NATÁLIAO silêncio constante e meu coração contente estavam prestes a me fazer explodir. Eu me sentia tão cheia que as emoções queriam transbordar.Ele me amava loucamente. Eu queria gritar como uma adolescente só de relembrar o que ele disse e como ele fez amor comigo. Pela primeira vez, o sexo parecia mais do que uma intimidade física. Tinha um significado.— Ricardo... — Eu chamei por ele, quebrando o feitiço do silêncio após algum tempo.— Hmmm... — Ele murmurou, aninhando seu nariz no meu cabelo, absorvendo meu cheiro misturado com o dele.— Quando você vai me iniciar no bando? — Eu perguntei, franzindo a testa.Ele hesitou, respirou, inclinou a cabeça para trás. Seus braços permaneceram em volta da minha cintura, mantendo meu corpo pressionado contra o dele musculoso.— Eu tenho algumas coisas que preciso fazer antes disso. — Ele suspirou.Eu me movi em sua direção, querendo ver seu rosto enquanto falava com ele. Ele me deixou me mover e, quando eu me acomodei, seus braço
ANANo salão escurecido, eu consegui vê-lo se movendo em direção à porta principal. Caminhando para frente, eu bloqueei seu caminho.— Indo a algum lugar? — Eu zombava, meus olhos ardendo com a intensidade da raiva.Ele me tirou de lá sem fazer muitos esforços e me jogou de volta nesta maldita casa do bando da Floresta do Norte. Pela primeira vez na minha vida, eu não consegui lutar como pensei que poderia.— Não fique vagando à noite. — Em vez de me responder, ele sugeriu em seu tom habitual e morto.‘Lembre-se da nossa causa.’ Minha loba sussurrou.Rolando os ombros, eu me acalmei ou, mais como, empurrei a raiva para longe.— A bruxa estava mentindo. Acredite em mim. E faça algo. Natária está em perigo enquanto aquela... aquela vadia sorrateira estiver por perto. — Eu suspirei.— Ricardo pode cuidar dela. — Ele piscou na escuridão.Meus olhos vagaram para as sombras que se agarravam a ele. Era... meio assustador e, quando se tratava de Zero, isso era inaceitável para mim.I
NATÁLIAMaldito idiota teimoso!— Ricardorr… — Eu gemi, cedendo e me virando para encará-lo após dois minutos. — Me conteeee.— Pergunte de forma educada. — Ele se virou para mim, sorrindo.Eu respirei fundo, frustrada, lançando um olhar para ele. — Por favor.Ele fez bico, fingindo pensar. Meus olhos desceram para seus músculos abdominais, irritada.— Você disse que não teria segunda rodada. — Ele me lembrou das palavras que eu disse não mais do que cinco minutos atrás.— Você não vai me contar? — Eu arrastei meus olhos até os dele.— Você realmente quer saber? — O olhar lascivo dele vacilou, um sério nublando seus olhos oceânicos.Eu acenei com a cabeça relutantemente, tendo um pressentimento ruim sobre isso.Ricardo suspirou, aproximando-se e descansando a cabeça no meu travesseiro.— Quando eu estava com a bruxa, eu tive a chance de conhecer muitas criaturas sobrenaturais, rituais realizados no passado, segredos que ninguém além de algumas poucas pessoas conhecia... — El
NATÁLIA— Você quer dormir? — Ricardo zombou por trás de mim.Eu sorri, mantendo os olhos fechados. — Sim. — Ok. — Ele suspirou.O sorriso desapareceu dos meus lábios quando fiquei suspeita com o simples “ok” dele. No momento seguinte, sua mão começou a se mover para os meus lados. Eu ri, me virando enquanto ele começava a me fazer cócegas.— R—Ricardo! Por favor! — Eu gritei entre as bolhas de risadas.Ele parou, seu peito vibrando contra minhas costas. — Você ainda quer dormir?Eu funguei, me inclinando para trás contra ele antes de balançar a cabeça. Minhas risadas se transformaram em um sorriso largo quando olhei para seu rosto sorridente por cima do meu ombro. — Você foi tão malvado.— Eu fui? — As mãos dele descansaram sobre meu estômago.Eu acenei com a cabeça, observando a diversão brilhar em seus olhos. Inclinando a cabeça, deixei meus lábios encontrarem os dele.Suas mãos deslizavam pela minha lateral, até minhas coxas, acariciando minha pele suavemente. Eu desviei
NATÁLIADurante todo o caminho de volta para casa, eu continuei olhando para fora e achei difícil dizer uma palavra para Jake.Luciana continuou me convencendo a fazer uma ultrassonografia, mas eu recusei. Eu não sabia se ela poderia detectar a identidade do bebê realizando outros testes ou exames. Era seguro para mim deixá-la me dar o plano alimentar, os suplementos necessários e voltar para casa com eles.Ela me lembrou de informar Ricardo sobre minha gravidez o mais rápido possível, mesmo quando eu estava saindo do escritório dela. Por um momento, eu congelei, me virei, olhei e senti frio novamente.Eu deveria contar a ele que estava grávida e então deixá-lo saber que era complicado? Ele havia perdido um filho antes... o que ele sentiria ao saber que até o nascimento dessa criança estava ameaçado?Lágrimas se formaram nos meus olhos quando o carro entrou na garagem. Fechando os olhos, eu empurrei as lágrimas para trás e respirei fundo.Com essa conexão entre nós agora, eu semp
NATÁLIA— Eu estou te dizendo. É um plano todo fodido e você quase estragou tudo indo lá sem avisar. — Ana bufou, cruzando os braços sobre o peito.Assim que eu saí correndo da casa de Zio, peguei o celular de Jake e liguei para Ana. Eu chorei e disse a ela que eu estraguei tudo, mais uma vez, e que ela precisava vir até aqui e me contar sobre algum antídoto. Para minha surpresa, ela me disse que já estava no escritório do Ricardo. Eu não perdi um momento pensando por que ela estava lá, para começar, e corri para cá.Agora, ela estava me dizendo que Ricardo já sabia sobre a poção e que ele tinha um plano que eu quase estraguei.— Plano? Que porra! Ele quase me rejeitou! — Eu gritei, batendo o pé inquieta no chão.— Seu vínculo com ele não teria se quebrado mesmo que ele te rejeitasse. Você também precisa rejeitá-lo para a marca de companheira desaparecer. — Ela revirou os olhos enquanto caminhava pelo escritório, vestindo apenas uma camiseta preta oversized que cobria sua silhue
ANA— Você acha que eles ficarão bem agora? — Eu perguntei a Zero, que caminhava à minha frente.Ele não respondeu e continuou a andar em direção à casa do bando, que já estava próxima. Eu não entendia por que precisávamos andar por todo lado. Minhas pernas doíam. Poderíamos ter pegado um carro. Mas ele claramente não gostava dessa ideia.— Zero. — Eu corri para alcançar ele antes de olhar para seu perfil.O cabelo preto acinzentado dele estava bagunçado, caindo sobre a testa e cobrindo metade de seus olhos profundos. Eu respirei fundo para não deixar a irritação aparecer no meu rosto.Primeiro, eu estranhamente queria empurrar o cabelo dele para trás, o que era uma merda.Segundo, eu odiava que ele às vezes não me respondesse, o que era ainda mais uma merda.— Ricardo e Natária ficarão bem mesmo sem nossa ajuda. — Ele respondeu quando entramos na entrada.Eu murmurei, caindo para trás e olhando para os meus pés. Eu parecia uma mendiga enquanto ele parecia um gato quente sem ca
NATÁLIARicardo e eu voltamos para casa. Ele segurou minha mão durante todo o caminho e deixou Jake dirigir o carro. Ele não disse mais nada, então eu fiquei preocupada com ele. Sua dor, cutucando meu interior em intervalos, não me deixou falar também.Assim que entramos em casa, ele soltou minha mão e subiu as escadas. Meus olhos o seguiram até que ele desapareceu de vista. Soprando um ar afiado, eu o segui até o primeiro andar, querendo descobrir o que ele estava prestes a fazer agora.Eu estava relutante em entrar no quarto que Britney e Ricardo compartilhavam, mas eu não podia deixá-lo sozinho.Ele ficou no meio do quarto, olhando para a parede atrás da cabeceira da cama. Eu engoli em seco, observando-o por mais de cinco minutos.— Você quer falar sobre isso, Ricardo? — Eu sussurrei.Ricardo se virou para me olhar e assentiu. Entendendo a mensagem, eu caminhei lentamente até ele. Ele segurou minha mão quando parei bem na sua frente.— Precisamos nos livrar de tudo aqui. Eu n