Vinte e cinco de setembro era aniversário do Jefferson e eu quis agradá-lo, dando a ele um belo jantar e o meu lindo corpo. Ideia dada pela minha mãe, preparei uma deliciosa costela de porco a primavera, completamente nua, preparei a mesa a luz de velas, comprei uma garrafa de Whisky maravilhosa de R$1.500,00 reais, e fiquei lá, sentada a mesa, nua. Esperando e esperando. As velas se derretam, a comida esfriou, e nada dele me responder as mensagens, era uma terça-feira. Eu sabia que ele chegaria tarde, mas já tinha virado o dia, era 1h da manhã e nada dele. Comecei a chorar enquanto olhava a minha imagem deprimente no espelho da parede, toda aquela cena que refletia, como me deixei virar aquele tipo de mulher, pensei em m****r uma mensagem para Rita, desabafar com ela, mas não queria acordá-la e jogar meus problemas, ela já tinha os dela, era o que eu pensava.
E nessa reflexão decidi que eu ia distrair minha cabeça. Então comecei a ver storys nas redes sociais, quando então, vejo Henrique, o meu ex-vizinho e ficante, ele estava no Brasil e em uma boate perto de casa, fiquei um tempo olhando para o meu reflexo e com a ideia de ir atrás do Henrique, ver como ele estava, mas ver de perto. Coloquei um vestido preto e sedutor que eu tinha no guarda roupas, toda mulher tem um. Arrumei o cabelo, a maquiagem, salto, bolsa de jacaré e fui até a boate. Já cheguei procurando o bar para pedir uma bebida, não precisei, um jovem muito atraente me ofereceu um drinque pela conta dele, deixei que fizesse isso, eu precisava me sentir desejada, começamos uma apresentação formal enquanto eu bebericava o Martini, riamos até ele perceber a aliança no meu dedo, e eu ser deixada de lado, até ausente Jeff me incomodava, e no instante em que joguei a aliança para dentro da bolsa, alguém me chamou pelo nome.
─ Elisa, é você?
Me virei um pouca assustada, mas me animei ao ver quem era.
─ Rique? Você por aqui? No Brasil? – Fingi demência.
─ É eu vim passar alguns dias com os meus pais e amigos.
Henrique estava alto e forte. Estava malhando, certeza. E no comportamento dele eu via que estava mais maduro.
─ Posso te pagar uma bebida, ou o seu marido vai achar ruim?
Levantei a mão sem a aliança até ficar ao lado do meu rosto, mostrando meu sorriso malicioso. Se Jeff me traia, não seria errado traí-lo também. Seria?
─ Seria sim. – Respondeu o padre.
─ Bom, Henrique me levou para uma área VIP, onde ficamos conversando sobre como estavam nossas vidas. Ele me contou como era viver em Londres, de como era divertido o tempo em que estávamos juntos, mas mesmo ali, lembrando de tudo isso, eu não conseguia me esquecer do meu marido, e que aquilo realmente não era justo, e sem perceber fui me afastando da conversa agradável, estava em um devaneio.
Rique cochichou algo pervertido em meu ouvido, e eu o respondi com um sorrisinho sem graça, pedi licença para ir ao toalete, mas coloquei a aliança de volta e fui embora, voltei para casa a pé, eu estava sem o carro e não queria pedir por aplicativo, queria andar. Cheguei na rua de casa com o sol nascendo, foi quando eu percebi o carro do Jeff estacionando ao meu lado.
─ Ella?
Continuei andando.
─ Ella, por favor, entra no carro?!
Parei e olhei para ele, meus olhos estavam cobertos de lágrimas.
─ Passei a noite te procurando, por onde andou?
Me senti culpada, meu marido passou a noite me procurando e eu estava em uma boate pensando em traí-lo com um caso antigo, entrei no carro e comecei a soluçar com o choro que vinha do meu peito, eu estava cansada e bêbada, aquela vida não era para mim.
Jeff me preparou um banho de banheira, e depois nos deitamos para dormir.
Acordei pela manhã com um cartãozinho ao lado do travesseiro: Te amo!
Aquilo aqueceu meu coração e me fez pensar o quanto eu fui besta, na noite anterior, eu era a mulher mais sortuda do mundo por ter Jeff Anwalt como marido e futuro pai do meu filho. Estava preparada para ir até ele e agradecer por toda atenção e me desculpar por deixa-lo preocupado, mas atrás da porta do quarto ouvi ele conversando com alguém por telefone:
─ Foi uma pena eu ter que te largar na cama para ter que voltar para casa... Sim eu sei... eu vou fazer isso, mas agora não dá... Eu sou casado com ela... Ella, é você? Acordou amor?
─ Quem era no telefone?
─ Um cliente, sabe como são essas pessoas, eles não sabem a hora de ligar. – Ele me beijou a testa – Eu estava preparando um café para a gente.
─ É uma boa ideia. Sobre ontem querido eu...
─ Não. Não precisa falar nada, eu cheguei em casa, vi o jantar maravilhoso que você fez a luz de velas. Eu cheguei tarde, não vi as mil mensagens que você mandou. A culpa é minha.
Eu sorri enquanto ele me abraçava em seus braços protetores, e falsos.
─ Só uma coisa, você ficou com alguém? – Disse ele me afastando e olhando nos meus olhos.
─ Não! É claro que não.
─ É, eu tenho sorte por ter você.
Depois disso passamos o sábado juntos olhando fotos e vídeos do dia do nosso casamento, éramos tão felizes e apaixonados, como era possível que aquilo estivesse se perdendo? Como isso se perdeu? Como se tornou o que se tornou?
No final da tarde, recebi uma mensagem que alegrou ainda mais o nosso dia: estávamos perto de nos tornarmos os pais do Pietro.
Quase um mês se passou e Jeff voltou a ficar longe, chegando tarde do trabalho e não me procurando mais para nada. Decidi parar de reclamar do horário, pois talvez fosse paranoia minha, nunca fui professora, mas sei como alunos podem atrasar professores muitas vezes, principalmente os de faculdade e os que estão em tempos de TCC. Decidi que seria a boa esposa, a mais excelente: Acordava cedo, preparava o café do esposo, ia para o trabalho, voltava e preparava o jantar, lia um livro ou assistia a novela enquanto ele não chegava, e quando passava das 22h ia para a cama, na esperança do meu marido chegar em casa com vida, jantasse e se deitasse ao meu lado. Em uma terça feira, enquanto eu estava no
Depois da consulta falei para Jeff que perdi o emprego, ele estava com uma vibe positiva então disse que daríamos um jeito e que de certo modo era bom, pois eu me dedicaria a família e a casa. Naquela noite jantamos fora com alguns amigos e chegando em casa nos preparamos para receber Pietro, Jeff tirou a sexta de folga da faculdade, mas teria que ir para o escritório por meio período, e mesmo parecendo um pouco nervoso, comigo ele se comportava como um anjo. Na manhã de sexta-feira, eu peguei por encomenda um delicioso bolo colorido com três bonequinhos que representavam Jeff, Pietro e eu. Decorei a casa com bexigas coloridas e Jeff preparou saborosos lanches de peito de peru. Convidei uma amiga minha que tinha duas filhas, cinco e nove anos, minha mãe, minha madrinha, que a essa altura já eram um casal, e os pais do Jeff também vieram e trouxeram salgadinhos e presentes para o meu li
Lembro muito bem desse dia, mas não me lembro da data. Acordamos aquela manhã com uma batida forte na janela do nosso quarto, que estava aberta por conta do calor, dentro do quarto se debatendo no chão um horripilante e enorme urubu, comecei a gritar de desespero, o Jeff tentou tirar a criatura espantando com os pés, e depois com travesseiros sendo jogados na direção do animal. Pietro entrou no quarto querendo saber o motivo de tanta gritaria, e eu o levei para fora dali. Jeff desistiu de espantar a ave e chamamos o zelador, mas quando o funcionário do prédio chegou a ave já tinha ido embora, e impregnando o meu apartamento com aquele cheiro de carniça, lembro de ter vomitado muito, usamos as roupas que estavam no varal e saímos de lá, para especialistas cuidarem de todo o problema, passamos no shopping para comprarmos roupas decentes para aquele dia, afinal era dia d
Aquele meu comportamento o incomodava, e voltamos para a terapia de casal com a doutora Adélia, ela não pareceu surpresa com a revelação da amante, mas disse que ficou decepcionada com a mentira e dessa vez ela caiu em cima dele, dizendo que aquilo não se fazia, marcar uma psicóloga para dizer que a mulher estava ficando louca com crises de ciúmes reais e sérias, e que se eu estava dando essa última chance ele deveria levar muito a sério. Também conversou comigo. Me disse que não adiantava nada eu ficar vendo tudo isso sempre com o pé atrás, que se fosse para viver assim, eu deveria ou me divorciar ou aceitar que ele está realmente tentando mudar, viver olhando para ele com raiva não ajudaria em nada e que o Pietro poderia perceber, e de fato ele percebia. Certa vez Jeff chamou a atenção dele por não querer sai
Passamos o ano novo e o aniversário de Pietro na Disney, em Orlando. Foram dias incríveis, algo que eu realmente almejava para a minha vida, uma família feliz viajando para fora, e quando voltamos a harmonia continuava reinando em nosso lar. Jeff estava de férias também, pois havia conseguido a promoção que ele tanto batalhou para conseguir, até subiu para o décimo oitavo andar do prédio, lembrando que lá eram vinte e um andares. Mesmo nas férias dele, fomos lá dar uma olhada com o Pietro, estava passando por um processo de reforma, trocariam alguns moveis, mas a mesa dele já havia chegado. Era enorme e de mármore branco, a sala era bem maior do que a que ele tinha antes e a vista era linda, dava para ver o parque do Ibirapuera. Voltamos para casa com ele todo feliz e orgulhoso, e prometendo que em breve nós nos mudaríamos para uma casa e que ele pensaria no fato de adotarmos um cachorrinho ou gato, pois faz menos bagunça e barulho.
Vi o corpo do meu marido caindo para trás, aquele lindo rosto e corpo, caindo vagarosamente para trás. Tudo em câmera lenta, olhei para o meu reflexo no espelho, estava suja de sangue, o sangue do meu Jeff Anwalt estava respingado em meu rosto. Olhei para ele e me ajoelhei, peguei o corpo do meu marido no colo e comecei a chorar. ─ Volta, Jeff volta, acorda por favor, quero você comigo. Os olhos dele estavam fechados, mas seu rosto estava coberto de sangue que saia de sua testa, e ainda assim eu beijava sua cabeça. ─ O que eu fiz? Olha o que você me fez fazer? Olha Jeff, acorda para você ver como estou magoada. Beijos e carinhos no mais lindo cadáver da história.  
Ela é tão legal, tão forte e independe, cozinha muito bem, tem um corpo sexy eu não sou o máximo? Meu celular tinha milhares de ligações perdidas, mas eu não me importava e o joguei pela janela, alguém já estava procurando por nós dois? Ou seria por nós três, não sei a resposta. O sol estava nascendo ia começar um novo dia, e seria um belo dia, com sol e calor, ótimo para piscina. Eu ia seguindo pela estrada e passando por pedágios, estava indo para a praia conhecia o lugar perfeito para a desova, ninguém encontraria. Claro que todos me perguntariam do Jeff, mas eu ficaria bem, diria que ele pediu demissão e ia nos encontrar em Veneza, só que o Pietro e eu nos esconderíamos na Rússia, eu só precisava falsificar alguns documentos, ninguém ia mandar a polícia atrás d
Eu me assustei e quebrei a garrafa que estava na minha mão fazendo uma atendente de refém, quando vi todas aquelas viaturas chegando rapidamente. ─ Elisa, sabemos que você está aí dentro, saia com as mãos para cima. ─ NUNCA! – Gritei – Desculpa moça eu não queria fazer isso com você, falei para a atendente. ─ Por favor, me solta! ─ Eu não quero fazer mal a ninguém, seu nome é Monica? – Era o que estava escrito no crachá dela, mas ela não respondeu, só chorava. – Eu não vou machucar a Monica. ─ Voltei a gritar ─ Eu só quero pegar meu carro e ir para casa ver meu filho, só isso. Eu chorava. Dois homens de