- Agora eu entendo seu medo de fazer sexo por fazer. Mas pense, se você não se apaixonar, não fará sexo? Se não fosse nossa insistência e o pagamento do garoto de programa, você sequer saberia o que é sexo oral. – Salma disse.
- A questão é: eu não sei se sou o tipo de pessoa que faria sexo por fazer. Talvez o que houve no passado com Jardel tenha me trazido consequências e medo... Mas hoje eu sei que é possível ter um tipo de prazer inimaginável durante o ato e a finalização do sexo. Com Heitor eu senti algo que jamais imaginei e...
- Ei, você transou com Heitor? – Salma me olhou, aturdida.
Olhei para ela, sem dizer nada.
- Meu Deus... – ela levantou. – Por que você não me contou? Qual o problema em eu saber? – olhou para Ben. – Você sabia?
Ele assentiu, com a cabeça.
Cheguei da Perrone e abri a porta do prédio, dando de cara com uma motocicleta velha num canto. Nem sabia se era permitido colocar aquilo ali dentro. Nem bicicletas era deixadas ali, próximo da porta, atrapalhando a passagem pela escadaria. Seria uma boa ideia colocar dentro do elevador. Pelo menos ele serviria para alguma coisa, já que agora estava estragado de vez.Subi dois degraus de escada e voltei, olhando a motocicleta novamente. Apesar de maltratada pelo tempo, ela permanecia bonita. Lembro de ter visto aquele modelo em revistas há muitos anos atrás, quando eu mal havia entrado na adolescência. Eu tinha uma certa paixão por motos, mesmo tendo andado poucas vezes em uma.Jardel comprou uma motocicleta uma vez. Andei na carona um tempo e ele me deixou dirigir alguns minutos. Lembro que foi uma das melhores sensações de liberdade que já tive. Pouco tempo depois ele trocou a motocicleta por coca&i
- Olhe a minha cabecinha linda. Sabe quanto custou para eu ter este rostinho e estes cabelos? Acha mesmo que vou deixar você esfolar minha pele de seda no asfalto?- Deixa de ser molenga, Ben. E reclamão. Vamos lá.- Bárbara Novaes, eu estou com medo, linda. E temo pela minha vida.Enquanto eu tentava convencer Ben a andar comigo, um Maserati prata estacionou ao nosso lado. O vidro se abriu e Heitor, retirando os óculos de sol, daquela forma tipo filme, disse:- Quer dar uma volta de Maserati, desclassificada?Sim, eu quero. Oi, estou morrendo de saudades. Onde esteve a minha vida inteira, Heitor Casanova? Eu, no Maserati? Podemos fazer sexo no banco de trás? Oi, gostosão... Já disse que estou apaixonada por você?Incrivelmente nada saiu... E o ar começou a faltar nos meus pulmões.- Embora ela não tenha dito, eu posso apostar que ela quer sim, Tho
Dei a partida e o senti segurar-se com firmeza, parecendo amedrontado.- Jura que nunca subiu numa moto? – perguntei.- Juro... Detesto tudo que só tenha duas rodas.- Curta o passeio e não tenha medo, Heitor. Vou trazer você vivo, juro!Heitor me apertou ainda mais e senti seu queixo no meu ombro. Não sei se ele estava aproveitando o passeio ou só se preocupava em se esfregar em mim, deliberadamente.As mãos de repente foram para dentro da minha jaqueta e ele tocou meus seios, fazendo eu estremecer.Senti o rosto dele se contrair e arrumei o retrovisor, percebendo o sorriso sacana enquanto me encarava no espelho:- Gosta disso, Bárbara? – perguntou no meu ouvido enquanto alisava-me.- Sim... – Confessei, sem me dar conta.O sorriso foi ainda mais lindo agora e nossos olhos se encontravam no espelho.- Senti saudade... Muita saudade. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha.- Heitor, você está me distraindo... – falei enquanto saía das ruas secundárias- Jura? Por que mesmo estando indo
- Para quantas mulheres você diz isso, Heitor?- Eu nunca disse para nenhuma, Bárbara. Você é diferente de todas as mulheres que já passaram pela minha vida.- Eu não sou diferente de nenhuma mulher, Heitor.- Você é linda, fala o que pensa. Você é “vida”, Bárbara Novaes... Vida que me chama, que me desprende de todos os conceitos e preconceitos... Vida que me cega... Vida que me mata.- Você... Falou isso mesmo? – estreitei meus olhos, tentando entender o significado daquilo.- Que porra... Eu... Nem sei o que eu falei. – Passou a mão pelos cabelos, um pouco nervoso.Me aproximei e o abracei:- Obrigada, Heitor.- Pelo que? – Me perguntou.- Por me trazer de volta... Dos mortos. – Apertei-o com força entre meus braços.- Volto a dizer, estamos fodidos, Bárbara.A boca dele foi até meu pescoço e recebi outro chupão.- Não entendo porque faz isso comigo... – toquei a pele onde ele marcou.- Porque eu não resisto ao seu corpo... Não resisto a você... – os lábios encontraram os meus nova
Segui masturbando-o descaradamente enquanto ele guiava. Justo eu, a retraída do sexo. Desde que conheci Heitor minha vida sexual virou de cabeça para baixo... E aquilo era bom demais. O fato de eu saber o quanto ele me desejava deixava-me enlouquecida por provocá-lo... Para depois reviver tudo senti, como quando ele me fodeu com força no elevador, ao mesmo tempo que se preocupava se eu estava bem ou sentindo alguma dor.E eu merecia o que senhor divino dos céus estava me dando. Aquele deus grego era o sonho de qualquer mulher. Mas ele era meu... Pelo menos naquele momento... E depois que terminasse com as outras duas mulheres que tinha. Safado, asqueroso, ordinário, ruim, miserável, desprezível... Ou simplesmente “desclassificado”.Um desclassificado que voltou de viagem e poderia estar em qualquer lugar... Mas estava andando comigo numa moto velha na autoestrada da capital de Noriah Norte, deixando um carro que valia mais do que eu ganharia na vida inteira de trabalho nas mãos do meu
Nossos lábios se tocaram, de forma leve, mas demorada. Deitei minha cabeça no ombro dele, que deixou a cabeça cair sobre a minha.- Está preocupado? – perguntei.- Só com o que meu pai vai fazer quanto a isso, caso chegue aos ouvidos dele. E você?- Eu... Não sei. Me desculpe por ter causado tudo isso. Mas infelizmente eu tenho uma nuvem negra sobre mim, cheia de raios, chuva e com tempestade permanente. Estar ao meu lado é correr o risco de ter o meu azar por um bom tempo.- No meu caso, sou um homem de sorte... Tenho um sol dourado brilhando na cabeça... E meus dias são claros e quentes. Então... Vou tirá-la desta nuvem idiota... E trazê-la para o meu sol, Bárbara. Bem-vinda a um mundo de sorte. – Meu deu um beijo rápido novamente. – Se eu colocar minha língua dentro da sua boca acha que teremos problemas? – cochichou no meu ouvido, olhando o policial com rosto fechado pelo retrovisor.- Não brinque com coisa séria, Heitor. – Adverti.Quando chegamos próximo da delegacia, Heitor gri
- Eu também gostaria de entender o que faço aqui, Delegado. – falei, encarando-o seriamente e voltando à minha postura, largando a mão de Bárbara.O Delegado deu alguns passos para frente e vi um dos meus advogados, Lauro.- Heitor? – ele me olhou confuso. – Por que meu cliente está numa cela? – se dirigiu ao delegado.- Estou tentando entender, doutor. – Ele olhou para os Policiais, que encolheram os ombros.A cela foi aberta e saí, indo imediatamente para a de Bárbara.- Abra a dela. – Ordenei. – Agora!- Ela... Não tem um advogado. E ninguém pagou a fiança. – O delegado explicou.- Acabaram de pagar a fiança da senhorita Novaes. – A policial mulher veio e entregou um papel ao delegado. – E ela tem um advogado também.Bárbara me olhou confusa e a cela dela foi aberta. Não me preocupei com nada e a abracei com força. Eu pouco me importava com o que aquela gente fizesse ou falasse. Só queria a certeza de que ela estava bem. Mas parecia menos assustada do que eu com tudo que aconteceu.
O delegado abriu a porta e veio até nós. Olhou para Bárbara e perguntou:- O policial alega ter sido chamado de “desclassificado” por você, senhora Novaes. Posso saber exatamente o que isso significa, já que segundo ele foi um xingamento?Ok, Bárbara, aconteça o que acontecer, não diga o que isso significa, por mais que eu queira muito saber, pensei comigo mesmo.Sebastian e Ben chegaram e se aproximaram dela. Ben a abraçou e Sebastian me encarou. Nos olhamos firmemente e não nos cumprimentamos.- Desclassificado quer dizer... – ela começou a explicar.- Não... Não precisa falar. – Eu tentei impedi-la.- Claro que precisa. – Sebastian deu um meio sorriso.- Quer dizer... Desprezível... Miserável... Asqueroso... Safado...- Por Deus, para. – Pedi, puxando o ar até o fundo dos meus pulmões.- Ruim... – ela me olhou, comprimindo os lábios, nervosamente.- Esqueceu o “ordinário”. – Ben completou, satisfeito. – E foi a própria Babi que criou isso. – Estava orgulhoso do que a amiga havia di