As lágrimas pareciam me acalmar de alguma forma, mesmo que passageira.Sim, eu pensei em mentir para Heitor. Mas agora, ouvindo da boca de Daniel aquele plano para enganá-lo, foi como um choque de realidade. A mentira já tinha durado tempo demais. Era hora da verdade, independente do que acontecesse depois. Se ele não aceitasse Maria Lua, eu fugiria com ela.- Eu não quero fazê-la chorar, Babi. Quero que seja feliz. No início eu queria você. Hoje já não me importo. Vou ficar ao seu lado, de um jeito ou de outro. E organizar minha vida, graças a esta bebê, que Salma planejou com tanto carinho e interesse e que no fim das contas, vai aliviar a vida de muita gente.- Quanto tempo acha que isso vai durar? Acha mesmo que vai conseguir mentir para Heitor a vida toda?- Você mentiu... Salma mentiu... Todo mundo mentiu para ele. E quando Casanova souber da verdade, eu já
Quando acabei, só ouvia a respiração dele do outro lado da linha, desejando imensamente que ele estivesse ao meu lado, amparando-me, com os braços ao meu redor, dizendo que tudo ia ficar bem.- Você me ouviu, Ben?- Cada palavra, Babi.- E... Não tem nada a dizer?- Tony vai casar.Fiquei um tempo apreensiva. O que dizer para ele? Ben, querido, eu sinto muito. Agora, por favor: VOLTA PARA CASA, PORRA! Eu e nossa filha precisamos de você.- Sinto muito. – Respirei repetidas vezes, tentando ficar calma e dar o amparo que ele também precisava naquele momento.- Eu vim até esta porra de país... Deixei você sozinha com nossa filha e ele vai casar com a vagabunda.- Chegou a falar com ele, não é mesmo?- Sim. Tony é um covarde... Um miserável. Nenhum home
Não tinha o que fazer a não ser enfrentar Heitor Casanova. Não havia como provar a história de Salma sem os diários. Ele acharia com certeza que eu estava envolvida em todo o plano dela..Tomei um banho de gato, enquanto olhava Maria Lua no carrinho. Saudades dos meus banhos demorados, daqueles que eu ficava sem pressa debaixo do chuveiro, enquanto o vapor tomava conta de todo banheiro e era até possível escrever recadinhos para Ben no vidro do box suado.Atualmente não dava tempo de criar vapor pela água quente. O banho era rápido demais. No entanto, justo naquele dia, Maria precisaria ter um pouco mais de paciência, pois eu precisava pelo menos botar a depilação em dia.Enquanto fazia isso, comecei a rir:- Quem disse que você vai ficar nua hoje, Bárbara Novaes? Heitor sequer chegará a olhar o que há por baixo do seu vestido. Talvez voc&e
- Se eu precisar ir embora, você poderia, por favor, me levar?- Claro, senhora Bongiove.- Então... Poderia não ir embora? Porque eu não me importaria em sair e esperar um carro de aplicativo durante a noite. Mas não com ela. E no caso, não tenho a quem recorrer.- Estarei esperando, senhora Bongiove. Não se preocupe. Ficarei aqui até que me libere.- Heitor o dispensou, por acaso?- Sim, disse que depois que a buscasse, poderia ir embora.Eu sorri, confusa:- Quem sou eu para pedir que fique, não é mesmo? Pode ir, Anon. Eu dou um jeito depois.- Vou ficar, senhora Bongiove.Ele estacionou, na vaga ao lado do Maserati. Abriu a porta para mim, ajudando-me a descer com Maria Lua e depois abrindo o carrinho para eu poder colocá-la dentro.- Eu amo quando você me chama de senhora Bongiove. Mas pode me chamar de Babi se quiser. Ou melhor
Abri os olhos, ainda um pouco zonza. Estava tensa e levantei imediatamente, lembrando exatamente de tudo que havia acontecido.Eu estava no quarto de Heitor.- Acalme-se, Bárbara. Não pode levantar assim. – Heitor veio até mim, deitando-me novamente na cama.- Desclassificado, se você tem uma algema à mão, me prenda agora. Ou eu vou fugir. – Implorei, enquanto ele sorria com o canto dos lábios, lindamente.Ele segurou meus ombros e encarou-me:- Não vai fugir, Bárbara. Eu não vou deixar. Você está presa a mim, para sempre.- Preciso levantar. Onde está Maria Lua?- O bebê? Está com Nic. – Ele disse.Retirei as mãos dele dos meus ombros e levantei, colocando as sandálias.- Bárbara, o que você tem?- Medo... – Confessei.- Me desculpe. Não queria assu
Nicolete parou na minha frente e disse, abrindo os braços:- Me dê a criança. Resolva tudo e eu cuido dela.- Ela... Vai chorar. – Aleguei, amedrontada.- Eu prometo que não. Me mostre onde está a mamadeira... Resolva o que precisa e quando acabar, estarei aqui, com ela, eu juro. Ela não precisa ouvir tudo isso... O soninho dela é leve.- Sim... – Eu sorri, tentando me acalmar, enquanto entregava-a no colo de Nicolete, praticamente implorando com meus olhos que ela me devolvesse depois.- Vou devolver... Eu juro. – Ela pareceu ler meus pensamentos.Acompanhei com meus olhos Nicolete desaparecer com a minha filha nos braços, carregando a bolsa de bebê no ombro. Talvez fosse realmente o melhor a fazer naquele momento.Encarei Heitor, que já havia retirado a gravata, com os cabelos completamente bagunçados, de tantas vezes que passou os dedos por
- Você está mentindo! É o pai de Maria Lua. Faça a porra de um DNA se preferir e se certificará de que é sua. Pode negar qualquer coisa na vida, Heitor, menos a paternidade dela. – Gritei, sentindo ódio.- Fiz vasectomia após a gravidez de Milena, sua desclassificada. Eu não posso ser pai. Eu nunca quis filhos. Então você bate à minha porta com uma criança que deve ter tido de qualquer homem que arranjou na rua e tenta me dar o golpe? – ele riu, passando as mãos nervosamente pelos cabelos – Muitas já tentaram isso comigo, Bárbara. Se acha esperta? Não, não é. É só mais uma... Como todas as outras.- Não sou como as outras... Eu sou Bárbara.Tudo começou a girar rápido demais. Apoiei-me numa cadeira, sentindo que meu corpo precisava de amparo mais uma vez. Não podia se
- Vou levá-la em casa. Tudo ficará bem.- Pode... Me deixar na rua? Em frente ao prédio, por favor. Não sei como sair daqui.- Não posso deixá-la sozinha, senhora Bongiove.- Por favor... Anon. Só faça o que eu peço. Não deixe as coisas ficarem ainda pior. Muita gente já se prejudicou. Não quero mais que isso aconteça.- Senhora...- Anon, se você não me deixar ali, eu vou sozinha daqui...- Ok, eu vou deixá-la onde quiser, senhora Bongiove.- Pode dobrar o carrinho para mim, por favor? Eu nem deveria ter trazido esta coisa. Achei que ficaria mais tempo... Mas não.Ele dobrou o carrinho habilidosamente e colocou no porta-malas. Entrei com Maria Lua na porta de trás e ele me levou até a saída da garagem, no térreo, onde desembarquei.- Obrigada por tudo, Anon.- Eu lament