Fael...Chego em casa e Marina está deitada em minha cama me esperando, ela dorme. Tomo um banho e quando volto pro quarto ela está acordada. — Demorou. — Eu estava esperando a chuva passar, te falei. — Estava com alguém? — Serio Marina? No dia da boate você não me pareceu se importar tanto assim comigo! — Esse assunto de novo, Fael? — Então fala logo o que te trouxe aqui! Me deito na casa ao seu lado. — Minha irmã... — Tú tem irmã desde quando? Estreito meu olhar pra ela. — Desde sempre Fael! — Tô sabendo disso não! Mas ok... Continua. — Minha irmã tá precisando fazer um trabalho pra faculdade, é sobre um projeto social... Não sei explicar direito, mas seria legal ela fazer aqui na comunidade. — Aqui? Por que aqui! Digo sem entender. — Ela vai trazer mais saúde pra comunidade, ela faz educação física, sempre fez aula de dança... Ela quer trabalhar com as crianças e com os idosos... Eu não sei bem, eu disse a ela que tentaria agendar um dia para vocês conversa
Continua...Tava tudo organizado, em cada canto dessa comunidade tinha gente armada, a contenção estava mais equipada. As ruas estavam desertas, meus moradores entenderam bem o recado, quanto menos efeitos colaterais, melhor! Por volta das 22 horas meus fogueteiros começam a fazer seus trabalhos, fogos pipocando no céu indicavam que aqueles otários haviam chegado. Pego meu rádio e mando a mensagem: — Chegou a hora cambada, vamos por esses vermes pra correr... Grito. Mudo a frequência do rádio e acho a deles... — Mete a cara seus cuzão, se despedem das mãezinhas que hoje vocês não voltam pra casa, manés! O tiroteio começa, eles não vieram pra brincar não, estavam pesadão, até ajuda do blindado eles estavam tendo. Eles até podiam entrar, mais sair era outra história, aqui era minha casa e cada centímetro daqui eu conhecia. — Caralho Fael, já perdemos muitos moleques... Esses cornos não vieram sozinhos não! FM berrava. — To ligado! Reorganiza a tropa e senta bala nesses filhos
Fael continua...— Atenção aqui galera! Falo alto chamando a atenção de todos que estavam ali. — Esses daqui são nossos novos aliados, vocês já conhecem o chefe de vocês, que ressuscitou das cinzas. Geral rir. — E esses daqui são pezão, chefe da CDD, olho de vidro chefe do complexo da penha e essa daqui é Emilly a mascote do grupo. Mais uma vez geral rir. Pezão começa a falar logo depois de mim. — Mas não se iludam com esses olhos azuis e carinha angelical, Emilly é mais braba que muito marmanjo aqui! Emilly se limita a rir, mais não diz nada. Depois das apresentações geral voltou ao que estava fazendo, beber, comer e contar vantagens, por que se tem uma coisa que homens sabem fazer de melhor é contar vantagens, tudo isso regrado de muito funk. Já estava tarde e o pessoal do Lyon já estavam indo embora, Lyon se aproxima para se despedir. — Vou meter o pé Fael, o comboio é grande. — Pensei que tú ia ficar de vez aqui? — Eu vou voltar, só preciso organizar umas paradas com pezã
Cheiro o pescoço dela. — Não foi bem assim... Você sabe disso. Ela diz fechando os olhos, sentindo eu beijar seu pescoço. — Só acho que você merecia perder a virgindade com um cara legal, que goste de você de verdade... Ela abre os olhos nesse momento e tenta levantar do meu colo, mas eu a impeço. — Viu como eu tinha razão? Homens da sua idade é bem mais experientes, mais “cabeça”. Eu sou muito nova, infantil. Ela tenta se levantar mais uma vez e eu torno a impedir. — Eu não soube me expressar... — Fica tranquilo Rafael, você não falou nada demais, não se sinta mal. Você está certíssimo. Bufo e deixo ela se levantar. Ela volta a arrumar as coisas. — Deixa isso aí, mais tarde vem alguém ajeitar tudo, não se preocupe. Ela dá uma olhada no relógio e depois me olha. — Preciso ir. Ainda dá tempo de pegar o pessoal almoçando. — Você vai insistir nesse almoço mesmo Júlia? Fala sério! — Talvez de certo! Ela diz pensativa. — O que dá certo? — Esse casamento. E se não der a g
Capítulo especial FM...O pau torou aqui na comunidade, achei que não iríamos conseguir, mas graças ao meu parceiro conseguimos por aqueles “melecas” para correr... É foda trocar de facção, muitas coisas ruins aconteceriam... Invasões, polícia em cima, perseguição aos nossos familiares, polícia em cima, nossa cara na tv, nossa movimentação fora da comunidade não seria mais tão simples assim, o “chefe” é influente e apesar de não saber quem ele é “ainda”, sabíamos do que ele era capaz, já fizemos muitas coisas ruins a mando dele. Eu estava na churrasqueira quando vi a galera da CDD chegando, meus olhos param de primeira nela, uma loira espetacular. Fiquei observando de longe ela, observei se ela teria algum contato íntimo com um dos caras ali e só tive certeza que eles eram apenas amigos quando Fael apresentou eles pra geral, nenhum deles eram nada além de amigos dela... Meus olhos até brilharam, um sorriso safado escapou de meus lábios e várias paradas passaram pela minha cabeça.
Majú... — Senta aqui! Coloco Leon sentado em minha cama, eu precisava ter uma conversa com ele, meu bichinho chorava de soluçar. — Eu... não... quero... mais vê... ele mãe! Ele falava em meio aos seus soluços. — Meu amor, não fica assim.... Eu tentava acalma-lo. — Seu pai te ama querido. — Então por que ele sempre faz a senhora chorar? Eu fico sem saber o que dizer, apesar de pequeno, Leon era muito inteligente e eu não podia mentir pra ele. Minha relação com meu filho era de extrema sinceridade, por pior que fosse a verdade, ela teria que ser dita. Mas Leon é só uma criança, não tinha como contar a verdade pra ele assim, rápido! — Seu pai ficou desaparecido por anos e eu sofri muito com isso, descobrir que ele está vivo mexeu comigo... Mas tenho certeza que ele tem seus motivos. — E qual é o motivo? Leon seca os olhos com as costas da mão. — Eu não sei... — Ele não quis contar? Pergunta mais uma vez. — Eu não quis saber! Respondo. — Ele vai morar aqui? — Não! Claro
Majú no baile...Já eram 22 horas, daqui de casa já dava pra ouvir o som do baile, olho no relógio e vejo que já está quase na hora de Tábata e Alex chegarem. — Eles já devem está chegando. Lorena fala visivelmente tensa. — Sim... Vamos descendo, vou esperar eles no pé do morro, Fael não deixou subirem com o carro. Assim que eles chegam eu já vou logo agarrando eles. — Ahhhhhh Majúu sua lindaaaa. Eu ainda estou eufórica por conhecer um baile de favela de verdade. Tábata estava eufórica mesmo, era sempre essa a reação das minhas amigas quando vinham para o baile pela primeira vez. Depois de dar um abraço nela, vou até Alex... O homem está mais gato que sempre, dou um abraço forte nele e ouço quando ele diz: — Porra... Tá gata demais! Sorrio com seu comentário e já os direciono para o meu carro. ... O baile já estava lotado, Tábata já estava com um copo de bebida na mão, já dançava e rebolava até o chão, Lorena acompanhava ela, estava aproveitando por que daqui a pouco Kadu
Respiro fundo e tento ignorar ele, lavo minhas mãos e quando me preparo para secar ouço ele falar: — Ou tú é burra de mais ou você é corajosa! Trazer aquele pela saco pra dentro da minha comunidade, não é qualquer um que tem essa coragem não! Ele começa. — E qual o problema!? Você nem mora mais aqui! Falo com desdém e me preparo para sair do banheiro. — Qual o problema? Mesmo que eu não morasse aqui, você não imaginou que alguém me contaria? — Tô pouco me fodendo com você Lyon, se iam te contar ou não! Eu sou LIVRE! Faço o que acho melhor pra mim! — Livre? Ele rir. — Bebeu quantos copos daquela porcaria? Eu já estava puta, então resolvo sair do banheiro, mas ele me segura firme pelo braço. — Eu quero ele fora do meu morro agora! Ele diz entre os dentes. — Seu morro? Pergunto debochada. — Meu morro! Tudo nessa porra é minha! Inclusive você! Gargalho... — Eu já fui sua Lyon, já fui sua de corpo e alma, não sou mais! Deixei de ser quando descobri que você estava casado co