Ela interrompe minha mãe e falava como se eu fosse um bebê, como se ela pudesse me pegar pelo braço e me levasse embora. — Okay... Entendi... Então é isso, você não vai me perdoar nunca? — Consequências de suas escolhas, agora cadê meu filho? Ela era fria. — JP tem 18 anos Marina, vai com calma com ele. — Ir com calma? Ele é meu filho e temos um laço sanguíneo, eu sei que ele vai me reconhecer... A não ser que você tenha feito a cabeça dele, bem típico de você Júlia, essa carinha de santa que convence a todos. — Agora chega! Digo me levantando, eu não ia deixar ela humilhar minha mãe, não na minha frente. — Que puta! Carol diz se levantando também, já que estávamos sentados no corredor do segundo piso ouvindo tudo. Vou até meu quarto e pego meu rádio, desço as escadas apressado e com Carol atrás de mim. — Dentro da minha casa e no meu morro eu não aceitarei que a senhora fale assim com minha mãe! Desço as escadas falando e as duas me olham assustadas. — JP... Minha mãe t
Estou as 16:45 sentado no sofá da minha mãe frente a frente com Marina e fael, minha mãe resolveu nos deixar a sós. — Então... Inicio a conversa já que ninguém fala nada e eu quero acabar com isso logo. — O que vocês esperam de mim? Vou direto ao ponto. — Que você nos ame e nos aceite como pais. Marina fala e como sou bolado com ele, resolvo ignora-la e olho para Fael. — É isso? Pergunto o olhando. — Acho que esse é o desejo de todo pai e mãe, não acha? Ele devolve outra pergunta. — Sim... Apesar de ainda não ser pai, acho que esse é o desejo de todo pai e mãe tradicional. Cutuco. — Coisa que vocês não são, neh? — Somos sim... Marina fala um pouco nervosa. — Ah são? Desvio minha atenção a ela. — Bom, vamos la... Você armou a prisão do pai do seu filho simplesmente por não aceitar que ele estava apaixonado por sua irmã, preferiu correr o risco ao invés de simplesmente largar ele de lado e viver sua vida. Eu cutuco a ferida e vejo seus olhos encherem de lágrimas. — JP...
Uma Semana depois...— Tudo organizado, se os tralhas vierem pra cima estaremos prontos os esperando! Fala Leon entrando na cozinha onde estou preparando um lanche pra mim. Leon havia cumprido sua missão, porém custou mais do que esperávamos, então a conta bancária da facção digamos que está no vermelho, por hora vamos nos preocupar com a invasão que está pra acontecer, mas depois vamos ter que bolar um jeito de conseguirmos mais dinheiro. — Ainda bem, pelo menos uma notícia boa! Digo mordendo um pedaço do sanduíche. — Ainda a parada dos seus pais? Ele senta ao meu lado. — Já era para eles terem se resolvido, acho que está demorando demais. Bebo um copo de coca gelada. Na verdade não era só isso, tinha o lance com a Brenda, mas sobre isso eu não podia me desabafar com ele. Brenda fez o que prometeu, trocou de número, me bloqueou nas redes sociais e privou todas, já tentei fazer um Instagram fake, mas ela não aceita ninguém. Eu poderia ir atrás dela de novo, mas dessa vez não
“... Vamos conversar.”“... Estou com saudades.”“... Pérola por favor, eu não fiz nada de errado.”“... Amo você.”Essas foram uma das milhares de mensagens que eu enviei pra ela e não obtive respostas alguma. Eu já não aguentava mais esperar, dei tempo o suficiente pra ela pensar. Me arrumo e desço as escadas, eu estava decidido, ia atrás dela. — Vai sair filho? Minha mãe está sentada no sofá ao lado do meu pai e de Bianca, eles estão olhando alguma coisa relacionado ao bebê. — Vou vê Pérola. Digo seguindo até a porta. — Espera! Minha mãe vem até mim, me segue até o lado de fora da porta e segura meu braço com uma certa força. — O que tá pegando? Pergunto olhando para sua mão no meu braço. — Eu e seu pai estamos nos empenhando em cuidar da Bianca e do seu filho e você indo se divertir? Ela diz séria. — Aonde tem alguém se divertindo, mãe? Eu estou a mais de uma semana sem sair de casa, sem me encontrar com a Pérola. — E você não acha melhor assim? Bernardo, Bianca e se
Quem não ficou nada feliz com nossa reconciliação foi dona Lorena, ela resolveu pegar no meu pé bonito, era só eu ir vê Pérola que ela arrumava alguma coisa para eu fazer. Estou com perola em meu quarto, estamos assistindo um filme abraçados quando ela levanta correndo e vai para o banheiro, me assusto e vou atrás. — O que aconteceu? Pergunto vendo ela se agachar no chão e vomitar, seguro o seu cabelo para não sujar. — Eu não sei, acho que a lanche do shopping não me fez muito bem. — Pérola já tem dias que fomos no shopping. Digo vendo ela escovar os dentes. — Eu sei, mas desde aquele dia que meu estômago não está muito bem. — Tem que ir no médico vê isso, quer que eu vá com você? — Não Bêh, eu já estou tomando remédio em casa, eu vi na internet que isso pode durar uma semana as vezes. Depois que ela escovou os dentes voltamos a nos deitar na cama, fiquei fazendo carinho na cabeça dela e quando vi, ela já estava dormindo.Alguém bate na porta e eu vou atender, saio da cama c
Essa semana foi muito estranha, Pérola arrumou várias desculpas para não me vê, minha mãe me tonteando como sempre e Bianca querendo que eu escolha cada roupa, cada sapato, o berço até as chupetas, eu estava sem tempo pra nada. Estou deitado na cama quando meu telefone toca com uma mensagem da Pérola. “ Estou aqui no seu portão...”Acho estranho ela vir sem avisar, mas desço as escadas correndo para atende-la. Ela tem o olhar fundo e chora muito. — O que aconteceu? Abraço ela apertado. — Precisamos conversar Bêh, é sério! Me dá até um arrepio na espinha. — Okay, então vamos lá pro meu quarto. Digo direcionando ela para entrar em minha casa, mas assim que ela vê minha mãe no portão ela para de andar. — Tem como ser na casa do Leon? Você tem a chave de lá? Qualquer coisa eu falo com a Carol... Eu estranho o seu pedido, mas eu precisava saber o que estava acontecendo, então aceito. — Eu tenho a chave, pera aí que vou lá buscar. Corro pra dentro de casa, pego a chave rápido e
Caminho ainda em transe até o doutor. — Vocês são parentes da paciente? O médico pergunta e eu sacudo a cabeça afirmando e Théo também, Théo diz que é tio da Pérola, se falasse a verdade não deixariam a gente saber o que aconteceu. — A paciência está bem na medida do possível, infelizmente não conseguimos salvar o bebê... Certamente o médico falou mais coisa e Théo com certeza prestou atenção em tudo, eu parei de ouvir o que ele dizia no momento que ele falou em “bebê”. Ele liberou nossa entrada, Théo preferiu ficar no lado de fora. Entro no quarto e ela está lá, deitada na maca, encolhida e chorando muito. Me aproximo com cuidado, ela me olha e chora mais ainda. — Me perdoa... Eu... eu estava desesperada. Dou um beijo em sua boca e me sento em uma cadeira do seu lado.— Quanto tempo? Eu iria fazer as perguntas certas, eu ia entender o que havia acontecido e pra isso eu precisava permanecer calmo. — Descobri há 4 dias... Ela diz soluçando, por isso ela estava estranha. —
Quando conheci Márcio lá atrás, quando eu vivia a pior fase da minha vida, nunca passou pela minha cabeça que eu conseguiria superar todas as minhas inseguranças e frustrações. Márcio me abraçou e me acolheu sem interesse algum e eu passei algumas noites pensando se realmente aquilo que estava vivendo em sua casa era real, era possível realmente uma pessoa ser feliz a vida inteira? Era possível ter atenção e carinho de alguém que não tem seu sangue, pra sempre? Cigano era bandido e eu sabia exatamente como eles eram, eu tive alguns exemplos, Fael, Lyon, ambos fizeram suas respectivas mulheres e amantes sofrerem e eu não queria passar por isso de novo. Eu havia decidido ficar um tempo na casa dele, arrumar um emprego, voltar a estudar e antes que ele arrumasse uma mulher que me expulsasse da casa dele eu ia embora, mas é aí que tá o problema, como ir embora se era ali que eu me sentia segura, se era ao lado dele que eu me sentia “em casa”? Meu coração batia acelerado todas as vezes