Ethan— Por isso não encontrei nada sobre você — falo finalmente e ela meneia a cabeça em confirmação.— E quando eu retornei para Seattle estava determinada a viver do meu jeito e determinada a nunca mais permitir que qualquer pessoa tentasse me mudar outra vez. Estava tudo certo até você entrar no meu caminho. — Não é uma acusação, mas gostaria de entender o que realmente ela quis dizer com isso.— Eu? Como assim?— As escolhas, Ethan. Quando você impôs que eu deveria escolher percebi que não estava tão liberta assim. Na hora eu só conseguia pensar que nunca foi tão difícil escolher algo tão simples.— Mas você conseguiu, sabe disso, não é? — Ela faz aquele biquinho com a boca.— Sim, mas foi por sua causa. — Faço não co
SamantaDois dias depois...Um baile, muito vinho, muita dança e boas risadas. Eu devia saber que aquilo resultaria em uma bela ressaca acompanhada de uma forte dor de cabeça. Contudo, eu me esqueci completamente desses sintomas desagradáveis assim que abri os meus olhos e vi o meu marido adormecido do meu lado. Mas não do jeito de sempre. Ethan estava com a cabeça encostada no meu tronco e a sua mão envolvia a minha cintura com posse. Imediatamente olhei ao redor do quarto e percebi uma garrafa de uísque pela metade, com um copo vazio largados em cima da mesinha de cabeceira. Ele não dormiu bem. Pensei na mesma hora e acredito que foi por minha causa. Por tudo que lhe contei na noite do baile. Puxei uma respiração lenta, porém, consternada quando pensei que bebi todas para me encher de coragem de falar tão abertamente sobre tudo que passei. Depois, soltei outra respiraç
Ethan— Ethan, isso aqui é lindo!É lindo vê-la tão maravilhada assim e saber que eu estou causando isso nela me deixa em êxtase. Porra, como ele não viu isso? Como não percebeu o quão é tão fácil mantê-la por perto? Theo só precisava amá-la, mas ao invés disso a machucou severamente, a levou ao desgaste emocional e consequentemente a sua derrota física. Como ele pode não apreciar tamanha beleza? Fazê-la sorri mesmo quando ela não tinha motivos para fazer isso? Eu realmente não entendo. Ele preferiu a sua dor do que a sua felicidade e isso é imperdoável. Observar o brilho radiante nos olhos negros, enquanto eles percorrem toda a ilha. Pelo menos até onde os seus olhos conseguem alcançar me faz sorri feito um bobo. A sua boca revela um sorriso cheio de surpresas a cada descoberta. Uma piscina de á
EthanNão foi tão difícil assim encontrá-lo. Penso quando fito Theodor Borgat através de uma janela de vidro transparente de um bar a beira-mar. Ele está sentado em um banco de um bar e acompanhado por duas garotas. O rosto sorridente diz o quanto ele está se divertindo ali, mas eu não estou nem um pouco paciente de esperar a sua diversão acabar para enfim, poder ter uma conversa definitiva com ele. Portanto, adentro o recinto chamando a atenção de alguns clientes para mim e vou direto para o balcão do bar. Sem um mínimo de educação peço a moça que se retire e o meu segurança faz o mesmo com a outra garota do outro lado. Confuso, Theo me olha e depois para o homem carrancudo do seu lado. Então ele pensa em se levantar, mas Alben o fez sentar-se no seu lugar.— Que porra está acontecendo aqui? — indaga olhando de um para
Samanta— Agr! — grunho, afastando os papéis de perto de mim, porque concentração que é bom, zero. É sério. O meu cérebro e o meu coração ficaram presos naquela ilha com todo o romance que vivi por lá. E nem vou falar nos suspiros e sorrisos que aparecem vez ou outra. Contudo, estou me sentindo sufocada entre as quatro paredes de vidro da Morissette. Eu só... queria poder sair daqui. Cantar e dançar sem parar. Ai meu Deus, acho que enlouqueci.— Saman... — Emily mau entra na minha sala e a puxo para uma valsa que nos faz percorrer a sala inteira. No ato, o seu estimável tablet cai no chão, assim como alguns papéis e eu rio desenfreadamente. — Por Deus, o que deu em você?— Estou feliz, amiga!— Estou vendo! — Ela ri.— Estou perdidamente apaixonada!— Minh
SamantaNão pode ser real. Com certeza devo ter adormecido em algum momento e estou vivendo dentro de um pesadelo. Penso transtornada assim que adentramos o hospital e após receber a informação de ele está em atendimento, seguimos para a sala de espera onde a família D’angelo já está reunida. Logo que me aproximo recebo o doce abraço de Isadora que não me parece bem. Heitor com a sua aparência firme, com certeza deve estar abalado, mas é a Lisa quem me preocupa. A garota parece paralisada em cima de um banco e olhando fixamente para o nado. Do outro lado da sala estão Marie e David, e surpreendemente eles estão distantes um do outro e parecem bem chateados algo.— Alguma notícia? — pergunto assim que me afasto dos braços da minha sogra. Um menear de cabeça entre poucas lágrimas me diz que não. — Alguém sabe o
Ainda sobre o baile...— Você está maravilhosamente linda! — A voz inesperada de Hugo me faz sobressaltar, fazendo-me baixar os meus olhos e consequentemente desviá-los dos convidados animados e felizes do baile. Não me dou o trabalho de me virar e nem mesmo de respondê-lo. Portanto, volto a erguer a minha cabeça e me concentro na minha garotinha extremamente sorridente nos braços do seu marido. Deus sabe como esperei por esse momento. Assistir a sua tristeza me destruía pouco a pouco por dentro e mantê-la longe de mim por tantos meses era a minha maior amargura. Por todos esses anos eu vive a sombra da sua alegria e vê-la feliz me deixava feliz também, mesmo sabendo que a sua presença me distanciava a todo momento do meu único e grande amor. Coisas de mãe. Minha consciência repetia para mim sempre que o via tão perto e ao mesmo tempo t&atil
SamantaDois dias depois...— Querida, trouxe algo para você comer. — Itália diz cautelosa, adentrando o meu quarto. Contudo, não tenho fome. Não desse café da manhã normal, ainda mais com tudo tão natural. Pego o meu perfume preferido em cima da penteadeira e penso em borrifá-lo, mas o leve aroma que exala só de tirar a sua tampa me faz enjoar, então resolvo usar o perfume dele. Contudo, aspiro sem pressa o seu cheiro e enfim, passo uma pequena quantidade na minha pele.— Pode levar, Itália — digo por fim, olhando-a através do espelho.— Mas, Samanta, você precisa comer algo! — Hum, como se eu não soubesse disso, não é pequeno? Resmungo mentalmente.— Eu como algo a caminho do hospital, tudo bem? — ralho e pego a minha bolsa, deixando um beijo rápido na sua bochecha.