Ethan
— Ethan, isso aqui é lindo!
É lindo vê-la tão maravilhada assim e saber que eu estou causando isso nela me deixa em êxtase. Porra, como ele não viu isso? Como não percebeu o quão é tão fácil mantê-la por perto? Theo só precisava amá-la, mas ao invés disso a machucou severamente, a levou ao desgaste emocional e consequentemente a sua derrota física. Como ele pode não apreciar tamanha beleza? Fazê-la sorri mesmo quando ela não tinha motivos para fazer isso? Eu realmente não entendo. Ele preferiu a sua dor do que a sua felicidade e isso é imperdoável. Observar o brilho radiante nos olhos negros, enquanto eles percorrem toda a ilha. Pelo menos até onde os seus olhos conseguem alcançar me faz sorri feito um bobo. A sua boca revela um sorriso cheio de surpresas a cada descoberta. Uma piscina de á
EthanNão foi tão difícil assim encontrá-lo. Penso quando fito Theodor Borgat através de uma janela de vidro transparente de um bar a beira-mar. Ele está sentado em um banco de um bar e acompanhado por duas garotas. O rosto sorridente diz o quanto ele está se divertindo ali, mas eu não estou nem um pouco paciente de esperar a sua diversão acabar para enfim, poder ter uma conversa definitiva com ele. Portanto, adentro o recinto chamando a atenção de alguns clientes para mim e vou direto para o balcão do bar. Sem um mínimo de educação peço a moça que se retire e o meu segurança faz o mesmo com a outra garota do outro lado. Confuso, Theo me olha e depois para o homem carrancudo do seu lado. Então ele pensa em se levantar, mas Alben o fez sentar-se no seu lugar.— Que porra está acontecendo aqui? — indaga olhando de um para
Samanta— Agr! — grunho, afastando os papéis de perto de mim, porque concentração que é bom, zero. É sério. O meu cérebro e o meu coração ficaram presos naquela ilha com todo o romance que vivi por lá. E nem vou falar nos suspiros e sorrisos que aparecem vez ou outra. Contudo, estou me sentindo sufocada entre as quatro paredes de vidro da Morissette. Eu só... queria poder sair daqui. Cantar e dançar sem parar. Ai meu Deus, acho que enlouqueci.— Saman... — Emily mau entra na minha sala e a puxo para uma valsa que nos faz percorrer a sala inteira. No ato, o seu estimável tablet cai no chão, assim como alguns papéis e eu rio desenfreadamente. — Por Deus, o que deu em você?— Estou feliz, amiga!— Estou vendo! — Ela ri.— Estou perdidamente apaixonada!— Minh
SamantaNão pode ser real. Com certeza devo ter adormecido em algum momento e estou vivendo dentro de um pesadelo. Penso transtornada assim que adentramos o hospital e após receber a informação de ele está em atendimento, seguimos para a sala de espera onde a família D’angelo já está reunida. Logo que me aproximo recebo o doce abraço de Isadora que não me parece bem. Heitor com a sua aparência firme, com certeza deve estar abalado, mas é a Lisa quem me preocupa. A garota parece paralisada em cima de um banco e olhando fixamente para o nado. Do outro lado da sala estão Marie e David, e surpreendemente eles estão distantes um do outro e parecem bem chateados algo.— Alguma notícia? — pergunto assim que me afasto dos braços da minha sogra. Um menear de cabeça entre poucas lágrimas me diz que não. — Alguém sabe o
Ainda sobre o baile...— Você está maravilhosamente linda! — A voz inesperada de Hugo me faz sobressaltar, fazendo-me baixar os meus olhos e consequentemente desviá-los dos convidados animados e felizes do baile. Não me dou o trabalho de me virar e nem mesmo de respondê-lo. Portanto, volto a erguer a minha cabeça e me concentro na minha garotinha extremamente sorridente nos braços do seu marido. Deus sabe como esperei por esse momento. Assistir a sua tristeza me destruía pouco a pouco por dentro e mantê-la longe de mim por tantos meses era a minha maior amargura. Por todos esses anos eu vive a sombra da sua alegria e vê-la feliz me deixava feliz também, mesmo sabendo que a sua presença me distanciava a todo momento do meu único e grande amor. Coisas de mãe. Minha consciência repetia para mim sempre que o via tão perto e ao mesmo tempo t&atil
SamantaDois dias depois...— Querida, trouxe algo para você comer. — Itália diz cautelosa, adentrando o meu quarto. Contudo, não tenho fome. Não desse café da manhã normal, ainda mais com tudo tão natural. Pego o meu perfume preferido em cima da penteadeira e penso em borrifá-lo, mas o leve aroma que exala só de tirar a sua tampa me faz enjoar, então resolvo usar o perfume dele. Contudo, aspiro sem pressa o seu cheiro e enfim, passo uma pequena quantidade na minha pele.— Pode levar, Itália — digo por fim, olhando-a através do espelho.— Mas, Samanta, você precisa comer algo! — Hum, como se eu não soubesse disso, não é pequeno? Resmungo mentalmente.— Eu como algo a caminho do hospital, tudo bem? — ralho e pego a minha bolsa, deixando um beijo rápido na sua bochecha.
— Ora vamos, meu caro Luigi. um cineminha não vai arrancar pedaços seus — resmungo ao telefone, tentando convencer um certo italiano a aceitar o meu convite. Ok, eu sou muito jovem e vinte aninhos para homens mais velhos como ele, eu sou praticamente considerada uma criança. Contudo, o meu cérebro é do tempo da brilhantina, sabe? Romance, beijos românticos, flores, chocolates e claro, beijos roubados no cinema. Contudo, todos esses meus sonhos foram literalmente assassinados pela palavra contrato... contratos, na verdade. No plural mesmo. Após o incidente de ouvir uma certa conversa entre a minha mãe, a Samanta e a Marie eu não tive dúvidas, estou sonhando à toa. Portanto, decidi partir para o ataque. Ou seja, me tornarei uma predadora e o Luigi que me segure! Um sorriso travesso desponta nos meus lábios, eu ponho os brincos nas orelhas e tenho o vislumbre do meu mais novo visual. Adeus, a
EthanQuinze dias depois...De volta a ativa. Não pensei que desejaria tanto que esse dia chegasse, mas ele chegou e porra, como estou feliz de voltar a trabalhar! Entrar na D’angelo e ser cumprimentado pelos meus funcionários após alguns dias confinado em uma cama e preso no meu quarto, é mais do que gratificante. Sério, senti falta desse lugar, do cheiro dos documentos, da pressão dos clientes, dos números, mas principalmente da minha cadeira na presidência. Portanto, respiro profundamente com a inevitável sensação de liberdade e um tanto radiante, caminho direto para o meu escritório a fim de começar o meu dia.— Bom dia, Senhor D’angelo! — Uma senhora sorridente diz para mim assim que entro no hall da pequena, porém, elegante recepção, que antecede a minha sala. Confuso, olho de um lado para o outro
SamantaMorissette LTDA. Pela primeira vez na vida não sinto animo de estar naquele lugar. sabe, todo aquele fervor e toda aquela empolgação não existe mais, e agora não tenho um príncipe encantado para adoçar os meus dias quando me afasto de lá. Portanto, me sentar na cadeira da presidência perdeu todo sentido para mim e hoje é o meu segundo dia trancada no quarto de artes, perdida entre linhas, traços e decorações minimalistas, que fazem toda a diferença nos desenhos. Na mesinha ao lado está a minha bolsa com as chaves, pois em poucas horas farei o meu primeiro ultrassom. Em algum momento a porta do ateliê se abre e Emily passa por ela. Devo dizer que ela esconde um sorriso em um rosto tão lindo quanto brilhante. Boas novas vem por aí. Penso largando o lápis em cima do papel e vou ao seu encontro, recebendo o seu abraço conf