IsadoraDurante a renovação dos votos...O barulho dos aplausos é abafado pelo som de um piano e automaticamente me viro na direção desse som. A voz de Heitor ecoa alto no microfone cantando a música Hard for Me e extremante surpresa levo as mãos para o meu rosto, fitando o imenso e lindo buquê de rosas vermelhas que ele segura em sua mão, apoiando-o com o seu braço, enquanto entoa a letra da música. Meu coração bate forte demais e as inevitáveis lágrimas emocionadas preenchem os meus olhos. Seus olhos intensos estão sempre fixos nos meus como se declarasse nas lindas palavras dessa letra todo o seu amor para mim. Santo Deus, tenho vontade de correr ao seu encontro, de abraçá-lo e de beijá-lo. No entanto, as minhas pernas não me obedecem. Eu simplesmente não consigo sair do meu lugar. Sei que ele me ama e já não tenho a menor dúvida disso, mas declarar-se diante de todos sem receio algum, sem constrangimentos e com tamanha veracidade, isso é… Meu Deus! Não tem preço e nem comparação.
Isadora — Heitor D’angelo, é de sua vontade renovar os seus votos com a Senhora Isadora D’angelo como a sua companheira de todas as horas, amiga e protetora, além de ser a mãe de seus filhos e sua eterna esposa?— Com certeza sim. — Ele resmunga e alguns convidados riem.— Isadora D’angelo, é de sua vontade renovar os seus votos com o Senhor Heitor D’angelo como seu único companheiro de todas as horas, bom amigo e protetor, além de pai dos seus filhos e eterno esposo? — Olho para o lindo homem ao meu lado e ele me olha também. Sorrio.— Sim, eu sempre direi sim! — Seu sorriso tão lindo se amplia roubando o meu ar.— Sendo assim, como ministro do Deus todo-poderoso eu vos abençoou e lhes desejo uma vida de muito amor, de perdão e compreensão contínua. Abenmçoou essa união que todos aqui bem sabe, foi capaz de quebrar os pesados grilhões, trazendo a vida e a felicidade para esse lugar. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém! Já pode beijar a noiva. — Ele diz e sorri. O pian
Heitor(...) Mais uma estocada e ela se entrega como os seus gemidos inexprimíveis, levando-me junto com ela para as profundezas das águas escuras e agitadas. Sem forças, caio ao seu lado na cama e a puxo para os meus braços, beijando a sua cabeça com carinho. No silêncio do nosso quarto, as nossas respirações aceleradas se espalham e se misturam. Então ela ergue a cabeça e seus olhos me encaram com uma certa diversão.— Eu tenho um presente pra você — falo, porque sei que é isso que ela quer ouvir de mim. Especialmente hoje, fazemos dois anos de casados – claro, sem contar com o primeiro ano catastrófico que tivemos – e decidimos que contaríamos essa data a partir do dia que fizemos nossos votos. Como sempre, concordei com a minha esposa. São dois anos de pura felicidade, curtindo uma família feliz e recebendo amigos em nossa casa.— Onde está o meu presente? — Ela indaga me despertando.— Hum, deixe-me ir buscá-lo pra você — resmungo, passando propositalmente por cima dela e no cami
Heitor— Vamos falar com os noivos. — É claro que vamos! Retruco mentalmente quando ela segura a minha mão e caminhamos na direção do casal. — Meus parabéns, meu amigo! — Isa sibila o abraçando e eu fecho as mãos em punho quando as mãos atrevidas de Thompson tomam posse da sua cintura. Sei que estou exagerando, mas é algo que eu não consigo evitar. Quer dizer, ela me ama e eu a amo, e isso deveria ser o bastante, mas quando ele está por perto sempre vem aquela lâmina afiada de ciúmes. — Parabéns, Emma! — A parte mais idiota mesmo veio agora, quando ficamos um de frente para o outro sem saber exatamente o que fazer.— Obrigado por ter vindo, Heitor! — Apenas meneio a cabeça. — Só pra você saber.— O quê?— Eu estou apaixonado pela Emma e...— E?— Em poucos meses serei pai.— Olha que novidade! — Sim, estou convencido. Agora é pra valer e no mesmo instante me sinto relaxar. — Meus parabéns Peter!— Valeu! — Abro o meu terno e tiro um envelope do bolso interno. — Esse é o meu presente p
Heitor — Será que podemos conversar um momento a sós, minha irmã? — ele pede. Isa agora parece ainda mais desconcertada. Contudo, eu cruzo os braços em desafio para esse pedido absurdo. Minha esposa parece protelar uma resposta.— Pode falar, John. Heitor e eu não temos segredos um para o outro. — O infeliz não esconde o seu desagrado e insiste com a irmã.— Querida, leve-o para a biblioteca. Lá vocês poderão conversar mais à vontade — sugiro.— Tem certeza?— Sim. De qualquer forma você me contará tudo. — Volto a encará-lo, porém, ele me olha com desdém e no segundo seguinte os observo se afastar.Uma porra que os deixarei sozinhos! O fato de John Dixon entrar na minha casa após todos esses anos desaparecido e sequer perguntar pela mãe me incomoda e muito. Algo me diz que ele veio apenas para causar problemas. Penso e assim que os perco de vista, sigo direto para o corredor da biblioteca, abro uma pequena brecha na porta e me encosto na madeira para ouvir o que ele tem a dizer real
Zyan MasonUma criança deveria crescer em um lar feliz, com pais felizes e atenciosos, e ainda ser protegido por eles, certo? Eu cresci em um lar assim. Tive a suprema proteção dos meus pais, o amor incondicional deles, a alegria de uma família completa e ainda assim não era uma criança completamente feliz. Então você pode dizer que eu era uma criança ingrata e egoísta, ou que eu queria o mundo inteiro só para mim. A verdade é que mesmo que Lisa Mason nunca tivesse me contado sobre o seu passado, eu sabia que bem lá no fundo ela guardava uma tristeza consigo. E era essa tristeza que não completava um quadro que deveria ser perfeito. Ela sorria para mim, brincava comigo, mas por muitas vezes não parecia estar ali realmente. Eu sei, eu era apenas uma criança e não podia ter certeza disso. Contudo, eu cresci e essa sensação me acompanhou até o dia que perdemos o meu pai e ficamos apenas eu e ela. Lisa guardava segredos dolorosos, sonhava com um filho que lhe foi arrancado brutalmente e c
Zyan Mason— Porra, Zyan, acorda! — Heitor rosna revoltado, mas dou de ombros.— De lavada, Zyan? — Tadeu ralha fazendo graça. — Se tivesse apostado levaria até as suas calças comigo. — O idiota debocha, arrancando mais gargalhadas dos rapazes. Horas depois, ninguém tem mais forças para mais nada. As garrafas de uísque estão todas vazias e espalhadas pela areia. E nós estamos literalmente caídos do chão e jogando palavras fora.— Hora de ir para casa, negada! — Meu irmão fala e automaticamente explodimos em uma nova crise de risos.— Negada? Que porra é essa? Quem imaginava esse homem usando esse termo algum dia? — Max retruca e droga, a minha barriga já está doendo de tanto rir.— Vocês são uns idiotas. Sabem disso, não é? Vamos, porque eu não quero ser o culpado pelo noivo não sair da cama para ir para o seu casamento amanhã.— Bom, você é o padrinho. Portanto, deve isso a ele. — Tadeu rebate. Heitor deita a cabeça na areia e encara o céu semiescuro.— Não. Hoje eu sei exatamente o
HeitorSete anos depois...A cada dia que se passa eu me convenço de que fui um tolo. Lembrar que um dia fui um homem arrogante e igualmente duro comigo, com tudo e com todos ao meu redor me faz perceber que perdi muito tempo lambendo minhas feridas e tampando os olhos para ver somente o que me permitia ver. Por esse motivo o meu universo mudou de rota de um jeito radical e doloroso. Tive que enfrentar o medo cara a cara. Tive que aguentar o frio que por pouco congelou os meus ossos e as tempestades que quase me destruíram para chegar até aqui. Penso, enquanto assisto os preparativos para a festa de aniversário de cinco anos da minha filha caçula.— Vovó? Vovó? — Lisa grita com a sua animação infantil que contagia os gêmeos e eles correm na mesma direção que ela, fazendo-me despertar dos meus devaneios.É exatamente isso que vocês estão entendendo. Tivemos mais uma filha ao longo desses anos e qual não foi a minha surpresa quando a minha linda esposa lhe deu o nome de minha mãe. Lisa