Ilya SurkovDia do resgateO salão de festas onde o “aniversário” de Slav está ocorrendo é bem organizado, algumas poucas pessoas, a Van ficou parada bem na lateral, na porta que dava até a saída, eu tive que esperar por muito tempo. Mandei mensagem a Ivan e Anton perguntando como estava ocorrendo tudo. Podia ouvir gritos de crianças brincando, Slav estava vestido com roupa de bombeiros, ele gostava mesmo de apagar fogo. Poucos minutos depois o carro de Ayla parou em frente ao salão e ela desceu, dois seguranças desceram logo em seguida e então meu coração quase parou, Andrey desceu do carro segurando uma sacola de presente. Meu sobrinho está maior, cabelos mais curtos, Zoya gostava de seu cabelo grande, fiz uma anotação mental de deixar o cabelo dele crescer. Eles entraram na festa e eu fiquei dentro da Van, aguardando a mensagem de Ivan. A saudade de Andrey era tanta que eu quase fui buscá-lo pessoalmente. Depois de quase uma hora, a porta lateral do local foi aberta e um seguran
Andrey correu para falar com o amigo e estendeu a mão antes de dizer: —Vem, Slav, nós vamos conhecer meus avós. —E eu vou também? Todo mundo vai? —Salv perguntou. —Sim, está na hora de você conhecer seus avós, eles são legais, vão gostar bastante de você. —comentei. Percebi que Slav talvez ficou com medo, imagino como deve ser na situação dele, tão jovenzinho e cheio de preocupações na mente. Eles dois continuaram conversando animadamente enquanto andávamos para fora, em algum momento Slav olhou apreensivo para a casa e depois levantou os olhos para nós. Ele estava preocupado, eu dei uma piscadinha e ele pareceu relaxar mais um pouco. Ivan e Anton levaram todos para fora, todos os seguranças e funcionários já tinham sido realocados para as outras duas casas onde Ivan e Anton iriam viver, alguns km de distância dos nossos pais. O helicóptero já estava no ponto quando chegamos, colocamos as crianças primeiro e depois nós subimos e nos assentamos. A viagem até o Monte Elbrus não
Ruslana MorozovaAntes de Ilya viajar tudo estava bem caótico, nossas discussões e meu descontentamento a respeito da minha mãe, o que ele queria? Matou meu pai e ia matar minha mãe... eu tinha vergonha de mim mesma, por meu coração estar tão maluco por Ilya, tão desesperado e ansioso para sua chegada e sua permanência. Eu estava deitada na cama quando ouvi a movimentação na porta e corri até lá, Ilya vinha entrando dentro de casa com uma criança nos braços, deveria ser seu sobrinho. —Conseguiu resgatá-lo? – Eu perguntei chegando perto. —Este não e Andrey, é Slav. É meu filho. –ele me explicou. Minha boca abriu e meus olhos arregalaram quase que automaticamente. Ilya tinha um filho? Ele sorriu da minha expressão e disse: —Eu o adotei a alguns dias. Trouxe-o para que pudesse ter companhia. –ele passou direto com o menino, entrou no nosso quarto e alguns minutos depois saiu de lá. —E seu sobrinho? —perguntei curiosa. —Conseguimos, ele já está seguro. Dei tudo certo. —ele responde
Ilya passou quase um minuto inteiro me encarando, até que ele verbalizou: —Quer ir embora? Vou perguntar e você me diz. Quer ir embora? —ele parou na minha frente e eu desviei o olhar, eu não quero ir embora mas não quero ficar aqui desse jeito. —Ilya, não é tão simples assim... Veja bem, você me sequestrou duas vezes, matou meu pai e agora vai fazer o mesmo com minha mãe... Por favor, tente entender que não é fácil para mim e... —VOCÊ QUER IR EMBORA? –ele falou alto o suficiente para que eu me assustasse. Não, eu quis responder na hora, mas dessa dessa forma também não está certo, eu quero essa sensação de imoralidade comigo, como se eu estivesse fazendo algo de errado. —Ilya, você está bem? –ouvi uma vozinha trêmula vindo de trás de mim e me virei as pressas, a criança estava lá, olhando sonolenta e assustada para Ilya. Eu mal pude acreditar quando Ilya foi até ele com o olhar mais manso, pegou o menino no colo e sorriu. —Estou sim, Slav. Apenas conversando com minha amiga que
Ilya Surkovtrês semanas depoisMinha Kotehok tomou a decisão dela, autorizei sua viagem no avião da família, imagino que ela iria procurar ajuda com uma de suas colegas do tempo da escola. Eu estava cansado disso, minha vingança no momento valia mais que qualquer coisa. Depois do resgate de Andrey, era hora do passo dois. Divulgar umas informações. Deixei Slav com meus pais e Andrey na manhã seguinte em que Ruslana foi embora, Ivan e Anton viviam perto dele, mas longe o suficiente para não serem detectados por Sergei. O plano correu bem, levei o pendrive ao meu contato jornalista, Ivan e Anton fizeram o mesmo com Jornais mundiais famosos, cada um seria divulgado em um momento propício e logo depois tudo ia explodir. O jornalista ganhou uma boa quantia em dinheiro apenas para publicar o artigo e sumir da vista de todos. Quando deu 05:00 da segunda feira, ele trocou todos os jornais impressos, fez uma nova digitação e colocou para imprimir a primeira página. As 07:00 da manhã quand
Mamãe permanecia com os olhos fixos na TV. —Eu queria que fosse apenas um sonho.. – Ela suspirou, nesse momento Andrey e Slav desceram a escada, com uns bonecos na mão, mama deu um grande sorriso e eles vieram até ela. Sentaram em seus pés abaixo do sofá e voltaram a brincar, Andrey olhou para a TV e disse:—É o dedushka, o meu outro avô disse que ele é um homem de guerra... é verdade babushka? —mama nos olhou primeiro, antes de responder, ela suspirou e disse: —Não querido, seu dedushka é um homem que gosta de paz... você ainda vai aprender sobre isso, Andriúsha. —ela respondeu paciente. Aquele idiota ainda tentou colocar baboseiras na cabeça da criança, olhei para Ivan e apenas balancei a cabeça. Alguns minutos depois a entrevista acabou e Ivan acompanhou todo o trajeto que papa faria de volta para casa, meu irmão tinha um localizador preciso que mostrava até se meu pai espirrou dentro do carro.Depois de um tempo, ele chegou. Olhos selvagens, fez um sinal para nós três, beijou
Ruslana MorozovaEUA Os seguranças fizeram tudo, me trouxeram para cá, me guiaram até um carro e eu fui entregue na porta da casa de Jenna. Quando minha amiga abriu a porta, quase teve um infarto. —Ruslana? Ai meu Deus... –ela me deu um abraço apertado e me puxou para dentro, já fazia algum tempo que não conversávamos nem nos víamos. —Jen... me desculpe aparecer assim, mas estou precisando de uns dias longe de casa –eu não queria chorar na frente dela, mas não consegui. Ela me guiou até um sofá e me sentou lá. —Lana, baby... –ela me chamou pelo apelido que ela e Marta me deram. —Claro que pode ficar o tempo que quiser, quer conversar sobre o que está acontecendo? —Eu gostaria de tomar um banho antes, trocar de roupa e descansar um pouco, quando eu estiver em condições, gostaria de conversar com você, ligue para Marta e peça a ela para vir aqui também, sinto muito a falta de vocês. —falei. —Oh, claro, ligarei agora mesmo, pode subir, terceiro quarto a esquerda, descanse o quanto
Desde que tudo explodiu, eu não tive tempo de pensar nela, e na verdade eu não quero pensar nela, mas as vezes em meus sonhos eu estou fazendo coisas muito piores do que as que eu fiz. Como ninguém sabe onde meus pais vivem, nossa casa ainda não se encheu de abutres atrás de notícias, mas os telefones não param de tocar. Estamos na sala com as crianças e meus pais acabaram de discutir, porque minha mãe quer apenas que tudo se resolva e os culpados sejam presos, já meu pai não abre mão de que eles tenham o mesmo destino da minha irmã. —Ela não entende. —Ivan falou ao meu lado. —Quem? —perguntei. —Nossa mãe, ela não entende que isso não é só sobre eles, é sobre a nossa família, sobre todas as pessoas que perderam uma vida naquele lugar, naquele dia. —ele comentou. —Mamãe é boa demais até para odiar as pessoas. —Anton entrou na conversa. —Tia Ayla disse que não podemos brigar com a família. —Andrey comentou invadindo o assunto. —Falou? —Ivan perguntou. —Sim, ela disse qu