Samanta
No dia seguinte ao casamento...
É difícil ter que deixar tudo para trás assim. Penso enquanto observo com antecipada saudade cada cômodo dessa casa agora completamente vazia. Principalmente os cômodos onde tivemos momentos intensos e envolventes. Pensar nisso me faz querer voltar atrás dos meus planos, de lutar por algo que sempre me impulsiona para longe dele e logo me sinto amargurada. O barulho do carro parando lá fora, na frente da casa me faz respirar fundo e começo a dar alguns passos ansiosos na direção da porta larga, ansiando por vê-la. Conseguir reabrir curso em uma faculdade na França até que foi fácil. Bastou um telefonema e o envio de um currículo impecável para as portas se abrirem para mim. Depois, a escolha do apartamento perfeito bem próximo de tudo foi o ato final de Emily Green para mim e agora vamos juntas para o aerop
Ethan — Até um dia, Samanta! — digo baixo demais, mas ela não está mais aqui para me ouvir. Contudo, fico parado e olhando para porta fechada por um tempo com a sensação estranha de uma despedida. — Senhor D’angelo? — Ava me desperta abrindo a porta. — Tudo bem, Ava, eu já estou indo — falo voltando para a minha mesa e fito o envelope branco, e retangular em minha mão. Penso em abri-lo e matar a minha curiosidade do que tem lá dentro. ... Algo que você precisa saber. — Senhor D’angelo, me desculpe, mas é que... — Tá! — resmungo um tanto ansioso e decido guardar o envelope dentro da minha pasta executiva. Pego os documentos em cima da minha mesa e saio do escritório direto para a sala de reuniões. — Bom dia, Senhores! Me desculpem a demora, mas eu tive um pequeno imprevisto — peço adentrando a sala e cumprimento a todos, inclusive uma loira que praticamente me devora com o olhar. — Ethan D’angelo, meu amigo a UpNorth Cosmetic está supersatisfeita com a assessoria financeira que a
EthanUma hora depois estou dentro do escritório da casa dos meus pais. Em cima da mesa tem uma garrafa de uísque, um copo pela metade e o contrato do nosso casamento partido em quatro pedaços. As lembranças vêm como uma forte chuva inundando sem piedade o meu cérebro. Algumas me fazem sorri e outras me deixam puto. Como eu pude apagar um amor assim? A porta do escritório se abre devagar, tirando a minha atenção dos pedaços do documento e Heitor D’angelo entra no meu campo de visão. Ele tem o cuidado de fechar a porta e caminha na minha direção, acomodando-se na cadeira de frente para a mesa. Pego o meu copo e lhe faço um brinde mudo, o esvaziando logo em seguida.— É o tal contrato? — Ele inquire e eu meneio a cabeça em um sim, enquanto volto a encher o meu copo. Um sorriso divertido surge no seu rosto, deixando-me confuso. — Lembro do
Momentos antes de recuperar a memória...Samanta— Você vai gostar desse lugar como eu aprendi a amar. Sabia que você foi feito aqui? Eu tenho certeza que sim. Por enquanto seremos só nos dois, mas eu prometo que o seu papai vira logo ao nosso encontro. — Nunca pensei que conversaria um dia com a minha própria barriga, mas olha o que estou fazendo agora. Na verdade, essa conversa é mais para me convencer de que tudo dará certo no final, do que para confortar o meu bebê, que com certeza não está nem aí para os fatos. Contudo, devo dizer que conversar com ele é algo bem agradável e que me faz sentir bem, muito bem. Ah, e descobri que Paris não é só a cidade dos amantes, mas ela também tem o sossego de que eu precisava. Desde que cheguei aqui dormi praticamente uma parte do dia feito uma pedra, coisa que eu não estava conseguindo
SamantaÀ noite...Optei por morar em um apartamento pequeno dessa vez. Algo bem simples mesmo, a final, não sei se ficarei aqui por muito tempo. Contudo, não deixei de exagerar no conforto, isso não poderia faltar de jeito nenhum. E para me sentir em casa de verdade, espalhei alguns porta-retratos pela sala e pelo único quarto que tenho. Algumas fotos de família com o meu pai e com a Itália, outras com a Emily, e algumas de nós dois em momentos inesquecíveis. De banho tomado, vou para a cozinha e aspiro o delicioso cheiro do macarrão quatro queijos e antes de me servir ponho uma música para me animar. Logo me acomodo no banco alto perto do balcão e me sirvo uma porção da comida. Depois um copo de suco de laranja. Contudo, eu mal preparo o garfo para saborear o meu jantar e a campainha começa a tocar.— Sério? — resmungo contrariad
Samanta— Por favor, me diz que não estou sonhando? — peço, quando ele se vira de frente para mim e um lindo buquê de rosas vermelhas em sua mão se projeta. Logo sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto e saudosos, os meus olhos percorrem todo o seu rosto. Ele está sério, muito sério, porém, os seus olhos têm o mesmo brilho que havia antes de tudo acontecer.— Não é um sonho, meu amor. — Deus, a sua voz... como eu senti falta desse seu tom doce e atencioso! Por um segundo percebi o quanto estive sozinha, mesmo tendo o apoio de todos que amam, eu estive completamente só. Portanto, não me seguro e vou imediatamente para os seus braços. Ethan me recebe com o fervor que eu conheço e amo, e a sua boca imediatamente encontra a minha. Nossas respirações ficam pesadas e ofegantes, e o prazer que me envolve agora é tã
Samanta— Posso perguntar uma coisa? — indago baixinho me aconchegando ao seu corpo em nossa cama, após fazer amor.— Você pode. — Ele responde com um sussurro, beijando lentamente os meus cabelos. O seu gesto doce me faz fechar os olhos para apreciá-lo por algum tempo.— Como me encontrou aqui? — Escuto o som da sua respiração.— Devo isso ao meu amigo e cunhado David Thornton. — Sorrio, mas de boca fechada, porém, feliz pelo fato de intromissão de David tê-lo trazido para os meus braços. — Eu tentei ligar para você várias vezes, mas você não atendia. Depois, tentei o seu pai, mas ele tinha viajado. — Meu sorriso se amplia para essa informação. Saber que Hugo Morissette finalmente tirou os seus pés de Seattle sem ser a negócios me diz que alcancei o meu objetivo. Eles estão s
Ethan— Nesse caso, essa empresa está à beira da decadência, Marie, não vejo uma possibilidade de salvá-la.— Por favor, Ethan, eu prometi que os ajudaria! — Faço um gesto de desdém para ela.— Então eu entrego essa conta em suas mãos, mas veja bem, a D.C sempre esteve no topo das finanças. Uma empresa como essa se mancharia a nossa reputação e isso ficaria à vista de todos os nossos concorrentes.— Vejo pelo lado bom, querido irmão. Se reerguermos essa empresa do zero, a nossa estrela vai brilhar ainda mais no topo, chamando a atenção dos magnatas para nós. — Ela diz segura de si, me fazendo sorrir.— Admiro a sua determinação, querida irmã e realmente espero que consiga fazer esse milagre, ou o Senhor Heitor D’angelo virá nos esmagar com a sua pesada m&ati
Ethan— Você precisava ver, Sam. O seu garoto aí apareceu de repente no nosso prédio, carregando uma mala na mão. Tadinho, ele parecia com aquele cachorrinho molhado da chuva, que havia caído da mudança! — Eliot começa a contar. Agora estamos acomodados em uma mesa redonda e sentados em bancos largos e acolchoados do bar. Essa é a nossa terceira rodada de bebidas. Minha esposa está bebendo um coquetel de frutas sem álcool, nossos amigos estão tomando aquelas bebidas coloridas, com canudinhos de guarda-chuvas e eu o velho, e forte uísque puro e sem gelo. Estamos bem animados, posso assim dizer. — Depois que ele me contou a história de vocês decidi ajudá-lo. O Valentin tinha algumas lanternas de papel guardadas há algum tempo e resolvi usá-las para fazer uma trilha que a levasse ao seu homem. Mas você acabou chegando cedo demais e nã