A mando do meu chefe seguimos para a base aérea da ilha do governador, não me perguntem como, mas ele conseguiu com que toda minha equipe voasse para Adolfo em um avião da FAB. Estávamos nos espalhando, tinha homens pra caralho, nunca comandei uma operação desse porte, minhas mãos suavam igual cachoeira em dia de tromba d’água. Cigano coloca a mão no meu ombro e tenta me acalmar. — Vai dá tudo certo! Vamos matar esses filhos da puta e trazer o pequeno Leon. Ouvir aquelas palavras naquele momento me deu um gás maior, aquele medo de algo dá errado foi embora e agora só habitava em mim a certeza de que meu filho estava bem. Estávamos em uma distância significativa do sítio, não queríamos correr o risco de sermos vistos, não agora! A equipe que Caíque disse que iria ajudar já estava aqui, cheio de equipamentos de última geração, um dos aparelhos deles era um... — Puta que pariu... Solto encarando aquele aparelho. — Isso não é o que estou pensando, é? Eu estava em choque, aquela p
Já estou dentro da casa, vários homens mortos espalhados, subo as escadas lentamente, minha equipe está se espalhando, Fael vem logo atrás de mim. — Qual a localização dele? Pergunto em voz baixa e o comandante do drone me passa a localização. O fim da escada dá para um corredor enorme, eram doze portas, seis de cada lado do corredor, eu sabia exatamente em qual delas o meu filho estava. Faço gestos para Fael ficar abrigado na escada e eu sigo lentamente pelo corredor, ouço barulho de dois tiros e meu corpo cai no chão. Olho pra trás e vejo Otávio caído e logo atrás dele Fael me encarando. Otávio saiu de trás de uma das portas e atirou em mim, Fael matou Otávio na hora. Ele vem até mim e mesmo com outro tiro nas costas eu me forço a ficar de pé, a porta do quarto que meu filho encontrava-se estava logo ali. —Lyon, recua cara... Deixa que eu vou! — Não! Eu estou bem! Me levanto com dificuldade, mas continuo a caminhar. Enfim estou na porta do quarto, um dos meus fala pelo po
Capítulo 114— Amanhã depois da faculdade vou ter que passar em casa. Estou deitada ao lado de FM conversando. Tenho reparado de FM anda estranho por esses dias, conversa pouco, saí cedo de casa e volta tarde. As vezes minha cabeça fica cheio de paranóia, será que está sendo demais pra ele essa parada do bebê? — Você me ouviu? Pergunto levantando a cabeça o encarando. — Ãh... Sim... Tá bom! Ele responde meio aéreo. Me levanto da cama e fico o encarando, depois respiro fundo começo a falar: — Tá sendo demais pra você? Por que se está sendo é só me falar, eu... Antes que eu termine de falar ele enfim presta atenção no que estou falando e logo me interrompe com a sobrancelha franzida. — Tá falando sobre o que? O que está sendo demais pra mim? Volto a me sentar na cama, seguro a sua mão e olhando em seus olhos volto a falar. — Eu gosto de você, gosto pra caralho, mas super te entendo... Assim como sei que não está sendo fácil pra Majú, sei que não está sendo pra você... —
O bebê mexe na hora, era a primeira vez que sentia ele se mexer de verdade, normalmente eu sentia umas tremidas. — Viu! Ele concorda comigo. FM diz com os olhos cheio de lágrimas e um sorriso lindo no rosto. Decidi ficar no complexo, ele se irritou comigo, mas no final a grávida aqui venceu. Eu queria estar aqui quando ele chegasse da missão.(...)Dias intensos e loucos pra mim, além do medo, da ansiedade e da angustia, tivemos uma invasão. Fiquei sabendo que levaram Leon e eu queria muito ir até Majú dá uma palavra de consolo, dizer que tudo ia ficar bem, mas achei melhor ficar aqui, ela já tem gente demais com ela. Estou deitada na cama de olhos ainda fechados tentando tirar um cochilo de tarde, quando sinto alguém sentar na cama. Abro os olhos assustada e lá está ele, sujo e abatido. Levanto da cama e me sento em seu colo, eu não ligava que ele estava sujo, só estava feliz de tê-lo de volta. Beijo delicadamente sua boca, sei o que ele está sentindo e sei exatamente o que vai
Estou passando pela boca e vejo FM conversando com uma garota ruiva. — É só uma conversa! Digo a mim mesma. Tento não olhar na direção deles e seguir meu trajeto, mas quando vejo ela entrando na boca, meu coração acelera demais. A sensação que tenho é que vou ter um colapso nervoso a qualquer momento. Sem conseguir dar ordens as minhas pernas vou em direção a boca. — Fael está aí? Sim, eu perguntei pelo Fael, quero ter certeza de que ele não está sozinho com ela. — Não senhora, mas FM... Não deixo ele terminar de falar. — E cigano? O garoto franze a testa pra mim, sem entender nada. — Não senhora... — Ok! Obrigado! Digo e sigo meu caminho segurando o choro. Tudo ok com minha menina, o médico pediu um pouco mais de repouso já que minha barriga está muito baixa. Na volta pra casa vejo a menina que estava conversando com FM, ela está no meio de um monte de amigas, ouço quando uma delas diz: — Cara, a mulher dele está grávida! A ruiva responde: — E daí! Ele me deu dinhe
Um líquido junto com sangue deslizavam pelas minhas pernas e logo em seguida uma dor enorme tomava minha barriga. — Porra! FM vem até mim, imediatamente. — O que tá acontecendo? Ele pergunta assustado. — Eu... Eu não sei... Digo chorando. — Não chegou a hora ainda FM... Não chegou! — Fica calma! Fica calma! Ele me pedia calma, mas estava tão nervoso quanto eu. Majú estava descendo o morro com umas bolsas nas mãos e quando me vê vem correndo. — O que está acontecendo? Ela pergunta. — Minha bolsa estourou... Mas... Mas acabei de fazer oito meses! Digo chorando. FM está em choque, não tem reação pra nada. — FM, liga pro postinho! FM não se movimenta. — Agora!!! Ela grita. Estou na ambulância, minha respiração está pesada, meu coração parece que vai parar a qualquer momento, como o parto vai acontecer antes do prazo previsto, fui obrigada a ir para um hospital fora do morro, isso significa que FM não vai estar comigo. Meu corpo treme, treme muito... — Eu tô com frio! Digo
Fael...— Eiiii, abre o olho... Você vai dizer isso a ela pessoalmente... Você é Daniel Barreto porra! Fica comigo, o resgate já está chegando! Eu estava perdendo meu melhor amigo, meu irmão e raciocinar nesse momento não era fácil. — Pai... Pai... Ainda conseguia ouvir os gritos de Leon do lado de fora do quarto. Olho para um dos caras que estavam no quarto comigo aguardando o resgate e peço: — Deixa o pequeno entrar aqui! Ele assente com a cabeça e saí do meu campo de visão, não demora e Leon entra no quarto correndo e chorando, olho em seus olhos e começo a falar. — Presta atenção... Sua mãe precisa de você, então seja forte por ela daqui pra frente. — Diz que ele vai ficar bem dindo, diz? Meu garotão chora. — Quando as coisas estão difíceis e seu pai consegue resolver, o que ele sempre diz? Pergunto. — Eu... Eu sou Daniel Barreto... Leon responde em meio aos soluços. — Eu não posso garantir, mas tenho certeza que ele vai lutar pra viver, não por ele, mas por você e po
Estou em frente a porta do quarto dela, tomando coragem para bater... Devo ou não devo? Essa porra de indecisão do caralho me domina... Bato na porta! [Silêncio] Bato outra vez! Ela deve está dormindo... Quando vou bater a terceira, ouço a porta ser aberta... Ali estava ela... Linda como sempre... Aquela indecisão foi pra casa do caralho e agora a única coisa que passa pela minha cabeça era: Eu quero ela pra mim! Ela ameaça fechar a porta, mas eu coloco o braço a impedindo... — O que faz aqui? Como me achou? Entro no quarto e fecho a porta. — Precisamos conversar! Digo reparando cada centímetro dela. Apesar de mais magra e com um olhar triste, ela estava bem. — Não precisamos não! Ela retruca. — Sério que você vai casar mesmo? É sério que sua mãe vai vencer? — Isso não é da sua conta! — Júlia... Caminho pra perto dela, mas ela dá dois passos pra trás, se afastando. — Estava com saudades... Preocupado... — Não! Para Fael... Vai embora, por favor! Lágrimas já esc