Senti meu corpo amolecer:
- Preciso de colherinha – Falei, sem querer.
- Tenho várias... Mas minhas mãos podem fazer isso também – me encarou. – Retire a calcinha e derreta nos meus braços, Bárbara Novaes.
- Espera... Quarta pergunta... – falei, com dificuldade.
- Eram três.
- Eu não cumpro combinados.
- E eu não sei disto? – Riu.
- Você está bêbado?
- Não muito... – Confessou.
O empurrei em direção a cama, enquanto ele caiu sentado.
- As respostas não eram exatamente o que eu esperava... Mas me pareceram sinceras.
- Fui sincero, mesmo com as suas perguntas sendo as mais loucas que já me fizeram na vida.
- Vou dançar para você... De calcinha... No pau do pole dance. – disse, colocando a música novamente.
Os olhos dele n&atild
Deixei uma lágrima escorrer, limpando-a imediatamente:- Não posso dizer que está errado. Eu sei o que quero, mas não sei se posso ou devo... Eu me boicoto, com medo do futuro. A dor do passado vem sempre me surpreender, quando penso que está tudo bem. Parece que preciso me punir para sempre, entende? Por ter sido tão idiota, tão burra... Ao mesmo tempo que o medo de acontecer novamente me assola mais do que qualquer outra coisa.- Eu não sou ele – pegou minha mão, estendo meu braço totalmente sobre a cama, enquanto os dedos passavam levemente sobre a pele, que ficava arrepiada ao seu toque.- Diga isso para a minha mente, para todos os meus medos... Foram oito anos... Não oito meses, nem oito dias... Eu fui injusta com você com relação a sentimentos, desde sempre.Ele arqueou a sobrancelha:- Jura? Pode ser mais clara?- Eu não quer
Fui juntando minha roupa, sentindo tristeza e ao mesmo tempo raiva.- Eu dei uma chance para o que eu estava sentindo e você destruiu tudo – ele disse – Esta porra de amor não existe. Escrevi o que eu realmente sentia naquela mensagem.- Não tenho dúvidas... Desde a parte que fui só mais uma que passou pela sua cama. – Ri, amargamente, enquanto colocava a blusa.Fui pegar a calcinha, que ele passou a mão nela rapidamente, antes de mim. O encarei, com a mão na direção dele:- Me devolva!- Nem pensar. É a quinta. – Arqueou a sobrancelha divertidamente.- Vai queimar ou jogar fora junto com as outras? – tentei pegar, mas ele levantou o braço com ela em sua posse, não me dando a chance.- Não precisa da porra da minha calcinha. – Gritei, furiosa, pulando com as mãos tentando alcançar enquanto ele ria
Anon quis me levar em casa e não aceitei. Ele insistiu e então eu o deixei esperar comigo até meu táxi chegar.- O senhor Casanova vai me matar quando souber que deixei a senhora ir sozinha.- Mande o senhor Casanova a puta que pariu.Ele riu e comecei a rir também, batendo no ombro dele:- Ah, Anon, eu gosto de você.- Também gosto de você, senhora Bongiove.- Obrigada por não ter me falado sobre Cindy. Agora sei que não queria me magoar.Ele não disse nada. Quando o carro parou, perguntei, antes de embarcar:- Pode me dizer uma coisa?- Claro, senhora Bongiove.- Prefere eu ou Cindy?- A senhora. – Ele respondeu sem pensar duas vezes.- Eu sabia! – vibrei.Na semana que passou, Heitor me ligou duas vezes, mas eu não atendi. Sabia que mais cedo ou mais tarde teria que procurá-lo
- Será que você não entende? Além de toda minha confusão com relação a tudo que está acontecendo, você vem me trazer mais problemas, quando na verdade deveria ajudar? Ah, eu não quero mais você nesta casa, nem na vida da minha filha.Ele riu, com escárnio:- “Sua” filha?- Minha... Sim, minha. Sou eu quem cuido dela. Salma se foi e você sabe muito bem a relação que tínhamos.- Ainda assim ela nunca será “sua”.Senti uma lágrima escorrer pelo meu olho direito, limpando-a com força:- De tudo que você pode falar para me atingir, tocar no nome dela é a pior forma. Se soubesse o que sinto por esta criança, jamais me feriria desta forma.- Chega de ser bonzinho com você, Babi.- Algum dia você foi?- Acredite, eu fui.Ele virou as costas
- E se ele a tirar de nós?- Entramos na justiça. É um risco que temos que correr... Não contar está fora de cogitação.- Quando você sugere?- Segunda-feira. O dia de folga dele. Isso nos dá tempo e ele estará mais descansado para jogarmos a bomba nele.- Deus, só de pensar nisso minha barriga se contorce e parece que vou vomitar de tanto medo e ansiedade.- Ele não ligou mais para você?- Não. E eu mal tive tempo de pensar nele neste tempo e você sabe disto.- Exatamente: precisa separar sua vida da de Maria Lua. Você não pode viver só por ela. Vai ficar doente. Há quanto tempo não tem uma noite inteira de sono?- Ela me faz esquecer tudo de ruim.Ele levantou meu queixo:- Como se sente com relação a Heitor?- Há tempos que ele não aparece na
Não tinha como fugir da verdade. Tivemos que resumir em poucos minutos como Maria Lua veio ao mundo. Quando acabamos, minha avó sentou na cama e me encarou:- Como Salma engravidou de Heitor?- E eu vou saber os detalhes? O certo é que ele não usou camisinha, ou Maria Lua não estaria aqui neste momento.- Mas ela fugia dele com medo de Heitor saber que estava grávida?- Certamente sim, ou não teria problemas em se mostrar para ele, vó. Eu tento entender e não consigo. No início eu tive raiva, ódio, ciúme. Depois eu tentei entrar na mente de Salma e resgatar coisas que ela tinha nos dito, como gravidez planejada, seríamos todos ricos e tudo mais. Acontece que depois me envolvi com Heitor e creio que ela tenha ficado chateada. Sequer sei se houve sentimentos entre eles.- Claro que não houve – Ben disse – Salma sempre deixou claro que o pai d
- E você dorme uma noite inteira, Ben? – perguntei. – Eu não me importo de ficar assim.- Ela chora durante a noite? Sempre? – Mandy perguntou.- Nem sempre. Mas mesmo quando ela dorme feito um anjo, acordando só para mamar, Babi fica como um zumbi andando de um quarto para o outro.Mandy se aproximou de mim e abriu os braços:- Me dê ela, Babi.- Ela precisa de mim... Ainda mais doente. – Dei um passo para trás.Mandy simplesmente não me deu ouvidos e pegou-a dos meus braços:- Por que não dorme, Babi? Qual seu medo?Senti as lágrimas escorrerem instantaneamente pelos meus olhos:- De ela... Parar de respirar enquanto está no berço...- Por Deus! – Ben me abraçou.- Eu... Fico o tempo todo acordando e tocando as narinas dela, para me certificar de que está viva. E quando não
- Allan? Minha mãe e Allan tiveram um relacionamento?- Eles se conheceram quando Beatriz era muito jovem, de 15 para 16 anos. Ele não tinha mais de 18. Naquela época éramos uma família de muitas posses e Allan era um homem pobre... Muito pobre. Seu avô não aceitou o relacionamento deles de forma alguma, mesmo Allan tendo ido pedir a mão da nossa filha respeitosamente. – Ela respirou fundo.- Dinheiro? Status? Esta porra sempre foi o motivo de tudo?- Ironicamente hoje Allan Casanova é dono de um império e as Novaes são o que sobrou de uma família destruída pela falta da única filha.- Meu Deus! E eu sou filha... De Allan? E se não sou irmã de Heitor... Ele é adotado? – enruguei a testa, tentando entender algo que não entrava na minha cabeça.- Beatriz amava Allan. E foi embora com ele, deixando tudo para t