STEPHAN
— Então está envolvido com aquela garota?
Olho Peter por cima dos ombros. Não estou nem um pouco interessado em manter uma conversa com ele, obviamente. Mas o fato de convivermos sob o mesmo teto não facilita as coisas. Peter não consegue distinguir.
— É Lexie. Seu nome é Lexie. E envolvido é uma palavra que alguém como você usaria. Não eu.
— É uma jovem bonita. — ele me ignora. — Mais bonita que a Julie, se quer saber.
Reviro os olhos.
Peter e sua terrível mania de ruminar o passado.
— Ela lembra muito alguém... e isso não &eacut
LEXIEEntro em casa tão determinada como nunca estive na vida. Sei exatamente o que vou fazer.Melhor, desfazer.Para minha surpresa, Evan está na sala em companhia de meu pai. Sua presença me invade e derruba todas as minhas malditas expectativas. Toda a determinação antes predominante. Assim que coloca seus olhos em mim, caminha em minha direção, beija meus lábios tão rapidamente que só dou conta disso quanto ele se afasta de mim.— Onde esteve, meu amor?— Estava... estava resolvendo coisas. — minha desculpa é tão esfarrapada que nem eu mesma consigo crer no que digo. Coisas. Resolvendo coisas. Não tinha uma desculpa melhor no seu estúpido estoque de mentiras, Lexie?— O que faz aqui?Não sei se isso soa tão rude para Evan q
LEXIE— O que disse, Alexie?Minhas pernas estão bambas. Não as consigo manter firme no chão. Minha boca está seca. Mamãe me encara confusa, mas não me amedronta tanto quanto amedronta quando olho para papai, que está parado, me encarando, os olhos semicerrados, a espera de uma resposta.A resposta que definirá seu ódio por mim.— Alexie, eu fiz uma pergunta e eu estou esperando pela resposta!— Pa...pai...Perco a voz. Ela simplesmente não sai.Sim, eu sou fraca. Sou alguém que não consegue se manter firme. Alguém que não consegue encarar os medos
STEPHANO pai de Lexie me analisa dos pés a cabeça. Quando me olha no rosto, sua expressão muda. Não para melhor, mas para pior. Se é que pode piorar.Lexie vem até mim, seguro sua mão. Não com o intuito de provocar seu pai ou sua família. Longe de mim. Seguro suas mãos porque quero transmitir segurança para ela. Quero mostrar que estamos juntos nessa, que eu jamais a deixarei. Não agora. Nem nunca. Nenhum de nós vai embora.— O que este garoto faz aqui? É algum tipo de brincadeira, Lexie? Está me desafiando, é isso?Derek olha para mim todo o tempo. Se seus olhos fossem uma arma, eu já estaria morto a esta altura do campeonato.— Ela não me chamou, senhor. Estou aqui porque acho que precisamos conversar.
LEXIEOlho pela janela, vejo quando Stephan sobe em sua moto e da partida. As lágrimas descem com intensidade de meus olhos. Mamãe abraça meu corpo, e tenta me acalmar, mas é em vão.Não sei como tudo chegou a este ponto, tampouco o motivo. Sabia que meu pai não aceitaria bem todos os fatos, entretanto, jamais imaginaria que seria dessa forma. Jamais imaginaria isso.— Lexie, precisa se acalmar, querida. Venha aqui, sente um pouco.— Eu o odeio. — digo, virando-me para minha mãe. — Eu odeio o papai por fazer isso, mãe. Eu o odeio.— Não diga isso, Lexie. Apesar de tudo, ele é o seu pai. E te ama tanto, querida.Ama?
DEREKMaldito seja Peter Oliver.Maldito seja o homem que um dia chamei de melhor amigo.Me traiu de todas as formas possíveis. Infernizou minha vida o quanto pode e parece que ainda não foi o bastante.Mas com Lexie não. Ninguém brinca com minha menina. Não permitirei, de modo algum.Lexie é minha maior raridade. Minha garotinha que tanto esperei. Amei desde o primeiro suspiro de vida e amarei até meu último suspiro nessa terra.Estou trancado em meu escritório desde que o infeliz filho de Peter saiu, mostrando toda a sua audácia. É realmente incrível tamanha semelhança. Não apenas aparência, mas o jeito. Tão perspicaz. Quase aparenta ser verdadeiro. Mas é nisso que mais se parece com o pai: fingir ser
LEXIEUma semana numa inacabável tortura. Uma semana sem realmente ver Stephan. Sem tocá-lo. Sem beijá-lo. Sem, de fato, amá-lo.Papai fez questão de me seguir por todos os lugares apenas para certificar-se de que não me encontraria com Stephan. Tenho me sentido presa, sufocada. Mais ainda por fingir que tudo está bem entre eu e Evan, quando, na verdade, não está.Não o amo.Mas que porra.Não o amo.Por que deixei essa mentira se prolongar por tanto tempo?Por que diabos eu só tive de perceber que não o amava, quando Stephan surgiu em minha vida?Tudo poderia ser diferente. Completamente diferente.Hoje, por exem
STEPHANFecho minha mochila. Não me dou o trabalho de conferir se está tudo certo. Não há muito, certamente fora colocado apenas o necessário. Abro a última gaveta da cômoda. Retiro de lá uma velha caixa de sapato. Todo o dinheiro que tenho está ali. Não é muito, mas é o suficiente para manter à mim e Lexie nos próximos dias. Então, quando acabar — e não deve demorar tanto — viveremos o desconhecido, mas ainda teremos um ao outro e tudo, tudo ficará bem.A única foto que tenho ao lado de minha mãe também está na gaveta. Estou sentado em seu colo, ela me olha com um largo sorriso e eu não pareço muito feliz na fotografia.Sorrio com a lem
“Mal você sabeComo eu estou quebrando enquanto você dormeMal você sabeEu ainda estou assombrado pelas memóriasEstou pronto para perdoá-loMas esquecer é uma luta mais difícilPouco você sabe que euPreciso de um pouco mais de tempoPouco você sabe, eu sei que você está machucadoEmbora eu pareça estar dormindoMal você sabe todos os meus errosEstão lentamente me afogandoEu vou esperar, só esperarEu vou te amar como você nunca sentiuA dor, só esperarEu vou te amar como se eu nunca tivesse medoBasta esperar, o nosso amor está aquiE veio para f