Quando acabei, só ouvia a respiração dele do outro lado da linha, desejando imensamente que ele estivesse ao meu lado, amparando-me, com os braços ao meu redor, dizendo que tudo ia ficar bem.
- Você me ouviu, Ben?
- Cada palavra, Babi.
- E... Não tem nada a dizer?
- Tony vai casar.
Fiquei um tempo apreensiva. O que dizer para ele? Ben, querido, eu sinto muito. Agora, por favor: VOLTA PARA CASA, PORRA! Eu e nossa filha precisamos de você.
- Sinto muito. – Respirei repetidas vezes, tentando ficar calma e dar o amparo que ele também precisava naquele momento.
- Eu vim até esta porra de país... Deixei você sozinha com nossa filha e ele vai casar com a vagabunda.
- Chegou a falar com ele, não é mesmo?
- Sim. Tony é um covarde... Um miserável. Nenhum home
Não tinha o que fazer a não ser enfrentar Heitor Casanova. Não havia como provar a história de Salma sem os diários. Ele acharia com certeza que eu estava envolvida em todo o plano dela..Tomei um banho de gato, enquanto olhava Maria Lua no carrinho. Saudades dos meus banhos demorados, daqueles que eu ficava sem pressa debaixo do chuveiro, enquanto o vapor tomava conta de todo banheiro e era até possível escrever recadinhos para Ben no vidro do box suado.Atualmente não dava tempo de criar vapor pela água quente. O banho era rápido demais. No entanto, justo naquele dia, Maria precisaria ter um pouco mais de paciência, pois eu precisava pelo menos botar a depilação em dia.Enquanto fazia isso, comecei a rir:- Quem disse que você vai ficar nua hoje, Bárbara Novaes? Heitor sequer chegará a olhar o que há por baixo do seu vestido. Talvez voc&e
- Se eu precisar ir embora, você poderia, por favor, me levar?- Claro, senhora Bongiove.- Então... Poderia não ir embora? Porque eu não me importaria em sair e esperar um carro de aplicativo durante a noite. Mas não com ela. E no caso, não tenho a quem recorrer.- Estarei esperando, senhora Bongiove. Não se preocupe. Ficarei aqui até que me libere.- Heitor o dispensou, por acaso?- Sim, disse que depois que a buscasse, poderia ir embora.Eu sorri, confusa:- Quem sou eu para pedir que fique, não é mesmo? Pode ir, Anon. Eu dou um jeito depois.- Vou ficar, senhora Bongiove.Ele estacionou, na vaga ao lado do Maserati. Abriu a porta para mim, ajudando-me a descer com Maria Lua e depois abrindo o carrinho para eu poder colocá-la dentro.- Eu amo quando você me chama de senhora Bongiove. Mas pode me chamar de Babi se quiser. Ou melhor
Abri os olhos, ainda um pouco zonza. Estava tensa e levantei imediatamente, lembrando exatamente de tudo que havia acontecido.Eu estava no quarto de Heitor.- Acalme-se, Bárbara. Não pode levantar assim. – Heitor veio até mim, deitando-me novamente na cama.- Desclassificado, se você tem uma algema à mão, me prenda agora. Ou eu vou fugir. – Implorei, enquanto ele sorria com o canto dos lábios, lindamente.Ele segurou meus ombros e encarou-me:- Não vai fugir, Bárbara. Eu não vou deixar. Você está presa a mim, para sempre.- Preciso levantar. Onde está Maria Lua?- O bebê? Está com Nic. – Ele disse.Retirei as mãos dele dos meus ombros e levantei, colocando as sandálias.- Bárbara, o que você tem?- Medo... – Confessei.- Me desculpe. Não queria assu
Nicolete parou na minha frente e disse, abrindo os braços:- Me dê a criança. Resolva tudo e eu cuido dela.- Ela... Vai chorar. – Aleguei, amedrontada.- Eu prometo que não. Me mostre onde está a mamadeira... Resolva o que precisa e quando acabar, estarei aqui, com ela, eu juro. Ela não precisa ouvir tudo isso... O soninho dela é leve.- Sim... – Eu sorri, tentando me acalmar, enquanto entregava-a no colo de Nicolete, praticamente implorando com meus olhos que ela me devolvesse depois.- Vou devolver... Eu juro. – Ela pareceu ler meus pensamentos.Acompanhei com meus olhos Nicolete desaparecer com a minha filha nos braços, carregando a bolsa de bebê no ombro. Talvez fosse realmente o melhor a fazer naquele momento.Encarei Heitor, que já havia retirado a gravata, com os cabelos completamente bagunçados, de tantas vezes que passou os dedos por
- Você está mentindo! É o pai de Maria Lua. Faça a porra de um DNA se preferir e se certificará de que é sua. Pode negar qualquer coisa na vida, Heitor, menos a paternidade dela. – Gritei, sentindo ódio.- Fiz vasectomia após a gravidez de Milena, sua desclassificada. Eu não posso ser pai. Eu nunca quis filhos. Então você bate à minha porta com uma criança que deve ter tido de qualquer homem que arranjou na rua e tenta me dar o golpe? – ele riu, passando as mãos nervosamente pelos cabelos – Muitas já tentaram isso comigo, Bárbara. Se acha esperta? Não, não é. É só mais uma... Como todas as outras.- Não sou como as outras... Eu sou Bárbara.Tudo começou a girar rápido demais. Apoiei-me numa cadeira, sentindo que meu corpo precisava de amparo mais uma vez. Não podia se
- Vou levá-la em casa. Tudo ficará bem.- Pode... Me deixar na rua? Em frente ao prédio, por favor. Não sei como sair daqui.- Não posso deixá-la sozinha, senhora Bongiove.- Por favor... Anon. Só faça o que eu peço. Não deixe as coisas ficarem ainda pior. Muita gente já se prejudicou. Não quero mais que isso aconteça.- Senhora...- Anon, se você não me deixar ali, eu vou sozinha daqui...- Ok, eu vou deixá-la onde quiser, senhora Bongiove.- Pode dobrar o carrinho para mim, por favor? Eu nem deveria ter trazido esta coisa. Achei que ficaria mais tempo... Mas não.Ele dobrou o carrinho habilidosamente e colocou no porta-malas. Entrei com Maria Lua na porta de trás e ele me levou até a saída da garagem, no térreo, onde desembarquei.- Obrigada por tudo, Anon.- Eu lament
Como eu queria que fosse uma visão, ou mesmo um pesadelo. Mas não. Assim que me viram, os dois levantaram imediatamente.Breno desta vez usava um tênis de marca, original, uns dois números maior que seu pé, calça jeans surrada e uma camisa xadrez de vermelho com preto, as mangas arrancadas, transformadas em curtas com as próprias mãos.Anya usava um vestido xadrez de vermelho e preto, com uma jaqueta de couro preta por cima e botas de cano alto da mesma cor. Só olhando bem de perto para ter certeza de que o tecido da camisa dele e do vestido dela não eram o mesmo. Os cabelos ruivos estavam presos num rabo de cavalo mal feito no alto da cabeça.Deus, como se analisar as roupas deles fosse o mais importante naquele momento! Não, não era... Mas eu tinha esperanças de que quando olhasse nos olhos deles, se evaporassem da minha frente, como num passe de mágica.Claro que não foi isso que aconteceu, afinal, eu não estava em Nárnia e sim Noriah Norte.- O que vocês querem? – Perguntei, tenta
- Babi? – Ela Atendeu de imediato, com a voz preocupada.- Vó, eu preciso de um favor. - Meu Deus, querida. O que houve? Tudo bem com Maria Lua?- Sim... Quer dizer, por enquanto sim. Eu estou bem. Mas será que poderia transferir um dinheiro para minha conta... Agora?- Está sendo chantageada? Foi sequestrada? Por Deus, não me apavore. - Vó, eu estou segura, dentro do meu apartamento, com Maria Lua. Ben ainda não retornou da Itália. Mas... Eu... Eu vou viajar com ela, vó. Deu tudo errado com Heitor e preciso de dinheiro imediatamente. - Como assim vai embora?- Os pais de Salma apareceram. - Eles querem a menina?- Não, eles querem o bem-estar que ela pode lhes proporcionar. Mas vó, eu nem sei quem é o pai dela agora. - Não sabe? Mas... É Heitor, todos sabemos.- Não... Não é. - Claro que é. Ela escreveu.- Sim, ela escreveu que dormiu com Heitor e planejou a gravidez. Mas não contava que ele tinha vasectomia. Então Maria não é filha do CEO da North B. E... Aposto que nem Salma