Após passarmos o dia na empresa, Gustavo me trouxe até a casa do senhor mandão. Não sei o que Rodolfo quer da vida, ele diz para não ter intimidades demais com Gustavo, mas pediu que o próprio me levasse mais cedo para sua casa para que eu possa me arrumar sem correria, já que ele chegará muito em cima da hora. Não sei o porquê dessa implicância, eu e Gustavo só conversamos nada mais, além disso, ainda me lembro que tenho muito a resolver após esse um ano, tenho uma vida bem diferente da que tenho levado, não sou de me iludir, tenho os pés no chão.Chegando à casa do "senhor arrogante", como Gustavo e eu brincávamos, não pude deixar de refletir sobre a dualidade de Rodolfo. Por um lado, controlador e distante, e por outro, capaz de escolher vestidos e acessórios com um olhar refinado. Ainda assimilando a conversa com Gustavo, desço do carro, agradecida por sua companhia e pelas revelações que me deram um novo entendimento sobre a complexidade das emoções de Rodolfo.No caminho, a con
Enquanto me aplicava a maquiagem, tentei reprimir os pensamentos tumultuados que Rodolfo despertava em mim. "Aff, estou louca, como pode isso? Ficar afetada por esse ogro!" A constatação era inegável: apesar de sua arrogância, Rodolfo tinha um magnetismo perturbador. Sua presença carregava uma malícia que, por mais que eu tentasse negar, mexia comigo de maneiras inesperadas. "Deve ser a falta excessiva de intimidade, só pode ser isso!"Rodolfo emergiu do banho com uma toalha casualmente enrolada na cintura, exalando um ar de nonchalance que só intensificava sua atração. "Não olhe, Letícia, vai borrar toda a maquiagem!" adverti a mim mesma, tentando focar nos detalhes do meu delineador, mas era difícil ignorar a tentação refletida no espelho."Merda, que corpo... por que ele não podia ser menos atraente?" A pergunta retórica ecoava enquanto eu lutava contra a vontade de observar mais de perto. Rodolfo, completamente desinibido, andava pelo quarto sem a toalha, sua autoconfiança beira
Patrícia (ex noiva de Rodolfo)Recebi outra ligação dele, aquele homem cruel que se disfarça de bonzinho. Suas ameaças se tornaram uma constante, especialmente agora que ele sabe que estarei frente a frente com Rodolfo e teme que eu revele a verdade. Meu coração se aperta ao pensar em como me deixei envolver por um canalha, jogando meu futuro com Rodolfo por uma paixão louca e ilusória. Como pude ser tão idiota? A dor da realização é aguda, e a memória do que perdi me persegue incessantemente. Não consigo compreender como minha vida tomou um rumo tão devastador desde que conheci esse homem. Rodolfo, apesar de muitas vezes distante e absorvido por suas obrigações na empresa — e naquelas deixadas pelo seu pai — nunca mereceu o que fiz. Quando reflito, percebo que talvez tenha sido a falta de atenção de Rodolfo que me impeliu aos braços desse cretino.No início, eu até compreendia os compromissos de Rodolfo e tentava ser paciente. Mas, arrastada pela influência de uma paixão que me cego
Jantar BeneficenteRodolfoLetícia brilhava como o sol em uma noite escura, seus olhos cintilando como estrelas que complementavam o resplendor de sua vestimenta. No momento em que vi aquele vestido, soube que tinha que ser dela; ela precisava ser a mulher mais deslumbrante do jantar, não apenas para exibi-la como minha noiva, mas para mostrar a Patrícia que eu a havia superado.A presença de Letícia aguçava meus instintos, e eu me deliciava ao intimidá-la, fascinado pelos efeitos que provocava nela. Para minha surpresa, percebi que ela respondia a minha presença de maneira visível, seu corpo reagindo ao meu sem que sequer precisássemos nos tocar. Isso tornava tudo ainda mais intrigante.Ao chegarmos ao local do jantar, os fotógrafos já estavam em posição, prontos para capturar qualquer momento. Optamos por entrar pelos fundos, evitando o tumulto na frente do salão. Desci do carro e delicadamente ajudei Letícia a fazer o mesmo. Chegamos ao mesmo tempo que Tadeu e Selena.— Oh… meu Deu
Aproximações indesejadas não demoraram a acontecer. O Sr. Tavares nos chamou de volta à realidade com um elogio.— Muito linda a sua noiva, Rodolfo — disse ele, e rapidamente nos levantamos para cumprimentá-lo, embora a mesa já estivesse mais cheia, agora com a presença de Patrícia e Danilo.— Como vão os negócios, Rodolfo? — indagou o Sr. Tavares.— Correm bem, cada dia melhor — respondi, enquanto tomava outro gole.— Se estão tão bons, os negócios não devem estar bem no amor! — provocou Danilo, lançando um olhar sugestivo para Letícia.— Ao contrário — retorqui, segurando a mão de Letícia e beijando-a. — Como pode ver, estou tendo sorte nos dois. Amanhã estaremos oficialmente casados — declarei, olhando para Letícia, que retribuiu com um sorriso afetuoso.— Casados! — Patricia falou alto, mas o seu pai a interrompeu.— Um homem de sorte, Rodolfo! — exclamou a Sra. Tavares.— Eu que sou uma mulher de sorte — interveio Letícia, capturando a atenção da mesa. Ela tocou meu rosto suaveme
LetíciaO modo como Rodolfo tem me tratado ultimamente me envolveu completamente, tanto que acabei me deixando levar pela atmosfera amorosa que ele criou, quase como se estivéssemos encenando um belo teatro romântico. Seu beijo foi uma surpresa devastadora e intensamente quente; confesso que não esperava sentir tal empolgação, não apenas dele, mas também da minha parte. Talvez a carência esteja falando mais alto ultimamente.Enquanto isso, eu e Selena experimentávamos alguns drinks, cujo conteúdo eu desconhecia, mas que eram agradavelmente adocicados. A música, por outro lado, deixava a desejar — uma seleção de ópera que mais parecia um convite ao sono do que um incentivo para animar o ambiente. — Cuidado, é doce, mas embriaga — Selena advertiu, enquanto eu sorria e pegava outra taça.— É ótimo, gostei. Mas me dê sua opinião, acha que estamos indo bem até agora? O que você acha? — perguntei, procurando sua avaliação sobre a noite.— Estão se entendendo muito bem ou são ótimos atores.
Quando deixamos o banheiro, encontramos Rodolfo e Tadeu esperando por nós.— Vamos embora! — Rodolfo disse, visivelmente preocupado.— Calma, o que aconteceu? — perguntei, tentando entender sua urgência.— Pegue em meu braço e venha, por favor — ele praticamente suplicou. Algo o havia abalado profundamente. Segurei seu braço conforme ele pediu, e caminhamos em direção à saída.Perto dos carros, nos despedimos de Selena e Tadeu.— Entre no carro — Rodolfo ordenou, sua voz tensa.— Me diz o que houve? — insisti, buscando entender sua aflição.— Entre no carro! — repetiu, notando o pai de Patrícia se aproximando de nós.— Rodolfo, eu só quis esclarecer o que você já havia descoberto. Não tenha raiva, por favor, converse com ela, vão se entender. Sabe que tenho apreço por você, rapaz — o pai de Patrícia tentou mediar.— Não me interessa. O que sua filha fez não se faz. Ela terá o meu ódio eterno! — Rodolfo entrou no carro, furioso.— Dirija para o bar — ele instruiu o motorista.— Não vam
RodolfoLetícia está me enlouquecendo, ela oscila entre me encher de fúria e me atiçar um tesão quase insuportável. Ao vê-la dançando em cima da mesa, fiquei paralisado, não por qualquer extravagância em seus movimentos, mas pela forma como sua beleza simples e pura atraía todas as atenções. Aquela cena, embora repleta de ousadia, também acendeu uma fúria dentro de mim. Não era o lugar para tal exibição, especialmente rodeada por outros homens.Sua ousadia, que normalmente me encanta, naquele momento, só serviu para me deixar à beira da loucura. E quando ela mencionou ter falado com o ex, a irritação borbulhou dentro de mim. Não conseguia entender como ela, tão forte e desafiadora comigo, ainda dava espaço para esse palerma que a havia abandonado. Em meus pensamentos mais sombrios, imaginava o que faria com ele se o tivesse sob meu controle.A raiva era palpável e Letícia percebeu, optando por silenciar. Enquanto ela começava a cochilar ao meu lado no carro, uma onda de preocupação me