Ainda Lyon...Quatro dias que Emilly não fala comigo direito, só o essencial. Ouvi várias vezes ela chorando no banheiro, isso me deixava pior ainda. Emilly era maneira, delicada, atenciosa e o principal... Não tinha culpa da merda que minha vida se transformou. — Abre a porta! Peço batendo na porta do banheiro. Mais uma vez ouço ela chorando. Sem dizer nada ela abre a porta e saí de lá me dando passagem para entrar, como ela era bem branquinha, era perceptível o nariz vermelho, os olhos também vermelhos. Seguro ela pelo braço e a puxo para um abraço. — Me perdoa! Digo ainda abraçado a ela. — Você era o cara que ela falou neh? O tal Lyon! Eu sabia que ela ia perceber, Emilly era muito inteligente e me conhecia bem. — É complicado... Tem coisas do meu passado que não posso contar. — Eu sabia! Você em nenhum momento olhou nos olhos dela e mesmo quando me defendeu, suas palavras saiam forçadas. Fico em silêncio, não tinha o que falar, na verdade eu não podia. — Preciso me pr
Ainda Lyon...Entrar naquele condomínio era fácil, eu soltava dinheiro para os seguranças da noite a anos, era assim que eu via cada passo do meu filho. Eu poderia já ir direto na casa dela, mas preferi aparecer para Kadu primeiro, queria que ele preparasse o terreno primeiro, eu conheço muito bem Majú, sei que quando ela quer ser tinhosa ela é! Cheguei na hora que Lorena fala mal de mim, não a julgo, eu sou um fodido mesmo. Depois de conversar com Kadu e ter a notícia que ela não quer me ver, meu psicológico fica meio que abalado, lembro do olhar frio dela pra mim. Eu até ia embora e arrumaria outro jeito de conversar com ela, mas não... Eu sou Daniel Barreto e não deixo nada pra depois! Entro na casa dela e vou direto ao seu quarto, a filha da puta me conhece muito bem, trancou a porta. Dou um sorriso. Desço as escadas em silêncio para não acordar Leon e vou direto a um pote que tem no painel da sala dela, dentro pego a chave da porta de seu quarto. Todas as chaves extras da
Continua...Chego na comunidade e vou direto pra boca, me sento na cadeira de pezão e acendo logo um baseado. Eu queria me acalmar, eu precisava... A dor no meu peito era tanta que mesmo eu tomando um tiro nele acho que não doeria tanto. Toda hora aquela porra martelava na minha cabeça “... Eu não gosto dele”. Me levanto e pego na mesa de embalar drogas dói pacotes de cocaína, faço seis carreiras e com uma nota de cem enrolada começo a cheirar uma a uma. — Que porra é essa? Pezão entra no escritório e passa a mão pela mesa espalhando toda droga. — Tá doidão viado? Que porra tá acontecendo? — Me deixa porra! Me deixa! Eu tentava pegar mais cocaína, mas pezão não deixava. — Porra Lyon... Não vou deixar tú entrar nessa, seja lá o que tenha acontecido, se enfiar nas drogas não vai resolver seus problemas. — Meu filho me odeia pezão, caralho... Ele me odeia! Digo me sentado na cadeira. — Vocês se encontraram? Pezão senta no sofá que tem ali. Conto a ele o que aconteceu... — Eu
Emilly... Foi amor a primeira vista! Na primeira vez que vi Dan, meu coração bateu forte... É eu sei, se envolver com bandido era furrada, eu sempre soube disse. Eu sabia muito bem, eu andava com eles pra lá e pra cá, sabia muito bem como eles eram, mas fazer o que se com Dan meu coração bateu forte? As coisas foram acontecendo entre nós, sem cobranças, sem pressão, quando vi já estava morando com ele. Tudo ia bem, até o dia da praia, ali tudo se desandou . Eu vi nos olhos dele que ele conhecia aquela mulher da praia, eu sabia que ela era o passado dolorido dele que geral comentava na boca, mas ele não tocava no assunto. Não sou ciumenta, não sou possessiva, eu me valorizo, sou inteligente, sou bonita e sei que tem um monte que arrasta um caminhão por mim, então não imploro amor. Ele disse que ela não era um problema, vejo que ele mentiu, algo que nunca havia acontecido até aquele dia. Quando ele saiu de casa, eu sabia que ele estava indo atrás dela, eu vi como ele ficou qua
Fael...Chego em casa e Marina está deitada em minha cama me esperando, ela dorme. Tomo um banho e quando volto pro quarto ela está acordada. — Demorou. — Eu estava esperando a chuva passar, te falei. — Estava com alguém? — Serio Marina? No dia da boate você não me pareceu se importar tanto assim comigo! — Esse assunto de novo, Fael? — Então fala logo o que te trouxe aqui! Me deito na casa ao seu lado. — Minha irmã... — Tú tem irmã desde quando? Estreito meu olhar pra ela. — Desde sempre Fael! — Tô sabendo disso não! Mas ok... Continua. — Minha irmã tá precisando fazer um trabalho pra faculdade, é sobre um projeto social... Não sei explicar direito, mas seria legal ela fazer aqui na comunidade. — Aqui? Por que aqui! Digo sem entender. — Ela vai trazer mais saúde pra comunidade, ela faz educação física, sempre fez aula de dança... Ela quer trabalhar com as crianças e com os idosos... Eu não sei bem, eu disse a ela que tentaria agendar um dia para vocês conversa
Continua...Tava tudo organizado, em cada canto dessa comunidade tinha gente armada, a contenção estava mais equipada. As ruas estavam desertas, meus moradores entenderam bem o recado, quanto menos efeitos colaterais, melhor! Por volta das 22 horas meus fogueteiros começam a fazer seus trabalhos, fogos pipocando no céu indicavam que aqueles otários haviam chegado. Pego meu rádio e mando a mensagem: — Chegou a hora cambada, vamos por esses vermes pra correr... Grito. Mudo a frequência do rádio e acho a deles... — Mete a cara seus cuzão, se despedem das mãezinhas que hoje vocês não voltam pra casa, manés! O tiroteio começa, eles não vieram pra brincar não, estavam pesadão, até ajuda do blindado eles estavam tendo. Eles até podiam entrar, mais sair era outra história, aqui era minha casa e cada centímetro daqui eu conhecia. — Caralho Fael, já perdemos muitos moleques... Esses cornos não vieram sozinhos não! FM berrava. — To ligado! Reorganiza a tropa e senta bala nesses filhos
Fael continua...— Atenção aqui galera! Falo alto chamando a atenção de todos que estavam ali. — Esses daqui são nossos novos aliados, vocês já conhecem o chefe de vocês, que ressuscitou das cinzas. Geral rir. — E esses daqui são pezão, chefe da CDD, olho de vidro chefe do complexo da penha e essa daqui é Emilly a mascote do grupo. Mais uma vez geral rir. Pezão começa a falar logo depois de mim. — Mas não se iludam com esses olhos azuis e carinha angelical, Emilly é mais braba que muito marmanjo aqui! Emilly se limita a rir, mais não diz nada. Depois das apresentações geral voltou ao que estava fazendo, beber, comer e contar vantagens, por que se tem uma coisa que homens sabem fazer de melhor é contar vantagens, tudo isso regrado de muito funk. Já estava tarde e o pessoal do Lyon já estavam indo embora, Lyon se aproxima para se despedir. — Vou meter o pé Fael, o comboio é grande. — Pensei que tú ia ficar de vez aqui? — Eu vou voltar, só preciso organizar umas paradas com pezã
Cheiro o pescoço dela. — Não foi bem assim... Você sabe disso. Ela diz fechando os olhos, sentindo eu beijar seu pescoço. — Só acho que você merecia perder a virgindade com um cara legal, que goste de você de verdade... Ela abre os olhos nesse momento e tenta levantar do meu colo, mas eu a impeço. — Viu como eu tinha razão? Homens da sua idade é bem mais experientes, mais “cabeça”. Eu sou muito nova, infantil. Ela tenta se levantar mais uma vez e eu torno a impedir. — Eu não soube me expressar... — Fica tranquilo Rafael, você não falou nada demais, não se sinta mal. Você está certíssimo. Bufo e deixo ela se levantar. Ela volta a arrumar as coisas. — Deixa isso aí, mais tarde vem alguém ajeitar tudo, não se preocupe. Ela dá uma olhada no relógio e depois me olha. — Preciso ir. Ainda dá tempo de pegar o pessoal almoçando. — Você vai insistir nesse almoço mesmo Júlia? Fala sério! — Talvez de certo! Ela diz pensativa. — O que dá certo? — Esse casamento. E se não der a g