A primeira mamadeira que eu e Ben preparamos deu o que falar. Não acertávamos a temperatura e a cada gota que ela sorvia do leite, tínhamos medo que se afogasse.
A fralda que Ben trocou vazou de primeira, sendo colocada do lado contrário. Pomada de assadura? Para que serve isso? Quantas vezes ao dia usamos? Ela deve dormir de lado, de bruços ou barriga para cima? É normal ela dormir tanto? Que horas ela abre os olhos?
- Vamos deixar o celular para despertar de três em três horas. Cada um levanta uma vez para preparar o leite. – Ele sugeriu.
- Ok. Mas ela dorme no meu quarto até comprarmos um berço.
- Isso não é justo. Por que não no meu?
- Salma pediu que “eu” cuidasse dela.
- Mas “eu” comprei todas as roupas que ela tem. E “eu” fui com ela no hospital, porque ela quis que fosse assim.
- Mas exigiu “
Parei ao lado dele, olhando para a escuridão do mar, mesclado ao céu estrelado.- Quer se matar? – perguntei.A cabeça dele virou na minha direção e não disse nada.- Vai me ignorar? – Insisti.- Vá embora, assombração.- Assombração? – eu ri. – Tenho cara de assombração para você?- Tem...- Hum, eu sou uma droga, não é mesmo? – relembrei as palavras dele. – Mas eu acho que posso ser uma droga melhor que o seu uísque, desclassificado mor.- Sai daqui, porra! Não posso nem sonhar em paz?Peguei o braço dele e o fiz virar na minha direção:- Isso não é um sonho, desclassificado. Vamos embora.- Eu odeio você. – falou, com a voz baixa.- Eu sei... Nem por isso vou deixá-lo morrer aqui.<
- Ok, obrigada por responder em nome de Deus. Aliás, eu acho que você não deixa de ser o meu deus... Só que grego. Quando estou ao seu lado é como se nada mais existisse, só você e eu.Ele colocou o dedo num painel na porta, fazendo com que ela se abrisse automaticamente.- Ok, devo cortar seu dedo quando precisar entrar? É isso? – comecei a rir.- Eu sou Deus! – Ele gritou, abrindo os braços enquanto entrava e as luzes se ligavam automaticamente.Fiquei parada assim que a porta se fechou, olhando tudo ao meu redor, tentando não ficar maravilhada com a vista. O lugar era simplesmente gigantesco. Uma sala com sofás em formato L e tapete branco (sim, quem, em estado normal, colocaria tapetes brancos na sala, para os outros pisarem com os sapatos?). Como o espaço era amplo, a sala, mesmo em tamanho enorme, ficava parecendo dançar sobre o piso cinza claro, que mais parecia um espelho.Atrás só se via vidros e cortinas blackout, abertas, mostrando toda a cidade. Uma escada de vidro (sim, e
- Livrai-me de Heitor Casanova... Amém – ele começou a rir – Me chupa! – o tom foi sério.- Idiota! – empurrei-o para o banheiro – Só quando você merecer. E você merece... Ah, se merece. – falei em voz alta, observando-o andando praticamente nu, não conseguindo traçar uma linha reta com os pés.O banheiro era tão grande quanto o quarto.- Caralho, por que um banheiro tão grande? – me dirigi ao box, ligando o chuveiro enquanto ele apertava o botão da banheira, que começava a encher – Duvido que teria vapor aqui se eu tomasse banho – ri – Você não teria sauna gratuita comigo, desclassificado.Ele entrou na banheira, ignorando o chuveiro com água gelada que eu tinha acabado de ligar.Ficamos nos olhando, cada um num canto, como se não pudéssemos nos aproximar, sabendo no que aquilo poderia acabar em sexo.Senti meu coração acelerar imediatamente quanto ele jogou a cueca molhada na minha direção. “Maria Lua, seu pai é um tarado, desclassificado”, pensei.- Venha. – Ele ordenou.- Não. – f
Heitor abriu os olhos e me encarou, sem pressa, fazendo com que cada minuto parecesse durar uma hora:- Pode... – disse com a voz fraca.Me aproximei dele, devagar, sabendo que talvez fosse o último beijo, a última vez, como sempre eram nossos encontros: uma incógnita, uma mistura de emoções e sentimentos sempre à flor da pele... Então cada segundo precisava ser bem aproveitado.Ajoelhei-me e toquei seu pescoço, sentindo-o estremecer sob o meu toque. Sorri e levei meus lábios aos dele, fechando os olhos e deixando o momento me levar para o céu, que era como eu me sentia quando estava ao lado dele.Os lábios de Heitor envolveram os meus, gentilmente, sugando-os. Senti suas mãos descendo pelas minhas costas escorregadias com a espuma e fiquei completamente excitada.Aquele beijo parecia um castigo, sem que eu pudesse sentir a língua dele, como se quisesse
Ele sentou sobre a cama, curioso, os olhos me seguindo.- Nós vamos fazer um jogo – falei – Eu faço uma pergunta e cada resposta que você der, se for sincera e de acordo com o que eu quero saber, tiro uma peça de roupa... E danço para você.- Quem disse que eu quero que você dance para mim, desclassificada?- Eu digo! – apontei para ele – Ninguém deixa de ter sentimentos profundos tão rápido assim, porra! – senti um nó na garganta e uma dor no peito, ao imaginar que ele pudesse não sentir mais nada por mim, sendo que disse que me amava pouco tempo atrás, no elevador. Ele me deixava confusa.- Você deixou de ter. – ele falou com a voz fraca.- Não, eu não deixei. Não é possível... E se você conseguiu esquecer, não foi de verdade. – Afirmei.- Me fez passar vexam
Senti meu corpo amolecer:- Preciso de colherinha – Falei, sem querer.- Tenho várias... Mas minhas mãos podem fazer isso também – me encarou. – Retire a calcinha e derreta nos meus braços, Bárbara Novaes.- Espera... Quarta pergunta... – falei, com dificuldade.- Eram três.- Eu não cumpro combinados.- E eu não sei disto? – Riu.- Você está bêbado?- Não muito... – Confessou.O empurrei em direção a cama, enquanto ele caiu sentado.- As respostas não eram exatamente o que eu esperava... Mas me pareceram sinceras.- Fui sincero, mesmo com as suas perguntas sendo as mais loucas que já me fizeram na vida.- Vou dançar para você... De calcinha... No pau do pole dance. – disse, colocando a música novamente.Os olhos dele n&atild
Deixei uma lágrima escorrer, limpando-a imediatamente:- Não posso dizer que está errado. Eu sei o que quero, mas não sei se posso ou devo... Eu me boicoto, com medo do futuro. A dor do passado vem sempre me surpreender, quando penso que está tudo bem. Parece que preciso me punir para sempre, entende? Por ter sido tão idiota, tão burra... Ao mesmo tempo que o medo de acontecer novamente me assola mais do que qualquer outra coisa.- Eu não sou ele – pegou minha mão, estendo meu braço totalmente sobre a cama, enquanto os dedos passavam levemente sobre a pele, que ficava arrepiada ao seu toque.- Diga isso para a minha mente, para todos os meus medos... Foram oito anos... Não oito meses, nem oito dias... Eu fui injusta com você com relação a sentimentos, desde sempre.Ele arqueou a sobrancelha:- Jura? Pode ser mais clara?- Eu não quer
Fui juntando minha roupa, sentindo tristeza e ao mesmo tempo raiva.- Eu dei uma chance para o que eu estava sentindo e você destruiu tudo – ele disse – Esta porra de amor não existe. Escrevi o que eu realmente sentia naquela mensagem.- Não tenho dúvidas... Desde a parte que fui só mais uma que passou pela sua cama. – Ri, amargamente, enquanto colocava a blusa.Fui pegar a calcinha, que ele passou a mão nela rapidamente, antes de mim. O encarei, com a mão na direção dele:- Me devolva!- Nem pensar. É a quinta. – Arqueou a sobrancelha divertidamente.- Vai queimar ou jogar fora junto com as outras? – tentei pegar, mas ele levantou o braço com ela em sua posse, não me dando a chance.- Não precisa da porra da minha calcinha. – Gritei, furiosa, pulando com as mãos tentando alcançar enquanto ele ria