STEPHAN
O pai de Lexie me analisa dos pés a cabeça. Quando me olha no rosto, sua expressão muda. Não para melhor, mas para pior. Se é que pode piorar.
Lexie vem até mim, seguro sua mão. Não com o intuito de provocar seu pai ou sua família. Longe de mim. Seguro suas mãos porque quero transmitir segurança para ela. Quero mostrar que estamos juntos nessa, que eu jamais a deixarei. Não agora. Nem nunca. Nenhum de nós vai embora.
— O que este garoto faz aqui? É algum tipo de brincadeira, Lexie? Está me desafiando, é isso?
Derek olha para mim todo o tempo. Se seus olhos fossem uma arma, eu já estaria morto a esta altura do campeonato.
— Ela não me chamou, senhor. Estou aqui porque acho que precisamos conversar.
LEXIEOlho pela janela, vejo quando Stephan sobe em sua moto e da partida. As lágrimas descem com intensidade de meus olhos. Mamãe abraça meu corpo, e tenta me acalmar, mas é em vão.Não sei como tudo chegou a este ponto, tampouco o motivo. Sabia que meu pai não aceitaria bem todos os fatos, entretanto, jamais imaginaria que seria dessa forma. Jamais imaginaria isso.— Lexie, precisa se acalmar, querida. Venha aqui, sente um pouco.— Eu o odeio. — digo, virando-me para minha mãe. — Eu odeio o papai por fazer isso, mãe. Eu o odeio.— Não diga isso, Lexie. Apesar de tudo, ele é o seu pai. E te ama tanto, querida.Ama?
DEREKMaldito seja Peter Oliver.Maldito seja o homem que um dia chamei de melhor amigo.Me traiu de todas as formas possíveis. Infernizou minha vida o quanto pode e parece que ainda não foi o bastante.Mas com Lexie não. Ninguém brinca com minha menina. Não permitirei, de modo algum.Lexie é minha maior raridade. Minha garotinha que tanto esperei. Amei desde o primeiro suspiro de vida e amarei até meu último suspiro nessa terra.Estou trancado em meu escritório desde que o infeliz filho de Peter saiu, mostrando toda a sua audácia. É realmente incrível tamanha semelhança. Não apenas aparência, mas o jeito. Tão perspicaz. Quase aparenta ser verdadeiro. Mas é nisso que mais se parece com o pai: fingir ser
LEXIEUma semana numa inacabável tortura. Uma semana sem realmente ver Stephan. Sem tocá-lo. Sem beijá-lo. Sem, de fato, amá-lo.Papai fez questão de me seguir por todos os lugares apenas para certificar-se de que não me encontraria com Stephan. Tenho me sentido presa, sufocada. Mais ainda por fingir que tudo está bem entre eu e Evan, quando, na verdade, não está.Não o amo.Mas que porra.Não o amo.Por que deixei essa mentira se prolongar por tanto tempo?Por que diabos eu só tive de perceber que não o amava, quando Stephan surgiu em minha vida?Tudo poderia ser diferente. Completamente diferente.Hoje, por exem
STEPHANFecho minha mochila. Não me dou o trabalho de conferir se está tudo certo. Não há muito, certamente fora colocado apenas o necessário. Abro a última gaveta da cômoda. Retiro de lá uma velha caixa de sapato. Todo o dinheiro que tenho está ali. Não é muito, mas é o suficiente para manter à mim e Lexie nos próximos dias. Então, quando acabar — e não deve demorar tanto — viveremos o desconhecido, mas ainda teremos um ao outro e tudo, tudo ficará bem.A única foto que tenho ao lado de minha mãe também está na gaveta. Estou sentado em seu colo, ela me olha com um largo sorriso e eu não pareço muito feliz na fotografia.Sorrio com a lem
“Mal você sabeComo eu estou quebrando enquanto você dormeMal você sabeEu ainda estou assombrado pelas memóriasEstou pronto para perdoá-loMas esquecer é uma luta mais difícilPouco você sabe que euPreciso de um pouco mais de tempoPouco você sabe, eu sei que você está machucadoEmbora eu pareça estar dormindoMal você sabe todos os meus errosEstão lentamente me afogandoEu vou esperar, só esperarEu vou te amar como você nunca sentiuA dor, só esperarEu vou te amar como se eu nunca tivesse medoBasta esperar, o nosso amor está aquiE veio para f
LEXIEMe olho no espelho pela segunda vez. Continuo não gostando do que vejo. Estou trajada em um vestido vermelho que é justo e marca todo o meu corpo. Um salto fino e muito desconfortável nos pés. O cabelo em um coque formal que me irrita por estar tão perfeito. Em meus lábios o batom de cor vermelha vibrante chama atenção mesmo estando a métros de distância.Faço uma careta. Mamãe, tia Pamela e Brina me olham esperançosas.— Não olhem assim. Eu sei o que vão dizer. E não, não estou bem. É como se eu gritasse, "tenha piedade de mim e, por favor, fique comigo!"Tia Sabrina ri.— Soph, o que você acha da mamãe?
STEPHAN— Conheci a mulher da minha vida, Ste!Vincent entra no apartamento com um sorriso que se expande de orelha a orelha. Olho para meu amigo, arqueio o cenho, desconfiando de sua afirmação. Vincent não é o tipo de cara que se satisfaz apenas com uma mulher. Ele gosta da emoção de ter várias, não só uma.Não dou muito crédito às suas palavras. Continuo esvaziando uma das últimas caixas com meus pertences.— Você ouviu o que eu disse? — afirmo, balançando a cabeça. Mas com certo desinteresse.Vince anda até minha frente e paralisa. Me intima a depositar toda minha atenção nele. Ergo os olhos.
LEXIEVincent é doce, cômico e amável. Quando desço da moto ainda sinto o coração batendo forte. É uma adrenalina. Tudo é uma adrenalina. Ele me fez rir quase todo o percurso até minha casa. Gritávamos, na tentativa de mantermos um diálogo, devido ao vento forte batendo contra nossos corpos com a moto em movimento constante e veloz.Quando finalmente chegamos em minha casa, ele faz questão de me acompanhar até o portão. Beija minha mão cordialmente como um perfeito cavalheiro, fazendo com que eu me sinta num filme remoto. Dama de vermelho. É dessa maneira que ele se refere a mim. Não porque não sabe meu nome, mas porque simplesmente prefere me chamar assim.Entro em casa flutuando. Um sorriso de orelha à orelha. Um sorriso que há tempos não se fazia presente em minha face. Tive seis encontros em uma difícil e assombrada semana, mas, ironicamente o único encont