RICARDOO maldito Alfa me levou até seu escritório.Ele pensou que poderia esconder seu nervosismo mantendo a postura ereta. Eu pude ver o quanto ele estava tentando não se encolher e encontrar um canto para se esconder.Ele deve ter esquecido que todos os Alfas podiam sentir emoções fortes.Quando entrei em seu escritório, eu dei uma olhada ao redor. O escritório com móveis marrons sem graça combinava com sua personalidade idiota e covarde. Meus olhos se fixaram na mesa de mogno colocada de um lado do escritório, na cadeira de couro atrás dela e nas fotos penduradas na parede.Ele tossiu para chamar minha atenção. Eu foquei meus olhos nele.— Se sente, Alfa. — Ele apontou para as cadeiras de visita colocadas do outro lado da mesa.Em vez de me sentar, eu caminhei em direção à janela do lado esquerdo do escritório dele. Eu dei uma olhada na entrada da garagem que era visível dali.Os convidados estavam indo embora. Todo esse poder pulsando pelo lugar dele estava me dando uma mal
RICARDO— E eu vou tirar tudo de você. Essas terras. Aquela terra. — Dei uma risada enquanto ele prendia a respiração. — Toda a alcateia. — Alph—Alfa Ricardo… você pode… — Ele tentou. — Nem se incomode. — Balancei a cabeça, me afastando. Tirei minha mão do ombro dele. — Prepare-se. Eu vou te matar… e… — Pausei para pensar no que deveria fazer com ele. Ele ainda estava prendendo a respiração. — Acho que vou arrancar sua língua e cortá-la primeiro. Você fala demais. — Murmurei, pensando se era uma boa escolha. — Ou talvez decapitá-lo seja melhor. Preciso mostrar aos sobreviventes quem é o Alfa… quando eu assumir. — Dei de ombros. — Decido depois que te matar. Talvez eu tenha algumas boas ideias mais tarde. — Sorri para ele e dei um tapinha em seu ombro. O idiota do Alfa exalou e se afastou. — Você não pode entrar na minha alcateia e me ameaçar assim. — Ele retrucou fracamente, seus olhos mudando de cor rapidamente. — Eu não posso? — Perguntei em voz alta
NATÁLIAEu me excitei quando lutei com os guardas por dez minutos seguidos. Meus ovários estavam prestes a explodir e aqueles guardas certamente podiam sentir minha excitação. Seus sorrisos tortos e olhares de desgosto deixaram tudo claro.Eu ouvi a voz de Ricardo na minha cabeça novamente. Isso apenas piorou a tensão sexual. Eu precisava calar a boca se não quisesse que os guardas soubessem o que estava passando pela minha cabeça naquele momento.Surpreendentemente, os olhos deles ficaram vidrados depois de um momento e eles me deixaram sair. O Alfa havia ordenado que me deixassem ir.Fiquei perplexa. Saí imediatamente.Por uma hora, vaguei em busca de Diana e Ana. Elas não estavam mais na casa de confinamento. Seus pais as levaram antes de eu chegar lá.Fui até a casa de Diana. Pela primeira vez na minha vida, dona Cátia não me deixou entrar. Ela abriu a porta, saiu e me disse que eu estava colocando a filha dela em apuros.— Hoje é masmorra. Amanhã será exílio.Isso me machuc
NATÁLIA— Eu quero meu telefone, mãe. — Murmurei assim que subi o primeiro degrau.Depois de vagar por mais uma hora, finalmente cheguei em casa. Minha mãe abriu a porta, fez uma careta, mas não disse nada.Isso indicou que o Alfa já havia falado com meu pai e que eles se absteriam de me maltratar a partir de agora.Apesar de tudo isso, a situação era inquietante. Meu estômago estava revirado.Silenciosamente, minha mãe foi para o quarto. Eu me virei e a observei.Ela saiu do quarto e caminhou até mim. Ela me entregou o telefone e eu o peguei sem dizer uma palavra.— Você não vai conseguir ficar aqui por muito tempo. — Ela sibilou venenosamente quando me virei e subi mais um degrau.Meu coração falhou uma batida. Parei, respirei e olhei para ela por cima do ombro.Palavras amargas dançavam na ponta da minha língua, mas eu não queria dizê-las.Eu a amava. Eu os amava.Balançando a cabeça, subi os degraus.— Você escapou dessa vez. Mas terá que ir embora! Não vou suportar uma
NATÁLIA— Eu teria dito para você ficar com esse seu corpo sexy lá por um tempo. Claro. — Ele disse sem expressão.Eu ri. Ele era um idiota.Não sabia como, mas tinha a sensação de que se eu tivesse dito sim, ele realmente teria vindo.Mas eu não sabia no que estava me metendo.— Você ainda não confiava em mim. Não depois de saber quem eu era. Eu sabia que você nunca diria sim. — Ricardo acrescentou.Meu sorriso desapareceu. Ele não estava errado — novamente.— Dizem… — Eu olhei para o lençol da cama, mordendo meu lábio inferior.— Que eu matei minha companheira. Isso te incomodava mais, não é? É a coisa mais terrível que um de nós pode fazer. — Ricardo fez parecer tão simples.Eu balancei a cabeça. — Então… é verdade? Você realmente…Eu não queria a resposta para isso. Não queria saber nada sobre sua companheira anterior. Eu simplesmente queria saber se havia uma chance para nós, se ele algum dia iria me amar como uma companheira e não me tratar como um lixo de segunda chance
ANAEu era diferente.Ao contrário de Natália, que era a filha do beta, e de Diana, cujos pais eram guerreiros, eu era filha de um guarda de patrulha.Nunca conheci o poder. Sempre desejei por isso, no entanto.Mas me disseram repetidamente na minha vida que eu só poderia me tornar uma de duas coisas.Uma guarda de patrulha, o que era altamente improvável porque eu era mulher. Ou uma companheira de um guarda de patrulha, uma mulher que apenas daria à luz os filhos de um homem. Isso era tudo.Sempre odiei isso. Sempre fui intimidada por causa disso.Sem ninguém para me apoiar e ninguém para se levantar por mim, só conheci o que era estar no lado oposto.Isso me deixava furiosa? Sim. Definitivamente.Às vezes, eu queria virar tudo de cabeça para baixo, gritar para as pessoas que me diziam que eu era de baixa linhagem e que sempre seria assim.O propósito da minha existência era proteger o Alfa, o Beta, os guerreiros e suas famílias.Quando eu era criança, sempre ressentia as p
NATÁLIAMinha cabeça doía. Eu juro pela Deusa da Lua, parecia que meu crânio estava esmagado. Eu gemia, estendendo as mãos para a cabeça.— Você acordou. — A voz de Ana caiu sobre meus ouvidos.— O que — O que você está fazendo no meu quarto? — Eu crocitei, mantendo os olhos apertados.— Não estamos na sua casa. — Diana murmurou de algum lugar próximo.Senti minhas sobrancelhas se erguerem. Isso doía, mesmo que inconscientemente.— O que isso — isso significa? — Eu suspirei.— Significa que conseguimos fugir. — Diana exclamou.Meus olhos se abriram em horror. Um teto branco desconhecido me encarava. Eu pisquei algumas vezes para me livrar da névoa que cobria minha mente.Durma um pouco. A voz de Diana sussurrou para mim.Eu pulei e olhei ao redor de forma histérica.— QUE PORRA É ESSA?! — Eu gritei, me arrependendo imediatamente quando minha garganta começou a doer.Eu absorvi o ambiente desconhecido — um quarto espaçoso. Tudo ali era branco e dourado. Eu estava sentada sobr
NATÁLIAEu me virei. Meu peito pressionou contra o dele.Era realmente ele. Isso era o que eu faltava.Ricardo olhou para mim. Não havia emoção clara em seus olhos, apenas um olhar casual.— Oi! — Disse de forma estranha.Suas sobrancelhas se franziram. Eu engoli em seco.Ele se inclinou. Eu arqueei o pescoço para trás para me afastar. Nossos narizes se tocaram e faíscas eletrizantes voaram ao meu redor.— O que você está fazendo aqui, amor? — Seu hálito quente soprava sobre meus lábios enquanto ele perguntava em uma voz rouca.Mantendo meu foco apenas nele, tentei pensar em uma resposta, algo para dizer. Mas todos nós sabemos como as coisas ficam quando Ricardo está tão perto de mim.— Eu ainda estou aqui. — Uma nova voz soou no elevador.Surpresa, olhei para a direita e vi o rosto familiar do beta da Alcateia Caminhantes. Ele sorriu para mim ao notar que eu o olhava.— Ei, Luna! — Ele exclamou, soando tão diferente da última vez em que eu tive que fugir do clube por causa