“Mal você sabe
Como eu estou quebrando enquanto você dorme
Mal você sabe
Eu ainda estou assombrado pelas memórias
Estou pronto para perdoá-lo
Mas esquecer é uma luta mais difícil
Pouco você sabe que eu
Preciso de um pouco mais de tempo
Pouco você sabe, eu sei que você está machucado
Embora eu pareça estar dormindo
Mal você sabe todos os meus erros
Estão lentamente me afogando
Eu vou esperar, só esperar
Eu vou te amar como você nunca sentiu
A dor, só esperar
Eu vou te amar como se eu nunca tivesse medo
Basta esperar, o nosso amor está aqui
E veio para f
LEXIEMe olho no espelho pela segunda vez. Continuo não gostando do que vejo. Estou trajada em um vestido vermelho que é justo e marca todo o meu corpo. Um salto fino e muito desconfortável nos pés. O cabelo em um coque formal que me irrita por estar tão perfeito. Em meus lábios o batom de cor vermelha vibrante chama atenção mesmo estando a métros de distância.Faço uma careta. Mamãe, tia Pamela e Brina me olham esperançosas.— Não olhem assim. Eu sei o que vão dizer. E não, não estou bem. É como se eu gritasse, "tenha piedade de mim e, por favor, fique comigo!"Tia Sabrina ri.— Soph, o que você acha da mamãe?
STEPHAN— Conheci a mulher da minha vida, Ste!Vincent entra no apartamento com um sorriso que se expande de orelha a orelha. Olho para meu amigo, arqueio o cenho, desconfiando de sua afirmação. Vincent não é o tipo de cara que se satisfaz apenas com uma mulher. Ele gosta da emoção de ter várias, não só uma.Não dou muito crédito às suas palavras. Continuo esvaziando uma das últimas caixas com meus pertences.— Você ouviu o que eu disse? — afirmo, balançando a cabeça. Mas com certo desinteresse.Vince anda até minha frente e paralisa. Me intima a depositar toda minha atenção nele. Ergo os olhos.
LEXIEVincent é doce, cômico e amável. Quando desço da moto ainda sinto o coração batendo forte. É uma adrenalina. Tudo é uma adrenalina. Ele me fez rir quase todo o percurso até minha casa. Gritávamos, na tentativa de mantermos um diálogo, devido ao vento forte batendo contra nossos corpos com a moto em movimento constante e veloz.Quando finalmente chegamos em minha casa, ele faz questão de me acompanhar até o portão. Beija minha mão cordialmente como um perfeito cavalheiro, fazendo com que eu me sinta num filme remoto. Dama de vermelho. É dessa maneira que ele se refere a mim. Não porque não sabe meu nome, mas porque simplesmente prefere me chamar assim.Entro em casa flutuando. Um sorriso de orelha à orelha. Um sorriso que há tempos não se fazia presente em minha face. Tive seis encontros em uma difícil e assombrada semana, mas, ironicamente o único encont
STEPHAN— Hoje é sexta-feira!Vincent entra na cozinha cantarolando e tão feliz que incomoda — de um jeito não tão ruim. Às vezes, só queria ser feliz como ele é. Vince ri na cara das tribulações da vida e eu deveria ser mais como ele. No entanto, por mais que já tenha tentando, ser infeliz é algo que está atrelado a mim. Faz parte da minha essência — infelizmente.Forço um sorriso para o meu amigo, que tem uma toalha atrás da nuca, os cabelos respingando, o que me leva a crer que ele acaba de sair do banho.— Que cara é essa, irmão? Cadê o seu sorriso? Hoje é...— Sexta-feira, eu enten
LEXIE— Mamãe, onde vai assim tão lindinha?Termino de colocar um brinco dourado pequeno e discreto na orelha direita. Desvio minha atenção para Sophia.— Lembra do cara de gato?Ela balança a cabeça em afirmação.— Vou jantar com ele. Acha que estou...— Está bem bonita, mamãe. Tem sorte de ser tão parecida comigo. Todo mundo diz que você é minha cara!Não contenho uma alta gargalhada. Sophia é minha alegria constante, é tanto amor que sinto por ela que chega a não acomodar-se no peito.— Ah, eu tenho muita sorte sim. Porque você é muito linda, querida!
STEPHANDepois que ela se vai, eu ainda permaneço petrificado pela surpresa. Era ela. Tão linda. Os olhos tão azuis, os lábios avermelhados, o corpo perfeito. Era ela em toda sua venustidade. Era elaQuando consigo, enfim, me mover, desloco-me até o sofá. Respiro profundamente, sentindo o peito e os olhos arderem. Vê-la e não tocá-la foi o que mais doeu em mim. Estávamos tão perto, ao mesmo tempo em que parecíamos tão longe.Era minha Lexie, mas algo estava diferente. Ela estava diferente. Algo em seu olhar refletia dor, tristeza, medo. Raiva. Algo em seu olhar refletia ódio. De mim.Lexie me odeia.Lexie, meu grande amor, me odeia.Meus olho
LEXIE— Você está triste, mamãe?A voz de Sophia ressoa, fazendo com que eu desperte de meus devaneios. Pisco os olhos algumas vezes, tentando fazer com que os resquícios de lágrimas desvaneçam. Forço um sorriso.— Triste? — ela afirma, parece preocupada. — É claro que não, meu amor. Estou ótima. Por que estaria triste?Liberto um riso tão falso que nem mesmo chega a me convencer. Sophia revira os olhos e dá de ombros.— O encontro com o cara de gato de não foi legal?Forço um sorriso ainda mais inautêntico. Soph não tem que compartir minhas dores. Elas são minhas. Nunca dela. So
STEPHANÉ cedo quando estaciono minha moto nas proximidades da casa de Lexie. A mansão ainda é a mesma, sem tirar ou por. Fico encolhido, na espera e na esperança de que ela saia pelo portão a qualquer momento. Precisamos conversar. Precisamos de um único momento a sós.Depois de algum tempo, vejo quando o portão elétrico se abre e Lexie sai dirigindo um carro. Para minha surpresa, ela não está sozinha. Há uma garotinha no banco de trás e ambas estão conversando uma com a outra, felizes.Lexie não nota minha presença. Apenas acelera seu carro e eu não tenho outra alternativa a não ser segui-la.O percurso que ela faz não é longo. É apenas questão de alguns poucos minuto