Ruslana MorozovaEUA Os seguranças fizeram tudo, me trouxeram para cá, me guiaram até um carro e eu fui entregue na porta da casa de Jenna. Quando minha amiga abriu a porta, quase teve um infarto. —Ruslana? Ai meu Deus... –ela me deu um abraço apertado e me puxou para dentro, já fazia algum tempo que não conversávamos nem nos víamos. —Jen... me desculpe aparecer assim, mas estou precisando de uns dias longe de casa –eu não queria chorar na frente dela, mas não consegui. Ela me guiou até um sofá e me sentou lá. —Lana, baby... –ela me chamou pelo apelido que ela e Marta me deram. —Claro que pode ficar o tempo que quiser, quer conversar sobre o que está acontecendo? —Eu gostaria de tomar um banho antes, trocar de roupa e descansar um pouco, quando eu estiver em condições, gostaria de conversar com você, ligue para Marta e peça a ela para vir aqui também, sinto muito a falta de vocês. —falei. —Oh, claro, ligarei agora mesmo, pode subir, terceiro quarto a esquerda, descanse o quanto
Desde que tudo explodiu, eu não tive tempo de pensar nela, e na verdade eu não quero pensar nela, mas as vezes em meus sonhos eu estou fazendo coisas muito piores do que as que eu fiz. Como ninguém sabe onde meus pais vivem, nossa casa ainda não se encheu de abutres atrás de notícias, mas os telefones não param de tocar. Estamos na sala com as crianças e meus pais acabaram de discutir, porque minha mãe quer apenas que tudo se resolva e os culpados sejam presos, já meu pai não abre mão de que eles tenham o mesmo destino da minha irmã. —Ela não entende. —Ivan falou ao meu lado. —Quem? —perguntei. —Nossa mãe, ela não entende que isso não é só sobre eles, é sobre a nossa família, sobre todas as pessoas que perderam uma vida naquele lugar, naquele dia. —ele comentou. —Mamãe é boa demais até para odiar as pessoas. —Anton entrou na conversa. —Tia Ayla disse que não podemos brigar com a família. —Andrey comentou invadindo o assunto. —Falou? —Ivan perguntou. —Sim, ela disse qu
Depois de alguns dias, minha mente não estava funcionando direito, eu pensava em Ilya o tempo inteiro, eu pensava em tudo, em todas as coisas que fizemos, em tudo o que eu gostaria de ter feito com ele. A ideia de me arrepender de ter ido embora agora nublava minha mente. Eu, Jenna e Marta estávamos passeando pelo shopping, consegui ter acesso as minhas contas e fiz algumas compras online pois estava sem o os cartões. Nosso passeio ao shopping estava tranquilo até que decidimos entrar em uma cafeteria, nós sentamos em uma mesa e fizemos os pedidos. —Você poderia viver aqui. —Jen me disse. —Poderia, mas acho que estou surtando com...—Com saudade do seu homem? —Marta perguntou sugestivamente. —É, Talvez. —respondi. —Talvez? Você falou desse por todo o mês, querida, isso para mim é um grande sim. —ela respondeu. —Para mim também. —Jen concordou. Em algum momento durante a conversa, Jenna e Marta olharam algo atrás de mim e arregalaram os olhos, eu virei de costas, mas não vi ning
Pousei no aeroporto de Mocow e busquei minha pequena mala que mandei para o despache. Eu não sei muito bem o que aconteceu porque assim que saí na porta do aeroporto, alguns repórteres vieram até mim. —Você é Ruslana Morozova, correto? Como se sente com as acusações contra seus pais? Uma moça colocou o microfone na minha boca, eu me assustei e tentei sair pela lateral, mas outro rapaz veio e me cercou. —Senhorita, Morozova, é verdade que para atingir sua família, um dos filhos Surkov sequestrou e abusou de você? –ele perguntou simplesmente. Meu coração parou nesse momento, se alguém divulgou essa informação, esse alguém foi minha mãe. Eu não sabia o que dizer, continuei andando mesmo com eles tentando me parar. —Sua mãe se diz inocente, mas as provas mostram o contrário, a senhorita gostaria de opinar? A moça continuou falando, os flashs das câmeras me deixaram com raiva. —Não tenho nada para falar. – parei na calçada e dei a mão para um táxi que vinha na minha direção. —O que
Ilya Surkov1 mês após o início das investigações—A senhora Sidorov está acusando você de sequestro e abuso contra a filha do casal, isso é verdade? – um jornalista que estava parado na sede do governo onde eu “acidentalmente” passei em frente me cercou. —Jamais, eu perdi uma irmã e sei o que isso causa na vida de uma mulher, não sou um abusador. –não falei nada sobre não ser um sequestrador, odeio mentiras, mas tenho que ser bastante cauteloso quando o assunto envolver Ruslana. Outros repórteres vieram atrás de mim, eu, Ivan e Anton estávamos em locais estratégicos da cidade, dando essas informações. Atualmente todos os três foram afastados do cargo e iam a julgamento em poucos dias, Alyona tentava se esquivar da culpa, todos estavam presos enquanto aguardavam o julgamento. Ruslana ainda estava nos EUA, pelo que eu sabia, incrivelmente eu não a monitorei, não perguntei sobre ela, não quis que Ivan fosse atrás, eu apenas a deixei com sua vida. —Estará presente no julgamento? – a
1 semana depois O dia do julgamento chegou, eu e minha família decidimos ir todos de preto, tínhamos apenas um acusador, o advogado aceitou acusar os três de uma vez, algumas outras famílias também processaram os envolvidos. Minha família sentou logo no primeiro banco, onde víamos tudo. O juiz entrou e tudo começou, provas foram colocadas na mesa, defesas foram feitas, explicações foram dadas, mas nós já tínhamos tudo. A acusação foi incrível, colocaram fotos e alguns documentos com assinatura da senhora Morozov sobre o ocorrido, algumas transferências bancárias para veículos de informações, por isso que na época quase não foi noticiado, e os jornais que noticiaram, trataram como um caso de ataque terrorista, o que não fazia o menor sentido. —Isso é uma mentira, meritíssimo, assumo que meu ex marido sabia, mas eu descobri muito depois, eu jamais compactuaria com uma atrocidade dessa. O que os Surkov querem é me incriminar injustamente, sendo que o filho deles, Ilya Surkov chegou a
O primeiro dia de julgamento foi intenso, o local estava cheio, muitas pessoas estavam lá, sentadas nos bancos, eu sentei um banco atrás de Mikhail, a família Surkov estava toda na frente. Como minha mãe disse, eu fui intimada a depor, provavelmente Mikhail e os Surkov já sabiam disso. Ilya passou os olhos no local e me viu, eu queria dizer algo, dei um sorriso, tentando chamar sua atenção, mas ele apenas continuou olhando as pessoas e depois voltou a posição de antes. Várias pessoas do dia do atentado deram seus depoimentos, explicaram o que viram, algumas fotos foram colocadas em uma tela e eu fiquei horrorizada, sem perceber, lágrimas foram brotando em meus olhos, só de ver as fotos eu fiquei chocada, imagina a família de Ilya, que carrega essa dor no coração todos esses anos. O advogado de defesa começou a expor uns fatos totalmente aleatórios, estava explícito o envolvimento deles, baseado em todas as gravações de áudio e vídeos que a acusação conseguiu. Teve uma pausa e as pe
Ilya Surkov Passei a tarde pensando. Ir ou não ir atrás de minha kotehok, porra. Ela assumiu em público que me ama, a situação ficou difícil de controlar, meu corpo ficou completamente insano ao ou ir suas palavras. —Você gosta da menina, Ilya? – mama perguntou, sentada no sofá da frente, tinha um olhar questionador, eu sei que ela não queria nada disso, mama não queria nem mesmo que a gente envolvesse outras pessoas em nosso plano de vingança. —Mama... é a minha Kotehok, me desculpe por isso, eu tentei não sucumbir, ela foi embora e eu achei que tudo estava acabado, mas... —Você a quer, mesmo sabendo o que a família dela causou a nossa. –ela constatou. Aaquilo me deixou triste porque eu não queria falhar com meus entes queridos, principalmente com Zoya. —Sim, mama. Eu a quero. —assumi, a sala estava em silêncio, meu pai e irmãos me olhavam de maneiras diferentes, principalmente Ivan, tenho certeza que ele também está na mesma situação que eu. —O que está esperando então? – eu