Júlia...Se eu consegui dormir? Nem um pouco! Quando deu 5 da manhã e o dia começou a clarear, eu me levanto, troco de roupa e passo pasta de dente na boca para esconder o cheiro de bebida misturado com bafo. Ajeito meu cabelo e abro a porta do quarto de fininho, eu ia embora e depois daria uma desculpa para Marina. Desço as escadas na ponta do pé, para não fazer barulho. Destranco a porta da sala com cuidado e acesso o quintal, ufa, eu estava no lado de fora. Abro o portão e já dou de cara com 3 homens. — Bom dia senhorita! Um deles me cumprimenta. — Bom dia! Tento passar por ele mais o mesmo não deixa. — Vai aonde? Ele pergunta. Olho pra ele indignada, como assim! Eu lá tenho que dá satisfação da minha vida pra ele agora? Penso até em responder, mas como ele está armado acho melhor ser gentil. — Eu vou embora! — Ninguém sai sem a autorização do chefe! — Seu chefe está dormindo, eu não vou acordar ele e minha irmã por causa disso! Falo e tento passar novamente e ma
Maju... Depois que Lyon me deixou em casa, dormir não foi nada fácil, minha cabeça era um turbilhão de emoções. Saber que ele ainda me amava mexia comigo, mas também me fazia questionar esse amor, como alguém diz que ama a outra pessoa, mas não consegue ficar sozinho por um tempo? Bufo com aquele pensamento, Lyon é um egoísta safado! Mas eu sou burra o suficiente para ama-lo ainda! Bufo de novo! Sempre que eu pensava mal dele, vinha um pensamento que jogava na minha cara que mesmo ele sendo aquilo tudo eu ainda sim o amava. Para tentar sair desses pensamentos resolvo ligar para Alex, precisava saber se ele estava bem. Ligação on... Maju: Diz que você está bem? Alex: Estou sim e você? Majú: Eu não estava em perigo, fica tranquilo. Alex: Sabe que vamos ter que ter um conversa né? Majú: Eu sei... E ainda tenho uma promessa a cumprir. Alex: Amanhã 13:00 te busco para almoçarmos, pode ser? Majú: Pode sim... Esse horário já estou em casa. Nos despedimos... Ligação off...
Continua...Eu não ia voltar para o Lyon, mesmo que eu o amasse, mesmo que eu levasse esse sentimento para o caixão, mas eu não podia deixar a situação dele com Leon do jeito que estava. Já em casa chamo Leon para uma conversa. — Precisamos conversar! Ele me encarava desconfiado. — Tá bom! O que eu fiz de errado? — Não fez nada! Rio de sua preocupação. — Você e seu pai precisam se acertar. Vejo seus olhos se enxerem de lágrimas. Leon amava o pai, mas ele estava magoado e eu o entendia, mas viver com esse sentimento não era bom. — Ele nos abandonou! Ele diz. — Ele tem motivos! Respondo. — Ele te faz chorar! — Eu choro por qualquer coisa, você sabe! — Ele grita com a senhora! — Mas eu grito com ele também! Sem contar que é só uma discussão de adultos, não há agressão, seu pai não é assim! — Ele é bandido! Essa me deixa sem fala... Como assim? Nunca conversamos sobre quem é o pai dele de verdade. — Quem falou isso? — Na escola! Ele não deu um nome específico e eu nã
— Chegou a hora! ... — Eu ainda não tenho todas as informações necessárias, mas como sei que vocês querem saber o que está pegando não tenho outra opção a não ser contar o que sei até aqui. Lyon começa a falar, ali estavam eu, Kadu, Lorena e Fael... — Tudo começou no dia da minha viagem para os EUA com a Majú... Eu recebi uma ligação do chefe e com a ligação veio uma missão, matar Caíque... Eu o questionei, quis saber o motivo, tentei argumentar, eu não podia matar o cara que fez o que fez pela minha mulher, sem contar que ela não me perdoaria. O chefe estava irredutível, ele queria a cabeça de Caíque, eu não entedia o motivo. Quando voltei para o Brasil recebi a ligação do advogado de caíque e fiquei mais confuso quando soube que ele havia recebido a mesma ordem, me matar! Alguém queria eu e Caíque morto! — Por que? O interrompo perguntando. — Essa é a questão Majú, eu não sei! — Ok, eu entendo até aí, mas não entendo o por que de seu sumiço e o por que de estarmos aqui! A
Marina...O aniversário da minha irmã estava chegando, ela nunca fazia nada nesse dia. Juju sempre foi uma menina delicada e muito alegre, quando fez 16 anos seu brilho foi sumindo, eu não entendia o motivo, tentei várias vezes conversar com ela e a mesma sempre se esquivava. Até que ouvi uma conversa dela com minha mãe, a narcisista estava obrigando minha irmã a namorar com Patrick, filho da sua melhor amiga e dona da maior rede de joalheria do Brasil. Minha irmã não queria, Juju nem ligava para essa parada de namorado, o que ela gostava mesmo era de lê romances, assistir filmes e estudar, namoro não era sua prioridade naquele momento, ela só tinha 16 anos! Lógico que eu quebrei o pau com a minha mãe, mas ela era ruim demais para se comover ou se abalar com qualquer argumento. Ela tinha tentado fazer isso comigo, mais eu bati o pé não aceitei. Na época eu era apaixonada por um carinha, por incrível que pareça o mesmo que ela queria que eu me envolvesse e por birra bati o pé e não
Fui no shopping conversar com uma amiga que tinha um buffet e sua loja era lá, depois de tudo acertado encontro Caíque e Lyon... E não é que era verdade, Lyon está vivíssimo mesmo! Me aproximo e os cumprimento, depois de uma leve ameaçada e um abraço apertado, Lyon se despede e eu chamo caíque para almoçarmos. — O que faz aqui? Agora era a vez de Caíque me perguntar. — Vim conversar com Ana Belle. — Quem faz aniversário? Ele conhecia a Belle, éramos amigos de infância. — Juju! — Verdade! Havia me esquecido, mais ainda falta alguns meses. — Sim... Mas já quero organizar, quero tudo perfeito longe dos meus pais. Ela anda triste estou com medo dela... Paro de falar. — Ei... Não fica assim, ela ainda faz terapia neh? Caíque e Majú eram os únicos que sabiam o que acontecia com a Juju, foram os únicos que pude me abrir. — Eu não sei... Acho que sim! Eu sou uma péssima irmã, com a confusão do morro e com Fael eu acabei me afastando dela. — Não faça isso! Não se cobre! Ele
— Esse é o meu medo Marina... A vida da Majú não estava sendo nada fácil, nunca foi na verdade! — Vamos mudar um pouco de assunto... Que tal uma viagem? — Agora? Surtou? Lyon não vai permitir nem fodendo. — Não é agora, só daqui a seis meses... Mas preciso de ajuda para planejar. — Diz... — Aniversário da Juju, queria ir pra casa de praia dos meus pais lá em Angra... Só a galera daqui, meus pais não saberiam. — Sua irmã está bem? — De verdade? Não faço ideia, ela não se abre. Ela ficou uns dias alegre, mas ultimamente está triste novamente... Não sei o que fazer! Eu e Majú ficamos conversando até que resolvo ir dormir pra casa do Fael. ... Estava entrando na casa de Fael quando meu telefone toca. Ligação on... Eu: Diz aí mãe! Tereza: Diz aí? Que linguajar é esse Marina? Eu: Fala logo mãe, tô ocupada! Tereza: Você está aonde? Eu: Já passamos dessa fase neh Tereza? Minha mãe era assim, adorava controlar tudo, se déssemos mole até a cor da nossa lingerie ela queri
— Marina... Acorda... Marinaaa. Abro o olho assustada. — Que foi... Que foi. — Fogos!!! Tá escutando? Dou um pulo da cama, Fael já está colocando uma roupa, eu já estou me tremendo. — Invasão? Pergunto. O rádio dele começa a tocar junto com o celular. — Tô descendo! É só o que ele diz no rádio, ignorando o celular. — Não sei! Os fogueteiros soltaram fogos, mas não é invasão, vou colar lá na boca pra saber. Ele se aproxima de mim e me abraça forte me dando um beijo. — Cuidado! Digo ainda em seu abraço. — Vou me cuidar... Já sabe né? Se escutar barulho de tiro corre pra casa da Majú, os seguranças vão te levar. — Eu tenho plantão hoje mais tarde Fael. — Você sabe como são as coisas Marina, se der você vai, se for invasão, não vai ter como... Fica ligada nos tiros! Ele termina de falar e me dá o último beijo e saí do quarto. Eu odiava quando isso acontecia, odiava ficar presa aqui, odiava saber que a minha vida estava em risco, odiava saber que a vida dele estava em risco