Em uma pequena cidade do nordeste brasileiro havia uma família recém-chegada no município, eram quatro, o Pai Joelinton Guimarães, a mãe Maria José Guimarães, o filho mais velho Roberson Guimarães de 15 anos, e o mais novo Timóteo Guimarães de 10 anos. Uma família carente de lavradores que chegara tentando se reerguer diante das dificuldades financeiras. Na mudança trouxeram pouca coisa, apenas o básico e ainda assim faltavam algumas coisas, entre elas uma cama, fazendo com que os garotos revezassem as noites em uma rede.
Algumas semanas após se instalarem na nova casa, a família estava saindo da missa quando o padre local caridosamente orientou o Sr. Joelinton a buscar uma cama que estava sendo doada e se encontrava no salão paroquial, o homem muito agradecido foi rapidamente buscar o móvel e quando chegou ao salão da paroquia a beata responsável estava ocupada lavando o banheiro e autorizou que ele entrasse e pegasse a cama, quando ele entrou no cômodo indicado por ela viu duas camas, uma mais nova em perfeitas condições e outra mais surrada, com um colchão mais amarelado, ele não teve duvidas e pegou a que estava em melhores condições, levou o móvel desmontado para casa em cima de um carrinho de mão. Era uma cama de solteiro completa com colchão e estava em ótimo estado. Imediatamente após chegar a casa, Joelinton montou a cama, colocou o colchão e sua esposa a preparou com lençol e travesseiro, já estava decidido que a cama ficaria para Timóteo, e seria uma surpresa para o filho quando retornasse da escola, e assim foi, o garotinho chegou a se emocionar, nunca tivera sua própria cama, as primeiras noites foram de extrema satisfação, porém, não demoraria muito para o sossego de Timóteo e sua família acabarem.
Certa noite o pequeno garoto acordou no meio da madrugada sentindo um calafrio sem motivo aparente, do outro lado do quarto estava Roberson roncando em sono profundo, o garoto puxou a coberta fina até o pescoço, pois estava sentido o ar gélido apesar de ser uma noite de verão. Enquanto ele estava ali com os olhos estatelados amargando um sentimento ruim, ouviu um ruído, algo arranhava lentamente a madeira embaixo da cama. O rapazinho arrepiou todos seus poros, relutou por alguns minutos, porém, o barulho sutil ocorreu mais algumas vezes, então finalmente criou coragem e se esticou lentamente para ver o que causava aquele ruído estranho, esticou o pescoço e foi descendo a cabeça, a única claridade no quarto era a luz do luar, finalmente conseguiu ver, e não havia nada lá embaixo, em um salto ele retornou a posição anterior, se cobrindo até o pescoço. Seu irmão continuava a roncar em sono profundo, Timóteo já estava mais calmo quando a cama começou a sacudir e pular como um boi bravo, o garoto gritou e saiu correndo chamando pelos pais que acordaram assustados com a barulheira.
_Mãe! Pai! A cama! – Ele gritava enquanto pulava sobre a cama de seus pais.
_O que foi garoto? – Joelinton acordou assustado e irritado com seu filho.
_A cama pai! A cama pai! – Timóteo gritava horrorizado enquanto sua mãe o abraçava e tentava acalma-lo.
O pai sem perda de tempo correu para o quarto dos meninos e encontrou Roberson em pé na porta com os olhos arregalados e ofegante.
_O que está acontecendo filho? – Agora Joelinton percebeu que era algo sério.
Após os garotos explicarem o que viram, o pai examinou o quarto e a cama, e não encontrou nada que explicasse o fato. A família tentou esquecer o que havia acontecido naquela noite, mas duas noites depois algo mais terrível acontecera. Por volta das 03:00hs da madrugada Timóteo acordou ouvindo grunhidos que vinham debaixo da cama, tremendo muito e com o coração quase saltando pela boca ele ameaçou pular da cama, quando de repente várias mãos demoníacas surgiram em volta da cama, tentando agarrá-lo, ele passou a gritar e entrou embaixo da coberta, Roberson acordou assustado e correu chamar seus pais, enquanto isso, ali embaixo das cobertas Timóteo sentiu algo ou alguém subir na cama e se rastejar por entre a coberta, indo pra cima dele, a porta do quarto se fechou sozinha em um forte baque e o restante da família gritava por ele sem conseguir arrombar a porta. O garoto gritava horrorizado, e logo várias presenças demoníacas subiram na cama e foram para cima dele, até que seu grito abafou e em seguida houve silêncio. A porta deu forte estalo e lentamente rangendo abriu sozinha e os pais juntamente com Roberson entraram correndo no quarto, o horror tomou-lhes as faces, Timóteo estava esticado na cama, com os braços abertos como jesus na cruz, olhos amarelados, dentes para fora como uma fera raivosa e suas mãos e pés estavam retorcidas. O garoto possuído olhou para a família que estava em estado de choque com o que viam e disse com uma voz grossa e rouca.:
_Estamos bem, muito bem.
Os pais não tiveram dúvidas que o garotinho deles estava possuído, e Joelinton ordenou que Roberson fosse chamar o padre, o rapaz saiu em disparada, ainda de pijamas e horrorizado com o que presenciara. Os pais pegaram cada um seu crucifixo e passaram a rezar, a possessão começou a zombar deles e urrar como um animal. Foram momentos de horror e medo até que o padre chegou e parou na porta do quarto, ele ficou estático com o que vira, tudo no quarto se movia, os quadros balançavam, as portas do guarda-roupa abriam e fechavam batendo com força, as folhas da janela batiam igualmente às do armário, quando o padre olhou para a cama percebeu o que ocorrera, puxou Joelinton pelo braço para fora do quarto.
_Porque pegou esta cama?
_Porque estava em um estado melhor que a outra.
_Meu Deus! Tenha piedade de nossas almas. – O padre fez o sinal da cruz.
_O que está acontecendo padre?
_Esta cama devia ter sido queimada a semana passada, ela fez parte de uma possessão demoníaca onde uma legião de demônios perturbou por semanas o antigo dono dela.
_Meu Deus! E agora padre?
_Vamos fazer novamente um exorcismo.
Á partir daí foi travado uma batalha por 3 dias, até mesmo a vizinhança fazia vigília do lado de fora da casa com velas e rezas. O pequeno Timóteo ficou irreconhecível, a cada momento era um demônio diferente que se manifestava, o garoto apresentou várias feridas pelo corpo, deixou de se alimentar, se mutilava e ao final da noite do terceiro dia um dos demônios disse.:
_Chega! Iremos embora e o garoto irá conosco.
O desespero tomou conta de todos, os pais imploravam pela vida de seu filho mais novo enquanto o demônio manifestado ria em deboche deles, o padre que também estava exausto pelos dias de luta, intensificou as rezas combinado com água benta, porém, foi em vão, o jovem Timóteo involuntariamente passou a se contorcer de forma bizarra, joelinton e Roberson pularam em cima dele para impedi-lo, mas as forças demoníacas eram muito superiores, e Timóteo foi se quebrando todo, os pés, os braços e por fim, seu pescoço.
A família arrasada, logo após o funeral do rapazinho se mudou do lugar, queriam ficar longe daquela casa e deixaram a cama para trás.
Três meses depois o padre abalado com o que ocorrera pediu transferência da paróquia, entretanto, não partiu sem antes dar a ordem de queimarem a cama, porém, por algum motivo isso não ocorrera.
Seis meses depois uma nova família se mudou para a casa e ficaram felizes em ver que de graça ganharam uma cama de solteiro em perfeito estado.
Rubens Sanches foi abandonado pelos pais quando pequeno por ter nascido com uma deformidade congênita que tornava sua fisionomia facial grotesca. Esteve em vários orfanatos até que aos 12 anos de idade passou a residir na Santa Casa do Menino Jesus, um lugar bem administrado com ótimas condições estruturais e acadêmicas ás crianças órfãs, localizado no interior de Minas Gerais.Era meados de Dezembro e o clima Natalino tomava conta do ambiente, as crianças ajudavam as Madres e Noviças do orfanato na decoração tradicional da época, porém Rubens, mantinha-se isolado o quarto coletivo, sentado em sua cama, cansado da zombaria de seus colegas internos que por vezes caçoavam lhe chamando de monstro, esquisito, retardado ou até mesmo de “cara de meleca”. O terror do bullyng causava-lhe dores estomacais, ânsia de vômito e muita re
Em Jupari, uma pequena cidade do interior de São Paulo, quatro velhos amigos costumam se encontrar toda a última sexta feira de cada mês, é a oportunidade de colocar a conversa em dia e relembrarem a turbulenta fase da adolescência. Inevitavelmente ocorria algumas vezes deste encontro ter a lua cheia como cenário. No último encontro realizado em outubro de um ano qualquer, a sexta feira além de ser o 13º dia do mês teve o luar da lua cheia para tornar tudo mais interessante entre os amigos. Robson Castro, André Valença, Mateus Bosco e Joel Alves como de costume se encontraram em um botequim na Praça da Matriz, o bar do Chileno, um local simples que mantinha as mesmas características de quando havia sido inaugurado há 40 anos
O Opala ano 71, zero km, preto, corta uma estreita estrada vicinal de terra no interior de Santa Catarina, no volante Abreu Scuber está com os olhos estatelados, a adrenalina corre por suas veias seu bigode avantajado não disfarça a preocupação em seu rosto, ao seu lado Jair Malaquias, igualmente tenso e agitado com os olhos fixos na estrada tortuosa, vez ou outra escutam batidas na lataria do possante veículo, porém ambos sabem que aquele barulho não se trata de pedras da estrada e sim do “volume extra” que transportam no porta-malas. Quarenta minutos depois eles chegam á uma porteira deteriorada pelo tempo, visivelmente sem manutenção, passam por ela sem diminuir a velocidade entrando em um lugar nitidamente abandonado, quinhentos metros depois avistam uma casa igualmente deteriorada, Abreu freia o Opala derrapando nos p
O pequeno garoto do interior de São Paulo chega á capital para um fim de semana especial, passará um tempo com seus avós que não vê desde muito pequeno, a última vez, o encontro ocorrera há dez anos, no aniversário de 1 ano do jovem Luiz Abranchez. Sua mãe, Melissa, o levara de carro, a mulher não tinha um bom convívio com seus pais, portanto deixou o garoto e combinou de ir busca-lo na próxima segunda feira pela manhã. Luiz, após receber muito afagos de seus avós, é acompanhado pelos cômodos da casa, onde lhe foi apresentando seu quarto, durante as apresentações algo lhe chamou a atenção, seu avô, Augusto, foi enfático ao proibi-lo de ir ao porão que não era utilizado pelo casal e estava constantemente trancado, a chave da porta fica
Antony Braxton de 35 anos chega ao escritório de contabilidade onde já faz parte do quadro de funcionários há mais de seis anos, solitário e solteiro nos últimos dias tem sentindo muita revolta e estresse pelo trabalho sem reconhecimento, no local de pouca iluminação há oito mesas separadas por divisórias de madeira todas ocupadas por profissionais saturados e preguiçosos e no fundo da sala fica o escritório do seu chefe, o Sr. Gordon, um homem obeso de longa barba e careca, com uma personalidade grosseira e de poucos amigos. Assim que se assentou em sua cadeira giratória, Antony ouviu de seu chefe um grito que estremeceu toda a sala e fez toda a equipe de funcionários se encolherem em suas mesas. _Antony! Venha imediatamente em minha sala.<
Manhã de sábado e as crianças correm pelo quintal da casa em busca de diversão, Melissa Lins de 9 anos sua irmã Meire Lins de 12 anos, seu irmão Marcos Lins de 15 e seu primo Rafael Marques de 9 anos. Já era costume os quatro se unirem nas diversões de fim de semana, eles eram empolgados, divertidos, criativos e com muita disposição. Na casa dos três irmãos a família separara um quartinho da edícula, no fundo do terreno, que ficou para uso exclusivo dos brinquedos das crianças, lá ficavam guardados as bolas, bicicletas, carrinhos, bonecas e jogos de tabuleiro, era uma forma de manter tudo organizado e de fácil acesso aos pequenos, deixando espaço em seus quartos na casa principal. A coleção de brinquedos ainda continuava aumentando e certo dia, Melissa, ao chegar da escola no horário do almoço foi recebida por sua mãe, a Sra.
O Sábado chega com um clima ameno e agradável na pequenina cidade de Jurupiri na região norte do estado do Maranhão. Quase todos os jovens se conhecem, e não há muitas opções de diversão para eles na cidade, sendo assim, a rotina juvenil no fim de semana é a praça central no inicio da noite e depois, por volta das 23:00hs eles seguem para o Clube Bauhaus onde irão dançar e se divertir. Valdir acorda e preguiçosamente alcança a cozinha onde sua mãe, Sra. Neide Sartori, está preparando o café com torradas. _Bom dia querido. – A mulher cuida sozinha de seu filho desde que ele tinha 5 anos, foi quando seu marido os deixou, seu carinho pelo rapaz era enorme, ele era o bem mais precioso dela. _Oi mãe! – Valdir Sartori, era tímido
Outono de 1972, embalado ao som de Nazareth – Love Hurts, Walter Foster descarrega da pick-up latas de tinta, pincéis, e ferramentas para reformar sua residência. Depois de um ano morando no campo é chegado à merecida férias e com ela a oportunidade de dar “um trato” na casa. A esposa, Andressa Foster, já está com a roupa “de guerra” e pronta para colocar a mão na massa, ela deixa o café com biscoitos e bolo de laranja, prontos para beliscarem durante o trabalho. A residência fica em uma região montanhosa ao sul do Brasil, com muitas árvores ao redor e um frio constante, o casal deixa a lareira acesa e seguem na reforma, no meio da tarde Walter está lixando a parede de um dos quartos inativos do andar de cima onde pretende repintar com uma cor mais viva para utilizar o local como seu escritório, em um canto do cômodo ele sente uma leve e fria brisa pass