LEXIE
Ando de um lado para o outro, desnorteada. Tudo ao redor parece não existir. Meu pensamento está em Stephan e nada mais parece importar no mundo.
Sophia está deitada no colo do avô e, graças aos Céus, mais calma. Me corta o coração de ver uma garotinha de apenas oito anos tendo de submeter-se a situações devastadoras como essas.
Uma hora. Há mais de uma hora espero informações sobre o quadro de Stephan . Meu coração está apertado dentro do peito. Meu corpo dói, minha cabeça... tudo em mim dói.
É só dor.
Mesmo estando imersa em meus próprios pensamentos, ouço o som de passos desesperados vindos em minha direção. Vincent surge diante de mim com as feições repletas de preocupação, os olhos vermelhos, de quem já havia chorado o suficiente. Não preciso dizer nada. Nem ele. Apenas corro em sua direção e ele me acolhe em um abraço apertad
STEPHAN— Ei, cara, está bonito!Vincent surge atrás de mim. Está vestido em um smoking preto, os cabelos alinhados e bem penteados para trás.Sorrio.Volto-me para o espelho e trato de terminar de arrumar minha gravata.— Está tudo certo lá embaixo?Meu amigo afirma com um singelo sorriso.— Até agora, sim. Esperemos para ver se a noiva realmente vai aparecer.Franzo o cenho.— Estou só brincando. É claro que ela vai aparecer.Meu amigo ri.— Obrigado, cara.É a vez de Vince crispar a testa. Endireito a gravata e me viro para meu melhor amigo.— Obrigado pelo que, exatamente?— Por tudo
LEXIE SANT OLIVER— Bom dia, esposa...A voz cheia de rouquidão matinal de Stephan soou pelos meus ouvidos. Automaticamente, meu coração bate mais rápido e de modo descompassado, resultado do que sua voz reflete em mim.Abro os olhos lentamente, esperando não acordar de um sonho e dar de cara com uma realidade muito esperada por mim e, para minha sorte e alegria, era real.Tudo era real.Stephan estava ali, abraçando meu corpo nu. Me afundei em seu peitoral descoberto e aspirei seu perfume natural.Tão bom. Tão gostoso.E, finalmente, depois de constatar pela milésima vez minha mais nova realidade, eu sorri, repleta de gratidão.— Bom dia, esposo. — soprei, encarando seu rosto um pouco amarfanhado, mas nem de longe parecia feio aos meus olhos.St
Bônus de NatalQuerido Papai Noel,Sou a Sophia. Sophia Sant. Quer dizer, agora sou Sophia Sant Oliver. Porque meu pai se chama Stephan Oliver, e agora ele está namorando com a minha mamãe, o que faz com que seu sobrenome também seja meu agora, sabe?Ahn... certo. Eu acabei me empolgando. Não era assim que planejava começar essa cartinha, então vou inicia-la de novo, tudo bem?Vamos lá.Querido Papai Noel,Sou Sophia Sant Oliver. E eu sei que você já me conhece porque, uma vez durante o ano você aparece para me deixar presentes, e, embora eu nunca tenha te visto pessoalmente, gosto muitíssimo de você. Por isso, Papai Noel, no natal deste ano ao invés de te pedir coisas, eu queria mesmo era te agradecer. Agradecer por todos os present
LEXIEMeu turno de 12 horas finalmente chegou ao fim. Estou tão cansada que preciso me esforçar para manter os olhos abertos.A emergência, enfim, está vazia.Me recosto às prateleiras de suprimentos médicos e fecho os olhos por uma fração de segundos. Poderia finalmente me render a exaustão ali mesmo, no entanto meu telefone toca e acaba por me despertar rapidamente.— Alô? — Balbucio, a voz sonolenta, meio hesitante.— Querida, sou eu. — A voz de minha mãe soa maviosa no outro lado da linha.Difícil despertar com essa voz que é tão suave e serena. Sorrio.
STEPHAN— Seu pai se chama Peter Oliver, Stephan.As palavras de minha mãe martelaram na minha mente todo o tempo. Eu andava de um lado para o outro naquele maldito hospital e minha mente deveria estar focando apenas nela, na cirurgia que ela estava fazendo naquele momento, mas não.Eu só conseguia pensar em Peter Oliver. Meu pai.Meu maldito pai.Quem ele era? Por que inferno havia nos deixado?Só era um garoto. Quinze anos, uma mãe doente, uma casa de um único cômodo em um lugar imundo. Toda a minha infância fazendo perguntas sobre quem era meu pai ou onde ele estava, e por que não estava conosco. Sempre recebendo respostas como: "Eu sou sua mãe, Stephan, é isso que importa". Tudo isso pareceu em vão naquele
LEXIEEstou beijando Stephan. Estou beijando um cara que não é Evan. Estou beijando e, me dói admitir, mas eu realmente sei o que estou fazendo. E eu quero.E como quero.Ele me beija com tanta força e velocidade, eu fico atordoada, porque não sei o que fazer. Não sei como controlar esse desejo insano existente entre nós.Não sei quem ele é. Não sei nada sobre ele. Mas sei que nossos lábios parecem perfeitos um para o outro. Sei que ele tem um jeito exclusivo de me tocar. Sei que ele sabe que eu quero essa colisão entre nós dois tanto quanto ele.Mas, então, Evan vem em minha mente. Mamãe e papai. Tudo que eu aprendi. Os ensinamentos que recebi. Quem eu aprendi que devo ser.Não é esse tipo de pessoa. Não
STEPHANÉ o meu quinto cigarro no dia. Solto a fumaça pela boca e todo o meu rosto é coberto pela nuvem habitual de fumo. Olho pela janela, o sol está se pondo, a noite vem vindo e a sensação de solidão também se aproxima.A porta do meu quarto se abre de repente e eu nem preciso prever quem é. Olho com ódio para Peter pelo seu atrevimento em vir até meu quarto, o espaço que deveria ser apenas meu, minha zona. Meu ambiente.— O que você quer? — pergunto com um descaso evidente.— Está mais calmo? Acha que podemos conversar agora?— Nossas conversas nunca terminam bem, Peter. Eu sempre acabo socando você. — digo com austeridade. — Ainda quer conversar comigo?Ignorando minhas expectativas, Peter entra em meu quarto, respondendo minha pergunta da forma que eu não esperava que respo
LEXIEDurante o percurso de volta para casa, fico em silêncio quase todo o tempo. Mamãe, tia Pamela e tia Brina conversam o caminho todo. Falam sobre como o vestido parece ter sido feito exclusivamente para mim. Eu concordo algumas vezes, dou alguns sorrisos, mas uma única coisa me deixa inquieta e temerosa; o olhar que tia Brina vez ou outra lança para mim. Como se soubesse de alguma coisa e eu precisasse esclarecer a ela.Tia Pam estaciona o carro e ela e mamãe são as primeiras a entrar em casa. Tia Sabrina prefere acompanhar meus passos. Ele deposita a mão em meu ombro me fazendo parar por um instante.— Querida... Acho que nós precisamos conversar.Mordo os lábios.— Sobre o que...?— Não ache que eu não vi. — ela diz de um jeito extremamente direto. Meu coração acelera. —