— Ora vamos, meu caro Luigi. um cineminha não vai arrancar pedaços seus — resmungo ao telefone, tentando convencer um certo italiano a aceitar o meu convite. Ok, eu sou muito jovem e vinte aninhos para homens mais velhos como ele, eu sou praticamente considerada uma criança. Contudo, o meu cérebro é do tempo da brilhantina, sabe? Romance, beijos românticos, flores, chocolates e claro, beijos roubados no cinema. Contudo, todos esses meus sonhos foram literalmente assassinados pela palavra contrato... contratos, na verdade. No plural mesmo. Após o incidente de ouvir uma certa conversa entre a minha mãe, a Samanta e a Marie eu não tive dúvidas, estou sonhando à toa. Portanto, decidi partir para o ataque. Ou seja, me tornarei uma predadora e o Luigi que me segure! Um sorriso travesso desponta nos meus lábios, eu ponho os brincos nas orelhas e tenho o vislumbre do meu mais novo visual. Adeus, a
EthanQuinze dias depois...De volta a ativa. Não pensei que desejaria tanto que esse dia chegasse, mas ele chegou e porra, como estou feliz de voltar a trabalhar! Entrar na D’angelo e ser cumprimentado pelos meus funcionários após alguns dias confinado em uma cama e preso no meu quarto, é mais do que gratificante. Sério, senti falta desse lugar, do cheiro dos documentos, da pressão dos clientes, dos números, mas principalmente da minha cadeira na presidência. Portanto, respiro profundamente com a inevitável sensação de liberdade e um tanto radiante, caminho direto para o meu escritório a fim de começar o meu dia.— Bom dia, Senhor D’angelo! — Uma senhora sorridente diz para mim assim que entro no hall da pequena, porém, elegante recepção, que antecede a minha sala. Confuso, olho de um lado para o outro
SamantaMorissette LTDA. Pela primeira vez na vida não sinto animo de estar naquele lugar. sabe, todo aquele fervor e toda aquela empolgação não existe mais, e agora não tenho um príncipe encantado para adoçar os meus dias quando me afasto de lá. Portanto, me sentar na cadeira da presidência perdeu todo sentido para mim e hoje é o meu segundo dia trancada no quarto de artes, perdida entre linhas, traços e decorações minimalistas, que fazem toda a diferença nos desenhos. Na mesinha ao lado está a minha bolsa com as chaves, pois em poucas horas farei o meu primeiro ultrassom. Em algum momento a porta do ateliê se abre e Emily passa por ela. Devo dizer que ela esconde um sorriso em um rosto tão lindo quanto brilhante. Boas novas vem por aí. Penso largando o lápis em cima do papel e vou ao seu encontro, recebendo o seu abraço conf
Ethan— O que você está fazendo aqui? — inquiro assim que saio de dentro do elevador, encontrando Marie em pé no corredor do meu prédio.— Eu estava te esperando. — Por algum motivo a minha irmã parece um pouco irritada e eu apenas abro a porta do meu apartamento, lhe dando passagem.— Aconteceu alguma coisa com o David? Vocês brigaram?— Sim, mas não é sobre que quero falar com você, Ethan. — Eu a observo um por um instante e enquanto largo a pequena mala em cima de um sofá, aponto o outro para ela se acomodar.— O que está pegando, Marie?— Eu preciso entender essa história de contrato, Ethan. — Uno as sobrancelhas.— Do que você está falando? Que contrato? — Ela respira fundo e finalmente se senta.— Antes do acidente você e o David falavam sobre um
SamantaAh, parece um sonho que ele está aqui bem do meu lado. Penso abrindo um sorriso languido e estendo o meu braço para o lado da cama, a sua procura. O fato de encontrá-lo vazio me faz abrir os olhos e atordoada, me sento no colchão chamando o seu nome, porém, ele não responde. Esfrego os olhos para despertar melhor e saio a procura das minhas roupas.— Ethan? — Torno a chamá-lo, mas não obtenho resposta. Então fito a única porta fechada e sorrio. Provavelmente está no banho. Portanto, aproximo-me da madeira, dou duas batidinhas e o chamo, abrindo a porta em seguida. Respiro fundo, sentindo o leve rastro de felicidade se apagar. Desiludida, volto para o quarto, sento-me na beirada da cama e encaro a parede. — Droga! — resmungo e começo a me vestir. Antes de sair do quarto verifico o meu telefone e anseio encontrar uma mensagem sua. Algo que exp
Samanta— Que estou desistindo de você, Ethan. — Ele apenas me olha. — E que vou te esperar, não importa o tempo. Eu estarei esperando por você. — Ethan continua parado e eu decido encerrar essa conversa tão absurda com um beijo demorado. E quando me afasto, encontro os seus olhos e percebo o quanto é difícil deixá-lo para trás. Mas a verdade é que eu me cansei. Cansei de viver pelos outros e de me esquecer de mim. Cansei de me sacrificar por amor, quando o amor insiste em me maltratar. Portanto, dou-lhe as costas para sair do seu quarto, mas paro abruptamente na entrada, tiro a foto de dentro da bolsa e a fito com um mísero fio de esperança, me perguntando se devo contar-lhe ou não.Não. É melhor deixar como está. Penso e saio apressada da mansão D’angelo. E enquanto dirijo decido que chorar não é uma op&cce
Horas antes do casamento...— Onde coloco isso aqui?— Emily, pode me dizer onde ponho os presentes que acabaram de chegar?— A equipe do buffet já chegou, eles querem saber onde pôr os materiais?Blá! Blá! Blá! Blá! Eu sei que deveria ser um dia bem especial para mim, mas a verdade é que estou quase pirando com tantas perguntas e decisões que preciso tomar. Penso olhando para todos os empregados em pé na minha frente, aguardam as devidas respostas. Contudo, apenas resmungo um tanto irritada e saio praticamente correndo escadas acima, trancando-me dentro do meu quarto. O silêncio bem-vindo do cômodo faz um alívio percorrer o meu corpo e imediatamente eu relaxo. Quando conheci Tyler Harris não pensei que chegaria a esse momento. O babaca gostoso que jogava basquete na praia com os amigos me tirava do sério sempre
— Oi! — Ela diz entrando no cômodo meio sem jeito e eu posso até dizer receosa. Contudo, os seus olhos passeiam curiosamente por cada parte desse lugar até finalmente ela encontrar os meus olhos.— Oi! — digo sem saber como reagir. Não é estranho que mãe e filha ajam como duas estranhas?Pois é, tudo começou a muitos anos atrás. Durante praticamente toda a minha vida eu vivi sobre os domínios dos encantos da Senhora Marcelly Green e todo o seu mundinho glamouroso. Eu vivi o sonho que ela sempre sonhou, porém, nunca viveu de fato e tudo aquilo se transformou no maior tormento da minha vida. Com apenas cinco anos de idade me transformei na garotinha mais bonita do universo da beleza feminina e isso se estendeu até a minha adolescência. Aos quinze anos não tinha ânimo para mais nada. Eu tinha uma vida corrida demais para a minha pouca idad
SamantaNo dia seguinte ao casamento...É difícil ter que deixar tudo para trás assim. Penso enquanto observo com antecipada saudade cada cômodo dessa casa agora completamente vazia. Principalmente os cômodos onde tivemos momentos intensos e envolventes. Pensar nisso me faz querer voltar atrás dos meus planos, de lutar por algo que sempre me impulsiona para longe dele e logo me sinto amargurada. O barulho do carro parando lá fora, na frente da casa me faz respirar fundo e começo a dar alguns passos ansiosos na direção da porta larga, ansiando por vê-la. Conseguir reabrir curso em uma faculdade na França até que foi fácil. Bastou um telefonema e o envio de um currículo impecável para as portas se abrirem para mim. Depois, a escolha do apartamento perfeito bem próximo de tudo foi o ato final de Emily Green para mim e agora vamos juntas para o aerop