EmmaO sol mal nasceu quando abro os olhos, sentindo a cabeça latejar. As memórias da noite anterior vêm em flashes confusos, o sonho intenso, o calor de outro corpo, o tapa... Deus, o tapa. Sento na cama de supetão, arrependimento correndo por minhas veias.Olho para o sofá vazio, os lençóis ainda amassados onde Peter deveria estar dormindo. Onde ele passou a noite? A culpa me corrói quando lembro da forma como o acusei, como o expulsei do quarto sem dar chance de explicação.O sonho ainda paira em minha mente, tão vívido que quase posso sentir... Não. Não posso pensar nisso agora. Preciso encontrá-lo, preciso ao menos ouvir sua versão dos fatos.Levanto-me e vou até a janela, observando o mar calmo lá fora. Como tudo ficou tão complicado? Era para ser apenas um acordo comercial, um casamento de conveniência. Então por que meu coração dispara toda vez que ele se aproxima? Por que sonho com seus toques, seus beijos?Uma batida suave na porta me sobressalta.— Emma? — A voz dele soa ro
EmmaO café da manhã no terraço do hotel parece uma tortura elaborada. O sol da manhã reflete na louça fina enquanto minha mãe disseca cada detalhe do nosso comportamento com seus olhos de águia. Ao meu lado, Peter mantém o sorriso educado de sempre, mas posso sentir a tensão em seus ombros depois da nossa conversa no quarto.— Querida, você poderia se inclinar um pouco mais para seu marido — minha mãe sugere, ou melhor, ordena com aquele tom açucarado que me dá náuseas. — Vocês são recém-casados, precisam parecer mais... conectados.Mordo a língua para não responder que estávamos perfeitamente "conectados" até seus passos no corredor interromperem nosso momento. Em vez disso, forço um sorriso e me aproximo alguns centímetros de Peter, que automaticamente coloca a mão em minha cintura.— Margaret, deixe os dois respirarem — meu pai intervém, mas seus olhos calculistas avaliam cada movimento nosso. — Embora eu concorde que vocês poderiam demonstrar mais... entusiasmo com a união.União
PeterA porta do quarto bate com força quando Emma entra, seus olhos faiscando de raiva. Maldição. Eu sabia que ela estaria assim, mas precisava esclarecer as coisas com Jessica.— Emma, me escuta — tento explicar, seguindo-a pelo quarto. — Não é o que você está pensando.— Não é? — ela se vira bruscamente, quase colidindo comigo. — Então você não saiu correndo atrás dela na primeira oportunidade?— Eu fui terminar de vez qualquer coisa que ainda pudesse existir entre nós.Ela ri, um som amargo que me faz cerrar os punhos.— Claro. E precisava ser durante nossa lua de mel? No meio do café com meus pais?— Era necessário. Ela apareceu aqui de propósito, você não vê? — passo a mão pelos cabelos, frustrado. — Precisava deixar claro que...— Que o quê, Peter? Que agora você é um homem casado? — ela se aproxima, cutucando meu peito com o dedo. — Por favor. Você nunca vai mudar. Sempre vai ser o mesmo playboy mulherengo, safado, que...— Não fale do que não sabe — rosno, agarrando seu pulso
EmmaO gelo derrete lentamente no meu terceiro... ou seria quarto copo de whisky? Nem sei mais. O bar do hotel está quase vazio agora, apenas alguns hóspedes solitários como eu, afogando suas próprias mágoas em doses de álcool caro.A cena se repete em minha mente como um filme de terror em loop. Peter saindo da mesa. Eu, idiota como sempre, seguindo-o. E então... então aquilo. Ele e a morena do vestido dourado, em um canto escuro do corredor. As mãos dele em sua cintura, os lábios em seu pescoço, o corpo dela pressionado contra a parede. Então ele a coloca de joelhos, e... Uma ânsia de vômito me toma e tenho de fazer força para não limpar meu estomago aqui mesmo. Fecho os olhos e respiro fundo várias vezes.Tomo mais um gole da bebida, sentindo o líquido queimar minha garganta. Por que ainda dói? Por que ainda me importo? Ele deixou claro desde o início que tipo de homem é.— A senhora deseja mais alguma coisa? — o bartender pergunta, sua voz gentil demais. Deve estar acostumado a ve
EmmaO tique-taque do relógio ecoa pelo quarto vazio enquanto me reviro pela milésima vez na cama king size. Três e quarenta da manhã. Do outro lado do corredor, separado por paredes grossas e uma porta trancada, Peter dorme em seu próprio quarto.Seu próprio quarto. A decisão dele ainda queima em minha memória.— Acho melhor mantermos nossos espaços separados — ele disse enquanto inspecionávamos a cobertura pela primeira vez. — Para evitar... confusões.— Claro — respondi na hora, erguendo o queixo. — Se você não tivesse sugerido, eu mesma o faria.Mentira. Uma mentira tão grande quanto esta cobertura luxuosa que agora dividimos. Porque a verdade, a vergonhosa verdade que admito apenas nas horas mais escuras da noite, é que queria dividir não só o quarto, mas a cama com ele.Fecho os olhos com força, mas a imagem volta como um filme em loop: Peter pressionando aquela mulher contra a parede do hotel, seus lábios em seu pescoço, as mãos deslizando por suas curvas. O som baixo que escap
EmmaO tecido de seda escorre por meus dedos como água enquanto trabalho nos detalhes do corpete. O ateliê está silencioso, exceto pelo suave zumbido da máquina de costura e o ocasional tilintar dos alfinetes caindo na mesa de trabalho.Este é meu santuário. Meu território. O único lugar onde posso ser completamente eu mesma, sem máscaras ou pretensões.— Senhorita Emma — Maria, minha assistente, coloca a cabeça pela porta. — Seu marido está aqui.O alfinete que segurava espeta meu dedo. Peter? Aqui?— Mande-o entrar — respondo, tentando manter a voz firme enquanto chupo o dedo machucado.E lá está ele, preenchendo a porta com sua presença imponente. O terno cinza escuro de hoje é tão pecaminoso quanto o preto de manhã, mas agora a gravata está ligeiramente frouxa, como se ele tivesse passado a manhã toda a ajustando nervosamente.— Pensei em te chamar para almoçar — ele diz, mas seus olhos percorrem o espaço, absorvendo cada detalhe.— Estou ocupada — respondo, voltando minha atenção
PeterO uísque queima minha garganta enquanto as imagens do dia não param de girar em minha mente. Emma em seu ateliê, tão linda, tão apaixonada por seu trabalho. Seus dedos delicados deslizando pelos tecidos, seus olhos brilhando ao falar de suas criações.Peço mais uma dose, tentando afogar estes sentimentos que crescem em meu peito. Como posso estar me apaixonando por minha própria esposa? Logo eu, que ela considera um mulherengo nojento, um playboy sem valor.— A conta, por favor — peço ao bartender, passando a mão pelo rosto cansado.Olho para o relógio: quase duas da manhã. Droga. Não pretendia ficar tanto tempo, mas como voltar para casa? Como deitar em minha cama sabendo que ela está do outro lado do corredor?Quando abro a porta da cobertura, encontro Emma me esperando na sala, braços cruzados e olhos faiscando.— Isso são horas? — ela dispara.— Não pedi que me esperasse acordada — respondo, mais ríspido do que pretendia, porque, porra. Ela está linda vestindo um robe de sed
PeterDeslizo o robe por seus ombros e então seguro a barra de sua camisola e dispo por sua cabeça e então ela está praticamente nua no meu colo, com apenas uma calcinha minúscula. Os seios dela diante de mim, trêmulos. Eu os admiro com um sorriso satisfeito.— Você é linda, Emma. — Eu os tomo em minhas mãos, acariciando os biquinhos escuros com meus polegares e ela rebola contra mim mais uma vez. Gemo baixinho torturado e umedeço meus lábios antes de prová-los. Faço isso encarando-a, capturando suas sensações. Sua linda boquinha está entreaberta, sua respiração pesada, observando minha boca agir junto a sua carne. Sua expressão de desejo me deixa louco e eu sugo um e depois o outro.Ela balbucia meu nome e eu aperto seu traseiro macia, fazendo-a se mover mais e mais contra mim.— Emma! — solto um grunhido contra sua boca. — Eu preciso de você.— E eu de você, Peter! Agora! — ela geme contra minha boca, inquieta. — Por favor!Ela não precisa pedir de novo. Eu a tombo no sofá, desço me