Foram as duas piores semanas da minha vida, Júlia não falava comigo, as crianças sentiam o clima pesado e me questionaram várias vezes. Pra piorar, Lyon enfiou o filho dele dentro da minha casa para eu treina-lo, mais um b.o para eu resolver. Eu simplesmente estava entrando em colapso. Havia uma ameaça de invasão no morro, minha mulher prestes a me deixar, eu sabia que isso podia acontecer a qualquer momento, meu filho acabou de virar adulto e nem imagina a bomba que o espera, vai crescer na marra. Carol apaixonada pelo mané do Leon e com essa porra de perder a virgindade. Meu castelo estava ruindo e eu ia me enterrar debaixo dos escombros. — Pai? Ouço a voz da minha pequena. Eu estou deitado no sofá do meu escritório, aqui ultimamente anda sendo meu quarto, estou amarrotado e com barba pra fazer. — Oi meu amor... Respondo ela me sentando. — O que está acontecendo com você e mamãe? Ela senta ao meu lado e tem seus olhinhos vidrados em mim. — Acho que ela vai me deixar...
Tudo foi agendado, Fael e Marina viriam aqui na maré, eles já estão sabendo de tudo, eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente, só sei que meu castelo desabou e eu estou vivo, mas muito ferido, a ponto de parar de respirar, rezando para vir um socorro do além. Eu sou foda, sou o cara, comando essa comunidade com mãos de ferro, mais quando o assunto é Júlia tudo muda, ela é a dona da minha vida e apesar dela ter passado por tudo que passou no passado, o inseguro hoje sou eu. Saber que Fael terá contato com ela cara a cara me deixa louco, eu mantive ela longe dessa porra toda por década mais o passado sempre bate a nossa porta um dia. O medo dela se sentir balançada ao vê-lo me deixa a ponto de vomitar... E se o amor do passado se acender? E se tudo que vivemos nesses 18 anos não foi o suficiente para ela me amar o suficiente? E se ela me deixar? Estou deitado em meu escritório, meu braço direito está cobrindo meus olhos e escondendo a vermelhidão de tanto que já chorei escon
— Você é muito mais gata pessoalmente, sabia? Estou com Brenda no quarto do hotel, ela está sentada no sofá de frente pra mim. — E você não tem cara de tão novinho quanto... Pelo vídeo você parecia mais... ela dá uma pausa pensando em qual palavra usar. — Garotinho, entende? Ela esboça um sorriso. — Isso é bom ou ruim? Eu quero saber o que se passa na cabeça dela, eu sei que não temos nada, mas o fato de eu pegar um vôo do nada só para estar com ela significa alguma coisa neh? — Sei lá... Tipo, eu gosto de caras mais experientes, mas não com tanta bagagem, entende? — Eu entendo, então acho que o que você disse foi um elogio, já que não tenho “bagagem”. Faço aspas com as mãos. Ela fica em silêncio e eu chego meu corpo para mais próximo dela, ela tem seu olhar vidrado no meu, mas quando vou tentar beija-la, ela se afasta. — JP... Ela se levanta e fica de pé me olhando sentado no sofá. — Qual foi... Eu saí do Brasil só para te vê. — E eu amei a surpresa, mais não vamos mist
Ela interrompe minha mãe e falava como se eu fosse um bebê, como se ela pudesse me pegar pelo braço e me levasse embora. — Okay... Entendi... Então é isso, você não vai me perdoar nunca? — Consequências de suas escolhas, agora cadê meu filho? Ela era fria. — JP tem 18 anos Marina, vai com calma com ele. — Ir com calma? Ele é meu filho e temos um laço sanguíneo, eu sei que ele vai me reconhecer... A não ser que você tenha feito a cabeça dele, bem típico de você Júlia, essa carinha de santa que convence a todos. — Agora chega! Digo me levantando, eu não ia deixar ela humilhar minha mãe, não na minha frente. — Que puta! Carol diz se levantando também, já que estávamos sentados no corredor do segundo piso ouvindo tudo. Vou até meu quarto e pego meu rádio, desço as escadas apressado e com Carol atrás de mim. — Dentro da minha casa e no meu morro eu não aceitarei que a senhora fale assim com minha mãe! Desço as escadas falando e as duas me olham assustadas. — JP... Minha mãe t
Estou as 16:45 sentado no sofá da minha mãe frente a frente com Marina e fael, minha mãe resolveu nos deixar a sós. — Então... Inicio a conversa já que ninguém fala nada e eu quero acabar com isso logo. — O que vocês esperam de mim? Vou direto ao ponto. — Que você nos ame e nos aceite como pais. Marina fala e como sou bolado com ele, resolvo ignora-la e olho para Fael. — É isso? Pergunto o olhando. — Acho que esse é o desejo de todo pai e mãe, não acha? Ele devolve outra pergunta. — Sim... Apesar de ainda não ser pai, acho que esse é o desejo de todo pai e mãe tradicional. Cutuco. — Coisa que vocês não são, neh? — Somos sim... Marina fala um pouco nervosa. — Ah são? Desvio minha atenção a ela. — Bom, vamos la... Você armou a prisão do pai do seu filho simplesmente por não aceitar que ele estava apaixonado por sua irmã, preferiu correr o risco ao invés de simplesmente largar ele de lado e viver sua vida. Eu cutuco a ferida e vejo seus olhos encherem de lágrimas. — JP...
Uma Semana depois...— Tudo organizado, se os tralhas vierem pra cima estaremos prontos os esperando! Fala Leon entrando na cozinha onde estou preparando um lanche pra mim. Leon havia cumprido sua missão, porém custou mais do que esperávamos, então a conta bancária da facção digamos que está no vermelho, por hora vamos nos preocupar com a invasão que está pra acontecer, mas depois vamos ter que bolar um jeito de conseguirmos mais dinheiro. — Ainda bem, pelo menos uma notícia boa! Digo mordendo um pedaço do sanduíche. — Ainda a parada dos seus pais? Ele senta ao meu lado. — Já era para eles terem se resolvido, acho que está demorando demais. Bebo um copo de coca gelada. Na verdade não era só isso, tinha o lance com a Brenda, mas sobre isso eu não podia me desabafar com ele. Brenda fez o que prometeu, trocou de número, me bloqueou nas redes sociais e privou todas, já tentei fazer um Instagram fake, mas ela não aceita ninguém. Eu poderia ir atrás dela de novo, mas dessa vez não
“... Vamos conversar.”“... Estou com saudades.”“... Pérola por favor, eu não fiz nada de errado.”“... Amo você.”Essas foram uma das milhares de mensagens que eu enviei pra ela e não obtive respostas alguma. Eu já não aguentava mais esperar, dei tempo o suficiente pra ela pensar. Me arrumo e desço as escadas, eu estava decidido, ia atrás dela. — Vai sair filho? Minha mãe está sentada no sofá ao lado do meu pai e de Bianca, eles estão olhando alguma coisa relacionado ao bebê. — Vou vê Pérola. Digo seguindo até a porta. — Espera! Minha mãe vem até mim, me segue até o lado de fora da porta e segura meu braço com uma certa força. — O que tá pegando? Pergunto olhando para sua mão no meu braço. — Eu e seu pai estamos nos empenhando em cuidar da Bianca e do seu filho e você indo se divertir? Ela diz séria. — Aonde tem alguém se divertindo, mãe? Eu estou a mais de uma semana sem sair de casa, sem me encontrar com a Pérola. — E você não acha melhor assim? Bernardo, Bianca e se
Quem não ficou nada feliz com nossa reconciliação foi dona Lorena, ela resolveu pegar no meu pé bonito, era só eu ir vê Pérola que ela arrumava alguma coisa para eu fazer. Estou com perola em meu quarto, estamos assistindo um filme abraçados quando ela levanta correndo e vai para o banheiro, me assusto e vou atrás. — O que aconteceu? Pergunto vendo ela se agachar no chão e vomitar, seguro o seu cabelo para não sujar. — Eu não sei, acho que a lanche do shopping não me fez muito bem. — Pérola já tem dias que fomos no shopping. Digo vendo ela escovar os dentes. — Eu sei, mas desde aquele dia que meu estômago não está muito bem. — Tem que ir no médico vê isso, quer que eu vá com você? — Não Bêh, eu já estou tomando remédio em casa, eu vi na internet que isso pode durar uma semana as vezes. Depois que ela escovou os dentes voltamos a nos deitar na cama, fiquei fazendo carinho na cabeça dela e quando vi, ela já estava dormindo.Alguém bate na porta e eu vou atender, saio da cama c