IsadoraApós um banho longo e quentinho ponho uma roupa confortável e igualmente quente, e saio do quarto de hóspedes. Logo na entrada da sala posso ouvir o som do fogo crepitando na lareira e para a minha surpresa Heitor teve o cuidado de forrar um cobertor grosso e macio no chão e bem próximo ao calor do fogo. Ao me aproximar noto duas taças vazias e uma bandeja com salada, legumes e a carne que caçamos mais cedo. Sofisticado de maneira surpreendente. Penso,— Senta aqui — Ele pede batendo levemente no espaço ao seu lado e em silêncio me acomodo, apreciando o calor bem-vindo. — Você disse que nunca comeu carne de cervo antes. Experimenta, tenho certeza de que você vai gostar. — É difícil não o fitar com admiração. Heitor é o homem extremamente bonito e atraente. E droga a sua pele fica ainda mais bonita com o brilho dourado do fogo. Ele pega uma porção da carne com o auxílio de um garfo e o leva à minha boca.— Hum! — Solto um gemido apreciativo ao sentir o sabor e a maciez da carne
IsadoraTrilhas, banho de cachoeira, escaladas, caças, jantares e brindes ao calor da lareira. Pensando bem direitinho a nossa lua de mel nem foi tão ruim assim. E eu posso até dizer que conheci um lado do Senhor D’angelo que ele faz questão de esconder. Longe dos negócios ele não passa de um jovem surpreendente que tem um bom papo e um sorriso fácil. E que sorriso!— Sairemos em poucos minutos! — Heitor avisa dando duas batidinhas na porta do meu quarto.— Ok! — grito para ele me escutar e foco em arrumar as minhas malas.Então, à primeira vista esse lugar me assustou e muito, e eu fiquei puta da vida só de pensar que ficaria presa aqui sem um celular, TV ou qualquer coisa que pudesse me distrair. Entretanto, confesso que sentirei falta daqui e de toda essa natureza. Dos seus sons e até mesmo da sua companhia, afinal quando voltarmos para a cidade ele voltará a ser o Senhor D’angelo outra vez. Eu sei que sim. — Por Deus, mulher o que está fazendo aí dentro?! — Ele rosna irritado e eu
IsadoraUma semana depois…Deixo o meu corpo cair livremente em cima do colchão macio e solto o ar pela boca de modo audível. Sim, eu estou completa e inteiramente entediada e isso em pouco menos de uma semana! Já conhecia cada andar dessa casa, cada cômodo e cada detalhe da sua decoração como a palma da minha mão, e já não sei mais o que fazer para manter a minha mente ocupada. Desde que voltamos da nossa "lua de mel" Heitor praticamente não para em casa. Salvo na hora de dormir e isso acontece quando eu já estou dormindo e no dia seguinte ele sai antes de eu acordar. Com certeza esse é o contrato perfeito. Nada de cobranças e nada de pegar no meu pé. Simplesmente estou de vida boa e no final de tudo isso ainda recebo uma boa grana pelo meu trabalho. Que saco! O meu celular faz um sinal de mensagem e rapidamente pulo para fora da cama. Um sorriso gigante se abre nos meus lábios quando vejo que se trata da doutora Monique e ansiosa a abro para ler. Na sequência dou alguns pulinhos ani
IsadoraEstaciono o carro na enorme garagem da mansão e, caminho apressada para dentro dela, dando de ombros. Se o mordomo não tiver aberto o bico, D’angelo nem deve estar ciente da minha saída e será como se nunca tivesse saído realmente. E quer saber, não me importo se ele sabe ou não. O fato é que o Senhor D’angelo não se importa comigo. Para ele é como se eu fizesse parte dessa decoração estúpida, apenas mais um troféu para a sua coleção. Abro a porta da sala pronta para subir as escadarias e tomar um banho demorado, mas paro bem no centro do cômodo quando o vejo em seu terno caro e elegante, de costas para mim. D’angelo se vira lentamente e me encara como se pudesse me fuzilar apenas com o olhar. Respiro fundo e sutilmente, e dou mais dois passos para frente, dessa vez sem pressa alguma.— Onde estava, Isadora? — Ele rosna friamente. Meus olhos descem para o copo de uísque em sua mão e depois se erguem para os olhos irritadiços.— Eu fui visitar a minha mãe. — Um sorriso sutil su
IsadoraDo lado de fora da casa acomodo-me em uma espreguiçadeira e encaro o céu noturno desprovido de estrelas. O que eu esperava dessa situação? Merda, eu sou só a porra de um acordo e devia estar satisfeita por ele cumprir com a sua palavra! Heitor não me deve nada, sou eu quem está em dívida com ele. Uma taça aparece no meu campo de visão e através das suas bordas transparentes o vejo. Ele está sério e parece apreensivo. Ajeito-me em cima da espreguiçadeira e recebo a taça da sua mão. Ele se senta na espreguiçadeira ao lado e bebe um pouco do seu vinho.— Como foi com a sua mãe? — A pergunta me pega de surpresa, mas sinto-me aquecida só de fazer tal indagação.— Ela está bem! Só… surgiu uma coisa que… me deixou sem chão.— O quê?— Ela não se lembra do acidente, portanto, não sabe que meu pai morreu e que o Alex foi embora.— Eu sinto muito! Vem cá! — Heitor larga a sua taça de lado e abre os seus braços para mim, e não penso duas vezes em ir ao seu encontro para me aconchegar nel
IsadoraSaio da cama praticamente me arrastando para o banheiro e após renovar as minhas energias debaixo do chuveiro desço para tomar meu desjejum. Enquanto caminho para a cozinha penso na noite passada e me pego sorrindo feito uma boba, lembrando-me da companhia do Senhor D’angelo. Ele ainda não se deu conta, mas é um homem formidável! Longe da sua capa de CEO fodão ele é alegre, envolvente e conversar com ele me diverte e me faz relaxar. Observá-lo devorar três sanduíches com tamanha satisfação na noite passada me fez perceber que não é tão difícil agradá-lo e as nossas conversas foi se tornando cada vez mais íntimas. Pelo menos da minha parte, pois o homem é um segredo fechado a sete chaves. Enfim, fazê-lo ri foi a minha missão e eu posso dizer que a cumpri com êxito. Entro na cozinha e fito os empregados se mexendo de um lado para o outro fazendo tudo ao mesmo tempo. Meus olhos param na jovem que entrou no meu quarto há alguns dias.— Você. — Aponto para ela chamando a sua atençã
Isadora— Senhora, o Senhor D’angelo a esper… Nossa, a Senhora está muito linda! — Sorrio amplamente para Guadalupe que me olha como se eu fosse o maior embrulho de presente de Natal do mundo e me viro de frente para ela.— Acha que ele vai gostar?— Está brincando?! Ele vai se apaixonar outra vez, Senhora! — Meu sorriso perde um pouco a força, mas logo me recompondo, pois sei o quão de verdade tem nessa frase. — O Senhor D’angelo pediu para avisar que já a aguarda.— Eu já terminei. Só preciso pegar a minha bolsa. — Vou rapidamente até a cama e seguro bolsa de mão para saírmos do quarto em seguida. No topo da escadaria paro estática quando o vejo em um elegante traje negro que lhe dá um poderio incomparável. Heitor ergue a sua cabeça no mesmo instante que eleva o copo de uísque a sua boca e para o movimento no meio do caminho. Seus olhos escuros percorrem o vestido vermelho de alça única colado ao meu corpo e descem ávidos pelo seu comprimento, parando sutilmente na fenda que se inic
Isadora— Você está formidável, Senhora D’angelo! — Ele sussurra algum tempo depois envolvendo a minha cintura possessivamente e inicia uma dança lenta no meio dos poucos casais. — Estou muito orgulhoso de você!— Obrigada! — sussurro de volta. Heitor se inclina um pouco deixando o seu rosto bem próximo do meu e imediatamente nossos olhos se contaram.— Agora, iniciamos a fase dois. — Penso em me afastar um pouco para perguntar sobre a tal fase dois que mencionara, mas, inesperadamente ele segura a minha nuca, prende alguns fios dos meus cabelos entre os seus dedos e antes que eu consiga respirar a sua boca toma a minha de um jeito lento e cálido. Contudo, não menos intenso e provocante. Provocante sim! Pois, senti algo que não sei como explicar. Eu só sei que é bem… gostoso e que não quero que termine… nunca mais! Entretanto, ele para o beijo e em seguida sibila sofregamente: — Eu te amo! — Meu coração bate rápido demais. Tão rápido que mal consigo respirar. O encanto acaba quando el