- Eu também gostaria de entender o que faço aqui, Delegado. – falei, encarando-o seriamente e voltando à minha postura, largando a mão de Bárbara.O Delegado deu alguns passos para frente e vi um dos meus advogados, Lauro.- Heitor? – ele me olhou confuso. – Por que meu cliente está numa cela? – se dirigiu ao delegado.- Estou tentando entender, doutor. – Ele olhou para os Policiais, que encolheram os ombros.A cela foi aberta e saí, indo imediatamente para a de Bárbara.- Abra a dela. – Ordenei. – Agora!- Ela... Não tem um advogado. E ninguém pagou a fiança. – O delegado explicou.- Acabaram de pagar a fiança da senhorita Novaes. – A policial mulher veio e entregou um papel ao delegado. – E ela tem um advogado também.Bárbara me olhou confusa e a cela dela foi aberta. Não me preocupei com nada e a abracei com força. Eu pouco me importava com o que aquela gente fizesse ou falasse. Só queria a certeza de que ela estava bem. Mas parecia menos assustada do que eu com tudo que aconteceu.
O delegado abriu a porta e veio até nós. Olhou para Bárbara e perguntou:- O policial alega ter sido chamado de “desclassificado” por você, senhora Novaes. Posso saber exatamente o que isso significa, já que segundo ele foi um xingamento?Ok, Bárbara, aconteça o que acontecer, não diga o que isso significa, por mais que eu queira muito saber, pensei comigo mesmo.Sebastian e Ben chegaram e se aproximaram dela. Ben a abraçou e Sebastian me encarou. Nos olhamos firmemente e não nos cumprimentamos.- Desclassificado quer dizer... – ela começou a explicar.- Não... Não precisa falar. – Eu tentei impedi-la.- Claro que precisa. – Sebastian deu um meio sorriso.- Quer dizer... Desprezível... Miserável... Asqueroso... Safado...- Por Deus, para. – Pedi, puxando o ar até o fundo dos meus pulmões.- Ruim... – ela me olhou, comprimindo os lábios, nervosamente.- Esqueceu o “ordinário”. – Ben completou, satisfeito. – E foi a própria Babi que criou isso. – Estava orgulhoso do que a amiga havia di
Fiquei temeroso de responder a pergunta. Bárbara me testava o tempo inteiro e tudo que eu dissesse poderia ser usado contra mim futuramente, por ela mesma.Sim, oficialmente Cindy era minha mulher e não Milena. Porque eu não comia Milena. Sequer a beijava de língua. Na verdade, nós mal nos víamos. Porra, por que mesmo eu segui com este noivado ridículo? E só me questionava agora sobre isso, em função de Bárbara estar querendo mil detalhes sobre tudo.Se eu era fiel à Cindy, mesmo ela sendo boa de cama, e eu até então achar que gostava de estar com ela? Mais ou menos.Claro que Bárbara vai achar que eu jamais serei um homem fiel. A questão é que, jamais eu fiquei tão louco por uma mulher quanto eu estava por ela. Se eu seria fiel à Bárbara? Não tenho certeza. Só saberia se estivesse com ela. Nós só transamos uma vez... Ainda assim eu queria muito mais dela... Eu era a porra de um homem que pensava nela o dia inteiro... E sonhava com ela durante a noite. Do nada, eu me via pensando no b
Levantei e a encarei:- Não a chame de “aquela mulher”. Ela tem nome: Bárbara. E... Eu estou gostando dela. – Confessei de uma vez, tentando encurtar o caminho das explicações.Ela começou a chorar, copiosamente:- Eu... Não acredito que vá fazer isso com a minha filha. Seu insensível... Vocês estão com tudo arrumado, com a data marcada... Já estávamos organizando a lista de convidados. Como você acha que Milena se sentirá? Quer que ela entre em depressão profunda novamente? Lembra que o médico disse que isso pode levá-la ao suicídio, caso piore? O que falaremos para a imprensa e nossos amigos?- Eu não me sinto responsável pela doença dela. Você sabe que foi Sebastian...- Foi “você” que a engravidou?- Nunca pensou na possibilidade do filho ser dele?- Isso é um ultraje. – Ela gritou. – Allan faça alguma coisa. Diga que ele vai casar. Heitor está denegrindo a imagem da nossa filha. Como pode pensar que aquela criança era de Sebastian?- Ninguém pode me obrigar, Celine. Eu não tenho
- Por quê? Celine acha que ela precisa de um trabalho para se distrair. Ela só fica em casa e quando sai é ao Shopping fazer compras. Nem viajar Milena quer mais.- Um trabalho para Milena não precisa ser exatamente o cargo de vice-presidência da North B. E que fique claro que não estou me referindo a ela enquanto um homem que a conhece, um quase parente... E sim enquanto profissional e CEO da North B.- Talvez você tenha razão.- Quer que eu pague um salário de vice-presidente a ela, eu posso fazer isso. Mas exercer as funções do cargo está fora de cogitação. Preciso de alguém que realmente me ajude e que entenda sobre a empresa e o que é preciso fazer.- Já pensou em alguém?- Sim, eu havia pensado em Bárbara.- Ela não é madura o suficiente. Ainda não... E sabe que tirá-la da Perrone será difícil. Sebastian deve estar fazendo de tudo para que ela fique por lá. Principalmente quando souber que você está... “Interessado” nela... Pra não dizer apaixonado. – Riu, ironicamente.- Não es
Eu estava deitada na cama. Não esperava que a noite acabasse daquela forma. Ben me chamou de irresponsável e levantou a possibilidade de Allan ficar bravo comigo depois do que eu obriguei o filho dele a fazer.Sim, eu havia sido irresponsável. Salma me alertou sobre os documentos da moto. E também me falaram sobre os capacetes. Ainda assim eu deixei a emoção e a adrenalina falarem mais alto. Foi como se eu tivesse voltado aos tempos que passei com Jardel, quando fazíamos loucuras sem nos importarmos com as consequências.Heitor não era como Jardel. Ele era um homem de verdade, que tinha uma reputação a zelar, estava com frequência nos noticiários de todo o país.Eu tinha 27 anos e às vezes agia como se tivesse menos. E não importava que eu não pude viver tantas coisas na adolescência. Ela tinha passado. E era hora de agir como mulher. Mas... E se aquela fosse eu mesma? Se eu nunca mudasse, e fosse uma eterna adolescente, que não pensava muito nas consequências de nada? Quantos emprego
- Só quero você ajoelhado se for no meio das minhas pernas, Heitor.Porra, eu disse isso mesmo? Quem é você, Bárbara Novaes? O que é este sentimento que parece cegar você? O que é esta coisa, que faz com que o frio na barriga seja constante, fica sem ar, seu coração dispara e quando não vê este homem, ainda assim ele não sai da sua mente?Pelo visto ele também não esperava pela resposta que eu dei, porque ficou um pouco sem ação.- Vou trocar de roupa... Prometo ser rápida.- Leve o tempo que quiser... Só não garanto que vou suportar esperar aqui e não invadir seu quarto.- Vai conseguir sim... Você acaba de pedir em namoro uma mulher de pijama, recém-saída da cama. Então consegue qualquer coisa, Heitor Casanova. – Sorri e corri em direção ao quarto.Assi
- Ou seja, masturbação. Não era mais fácil dizerem que você estava me masturbando? – ele riu. – Voltando ao prostituto... Foi... Bom?- Eu nunca tinha recebido sexo oral.- O quê? – ele diminuiu drasticamente a velocidade do carro.- Sim.- Mas, você não teve um namorado, que morreu?- Sim, e eu não o matei. – Deixei bem claro.- Eu sei. – Ele riu.- Namorei com ele oito anos e não recebi um oral neste tempo.- Isso... É verdade? É possível?Assenti, com a cabeça. Realmente parecia inacreditável.- E... O prostituto deu conta do recado?- Ele me roubou, Heitor.- Roubou? Como assim?- Me fez oral e quando acordei ele havia ido embora com a minha bolsa, contendo celular, um cartão novinho em folha que minha avó tinha acabado de me dar e todo dinheiro