós presta atenção no que está passando.— Você tá estranho, sabia? — Nikolai comenta de repente, sem me olhar.— Obrigado, sempre bom ouvir isso — resmungo, tomando um gole da cerveja.— Não, sério. — Ele aparece no batente da cozinha, com uma sobrancelha arqueada. —Desde quando você, o homem que praticamente faz fila de mulheres no telefone, está... quieto? — Essa não parece uma questão vinda de lugar nenhum.— Estou cansado — digo, levantando os ombros em um gesto despreocupado.— Cansado? Você? — Ele ri alto, como se a ideia fosse absurda. — Quem é você e o que fez com meu irmão?— Não começa, Nik.Ele cruza os braços, apoiando-se na parede. O sorriso brincalhão ainda está lá, mas há algo mais nos olhos dele: curiosidade. Como se ele estivesse tentando juntar as pe
AtualmenteEgorO quarto de brinquedos está em um estado controlado de caos. Bonecas espalhadas no chão, carrinhos estacionados de qualquer jeito em uma pista de corrida improvisada, e risadas infantis enchendo o ambiente.Todo mundo quer contribuir com algo, então há muito aqui.Estou encostado no batente da porta, observando-a no meio da confusão.Ela está sentada no tapete felpudo, a pequena irmã dela aninhada em seu colo enquanto um dos meus sobrinhos insiste para que ela veja seu "voador incrível" — um avião de brinquedo que ele lança no ar com toda a força de seus braços minúsculos.— Uau! Esse foi alto! — ela exclama, sua voz cheia de entusiasmo.O garoto sorri, orgulhoso, e corre para pegar o avião.O jeito como ela lida com as crianças me prende. É uma faceta dela que eu não vi antes, no meio de toda bagunça. Ela é tão diferente da mulher que sempre parece pronta para me afastar, me matar... Aqui, Tasya é suave, paciente, quase maternal. É impossível não se impressionar.Ela
Tasya— Você pode parar e me ouvir por um segundo? — Gostaria de o odiar tanto quanto eu quero, mas aqui estou eu, parando para escutar o que tem a dizer, mesmo que não devesse. Não percebe que o que criou entre nós não pode continuar existindo?— Egor, creio que já deixei claro que não, não posso, você também não quer o que tenho — digo e segura em meu braço, me mantém próximo a ele. Não aperta, apenas quer ter alguma segurança quanto a me ter no lugar onde poderei ouvir tudo que diz. — Porque está insistindo tanto nisso, nós transamos algumas vezes e você ficou todo emocionado.— Temos transado por vários meses, Tasya e eu acredito que você não saiu, por aí procurando outra pessoa com quem foder, assim como eu não pude. — Rio, de verdade, pois me parece inocente demais proferindo palavras como essa, mas são as máscaras mais grossas que escondem os piores monstros, sei bem disso.E pode ser que ele não seja um deles, na verdade, as chances são muito baixas, mas não quero me arriscar
AntesTasya— Seu pai continua sendo um babaca? — pergunta minha colega após ver o homem trôpego saindo de perto de mim. Não bastasse o inferno que é estar na mesma casa que ele, não tenho alívio nem mesmo no meu trabalho.— Trabalho como uma cachorra e ele continua criando mais dívidas que no final acabam no meu nome — respondo e ela bate em meu ombro, sentindo pena de mim por ter que viver com um sujeito como ele.Mas, considerando o quanto tenho que gastar durante o mês só para pagar a todos os agiotas a quem deve, não tenho como me mudar para um lugar onde não vá me encontrar nunca mais.— Você vai conseguir sair dessa — fala, mas é apenas uma esperança perdida por bons longos anos.Já estou quase nos vinte e quatro, mas desde os quinze venho vivendo para pagar tudo que criou de rombos com o seu vício alcoólico e em jogos de azar.— Pense que pelo menos a casa vai ser sua quando terminar de pagar e que, se o expulsar, não terá ninguém te criticando.— Duvido que esse seja um ponto