Ruslana MorozovaAntes de Ilya viajar tudo estava bem caótico, nossas discussões e meu descontentamento a respeito da minha mãe, o que ele queria? Matou meu pai e ia matar minha mãe... eu tinha vergonha de mim mesma, por meu coração estar tão maluco por Ilya, tão desesperado e ansioso para sua chegada e sua permanência. Eu estava deitada na cama quando ouvi a movimentação na porta e corri até lá, Ilya vinha entrando dentro de casa com uma criança nos braços, deveria ser seu sobrinho. —Conseguiu resgatá-lo? – Eu perguntei chegando perto. —Este não e Andrey, é Slav. É meu filho. –ele me explicou. Minha boca abriu e meus olhos arregalaram quase que automaticamente. Ilya tinha um filho? Ele sorriu da minha expressão e disse: —Eu o adotei a alguns dias. Trouxe-o para que pudesse ter companhia. –ele passou direto com o menino, entrou no nosso quarto e alguns minutos depois saiu de lá. —E seu sobrinho? —perguntei curiosa. —Conseguimos, ele já está seguro. Dei tudo certo. —ele responde
Ilya passou quase um minuto inteiro me encarando, até que ele verbalizou: —Quer ir embora? Vou perguntar e você me diz. Quer ir embora? —ele parou na minha frente e eu desviei o olhar, eu não quero ir embora mas não quero ficar aqui desse jeito. —Ilya, não é tão simples assim... Veja bem, você me sequestrou duas vezes, matou meu pai e agora vai fazer o mesmo com minha mãe... Por favor, tente entender que não é fácil para mim e... —VOCÊ QUER IR EMBORA? –ele falou alto o suficiente para que eu me assustasse. Não, eu quis responder na hora, mas dessa dessa forma também não está certo, eu quero essa sensação de imoralidade comigo, como se eu estivesse fazendo algo de errado. —Ilya, você está bem? –ouvi uma vozinha trêmula vindo de trás de mim e me virei as pressas, a criança estava lá, olhando sonolenta e assustada para Ilya. Eu mal pude acreditar quando Ilya foi até ele com o olhar mais manso, pegou o menino no colo e sorriu. —Estou sim, Slav. Apenas conversando com minha amiga que
Ilya Surkovtrês semanas depoisMinha Kotehok tomou a decisão dela, autorizei sua viagem no avião da família, imagino que ela iria procurar ajuda com uma de suas colegas do tempo da escola. Eu estava cansado disso, minha vingança no momento valia mais que qualquer coisa. Depois do resgate de Andrey, era hora do passo dois. Divulgar umas informações. Deixei Slav com meus pais e Andrey na manhã seguinte em que Ruslana foi embora, Ivan e Anton viviam perto dele, mas longe o suficiente para não serem detectados por Sergei. O plano correu bem, levei o pendrive ao meu contato jornalista, Ivan e Anton fizeram o mesmo com Jornais mundiais famosos, cada um seria divulgado em um momento propício e logo depois tudo ia explodir. O jornalista ganhou uma boa quantia em dinheiro apenas para publicar o artigo e sumir da vista de todos. Quando deu 05:00 da segunda feira, ele trocou todos os jornais impressos, fez uma nova digitação e colocou para imprimir a primeira página. As 07:00 da manhã quand
Mamãe permanecia com os olhos fixos na TV. —Eu queria que fosse apenas um sonho.. – Ela suspirou, nesse momento Andrey e Slav desceram a escada, com uns bonecos na mão, mama deu um grande sorriso e eles vieram até ela. Sentaram em seus pés abaixo do sofá e voltaram a brincar, Andrey olhou para a TV e disse:—É o dedushka, o meu outro avô disse que ele é um homem de guerra... é verdade babushka? —mama nos olhou primeiro, antes de responder, ela suspirou e disse: —Não querido, seu dedushka é um homem que gosta de paz... você ainda vai aprender sobre isso, Andriúsha. —ela respondeu paciente. Aquele idiota ainda tentou colocar baboseiras na cabeça da criança, olhei para Ivan e apenas balancei a cabeça. Alguns minutos depois a entrevista acabou e Ivan acompanhou todo o trajeto que papa faria de volta para casa, meu irmão tinha um localizador preciso que mostrava até se meu pai espirrou dentro do carro.Depois de um tempo, ele chegou. Olhos selvagens, fez um sinal para nós três, beijou
Ruslana MorozovaEUA Os seguranças fizeram tudo, me trouxeram para cá, me guiaram até um carro e eu fui entregue na porta da casa de Jenna. Quando minha amiga abriu a porta, quase teve um infarto. —Ruslana? Ai meu Deus... –ela me deu um abraço apertado e me puxou para dentro, já fazia algum tempo que não conversávamos nem nos víamos. —Jen... me desculpe aparecer assim, mas estou precisando de uns dias longe de casa –eu não queria chorar na frente dela, mas não consegui. Ela me guiou até um sofá e me sentou lá. —Lana, baby... –ela me chamou pelo apelido que ela e Marta me deram. —Claro que pode ficar o tempo que quiser, quer conversar sobre o que está acontecendo? —Eu gostaria de tomar um banho antes, trocar de roupa e descansar um pouco, quando eu estiver em condições, gostaria de conversar com você, ligue para Marta e peça a ela para vir aqui também, sinto muito a falta de vocês. —falei. —Oh, claro, ligarei agora mesmo, pode subir, terceiro quarto a esquerda, descanse o quanto
Desde que tudo explodiu, eu não tive tempo de pensar nela, e na verdade eu não quero pensar nela, mas as vezes em meus sonhos eu estou fazendo coisas muito piores do que as que eu fiz. Como ninguém sabe onde meus pais vivem, nossa casa ainda não se encheu de abutres atrás de notícias, mas os telefones não param de tocar. Estamos na sala com as crianças e meus pais acabaram de discutir, porque minha mãe quer apenas que tudo se resolva e os culpados sejam presos, já meu pai não abre mão de que eles tenham o mesmo destino da minha irmã. —Ela não entende. —Ivan falou ao meu lado. —Quem? —perguntei. —Nossa mãe, ela não entende que isso não é só sobre eles, é sobre a nossa família, sobre todas as pessoas que perderam uma vida naquele lugar, naquele dia. —ele comentou. —Mamãe é boa demais até para odiar as pessoas. —Anton entrou na conversa. —Tia Ayla disse que não podemos brigar com a família. —Andrey comentou invadindo o assunto. —Falou? —Ivan perguntou. —Sim, ela disse qu
Depois de alguns dias, minha mente não estava funcionando direito, eu pensava em Ilya o tempo inteiro, eu pensava em tudo, em todas as coisas que fizemos, em tudo o que eu gostaria de ter feito com ele. A ideia de me arrepender de ter ido embora agora nublava minha mente. Eu, Jenna e Marta estávamos passeando pelo shopping, consegui ter acesso as minhas contas e fiz algumas compras online pois estava sem o os cartões. Nosso passeio ao shopping estava tranquilo até que decidimos entrar em uma cafeteria, nós sentamos em uma mesa e fizemos os pedidos. —Você poderia viver aqui. —Jen me disse. —Poderia, mas acho que estou surtando com...—Com saudade do seu homem? —Marta perguntou sugestivamente. —É, Talvez. —respondi. —Talvez? Você falou desse por todo o mês, querida, isso para mim é um grande sim. —ela respondeu. —Para mim também. —Jen concordou. Em algum momento durante a conversa, Jenna e Marta olharam algo atrás de mim e arregalaram os olhos, eu virei de costas, mas não vi ning
Pousei no aeroporto de Mocow e busquei minha pequena mala que mandei para o despache. Eu não sei muito bem o que aconteceu porque assim que saí na porta do aeroporto, alguns repórteres vieram até mim. —Você é Ruslana Morozova, correto? Como se sente com as acusações contra seus pais? Uma moça colocou o microfone na minha boca, eu me assustei e tentei sair pela lateral, mas outro rapaz veio e me cercou. —Senhorita, Morozova, é verdade que para atingir sua família, um dos filhos Surkov sequestrou e abusou de você? –ele perguntou simplesmente. Meu coração parou nesse momento, se alguém divulgou essa informação, esse alguém foi minha mãe. Eu não sabia o que dizer, continuei andando mesmo com eles tentando me parar. —Sua mãe se diz inocente, mas as provas mostram o contrário, a senhorita gostaria de opinar? A moça continuou falando, os flashs das câmeras me deixaram com raiva. —Não tenho nada para falar. – parei na calçada e dei a mão para um táxi que vinha na minha direção. —O que