RICARDO— Os rogues não estavam lá. Eles estavam de volta ao nosso bando. Alguém deixou eles saberem que eu não estava aqui. O beta e os guerreiros importantes também não estavam no bando. — Eu suspirei, baixando o olhar para os lábios dela. — Eles invadiram facilmente. Mataram quem estivesse no caminho. E levaram...Britney. Esse era o nome dela, minha parceira e a mãe do meu filho não nascido.Eu ainda lembrava do dia... eu voltei e vi sangue no nosso quarto, sangue na cama, sangue nas paredes, no chão... em todo lugar. O forte cheiro do sangue dela matou uma parte dentro de mim.Eu ainda lembrava de como eu a procurei, inutilmente, por meses, antes de sentir a conexão desaparecendo.Eles não a mataram no bando. Eles a levaram com eles. Ela estava perdida, levada antes que finalmente decidissem matá-la.Eu não consegui ver o corpo dela. Eu não consegui ver a vida dela vindo ao mundo também.Quando ela morreu, depois de todos aqueles meses, eu finalmente perdi o contato com qua
NATÁLIAEu odeiava isso.Ricardo continuou desaparecendo. Ele disse que viria me levar para o bando dele, mas ele não estava aqui. Em vez disso, ele enviou alguns dos guerreiros do bando dele para me escoltar, como se eu fosse uma boneca de pano que ele podia jogar para todo lado.Eles até trouxeram roupas femininas com eles e disseram: — O Alfa pediu que preparássemos isso para você, Luna. Se você precisar de algo mais, é só nos avisar que nós traremos.— Se você precisar de algo, nos avise, Luna. — O homem na minha frente disse pela terceira vez.Para começar, todos continuavam me chamando de Luna, o que era tão estranho de ouvir e ainda mais difícil de me acostumar.Para segundo, eu não precisava de nada além de ficar de mau humor em paz.— Eu estou bem. Obrigada. — Eu sorri e respondi educadamente.Não importava quão irritada eu me sentisse, eu não deveria descontar isso neles. Eu sabia.Suspirei e cruzei os braços sobre o peito. As portas do elevador se abriram com um som
NATÁLIAEu não consegui abrir os olhos novamente imediatamente, mas senti Henrique me pegando em seus braços e depois me carregando para algum lugar.As vozes altas foram sintonizando e desconectando eventualmente. Eu fui jogada em um assento macio antes que suas mãos desaparecessem do meu corpo.O carro começou a se mover. Minha mente permaneceu nublada e meu julgamento distorcido devido à dor excruciante.Meus olhos abriram e fecharam eventualmente enquanto eu tentava sair dessa confusão.Eu não podia desistir. Não assim.— E...Henrique... — eu gaguejei.— Eu vou te tratar assim que chegarmos à matilha. — Ele falou gentilmente desta vez, agindo como um maldito lunático.— Henrique... eu... vou...Eu vou te matar. Seu idiota! Isso é o que eu queria dizer, mas estava sem palavras.— Não fale. Descanse. — Ele deu um tapinha na lateral da minha cabeça, que doía como se eu tivesse batido em um caminhão no caminho para casa.— O Alfa vai... me matar... — eu finalmente consegui g
NATÁLIA— É um erro. — Eu disse a Diana Mendes assim que entramos no clube lotado.O cheiro de suor, sexo e álcool irritava minhas narinas, me fazendo engasgar.— Ah, vamos! Viva um pouco! É seu vigésimo aniversário. — Ana Jorge jogou o braço ao redor do meu ombro, puxando-me para perto de seu corpo.— Nunca acaba bem quando você diz isso. — Eu balancei o braço dela do meu ombro e dei um passo à frente.— Não estrague o clima! Vamos festejar! — Diana gritou no meu ouvido esquerdo e me agarrou pelo braço, me arrastando direto para o bar.Lá no fundo, eu sabia que agora não tinha nenhuma chance.Ana fez o pedido no bar e eu me virei, observando o lugar lotado.A música alta pulsava nos meus ouvidos e vibrava no meu corpo, me fazendo suspirar. As luzes neon faziam meus olhos doíam.— Me diga de novo por que estamos aqui, de todos os lugares? É terra livre. Qualquer um pode nos atacar aqui. — Gritei para Diana, que estava balançando o corpo ao som da música.— É o melhor clube da
NATÁLIA Meus lábios pousaram nos dele e comecei a devorá-lo como uma fera faminta. Ele não me afastou por um segundo, mas então parecia sair de algum tipo de transe e me empurrou para longe.Tropecei nos pés, gemendo, estendendo a mão para ele mais uma vez.As mãos dele na minha cintura me viraram, minhas costas batendo contra o peito duro dele.— Bem. Bem. Bem. Você não é jovem demais para estar por aqui? — Ele sussurrou perto do meu ouvido direito.Engoli minha saliva, com o gosto de vinho caro espalhado sobre meus lábios.Parecia que eu não era a única bêbada ali.— Eu sou adulta! — Retruquei, lutando para me libertar do toque quente dele.Uma onda de calor percorreu meu corpo e eu parei de lutar. Minha cabeça caiu no peito dele atrás de mim, minhas costas se arquearam e outro gemido escapou dos meus lábios.Pressionei as coxas juntas, minhas mãos pousando nas grandes mãos dele para afastá-las de mim. O toque dele não ajudava minha situação e minha mente estava muito longe
NATÁLIA A luz eterna e ofuscante bateu no meu rosto, me fazendo gemer e me mexer no colchão macio. Meu corpo doía como se alguém o tivesse espancado até quebrar enquanto minha cabeça girava.Demorei um momento para abrir os olhos e encarar o teto em completa confusão.“Onde estou?” Essa foi a primeira pergunta que penetrou meus pensamentos.Os eventos da noite anterior passaram diante dos meus olhos quando tentei me levantar, apenas para perceber que estava nua, estranhamente pegajosa entre as pernas, inegavelmente dolorida.O pânico percorreu minhas veias, minha vida inteira começando a girar na minha cabeça.Um suspiro escapou dos meus lábios e rolei para o lado, caindo no chão com um baque. Um som de gemido veio de cima.Todos os meus sentidos voltaram à vida enquanto eu esquecia toda a dor na minha cabeça e no meu corpo.Merda! O que eu fiz?!Coloquei a mão sobre a boca, me impedindo de fazer qualquer barulho. Eu não queria gritar e acordá-lo. Meu rosto se contorceu e eu
NATÁLIA— Eu vou morrer. — Falei seriamente.Meus olhos arregalados encararam a marca no meu pescoço. Por um momento, esfreguei-a o mais forte que pude para tentar me livrar dela, idiotamente, mesmo sabendo que essa marca não estava gravada apenas no meu pescoço, mas na minha alma agora.— Você não vai morrer. — Diana revirou os olhos, suspirando.— NÃO! Aquele homem não é meu companheiro e ele me marcou... o que significa que eu vou morrer. — Engoli em seco.Lágrimas encheram meus olhos depois de imaginar minha vida terminando por causa desse único erro.Eu já ouvi muito sobre isso. Se alguém que não é seu companheiro te marcar sem seu consentimento, então você morre em vinte e quatro horas. Acontece de repente e você nem tem tempo de pensar em nada antes de desaparecer para sempre.— Você não está ficando doente nem nada. Você não parece estar morrendo também. — Ana me inspecionou antes de chegar à sua própria conclusão.— Vocês duas não estão nem um pouco preocupadas comigo?
NATÁLIAEu estava andando de um lado para o outro no meu quarto depois de tomar um banho e fiquei olhando para a marca de companheiro no meu pescoço por uma hora inteira.A princípio, tentei cobrir a marca usando uma gola alta, mas quando percebi que era no meio do verão e que isso só iria deixar todo mundo desconfiado, removi-a e cobri a marca com várias camadas de corretivo.Gostei de acreditar que poderia manter isso em segredo, mas minha mente estava prestes a explodir de ansiedade.Primeiro, eu tinha que descobrir quem era aquele homem.Segundo, eu estava com medo de morrer naquela noite.Terceiro, se eu não morresse, meu pai iria me matar com suas próprias mãos depois de descobrir que dormi com um homem que era um estranho.Tudo isso me pesava e não havia nada positivo em que eu pudesse pensar naquele momento.— Natália. — A porta do meu quarto se abriu e Emília entrou sem permissão.Engoli minha saliva e perguntei:— O que você quer? Embora eu tentasse parecer destemi