— Agora me diga o que aconteceu de tão urgente? — Sophia perguntou assim que o carro de Erick sumiu das nossas vistas.Era impossível olhar para ela e não se lembrar do beijo que tinha visto ainda a pouco. Eu ia esperar que ela entrasse em casa para contar tudo, mas quando vi pela câmera da frente o que eles estavam fazendo eu tive que interromper.Um impulso mais forte do que eu havia me tomado e por muito pouco eu não o mandei ficar longe dela, mas tinha que lembrar que eu não podia fazer isso, Sophia não era minha nem nunca seria, em um ano eu estaria morto e ela ficaria ali sozinha.— Podemos conversar lá dentro, vai ser melhor se tivermos essa conversa sentados. — falei empurrando a porta e esperando que ela entrasse.Sophia me deu uma longa olhada, parecendo me analisar, eu não a culpava de toda a desconfiança, depois das imagens que vi essa noite eu não a culpava inclusive por fugir ao menor sinal de problema, sua vida já era uma grande confusão para adicionar mais um pouco.Eu
Eu queria morrer! Enquanto encarava aqueles olhos opacos e sem vida, que pertenceram à minha mãe, tudo o que eu conseguia desejar era morrer.Os pensamentos voltavam em ondas na minha mente, eu fui medrosa, fui covarde. Quando fui empurrada para dentro do armário, deveria ter saído assim que ele a atacou, deveria ter pulado contra ele, ou empurrado seu corpo e dar tempo para ela correr.Mas eu fui a droga de uma filha covarde, que ficou encarando tudo com a mão na boca para não fazer nenhum som. E assim que vi que ela estava morta, quando a segurei em meus braços e pedi que ela voltasse, que não me deixasse ali, corri para longe o mais rápido que pude.- Me deixe ir. Deveria ter me deixado cair daquele telhado e tudo teria acabado. - Essa era a verdade, se William não tivesse me impedido aquele dia, eu não estaria sentindo mais essa dor que me dilacerava por dentro com a culpa.- Nunca diga isso, eu jamais poderia deixá-la morrer! - ele disse, me afastando de seu corpo e me sacudindo,
— É apenas sexo. Eu me lembro, mas quero bem mais do que apenas sexo, William.Eu nem ao menos tinha forças para dizer o contrário para ela, porque Sophia estava com a completa razão, ela merecia muito mais do que sexo, muito mais do que um ano apenas, ela merecia uma vida inteira de amor e cuidados, alguém que estivesse ao seu lado e que a protegesse para sempre.— Sim, você merece o mundo. — confirmei dando um último passo na direção dela e segurando seu rosto com as duas mãos, antes de plantar um beijo em sua testa, então eu a abracei porque era tudo o que eu precisava naquele momento, mantê-la perto de mim. — Você merece bem mais do que eu posso te dar e é só por isso que não a impedi de sair da festa com Erick.Ouvi ela soltar um suspiro baixinho e depois de um longo momento Sophia se permitiu me envolver com seus braços, me apertando de volta.— Nada nas nossas vidas pode ser fácil e simples, não é? — ela perguntou soando triste e aquilo mexeu comigo, me provando que eu não fui
William estava cumprindo o que prometeu, me mantendo segura naquela casa e sempre que eu saía os dois seguranças me seguiam, garantindo que ninguém chegaria perto de mim. Eu me sentia feliz por isso, fazia muito tempo que eu não sabia como era ser tão cuidada assim.Mas não podia negar que ter aqueles homens perto de mim o tempo todo, me deu uma sensação ainda maior de estar sendo perseguida. Eu tinha baixado minha guarda por alguns meses e foi assim que acabei sendo encontrada no dia que conheci Will. Agora eu estava voltando a olhar para todos os lados não importava onde estivesse.Eu sabia que Jones podia me levar presa assim que me visse, eu deveria ter dado meu depoimento e acabei fugindo, me tornando a principal suspeita, agora ele poderia me prender.— Decidiu que não vai sair de casa hoje? — Jenna apareceu a minha frente, interrompendo a leitura que não estava conseguindo me concentrar e colocou na mesa uma bandeja com limonada e alguns biscoitos.Eu me sentia realmente mimada
Eu estava mais inquieto hoje do que o normal, não conseguia tirar Sophia da cabeça e mesmo que tê-la invadindo meus pensamentos tivesse se tornado algo normal no meu dia a dia, hoje estava fora do normal. Havia um aperto em meu peito, uma agonia me atrapalhando de me concentrar em tudo.— Senhor? — Dylan sacudiu os dedos na minha frente, me trazendo de volta. — Escutou algo do que eu falei nos últimos cinco minutos? — Não, não escutei nenhuma palavra sequer. — respondi me levantando e empurrando a cadeira. — E isso é mais um sinal para que eu dê o dia de hoje por encerrado.— O que? Não, o senhor ainda tem uma reunião e precisa terminar de revisar esses papéis hoje, antes de liberar a produção. — ele se desesperou vindo atrás de mim enquanto eu deixava a sala.— Isso vai ter que esperar até amanhã, não vou conseguir resolver mais nada hoje. — minha mente não estava aqui e não ia sossegar enquanto eu não colocasse os olhos em Sophia, era o que eu queria declarar, mas preferi guardar p
Eu tentava me manter acordada mesmo que o cansaço estivesse me consumindo, mas Will me ajudou, me tocando a todo instante, falando comigo para me manter de olhos abertos no caminho até o hospital.Parecia que havia sido atropelada por um caminhão, minhas costelas doíam e minha garganta queimava. E até mesmo o balanço do carro me incentivava para relaxar e fechar os olhos.— Já estamos chegando, cupcake. — ele disse me apertando em seu colo. — Fica comigo mais um pouco.Forcei meus olhos um pouco mais, encarando o rosto perfeito dele bem perto do meu. Ainda não tinha conseguido processar que Will havia me resgatado, estávamos os dois encharcados no banco de trás e ele nem ao menos se importou em estragar seu banco.— Porque me salvou? — perguntei baixinho, sentindo a garganta protestar com o esforço.— Porque não salvaria? Você significa pra mim muito mais do que pode imaginar, eu quase enlouqueci com a mera ideia de perdê-la. — Will confessou sem se importar com Brian e o motorista es
— Já chega! Parem com isso todos vocês, fiquem quietos! — Sophia gritou, fazendo todos nós a olharmos. Ela estava certa, não deveríamos estar ali discutindo na sua frente depois de tudo o que ela havia passado, aquele era o momento para ela ser cuidada e descansar.Mas no instante seguinte, ela começou a se sufocar e com um movimento de seu corpo, água começou a sair de sua boca. Senti como se fosse atingido no peito com um punho, roubando meu ar com o pavor de perdê-la. Duas vezes em um único dia seria demais para o meu coração.Doutor Colton se apressou em virá-la de lado e Erick passou por mim direto para ela, colocando o estetoscópio em suas costas tentando ouvir algo enquanto ela melhorava.— Não escuto água nos pulmões, mas é bom fazermos um raio-x para ter certeza disso e de que não houve aspiração. — Erick falou, dando um olhar para o pai, que concordou com a cabeça e rapidamente começaram a empurrar a maca para fora.Eu os segui de perto até a porta, quando ela se virou, me o
William estava ao meu lado depois de todo aquele pesadelo, onde acreditei que iria morrer, e me pediu sinceridade sobre o que havia acontecido. Parecia irreal que ele tivesse mesmo me resgatado e feito com que ela ficasse longe de mim, enquanto eu estava naquela sala de raio-x, sozinha e em silêncio consegui começar a processar tudo o que havia acontecido desde o momento que Amber chegou na mansão.— Não queria ter de falar sobre isso com você. — murmurei fingindo estar concentrada em minhas unhas. — Mas Amber me acusou de estar tendo um caso com você, ela disse que eu tinha algo contra você que o fez ficar preso a mim.— Ela o que? Não consigo acreditar que Amber se rebaixou a esse nível e foi confrontar você. — ele disse e eu ergui a cabeça no mesmo instante, o vendo balançando a cabeça de um lado para o outro em negação.— Não estou mentindo, Will. É por isso que não queria contar, sabia que não acreditaria que a perfeita e adorada Amber e seus amigos diriam alguma coisa de ruim…—